OS DOCUMENTOS DE URÂNTIA
- A REVELAÇÃO DO TERCEIRO MILÊNIO -
INDICE
Documento 2
A Natureza de Deus
2:0.1 (33.1) Visto que o conceito mais elevado possível de Deus para o homem está englobado na ideia e no ideal humanos de uma personalidade primordial e infinita, é permitido, e pode ser útil, estudar certas características da natureza divina que constituem o caráter da Divindade. A natureza de Deus pode ser melhor compreendida pela revelação do Pai que Micael de Nébadon expôs em seus múltiplos ensinamentos e em sua esplêndida vida mortal na carne. A natureza divina também pode ser melhor compreendida pelo homem se ele se considerar um filho de Deus e olhar para o Criador do Paraíso como um verdadeiro Pai espiritual.
2:0.2 (33.2) A natureza de Deus pode ser estudada em uma revelação de ideias supremas, o caráter divino pode ser visto como um retrato de ideais supernos, mas a mais esclarecedora e espiritualmente edificante de todas as revelações da natureza divina encontra-se na compreensão da vida religiosa de Jesus de Nazaré, tanto antes como depois de sua obtenção da plena consciência da divindade. Se a vida encarnada de Micael for tomada como o pano de fundo da revelação de Deus ao homem, podemos tentar colocar em símbolos verbais humanos certas ideias e ideais relativos à natureza divina que podem possivelmente contribuir para uma maior iluminação e unificação do conceito humano da natureza e do caráter da personalidade do Pai Universal.
2:0.3 (33.3) Em todos os nossos esforços para ampliar e espiritualizar o conceito humano de Deus, somos extremamente tolhidos pela capacidade limitada da mente mortal. Também somos seriamente tolhidos na execução de nossa missão pelas limitações da linguagem e pela pobreza do material que pode ser utilizado para fins de ilustração ou comparação em nossos esforços para retratar valores divinos e apresentar significados espirituais à mente finita e mortal do homem. Todos os nossos esforços para ampliar o conceito humano de Deus seriam quase fúteis, exceto pelo fato de que a mente mortal está habitada pelo Ajustador outorgado do Pai Universal e é permeada pelo Espírito da Verdade do Filho Criador. Dependendo, portanto, da presença destes espíritos divinos no coração do homem para assistência na ampliação do conceito de Deus, eu alegremente assumo a execução do meu mandato para tentar a descrição adicional da natureza de Deus à mente do homem.
1. A Infinitude de Deus
2:1.1 (33.4) “Tocando o Infinito, não podemos descobri-Lo. Os passos divinos não são conhecidos.” “Seu entendimento é infinito e Sua grandeza é insondável.” A luz ofuscante da presença do Pai é tal que para suas humildes criaturas Ele aparentemente “habita na densa escuridão”. Não apenas Seus pensamentos e planos são insondáveis, mas “Ele faz um sem número de coisas grandes e maravilhosas”. “Deus é grande; nós não O compreendemos, nem pode o número de Seus anos ser calculado.” “Será que Deus realmente habitará na Terra? Eis que o céu (universo) e o céu dos céus (universo dos universos) não podem contê-Lo.” “Quão insondáveis são Seus julgamentos e inescrutáveis Seus caminhos!”
2:1.2 (34.1) “Não há senão um Deus, o Pai infinito, que também é um Criador fiel.” “O Criador divino é também o Ordenador Universal, a fonte e o destino das almas. Ele é a Alma Suprema, a Mente Primordial e o Espírito Ilimitado de toda a criação.” “O grande Controlador não comete erros. Ele é resplandecente em majestade e glória.” “O Deus Criador é totalmente destituído de medo e inimizade. Ele é imortal, eterno, autoexistente, divino e magnânimo.” “Quão puro e belo, quão profundo e insondável é o Ancestral superno de todas as coisas!” “O Infinito é mais excelente porque se entrega aos homens. Ele é o começo e o fim, o Pai de todo propósito bom e perfeito.” “Com Deus todas as coisas são possíveis; o Criador eterno é a causa das causas.”
2:1.3 (34.2) Não obstante a infinidade das manifestações estupendas da personalidade eterna e universal do Pai, Ele é irrestritamente autoconsciente tanto da Sua infinitude quanto da Sua eternidade; da mesma forma, Ele conhece plenamente Sua perfeição e poder. Ele é o único ser no universo, além de seus coordenados divinos, que experimenta um ajuizamento perfeito, adequado e completo de Si Mesmo.
2:1.4 (34.3) O Pai satisfaz constante e infalivelmente a necessidade do diferencial da demanda por Si Mesmo, à medida que muda de tempos em tempos em vários setores do Seu universo mestre. O grande Deus conhece e entende a Si Mesmo; Ele é infinitamente autoconsciente de todos os Seus atributos primordiais de perfeição. Deus não é um acidente cósmico; nem é um experimentador do universo. Os Soberanos do Universo podem se envolver em aventuras; os Pais da Constelação podem experimentar; os líderes do sistema podem praticar; mas o Pai Universal vê o fim desde o início, e Seu plano divino e propósito eterno realmente abraçam e abrangem todos os experimentos e todas as aventuras de todos os Seus subordinados em cada mundo, sistema e constelação de cada universo de Seus vastos domínios.
2:1.5 (34.4) Nada é novo para Deus, e nenhum evento cósmico jamais surge como uma surpresa; Ele habita o círculo da eternidade. Ele não tem começo nem fim de dias. Para Deus não há qualquer passado, presente ou futuro; todo tempo é presente em qualquer dado instante. Ele é o grande e único EU SOU.
2:1.6 (34.5) O Pai Universal é absolutamente e sem qualificação infinito em todos os Seus atributos; e este fato, por si só, O isola automaticamente de toda comunicação pessoal direta com seres materiais finitos e outras humildes inteligências criadas.
2:1.7 (34.6) E tudo isto necessita de tais arranjos para contato e comunicação com as Suas múltiplas criaturas como foram ordenados, primeiro, nas personalidades dos Filhos de Deus do Paraíso, que, embora perfeitos em divindade, também frequentemente participam da natureza da própria carne e sangue das raças planetárias, tornando-se um de vocês e um com vocês; Desse modo, por assim dizer, Deus se torna homem, como ocorreu na consagração de Micael, que foi chamado variavelmente de Filho de Deus e Filho do Homem. E segundo, existem as personalidades do Espírito Infinito, as várias ordens de hostes seráficas e outras inteligências celestiais que se aproximam dos seres materiais de origem humilde e de tantas maneiras os ministram e os servem. E terceiro, existem os Monitores Misteriosos impessoais, Ajustadores do Pensamento, a dádiva real do próprio grande Deus enviados para residirem em humanos como os de Urântia, enviados sem anúncio e sem explicação. Em profusão interminável, eles descem das alturas da glória para agraciarem e residirem nas mentes humildes daqueles mortais que possuem a capacidade para a consciência de Deus ou o potencial para isso.
2:1.8 (35.1) Destas maneiras e de muitas outras, de maneiras desconhecidas para vocês e totalmente além da compreensão finita, o Pai do Paraíso amorosa e voluntariamente desce e modifica, dilui e atenua a Sua infinitude para que Ele possa ser capaz de Se aproximar das mentes finitas de Seus filhos criaturas. E assim, por meio de uma série de distribuições de personalidade que são cada vez menos absolutas, o Pai infinito é capaz de desfrutar de contato próximo com as diversas inteligências dos muitos reinos de Seu vasto universo.
2:1.9 (35.2) Tudo isso Ele fez e agora faz, e continuará a fazer para sempre, sem minar o fato e a realidade da sua infinitude, eternidade e primazia. E estas coisas são absolutamente verdadeiras, não obstante a dificuldade de sua compreensão, o mistério em que estão envoltas ou a impossibilidade de serem totalmente compreendidas por criaturas como as que habitam Urântia.
2:1.10 (35.3) Visto que o Primeiro Pai é infinito nos Seus planos e eterno nos Seus propósitos, é inerentemente impossível para qualquer ser finito alguma vez captar ou compreender estes planos e propósitos divinos em sua plenitude. O homem mortal pode vislumbrar os propósitos do Pai apenas de vez em quando, aqui e ali, conforme eles são revelados em relação à realização do plano de ascensão da criatura em seus níveis sucessivos de progressão no universo. Embora o homem não possa abranger o significado de infinitude, o Pai infinito de fato compreende plenamente e abraça amorosamente toda a finitude de todos os seus filhos em todos os universos.
2:1.11 (35.4) O Pai compartilha a divindade e a eternidade com grandes números dos seres mais elevados do Paraíso, mas questionamos se a infinitude e a consequente primazia universal são totalmente compartilhadas com algum exceto os seus associados coordenados da Trindade do Paraíso. O infinito da personalidade deve, forçosamente, abarcar toda a finitude da personalidade; daí a verdade – verdade literal – do ensinamento que declara que “Nele vivemos, nos movemos e existimos”. Esse fragmento da Deidade pura do Pai Universal que reside no homem mortal é uma parte da infinitude da Primeira Grande Fonte e Centro, o Pai dos Pais.
2. A Perfeição Eterna do Pai
2:2.1 (35.5) Mesmo os vossos antigos profetas compreenderam a natureza circular eterna, sem começo, sem fim, do Pai Universal. Deus está literal e eternamente presente no Seu universo de universos. Ele habita o momento presente com toda a Sua majestade absoluta e grandiosidade eterna. “O Pai tem vida em Si Mesmo, e esta vida é vida eterna.” Ao longo das eternas eras, tem sido o Pai quem “dá a todos a vida”. Há perfeição infinita na integridade divina. “Eu sou o Senhor; Eu não mudo.” Nosso conhecimento do universo dos universos revela não apenas que Ele é o Pai das luzes, mas também que em Sua condução dos assuntos interplanetários “não há variação nem sombra de mudança”. Ele “declara o fim desde o princípio”. Ele diz: “Meu conselho permanecerá; Eu farei tudo o que Me aprouver” “de acordo com o propósito eterno que Eu propus em meu Filho”. Assim são os planos e propósitos da Primeira Fonte e Centro como Ele Mesmo: eterno, perfeito e para sempre imutável.
2:2.2 (35.6) Há finalidade de completude e perfeição de plenitude nos mandados do Pai. “Tudo o que Deus faz, será para sempre; nada pode ser acrescentado nem nada retirado.” O Pai Universal não se arrepende de Seus propósitos originais de sabedoria e perfeição. Seus planos são firmes, Seu conselho imutável, enquanto Seus atos são divinos e infalíveis. “Mil anos aos Seus olhos são apenas como o ontem quando já passou e como uma vigília na noite.” A perfeição da divindade e a magnitude da eternidade estão para sempre além do alcance total da mente circunscrita do homem mortal.
2:2.3 (36.1) As reações de um Deus imutável, na execução do Seu propósito eterno, podem parecer variar de acordo com a atitude mutável e as mentes cambiantes das Suas inteligências criadas; isto é, elas podem variar aparente e superficialmente; mas sob a superfície e no fundo de todas as manifestações exteriores, ainda está presente o propósito imutável, o plano perpétuo, do Deus eterno.
2:2.4 (36.2) Pelos universos afora, a perfeição tem que ser necessariamente um termo relativo, mas no universo central e especialmente no Paraíso, a perfeição não é diluída; em certas fases é até mesmo absoluta. As manifestações da Trindade variam a exibição da perfeição divina mas não a atenuam.
2:2.5 (36.3) A perfeição primordial de Deus não consiste em uma suposta retidão, mas sim na perfeição inerente à bondade de Sua natureza divina. Ele é final, completo e perfeito. Nada há faltando na beleza e perfeição de Seu caráter reto. E o inteiro esquema de existências vivas nos mundos do espaço está centrado no propósito divino de elevar todas as criaturas volitivas ao alto destino da experiência de compartilhar da perfeição do Pai no Paraíso. Deus não é egocêntrico nem autocontido; Ele nunca cessa de Se consagrar a todas as criaturas autoconscientes do vasto universo dos universos.
2:2.6 (36.4) Deus é eterna e infinitamente perfeito; Ele não pode conhecer pessoalmente a imperfeição como Sua própria experiência, mas Ele de fato compartilha a consciência de toda a experiência da imperfeição de todas as criaturas em luta dos universos evolucionários de todos os Filhos Criadores do Paraíso. O toque pessoal e libertador do Deus da perfeição ofusca os corações e circuita as naturezas de todas aquelas criaturas mortais que ascenderam ao nível de discernimento moral do universo. Desta maneira, assim como por meio dos contatos da presença divina, o Pai Universal realmente participa da experiência com a imaturidade e a imperfeição na carreira evolutiva de cada ser moral do universo inteiro.
2:2.7 (36.5) As limitações humanas, o mal potencial, não são parte da natureza divina, mas a experiência mortal com o mal e todas as relações do homem com ele são muito certamente uma parte da sempre expansiva autorrealização de Deus nos filhos do tempo – criaturas de responsabilidade moral que têm sido criadas ou vêm evoluindo por meio de cada Filho Criador que saiu do Paraíso.
3. Justiça e Retidão
2:3.1 (36.6) Deus é reto; portanto, Ele é justo. “O Senhor é reto em todos os seus caminhos.” “‘Não foi sem causa tudo o que fiz’, diz o Senhor.” “Os julgamentos do Senhor são em tudo verdadeiros e retos.” A justiça do Pai Universal não pode ser influenciada pelos atos e atuações de Suas criaturas, “pois não há iniquidade com o Senhor nosso Deus, nenhum favorecimento de pessoas, nenhuma aceitação de oferendas”.
2:3.2 (36.7) Quão fútil é fazer apelos pueris a um tal Deus para que modifique Seus decretos imutáveis de modo que possamos evitar as justas consequências da ação de Suas sábias leis naturais e retos mandados espirituais! “Não se deixem enganar; de Deus não se zomba, porque tudo o que um homem semear, isso também ele colherá.” É verdade que mesmo na justiça de colher a semeadura da transgressão esta justiça divina está sempre temperada com a misericórdia. A sabedoria infinita é o árbitro eterno que determina as proporções de justiça e misericórdia que devem ser aplicadas em qualquer circunstância. A maior punição (na realidade, uma consequência inevitável) pela transgressão e rebelião deliberada contra o governo de Deus é a perda da existência como súdito individual desse governo. O resultado final do pecado plenamente deliberado é o aniquilamento. Em última análise, tais indivíduos identificados com o pecado destruíram a si mesmos ao se tornarem inteiramente irreais através do seu abraço da iniquidade. O desaparecimento factual de uma tal criatura, no entanto, é sempre adiado até que a ordem prescrita pela justiça corrente naquele universo tenha sido totalmente cumprida.
2:3.3 (37.1) A cessação da existência é geralmente decretada no julgamento dispensacional ou epocal do reino ou reinos. Num mundo como Urântia, aquele acontece ao final de uma dispensação planetária. A cessação da existência pode ser decretada em tais ocasiões pela ação coordenada de todos os tribunais de jurisdição, estendendo-se desde o conselho planetário, subindo pelos tribunais do Filho Criador, até os tribunais de veredicto dos Anciães dos Dias. O mandado de dissolução tem origem nos tribunais superiores do superuniverso seguindo uma confirmação ininterrupta da acusação originada na esfera de residência do infrator; e então, quando a sentença de extinção houver sido confirmada no Alto, a execução é pelo ato direto daqueles juízes que residem e operam na sede central do superuniverso.
2:3.4 (37.2) Quando esta sentença é finalmente confirmada, o ser identificado com o pecado torna-se instantaneamente como se nunca tivesse existido. Não há ressurreição a partir de tal destino; este é perpétuo e eterno. Os fatores de identidade da energia viva são dissolvidos pelas transformações do tempo e as metamorfoses do espaço para os potenciais cósmicos de onde certa vez surgiram. Quanto à personalidade do iníquo, ela é despojada de um veículo de continuidade vital pelo fracasso da criatura em fazer aquelas escolhas e decisões finais que teriam assegurado a vida eterna. Quando o contínuo abraço ao pecado pela mente associada culmina em completa autoidentificação com a iniquidade, então com a cessação da vida, com a dissolução cósmica, tal personalidade isolada é absorvida na supra-alma da criação, tornando-se uma parte da experiência evolutiva do Ser Supremo. Nunca mais ela aparece como uma personalidade; sua identidade torna-se como se nunca tivesse existido. No caso de uma personalidade residida por um Ajustador, os valores espirituais experienciais sobrevivem na realidade do Ajustador que continua.
2:3.5 (37.3) Em qualquer contenda no universo entre níveis atuais de realidade, a personalidade do nível superior acabará por triunfar sobre a personalidade do nível inferior. Este resultado inevitável da controvérsia no universo é inerente ao fato de que a divindade da qualidade é igual ao grau de realidade ou atualidade de qualquer criatura volitiva. O mal não diluído, o erro completo, o pecado deliberado e a iniquidade absoluta são inerente e automaticamente suicidas. Tais atitudes de irrealidade cósmica podem sobreviver no universo apenas por causa da transitória tolerância-misericórdia enquanto se aguarda a ação dos mecanismos de determinação da justiça e equidade dos tribunais de sentenciamento reto do universo.
2:3.6 (37.4) O governo dos Filhos Criadores nos universos locais é o da criação e espiritualização. Estes Filhos devotam-se à execução efetiva do plano do Paraíso de ascensão mortal progressiva, à reabilitação dos rebeldes e pensadores em erro, mas quando todos estes esforços amorosos são finalmente e para sempre rejeitados, o decreto final de dissolução é executado por forças agindo sob a jurisdição dos Anciães dos Dias.
4. A Misericórdia Divina
2:4.1 (38.1) A misericórdia é simplesmente a justiça temperada por aquela sabedoria que advém da perfeição do conhecimento e do reconhecimento pleno das fraquezas naturais e deficiências ambientais das criaturas finitas. “Nosso Deus é cheio de compaixão, gracioso, longânime e abundante em misericórdia.” Portanto, “todo aquele que invocar o Senhor será salvo”, “pois Ele perdoará abundantemente”. “A misericórdia do Senhor é de eternidade em eternidade”; sim, “Sua misericórdia perdura para sempre”. “Eu sou o Senhor que pratico a benevolência, o juízo e a retidão na Terra, pois nestas coisas me deleito.” “Não aflijo nem entristeço de bom grado os filhos dos homens”, pois Eu Sou “o Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação”.
2:4.2 (38.2) Deus é inerentemente bondoso, naturalmente compassivo e eternamente misericordioso. E nunca é necessário que qualquer influência seja exercida sobre o Pai para despertar Sua amorosa benevolência. A necessidade da criatura é inteiramente suficiente para garantir o fluxo total das ternas misericórdias do Pai e Sua graça salvadora. Visto que Deus sabe tudo sobre Seus filhos, é fácil para Ele perdoar. Quanto melhor o homem compreender seu próximo, mais fácil será perdoá-lo, até mesmo amá-lo.
2:4.3 (38.3) Somente o discernimento da sabedoria infinita capacita um Deus reto a ministrar a justiça e a misericórdia ao mesmo tempo e em qualquer situação do universo. O Pai celestial nunca fica dividido por atitudes conflitantes em relação aos Seus filhos do universo; Deus nunca é uma vítima de antagonismos de atitude. A onisciência de Deus dirige infalivelmente Seu livre arbítrio na escolha daquela conduta no universo que perfeita, simultânea e igualmente satisfaz as demandas de todos os Seus atributos divinos e as qualidades infinitas de Sua natureza eterna.
2:4.4 (38.4) A misericórdia é o fruto natural e inevitável da bondade e do amor. A boa natureza de um Pai amoroso jamais poderia recusar o sábio ministério da misericórdia a cada membro de todos os grupos de Seus filhos no universo. A justiça eterna e a misericórdia divina constituem juntas o que na experiência humana seria chamado de equanimidade.
2:4.5 (38.5) A misericórdia divina representa uma técnica equânime de ajuste entre os níveis de perfeição e imperfeição do universo. A misericórdia é a justiça da Supremacia adaptada às situações do finito em evolução, a retidão da eternidade modificada para atender aos interesses mais elevados e ao bem-estar universal dos filhos do tempo. A misericórdia não é uma contravenção da justiça, mas sim uma interpretação compreensiva das demandas da justiça suprema, uma vez que é equanimemente aplicada aos seres espirituais subordinados e às criaturas materiais dos universos em evolução. A misericórdia é a justiça da Trindade do Paraíso sábia e amorosamente imposta às múltiplas inteligências das criações do tempo e do espaço, já que é formulada pela sabedoria divina e determinada pela mente onisciente e pelo soberano livre arbítrio do Pai Universal e todos os Seus Criadores associados.
5. O Amor de Deus
2:5.1 (38.6) “Deus é amor”; portanto, Sua única atitude pessoal para com os assuntos do universo é sempre uma reação de afeição divina. O Pai ama-nos o suficiente para nos conceder Sua vida. “Ele faz o Seu sol nascer sobre os maus e os bons e envia chuva sobre os justos e os injustos.”
2:5.2 (39.1) É errado pensar em Deus como sendo persuadido a amar os Seus filhos por causa dos sacrifícios dos Seus Filhos ou da intercessão de Suas criaturas subordinadas, “pois o próprio Pai vos ama”. É em resposta a essa afeição paternal que Deus envia os maravilhosos Ajustadores para residir nas mentes dos homens. O amor de Deus é universal; “quem quiser pode vir”. Ele deseja “que todos os homens sejam salvos, entrando no conhecimento da verdade.” Ele “não deseja que alguém pereça”.
2:5.3 (39.2) Os Criadores são os primeiríssimos a tentar salvar o homem dos resultados desastrosos da sua insensata transgressão das leis divinas. O amor de Deus é por natureza uma afeição paterna; por isso Ele às vezes “nos pune para nosso próprio proveito, para que sejamos partícipes de Sua santidade”. Mesmo durante vossas provas de fogo, lembrem-se de que “em todas as nossas aflições Ele aflige-Se conosco”.
2:5.4 (39.3) Deus é divinamente bondoso para com os pecadores. Quando os rebeldes retornam à retidão, eles são recebidos misericordiosamente, “pois nosso Deus perdoará abundantemente”. “Eu sou Aquele que apaga vossas transgressões por Mim Mesmo e não Me lembrarei dos vossos pecados.” “Vede que tipo de amor o Pai nos concedeu para que fôssemos chamados os filhos de Deus”.
2:5.5 (39.4) Afinal, a maior evidência da bondade de Deus e a razão suprema para amá-Lo é o dom interior do Pai – o Ajustador que tão pacientemente aguarda a hora em que vocês dois se tornarão eternamente um. Embora possa não encontrar Deus procurando, se você se submeter ao guiamento do espírito residente, será infalivelmente guiado, passo a passo, vida após vida, através de universo após universo, e era após era, até que finalmente esteja na presença da personalidade do Pai Universal no Paraíso.
2:5.6 (39.5) Quão irracional é que vocês não adorem a Deus porque as limitações da natureza humana e as insuficiências da vossa criação material tornam impossível que vocês O vejam. Entre vocês e Deus há uma distância abissal (espaço físico) a ser percorrida. Da mesma forma existe um grande abismo de diferencial espiritual que tem que ser transposto; mas não obstante tudo o que física e espiritualmente os separa da presença pessoal de Deus no Paraíso, parem e ponderem no fato solene de que Deus vive dentro de vocês; Ele, à Sua maneira, já transpôs o abismo. Ele enviou a Si Mesmo, Seu espírito, para viver em vocês e labutar com vocês enquanto prosseguem na vossa carreira eterna no universo.
2:5.7 (39.6) Acho fácil e agradável adorar Alguém que é tão grandioso e ao mesmo tempo tão afetuosamente devotado ao ministério de elevação de Suas humildes criaturas. Eu amo naturalmente Alguém que é tão poderoso na criação e no controle dela, e que ainda é tão perfeito em benevolência e tão fiel em amorosa generosidade que constantemente nos deslumbra. Acho que eu ainda teria o mesmo amor por Deus mesmo se Ele não fosse tão grandioso nem poderoso, desde que fosse tão bom e misericordioso. Todos nós amamos o Pai mais por causa da Sua natureza do que pelo reconhecimento dos Seus maravilhosos atributos.
2:5.8 (39.7) Quando observo os Filhos Criadores e seus administradores subordinados lutando tão valentemente com as múltiplas dificuldades do tempo inerentes à evolução dos universos do espaço, descubro que tenho por esses governantes menores dos universos uma grande e profunda afeição. Afinal, acho que todos nós, incluindo os mortais dos reinos, amamos o Pai Universal e todos os outros seres, divinos ou humanos, porque discernimos que estas personalidades verdadeiramente nos amam. A experiência de amar é em grande parte uma resposta direta à experiência de ser amado. Sabendo que Deus me ama, devo continuar a amá-Lo supremamente, mesmo que Ele fosse despojado de todos os Seus atributos de supremacia, ultimidade e absolutez.
2:5.9 (40.1) O amor do Pai acompanha-nos agora e por todo o círculo infindável das eras eternas. Ao ponderar sobre a natureza amorosa de Deus, há apenas uma reação razoável e natural da personalidade a isso: vocês amarão cada vez mais o vosso Criador; vocês dedicarão a Deus uma afeição análoga àquela dada por uma criança a um pai terreno; pois, como um pai, um pai real, um pai verdadeiro, ama seus filhos, assim o Pai Universal ama e para sempre busca o bem-estar de Seus filhos e filhas criados.
2:5.10 (40.2) Mas o amor de Deus é uma afeição paterna inteligente e previdente. O amor divino funciona em associação unificada com a sabedoria divina e todas as outras características infinitas da natureza perfeita do Pai Universal. Deus é amor, mas o amor não é Deus. A maior manifestação do amor divino pelos seres mortais é observada na dádiva dos Ajustadores do Pensamento, mas a maior revelação do amor do Pai para convosco é vista na vida de consagração de seu Filho Micael enquanto ele vivia na Terra a vida espiritual ideal. É o Ajustador residente que individualiza o amor de Deus para cada alma humana.
2:5.11 (40.3) Às vezes sinto-me quase mortificado por ser compelido a retratar a afeição divina do Pai celestial pelos Seus filhos do universo empregando o símbolo verbal humano amor. Este termo, embora de fato conote o conceito mais elevado do homem quanto às relações mortais de respeito e devoção, é tão frequentemente designativo de tanto do relacionamento humano que é inteiramente ignóbil e totalmente impróprio para ser conhecido por qualquer palavra que também seja usada para indicar o afeto incomparável do Deus vivo por Suas criaturas do universo! É uma pena que eu não possa fazer uso de algum termo superno e exclusivo que transmitisse à mente do homem a verdadeira natureza e o significado primorosamente belo da afeição divina do Pai do Paraíso.
2:5.12 (40.4) Quando o homem perde de vista o amor de um Deus pessoal, o reino de Deus torna-se meramente o reino do bem. Não obstante a unidade infinita da natureza divina, o amor é a característica dominante de todos os tratos pessoais de Deus com Suas criaturas.
6. A Bondade de Deus
2:6.1 (40.5) No universo físico podemos ver a beleza divina, no mundo intelectual podemos discernir a verdade eterna, mas a bondade de Deus é encontrada apenas no mundo espiritual da experiência religiosa pessoal. Em sua verdadeira essência, a religião é uma fé-confiança na bondade de Deus. Deus pode ser grandioso e absoluto, de alguma forma até inteligente e pessoal, na filosofia, mas na religião Deus também tem que ser moral; Ele tem que ser bom. O homem poderia temer um Deus grandioso, mas ele confia e ama apenas num Deus bom. Esta bondade de Deus é uma parte da personalidade de Deus, e Sua revelação plena surge apenas na experiência religiosa pessoal dos filhos que creem em Deus.
2:6.2 (40.6) A religião implica que o supramundo da natureza do espírito conheça e responda às necessidades fundamentais do mundo humano. A religião evolucionária pode tornar-se ética, mas apenas a religião revelada se torna verdadeira e espiritualmente moral. O conceito antigo de que Deus é uma Deidade dominada por moralidade majestática foi elevado por Jesus àquele nível afetuosamente tocante da moralidade familiar íntima do relacionamento pai-filho, além do qual nada há de mais terno e belo na experiência mortal.
2:6.3 (41.1) A “riqueza da bondade de Deus leva o homem que errou ao arrependimento”. “Toda boa dádiva e toda dádiva perfeita desce do Pai das luzes.” “Deus é bom; Ele é o refúgio eterno das almas dos homens.” “O Senhor Deus é misericordioso e gracioso. Ele é longânime e abundante em bondade e verdade.” “Provem e vejam que o Senhor é bom! Bem-aventurado o homem que Nele confia.” “O Senhor é misericordioso e cheio de compaixão. Ele é o Deus da salvação.” “Ele cura os quebrantados de coração e sara as feridas da alma. Ele é o benfeitor todo-poderoso do homem.”
2:6.4 (41.2) O conceito de Deus como um rei-juiz, embora fomentasse um alto padrão moral e criasse um povo que respeitava a lei como um grupo, deixava o crente individual em uma triste posição de insegurança a respeito do seu status no tempo e na eternidade. Os profetas hebreus posteriores proclamaram Deus como um Pai para Israel; Jesus revelou Deus como o Pai de cada ser humano. O total conceito mortal de Deus está transcendentemente iluminado pela vida de Jesus. O altruísmo é inerente ao amor parental. Deus não ama à maneira de um pai, mas como um pai. Ele é o Pai do Paraíso de todas as personalidades do universo.
2:6.5 (41.3) A retidão implica que Deus é a fonte da lei moral do universo. A verdade exibe Deus como um revelador, como um mestre. Mas o amor dá e anseia por afeto, busca a comunhão compreensiva como a que existe entre pai e filho. A retidão pode ser o pensamento divino, mas o amor é a atitude de um pai. A suposição errônea de que a retidão de Deus era inconciliável com o amor altruísta do Pai celestial, pressupunha a ausência de unidade na natureza da Deidade e levou diretamente à elaboração da doutrina da expiação, que é uma violentação filosófica tanto da unidade quanto do livre arbítrio de Deus.
2:6.6 (41.4) O afetuoso Pai celestial, cujo espírito habita em Seus filhos na Terra, não é uma personalidade dividida – uma de justiça e outra de misericórdia – nem requer um mediador para garantir o favor ou perdão do Pai. A retidão divina não é dominada por rigorosa justiça retributiva; Deus como um pai transcende a Deus como um juiz.
2:6.7 (41.5) Deus nunca fica colérico, vingativo ou zangado. É verdade que a sabedoria muitas vezes restringe Seu amor, enquanto a justiça condiciona Sua misericórdia rejeitada. Seu amor pela retidão não pode deixar de ser exibido como ódio igual pelo pecado. O Pai não é uma personalidade incoerente; a unidade divina é perfeita. Na Trindade do Paraíso há unidade absoluta a despeito das identidades eternas dos coordenados de Deus.
2:6.8 (41.6) Deus ama o pecador e odeia o pecado: tal afirmação é verdadeira filosoficamente, mas Deus é uma personalidade transcendente, e as pessoas só podem amar e odiar outras pessoas. O pecado não é uma pessoa. Deus ama o pecador porque ele é uma realidade da personalidade (potencialmente eterna), enquanto em relação ao pecado Deus não exibe qualquer atitude pessoal, pois o pecado não é uma realidade espiritual; não é pessoal; portanto, somente a justiça de Deus toma conhecimento de sua existência. O amor de Deus salva o pecador; a lei de Deus destrói o pecado. Esta atitude da natureza divina aparentemente mudaria se o pecador finalmente se identificasse por inteiro com o pecado assim como a mesma mente mortal também pode se identificar totalmente com o espírito Ajustador residente. Tal mortal identificado com o pecado se tornaria então inteiramente não-espiritual em natureza (e, portanto, pessoalmente irreal) e experimentaria a final extinção do ser. A irrealidade, mesmo a incompletude da natureza da criatura, não pode existir para sempre em um universo progressivamente real e cada vez mais espiritual.
2:6.9 (42.1) Perante o mundo da personalidade, Deus é revelado como uma pessoa amorosa; perante o mundo espiritual, Ele é um amor pessoal; na experiência religiosa, Ele é ambos. O amor identifica a arbítrio volitivo de Deus. A bondade de Deus assenta na base do livre arbítrio divino – a tendência universal para amar, mostrar misericórdia, manifestar paciência e ministrar perdão.
7. A Verdade e a Beleza Divinas
2:7.1 (42.2) Todo conhecimento finito e entendimento da criatura são relativos. A informação e o conhecimento, obtidos até mesmo de fontes elevadas, são apenas relativamente completos, localmente precisos e pessoalmente verdadeiros.
2:7.2 (42.3) Os fatos físicos são bastante uniformes, mas a verdade é um fator vivo e flexível na filosofia do universo. As personalidades em evolução são apenas parcialmente sábias e relativamente verdadeiras em suas comunicações. Elas podem ter certeza apenas segundo a extensão da sua experiência pessoal. Aquilo que aparentemente pode ser inteiramente verdadeiro em um lugar pode ser apenas relativamente verdadeiro em outro segmento da criação.
2:7.3 (42.4) A verdade divina, a verdade final, é uniforme e universal, mas a história das coisas espirituais, como é contada por numerosos indivíduos vindos de várias esferas, pode às vezes variar em detalhes devido a esta relatividade na completude do conhecimento e na plenitude da experiência pessoal, bem como na duração e extensão dessa experiência. Conquanto as leis e decretos, os pensamentos e atitudes, da Primeira Grande Fonte e Centro sejam eterna, infinita e universalmente verdadeiros; ao mesmo tempo, sua aplicação e ajuste para cada universo, sistema, mundo e inteligência criada estão de acordo com os planos e a técnica dos Filhos Criadores conforme eles funcionam em seus respectivos universos, bem como em harmonia com os planos e procedimentos locais do Espírito Infinito e de todas as outras personalidades celestiais associadas.
2:7.4 (42.5) A falsa ciência do materialismo condenaria o homem mortal a tornar-se um pária no universo. Tal conhecimento parcial é potencialmente maléfico; é conhecimento composto tanto do bem quanto do mal. A verdade é bela porque é tanto completa quanto simétrica. Quando o homem busca a verdade, ele procura o divinamente real.
2:7.5 (42.6) Os filósofos cometem o seu erro mais grave quando são desviados para a falácia da abstração, a prática de focar a atenção em um aspecto da realidade e então de proclamar que esse aspecto isolado é a verdade inteira. O filósofo sábio sempre buscará o projeto criativo que está por trás e é pré-existente a todos os fenômenos do universo. O pensamento criador invariavelmente precede a ação criativa.
2:7.6 (42.7) A autoconsciência intelectual pode descobrir a beleza da verdade, a sua qualidade espiritual, não apenas pela consistência filosófica dos seus conceitos, mas mais certa e seguramente pela resposta infalível do sempre presente Espírito da Verdade. A felicidade decorre do reconhecimento da verdade porque ela pode ser representada; pode ser vivida. Decepção e tristeza acompanham o erro porque, não sendo este uma realidade, não pode ser realizado na experiência. A verdade divina é melhor conhecida pelo seu aroma espiritual.
2:7.7 (42.8) A busca eterna é pela unificação, pela coerência divina. O vasto universo físico é coeso na Ilha do Paraíso; o universo intelectual é coeso no Deus da mente, o Agente Conjunto; o universo espiritual é coerente na personalidade do Filho Eterno. Mas o mortal isolado do tempo e do espaço é coeso em Deus o Pai mediante o relacionamento direto entre o Ajustador do Pensamento residente e o Pai Universal. O Ajustador do homem é um fragmento de Deus e busca eternamente a unificação divina; ele é coerente com a Deidade do Paraíso da Primeira Fonte e Centro e Nela.
2:7.8 (43.1) O discernimento da beleza suprema é a descoberta e integração da realidade: o discernimento da bondade divina na verdade eterna, isso é a beleza última. Até o encanto da arte humana consiste na harmonia de sua unidade.
2:7.9 (43.2) O grande erro da religião hebraica foi não ter conseguido associar a bondade de Deus às verdades factuais da ciência e à atraente beleza da arte. À medida que a civilização progrediu, e uma vez que a religião continuou a seguir o mesmo curso insensato de enfatizar em excesso a bondade de Deus com a exclusão relativa da verdade e negligência da beleza, desenvolveu-se uma tendência crescente para certos tipos de homens se afastarem do conceito abstrato e dissociado de bondade isolada. A moralidade exagerada e isolada da religião moderna, que falha em manter a devoção e lealdade de muitos homens do século 20, se reabilitaria se, além de seus mandados morais, tivesse a mesma consideração pelas verdades da ciência, filosofia e experiência espiritual, e pelas belezas da criação física, o encanto da arte intelectual e a grandiosidade da conquista do caráter genuíno.
2:7.10 (43.3) O desafio religioso desta era é para aqueles homens e mulheres de percepção espiritual visionários e voltados para o futuro que ousarão construir uma filosofia de viver nova e atraente a partir dos conceitos modernos ampliados e primorosamente integrados de verdade cósmica, beleza do universo e bondade divina. Tal visão nova e reta da moralidade atrairá tudo o que é bom na mente do homem e desafiará o que há de melhor na alma humana. Verdade, beleza e bondade são realidades divinas e, à medida que o homem sobe na escala da vida espiritual, estas qualidades supremas do Eterno tornam-se cada vez mais coordenadas e unificadas em Deus, que é amor.
2:7.11 (43.4) Toda verdade – material, filosófica ou espiritual – é tanto bela quanto boa. Toda beleza real – arte material ou simetria espiritual – é tanto verdadeira quanto boa. Toda bondade genuína – seja moralidade pessoal, equidade social ou ministério divino – é igualmente verdadeira e bela. Saúde, sanidade e felicidade são integrações de verdade, beleza e bondade à medida que se fundem na experiência humana. Tais níveis de vida eficiente surgem por meio da unificação de sistemas de energia, sistemas de ideias e sistemas espirituais.
2:7.12 (43.5) A verdade é coerente, a beleza é atraente, a bondade é estabilizadora. E quando estes valores daquilo que é real são coordenados na experiência da personalidade, o resultado é uma ordem elevada de amor condicionado pela sabedoria e qualificado pela lealdade. O propósito real de toda educação no universo é efetuar a melhor coordenação do filho isolado dos mundos com as realidades mais amplas de sua experiência em expansão. A realidade é finita no nível humano, infinita e eterna nos níveis superiores e divinos.
2:7.13 (43.6) [Apresentado por um Conselheiro Divino atuando pela autoridade dos Anciães dos Dias em Uversa.]
Paper 2
The Nature of God
2:0.1 (33.1) INASMUCH as man’s highest possible concept of God is embraced within the human idea and ideal of a primal and infinite personality, it is permissible, and may prove helpful, to study certain characteristics of the divine nature which constitute the character of Deity. The nature of God can best be understood by the revelation of the Father which Michael of Nebadon unfolded in his manifold teachings and in his superb mortal life in the flesh. The divine nature can also be better understood by man if he regards himself as a child of God and looks up to the Paradise Creator as a true spiritual Father.
2:0.2 (33.2) The nature of God can be studied in a revelation of supreme ideas, the divine character can be envisaged as a portrayal of supernal ideals, but the most enlightening and spiritually edifying of all revelations of the divine nature is to be found in the comprehension of the religious life of Jesus of Nazareth, both before and after his attainment of full consciousness of divinity. If the incarnated life of Michael is taken as the background of the revelation of God to man, we may attempt to put in human word symbols certain ideas and ideals concerning the divine nature which may possibly contribute to a further illumination and unification of the human concept of the nature and the character of the personality of the Universal Father.
2:0.3 (33.3) In all our efforts to enlarge and spiritualize the human concept of God, we are tremendously handicapped by the limited capacity of the mortal mind. We are also seriously handicapped in the execution of our assignment by the limitations of language and by the poverty of material which can be utilized for purposes of illustration or comparison in our efforts to portray divine values and to present spiritual meanings to the finite, mortal mind of man. All our efforts to enlarge the human concept of God would be well-nigh futile except for the fact that the mortal mind is indwelt by the bestowed Adjuster of the Universal Father and is pervaded by the Truth Spirit of the Creator Son. Depending, therefore, on the presence of these divine spirits within the heart of man for assistance in the enlargement of the concept of God, I cheerfully undertake the execution of my mandate to attempt the further portrayal of the nature of God to the mind of man.
1. The Infinity of God
2:1.1 (33.4) “Touching the Infinite, we cannot find him out. The divine footsteps are not known.” “His understanding is infinite and his greatness is unsearchable.” The blinding light of the Father’s presence is such that to his lowly creatures he apparently “dwells in the thick darkness.” Not only are his thoughts and plans unsearchable, but “he does great and marvelous things without number.” “God is great; we comprehend him not, neither can the number of his years be searched out.” “Will God indeed dwell on the earth? Behold, the heaven (universe) and the heaven of heavens (universe of universes) cannot contain him.” “How unsearchable are his judgments and his ways past finding out!”
2:1.2 (34.1) “There is but one God, the infinite Father, who is also a faithful Creator.” “The divine Creator is also the Universal Disposer, the source and destiny of souls. He is the Supreme Soul, the Primal Mind, and the Unlimited Spirit of all creation.” “The great Controller makes no mistakes. He is resplendent in majesty and glory.” “The Creator God is wholly devoid of fear and enmity. He is immortal, eternal, self-existent, divine, and bountiful.” “How pure and beautiful, how deep and unfathomable is the supernal Ancestor of all things!” “The Infinite is most excellent in that he imparts himself to men. He is the beginning and the end, the Father of every good and perfect purpose.” “With God all things are possible; the eternal Creator is the cause of causes.”
2:1.3 (34.2) Notwithstanding the infinity of the stupendous manifestations of the Father’s eternal and universal personality, he is unqualifiedly self-conscious of both his infinity and eternity; likewise he knows fully his perfection and power. He is the only being in the universe, aside from his divine co-ordinates, who experiences a perfect, proper, and complete appraisal of himself.
2:1.4 (34.3) The Father constantly and unfailingly meets the need of the differential of demand for himself as it changes from time to time in various sections of his master universe. The great God knows and understands himself; he is infinitely self-conscious of all his primal attributes of perfection. God is not a cosmic accident; neither is he a universe experimenter. The Universe Sovereigns may engage in adventure; the Constellation Fathers may experiment; the system heads may practice; but the Universal Father sees the end from the beginning, and his divine plan and eternal purpose actually embrace and comprehend all the experiments and all the adventures of all his subordinates in every world, system, and constellation in every universe of his vast domains.
2:1.5 (34.4) No thing is new to God, and no cosmic event ever comes as a surprise; he inhabits the circle of eternity. He is without beginning or end of days. To God there is no past, present, or future; all time is present at any given moment. He is the great and only I AM.
2:1.6 (34.5) The Universal Father is absolutely and without qualification infinite in all his attributes; and this fact, in and of itself, automatically shuts him off from all direct personal communication with finite material beings and other lowly created intelligences.
2:1.7 (34.6) And all this necessitates such arrangements for contact and communication with his manifold creatures as have been ordained, first, in the personalities of the Paradise Sons of God, who, although perfect in divinity, also often partake of the nature of the very flesh and blood of the planetary races, becoming one of you and one with you; thus, as it were, God becomes man, as occurred in the bestowal of Michael, who was called interchangeably the Son of God and the Son of Man. And second, there are the personalities of the Infinite Spirit, the various orders of the seraphic hosts and other celestial intelligences who draw near to the material beings of lowly origin and in so many ways minister to them and serve them. And third, there are the impersonal Mystery Monitors, Thought Adjusters, the actual gift of the great God himself sent to indwell such as the humans of Urantia, sent without announcement and without explanation. In endless profusion they descend from the heights of glory to grace and indwell the humble minds of those mortals who possess the capacity for God-consciousness or the potential therefor.
2:1.8 (35.1) In these ways and in many others, in ways unknown to you and utterly beyond finite comprehension, does the Paradise Father lovingly and willingly downstep and otherwise modify, dilute, and attenuate his infinity in order that he may be able to draw nearer the finite minds of his creature children. And so, through a series of personality distributions which are diminishingly absolute, the infinite Father is enabled to enjoy close contact with the diverse intelligences of the many realms of his far-flung universe.
2:1.9 (35.2) All this he has done and now does, and evermore will continue to do, without in the least detracting from the fact and reality of his infinity, eternity, and primacy. And these things are absolutely true, notwithstanding the difficulty of their comprehension, the mystery in which they are enshrouded, or the impossibility of their being fully understood by creatures such as dwell on Urantia.
2:1.10 (35.3) Because the First Father is infinite in his plans and eternal in his purposes, it is inherently impossible for any finite being ever to grasp or comprehend these divine plans and purposes in their fullness. Mortal man can glimpse the Father’s purposes only now and then, here and there, as they are revealed in relation to the outworking of the plan of creature ascension on its successive levels of universe progression. Though man cannot encompass the significance of infinity, the infinite Father does most certainly fully comprehend and lovingly embrace all the finity of all his children in all universes.
2:1.11 (35.4) Divinity and eternity the Father shares with large numbers of the higher Paradise beings, but we question whether infinity and consequent universal primacy is fully shared with any save his co-ordinate associates of the Paradise Trinity. Infinity of personality must, perforce, embrace all finitude of personality; hence the truth—literal truth—of the teaching which declares that “In Him we live and move and have our being.” That fragment of the pure Deity of the Universal Father which indwells mortal man is a part of the infinity of the First Great Source and Center, the Father of Fathers.
2. The Father’s Eternal Perfection
2:2.1 (35.5) Even your olden prophets understood the eternal, never-beginning, never-ending, circular nature of the Universal Father. God is literally and eternally present in his universe of universes. He inhabits the present moment with all his absolute majesty and eternal greatness. “The Father has life in himself, and this life is eternal life.” Throughout the eternal ages it has been the Father who “gives to all life.” There is infinite perfection in the divine integrity. “I am the Lord; I change not.” Our knowledge of the universe of universes discloses not only that he is the Father of lights, but also that in his conduct of interplanetary affairs there “is no variableness neither shadow of changing.” He “declares the end from the beginning.” He says: “My counsel shall stand; I will do all my pleasures” “according to the eternal purpose which I purposed in my Son.” Thus are the plans and purposes of the First Source and Center like himself: eternal, perfect, and forever changeless.
2:2.2 (35.6) There is finality of completeness and perfection of repleteness in the mandates of the Father. “Whatsoever God does, it shall be forever; nothing can be added to it nor anything taken from it.” The Universal Father does not repent of his original purposes of wisdom and perfection. His plans are steadfast, his counsel immutable, while his acts are divine and infallible. “A thousand years in his sight are but as yesterday when it is past and as a watch in the night.” The perfection of divinity and the magnitude of eternity are forever beyond the full grasp of the circumscribed mind of mortal man.
2:2.3 (36.1) The reactions of a changeless God, in the execution of his eternal purpose, may seem to vary in accordance with the changing attitude and the shifting minds of his created intelligences; that is, they may apparently and superficially vary; but underneath the surface and beneath all outward manifestations, there is still present the changeless purpose, the everlasting plan, of the eternal God.
2:2.4 (36.2) Out in the universes, perfection must necessarily be a relative term, but in the central universe and especially on Paradise, perfection is undiluted; in certain phases it is even absolute. Trinity manifestations vary the exhibition of the divine perfection but do not attenuate it.
2:2.5 (36.3) God’s primal perfection consists not in an assumed righteousness but rather in the inherent perfection of the goodness of his divine nature. He is final, complete, and perfect. There is no thing lacking in the beauty and perfection of his righteous character. And the whole scheme of living existences on the worlds of space is centered in the divine purpose of elevating all will creatures to the high destiny of the experience of sharing the Father’s Paradise perfection. God is neither self-centered nor self-contained; he never ceases to bestow himself upon all self-conscious creatures of the vast universe of universes.
2:2.6 (36.4) God is eternally and infinitely perfect, he cannot personally know imperfection as his own experience, but he does share the consciousness of all the experience of imperfectness of all the struggling creatures of the evolutionary universes of all the Paradise Creator Sons. The personal and liberating touch of the God of perfection overshadows the hearts and encircuits the natures of all those mortal creatures who have ascended to the universe level of moral discernment. In this manner, as well as through the contacts of the divine presence, the Universal Father actually participates in the experience with immaturity and imperfection in the evolving career of every moral being of the entire universe.
2:2.7 (36.5) Human limitations, potential evil, are not a part of the divine nature, but mortal experience with evil and all man’s relations thereto are most certainly a part of God’s ever-expanding self-realization in the children of time—creatures of moral responsibility who have been created or evolved by every Creator Son going out from Paradise.
3. Justice and Righteousness
2:3.1 (36.6) God is righteous; therefore is he just. “The Lord is righteous in all his ways.” “‘I have not done without cause all that I have done,’ says the Lord.” “The judgments of the Lord are true and righteous altogether.” The justice of the Universal Father cannot be influenced by the acts and performances of his creatures, “for there is no iniquity with the Lord our God, no respect of persons, no taking of gifts.”
2:3.2 (36.7) How futile to make puerile appeals to such a God to modify his changeless decrees so that we can avoid the just consequences of the operation of his wise natural laws and righteous spiritual mandates! “Be not deceived; God is not mocked, for whatsoever a man sows that shall he also reap.” True, even in the justice of reaping the harvest of wrongdoing, this divine justice is always tempered with mercy. Infinite wisdom is the eternal arbiter which determines the proportions of justice and mercy which shall be meted out in any given circumstance. The greatest punishment (in reality an inevitable consequence) for wrongdoing and deliberate rebellion against the government of God is loss of existence as an individual subject of that government. The final result of wholehearted sin is annihilation. In the last analysis, such sin-identified individuals have destroyed themselves by becoming wholly unreal through their embrace of iniquity. The factual disappearance of such a creature is, however, always delayed until the ordained order of justice current in that universe has been fully complied with.
2:3.3 (37.1) Cessation of existence is usually decreed at the dispensational or epochal adjudication of the realm or realms. On a world such as Urantia it comes at the end of a planetary dispensation. Cessation of existence can be decreed at such times by co-ordinate action of all tribunals of jurisdiction, extending from the planetary council up through the courts of the Creator Son to the judgment tribunals of the Ancients of Days. The mandate of dissolution originates in the higher courts of the superuniverse following an unbroken confirmation of the indictment originating on the sphere of the wrongdoer’s residence; and then, when sentence of extinction has been confirmed on high, the execution is by the direct act of those judges residential on, and operating from, the headquarters of the superuniverse.
2:3.4 (37.2) When this sentence is finally confirmed, the sin-identified being instantly becomes as though he had not been. There is no resurrection from such a fate; it is everlasting and eternal. The living energy factors of identity are resolved by the transformations of time and the metamorphoses of space into the cosmic potentials whence they once emerged. As for the personality of the iniquitous one, it is deprived of a continuing life vehicle by the creature’s failure to make those choices and final decisions which would have assured eternal life. When the continued embrace of sin by the associated mind culminates in complete self-identification with iniquity, then upon the cessation of life, upon cosmic dissolution, such an isolated personality is absorbed into the oversoul of creation, becoming a part of the evolving experience of the Supreme Being. Never again does it appear as a personality; its identity becomes as though it had never been. In the case of an Adjuster-indwelt personality, the experiential spirit values survive in the reality of the continuing Adjuster.
2:3.5 (37.3) In any universe contest between actual levels of reality, the personality of the higher level will ultimately triumph over the personality of the lower level. This inevitable outcome of universe controversy is inherent in the fact that divinity of quality equals the degree of reality or actuality of any will creature. Undiluted evil, complete error, willful sin, and unmitigated iniquity are inherently and automatically suicidal. Such attitudes of cosmic unreality can survive in the universe only because of transient mercy-tolerance pending the action of the justice-determining and fairness-finding mechanisms of the universe tribunals of righteous adjudication.
2:3.6 (37.4) The rule of the Creator Sons in the local universes is one of creation and spiritualization. These Sons devote themselves to the effective execution of the Paradise plan of progressive mortal ascension, to the rehabilitation of rebels and wrong thinkers, but when all such loving efforts are finally and forever rejected, the final decree of dissolution is executed by forces acting under the jurisdiction of the Ancients of Days.
4. The Divine Mercy
2:4.1 (38.1) Mercy is simply justice tempered by that wisdom which grows out of perfection of knowledge and the full recognition of the natural weaknesses and environmental handicaps of finite creatures. “Our God is full of compassion, gracious, long-suffering, and plenteous in mercy.” Therefore “whosoever calls upon the Lord shall be saved,” “for he will abundantly pardon.” “The mercy of the Lord is from everlasting to everlasting”; yes, “his mercy endures forever.” “I am the Lord who executes loving-kindness, judgment, and righteousness in the earth, for in these things I delight.” “I do not afflict willingly nor grieve the children of men,” for I am “the Father of mercies and the God of all comfort.”
2:4.2 (38.2) God is inherently kind, naturally compassionate, and everlastingly merciful. And never is it necessary that any influence be brought to bear upon the Father to call forth his loving-kindness. The creature’s need is wholly sufficient to insure the full flow of the Father’s tender mercies and his saving grace. Since God knows all about his children, it is easy for him to forgive. The better man understands his neighbor, the easier it will be to forgive him, even to love him.
2:4.3 (38.3) Only the discernment of infinite wisdom enables a righteous God to minister justice and mercy at the same time and in any given universe situation. The heavenly Father is never torn by conflicting attitudes towards his universe children; God is never a victim of attitudinal antagonisms. God’s all-knowingness unfailingly directs his free will in the choosing of that universe conduct which perfectly, simultaneously, and equally satisfies the demands of all his divine attributes and the infinite qualities of his eternal nature.
2:4.4 (38.4) Mercy is the natural and inevitable offspring of goodness and love. The good nature of a loving Father could not possibly withhold the wise ministry of mercy to each member of every group of his universe children. Eternal justice and divine mercy together constitute what in human experience would be called fairness.
2:4.5 (38.5) Divine mercy represents a fairness technique of adjustment between the universe levels of perfection and imperfection. Mercy is the justice of Supremacy adapted to the situations of the evolving finite, the righteousness of eternity modified to meet the highest interests and universe welfare of the children of time. Mercy is not a contravention of justice but rather an understanding interpretation of the demands of supreme justice as it is fairly applied to the subordinate spiritual beings and to the material creatures of the evolving universes. Mercy is the justice of the Paradise Trinity wisely and lovingly visited upon the manifold intelligences of the creations of time and space as it is formulated by divine wisdom and determined by the all-knowing mind and the sovereign free will of the Universal Father and all his associated Creators.
5. The Love of God
2:5.1 (38.6) “God is love”; therefore his only personal attitude towards the affairs of the universe is always a reaction of divine affection. The Father loves us sufficiently to bestow his life upon us. “He makes his sun to rise on the evil and on the good and sends rain on the just and on the unjust.”
2:5.2 (39.1) It is wrong to think of God as being coaxed into loving his children because of the sacrifices of his Sons or the intercession of his subordinate creatures, “for the Father himself loves you.” It is in response to this paternal affection that God sends the marvelous Adjusters to indwell the minds of men. God’s love is universal; “whosoever will may come.” He would “have all men be saved by coming into the knowledge of the truth.” He is “not willing that any should perish.”
2:5.3 (39.2) The Creators are the very first to attempt to save man from the disastrous results of his foolish transgression of the divine laws. God’s love is by nature a fatherly affection; therefore does he sometimes “chasten us for our own profit, that we may be partakers of his holiness.” Even during your fiery trials remember that “in all our afflictions he is afflicted with us.”
2:5.4 (39.3) God is divinely kind to sinners. When rebels return to righteousness, they are mercifully received, “for our God will abundantly pardon.” “I am he who blots out your transgressions for my own sake, and I will not remember your sins.” “Behold what manner of love the Father has bestowed upon us that we should be called the sons of God.”
2:5.5 (39.4) After all, the greatest evidence of the goodness of God and the supreme reason for loving him is the indwelling gift of the Father—the Adjuster who so patiently awaits the hour when you both shall be eternally made one. Though you cannot find God by searching, if you will submit to the leading of the indwelling spirit, you will be unerringly guided, step by step, life by life, through universe upon universe, and age by age, until you finally stand in the presence of the Paradise personality of the Universal Father.
2:5.6 (39.5) How unreasonable that you should not worship God because the limitations of human nature and the handicaps of your material creation make it impossible for you to see him. Between you and God there is a tremendous distance (physical space) to be traversed. There likewise exists a great gulf of spiritual differential which must be bridged; but notwithstanding all that physically and spiritually separates you from the Paradise personal presence of God, stop and ponder the solemn fact that God lives within you; he has in his own way already bridged the gulf. He has sent of himself, his spirit, to live in you and to toil with you as you pursue your eternal universe career.
2:5.7 (39.6) I find it easy and pleasant to worship one who is so great and at the same time so affectionately devoted to the uplifting ministry of his lowly creatures. I naturally love one who is so powerful in creation and in the control thereof, and yet who is so perfect in goodness and so faithful in the loving-kindness which constantly overshadows us. I think I would love God just as much if he were not so great and powerful, as long as he is so good and merciful. We all love the Father more because of his nature than in recognition of his amazing attributes.
2:5.8 (39.7) When I observe the Creator Sons and their subordinate administrators struggling so valiantly with the manifold difficulties of time inherent in the evolution of the universes of space, I discover that I bear these lesser rulers of the universes a great and profound affection. After all, I think we all, including the mortals of the realms, love the Universal Father and all other beings, divine or human, because we discern that these personalities truly love us. The experience of loving is very much a direct response to the experience of being loved. Knowing that God loves me, I should continue to love him supremely, even though he were divested of all his attributes of supremacy, ultimacy, and absoluteness.
2:5.9 (40.1) The Father’s love follows us now and throughout the endless circle of the eternal ages. As you ponder the loving nature of God, there is only one reasonable and natural personality reaction thereto: You will increasingly love your Maker; you will yield to God an affection analogous to that given by a child to an earthly parent; for, as a father, a real father, a true father, loves his children, so the Universal Father loves and forever seeks the welfare of his created sons and daughters.
2:5.10 (40.2) But the love of God is an intelligent and farseeing parental affection. The divine love functions in unified association with divine wisdom and all other infinite characteristics of the perfect nature of the Universal Father. God is love, but love is not God. The greatest manifestation of the divine love for mortal beings is observed in the bestowal of the Thought Adjusters, but your greatest revelation of the Father’s love is seen in the bestowal life of his Son Michael as he lived on earth the ideal spiritual life. It is the indwelling Adjuster who individualizes the love of God to each human soul.
2:5.11 (40.3) At times I am almost pained to be compelled to portray the divine affection of the heavenly Father for his universe children by the employment of the human word symbol love. This term, even though it does connote man’s highest concept of the mortal relations of respect and devotion, is so frequently designative of so much of human relationship that is wholly ignoble and utterly unfit to be known by any word which is also used to indicate the matchless affection of the living God for his universe creatures! How unfortunate that I cannot make use of some supernal and exclusive term which would convey to the mind of man the true nature and exquisitely beautiful significance of the divine affection of the Paradise Father.
2:5.12 (40.4) When man loses sight of the love of a personal God, the kingdom of God becomes merely the kingdom of good. Notwithstanding the infinite unity of the divine nature, love is the dominant characteristic of all God’s personal dealings with his creatures.
6. The Goodness of God
2:6.1 (40.5) In the physical universe we may see the divine beauty, in the intellectual world we may discern eternal truth, but the goodness of God is found only in the spiritual world of personal religious experience. In its true essence, religion is a faith-trust in the goodness of God. God could be great and absolute, somehow even intelligent and personal, in philosophy, but in religion God must also be moral; he must be good. Man might fear a great God, but he trusts and loves only a good God. This goodness of God is a part of the personality of God, and its full revelation appears only in the personal religious experience of the believing sons of God.
2:6.2 (40.6) Religion implies that the superworld of spirit nature is cognizant of, and responsive to, the fundamental needs of the human world. Evolutionary religion may become ethical, but only revealed religion becomes truly and spiritually moral. The olden concept that God is a Deity dominated by kingly morality was upstepped by Jesus to that affectionately touching level of intimate family morality of the parent-child relationship, than which there is none more tender and beautiful in mortal experience.
2:6.3 (41.1) The “richness of the goodness of God leads erring man to repentance.” “Every good gift and every perfect gift comes down from the Father of lights.” “God is good; he is the eternal refuge of the souls of men.” “The Lord God is merciful and gracious. He is long-suffering and abundant in goodness and truth.” “Taste and see that the Lord is good! Blessed is the man who trusts him.” “The Lord is gracious and full of compassion. He is the God of salvation.” “He heals the brokenhearted and binds up the wounds of the soul. He is man’s all-powerful benefactor.”
2:6.4 (41.2) The concept of God as a king-judge, although it fostered a high moral standard and created a law-respecting people as a group, left the individual believer in a sad position of insecurity respecting his status in time and in eternity. The later Hebrew prophets proclaimed God to be a Father to Israel; Jesus revealed God as the Father of each human being. The entire mortal concept of God is transcendently illuminated by the life of Jesus. Selflessness is inherent in parental love. God loves not like a father, but as a father. He is the Paradise Father of every universe personality.
2:6.5 (41.3) Righteousness implies that God is the source of the moral law of the universe. Truth exhibits God as a revealer, as a teacher. But love gives and craves affection, seeks understanding fellowship such as exists between parent and child. Righteousness may be the divine thought, but love is a father’s attitude. The erroneous supposition that the righteousness of God was irreconcilable with the selfless love of the heavenly Father, presupposed absence of unity in the nature of Deity and led directly to the elaboration of the atonement doctrine, which is a philosophic assault upon both the unity and the free-willness of God.
2:6.6 (41.4) The affectionate heavenly Father, whose spirit indwells his children on earth, is not a divided personality—one of justice and one of mercy—neither does it require a mediator to secure the Father’s favor or forgiveness. Divine righteousness is not dominated by strict retributive justice; God as a father transcends God as a judge.
2:6.7 (41.5) God is never wrathful, vengeful, or angry. It is true that wisdom does often restrain his love, while justice conditions his rejected mercy. His love of righteousness cannot help being exhibited as equal hatred for sin. The Father is not an inconsistent personality; the divine unity is perfect. In the Paradise Trinity there is absolute unity despite the eternal identities of the co-ordinates of God.
2:6.8 (41.6) God loves the sinner and hates the sin: such a statement is true philosophically, but God is a transcendent personality, and persons can only love and hate other persons. Sin is not a person. God loves the sinner because he is a personality reality (potentially eternal), while towards sin God strikes no personal attitude, for sin is not a spiritual reality; it is not personal; therefore does only the justice of God take cognizance of its existence. The love of God saves the sinner; the law of God destroys the sin. This attitude of the divine nature would apparently change if the sinner finally identified himself wholly with sin just as the same mortal mind may also fully identify itself with the indwelling spirit Adjuster. Such a sin-identified mortal would then become wholly unspiritual in nature (and therefore personally unreal) and would experience eventual extinction of being. Unreality, even incompleteness of creature nature, cannot exist forever in a progressingly real and increasingly spiritual universe.
2:6.9 (42.1) Facing the world of personality, God is discovered to be a loving person; facing the spiritual world, he is a personal love; in religious experience he is both. Love identifies the volitional will of God. The goodness of God rests at the bottom of the divine free-willness—the universal tendency to love, show mercy, manifest patience, and minister forgiveness.
7. Divine Truth and Beauty
2:7.1 (42.2) All finite knowledge and creature understanding are relative. Information and intelligence, gleaned from even high sources, is only relatively complete, locally accurate, and personally true.
2:7.2 (42.3) Physical facts are fairly uniform, but truth is a living and flexible factor in the philosophy of the universe. Evolving personalities are only partially wise and relatively true in their communications. They can be certain only as far as their personal experience extends. That which apparently may be wholly true in one place may be only relatively true in another segment of creation.
2:7.3 (42.4) Divine truth, final truth, is uniform and universal, but the story of things spiritual, as it is told by numerous individuals hailing from various spheres, may sometimes vary in details owing to this relativity in the completeness of knowledge and in the repleteness of personal experience as well as in the length and extent of that experience. While the laws and decrees, the thoughts and attitudes, of the First Great Source and Center are eternally, infinitely, and universally true; at the same time, their application to, and adjustment for, every universe, system, world, and created intelligence, are in accordance with the plans and technique of the Creator Sons as they function in their respective universes, as well as in harmony with the local plans and procedures of the Infinite Spirit and of all other associated celestial personalities.
2:7.4 (42.5) The false science of materialism would sentence mortal man to become an outcast in the universe. Such partial knowledge is potentially evil; it is knowledge composed of both good and evil. Truth is beautiful because it is both replete and symmetrical. When man searches for truth, he pursues the divinely real.
2:7.5 (42.6) Philosophers commit their gravest error when they are misled into the fallacy of abstraction, the practice of focusing the attention upon one aspect of reality and then of pronouncing such an isolated aspect to be the whole truth. The wise philosopher will always look for the creative design which is behind, and pre-existent to, all universe phenomena. The creator thought invariably precedes creative action.
2:7.6 (42.7) Intellectual self-consciousness can discover the beauty of truth, its spiritual quality, not only by the philosophic consistency of its concepts, but more certainly and surely by the unerring response of the ever-present Spirit of Truth. Happiness ensues from the recognition of truth because it can be acted out; it can be lived. Disappointment and sorrow attend upon error because, not being a reality, it cannot be realized in experience. Divine truth is best known by its spiritual flavor.
2:7.7 (42.8) The eternal quest is for unification, for divine coherence. The far-flung physical universe coheres in the Isle of Paradise; the intellectual universe coheres in the God of mind, the Conjoint Actor; the spiritual universe is coherent in the personality of the Eternal Son. But the isolated mortal of time and space coheres in God the Father through the direct relationship between the indwelling Thought Adjuster and the Universal Father. Man’s Adjuster is a fragment of God and everlastingly seeks for divine unification; it coheres with, and in, the Paradise Deity of the First Source and Center.
2:7.8 (43.1) The discernment of supreme beauty is the discovery and integration of reality: The discernment of the divine goodness in the eternal truth, that is ultimate beauty. Even the charm of human art consists in the harmony of its unity.
2:7.9 (43.2) The great mistake of the Hebrew religion was its failure to associate the goodness of God with the factual truths of science and the appealing beauty of art. As civilization progressed, and since religion continued to pursue the same unwise course of overemphasizing the goodness of God to the relative exclusion of truth and neglect of beauty, there developed an increasing tendency for certain types of men to turn away from the abstract and dissociated concept of isolated goodness. The overstressed and isolated morality of modern religion, which fails to hold the devotion and loyalty of many twentieth-century men, would rehabilitate itself if, in addition to its moral mandates, it would give equal consideration to the truths of science, philosophy, and spiritual experience, and to the beauties of the physical creation, the charm of intellectual art, and the grandeur of genuine character achievement.
2:7.10 (43.3) The religious challenge of this age is to those farseeing and forward-looking men and women of spiritual insight who will dare to construct a new and appealing philosophy of living out of the enlarged and exquisitely integrated modern concepts of cosmic truth, universe beauty, and divine goodness. Such a new and righteous vision of morality will attract all that is good in the mind of man and challenge that which is best in the human soul. Truth, beauty, and goodness are divine realities, and as man ascends the scale of spiritual living, these supreme qualities of the Eternal become increasingly co-ordinated and unified in God, who is love.
2:7.11 (43.4) All truth—material, philosophic, or spiritual—is both beautiful and good. All real beauty—material art or spiritual symmetry—is both true and good. All genuine goodness—whether personal morality, social equity, or divine ministry—is equally true and beautiful. Health, sanity, and happiness are integrations of truth, beauty, and goodness as they are blended in human experience. Such levels of efficient living come about through the unification of energy systems, idea systems, and spirit systems.
2:7.12 (43.5) Truth is coherent, beauty attractive, goodness stabilizing. And when these values of that which is real are co-ordinated in personality experience, the result is a high order of love conditioned by wisdom and qualified by loyalty. The real purpose of all universe education is to effect the better co-ordination of the isolated child of the worlds with the larger realities of his expanding experience. Reality is finite on the human level, infinite and eternal on the higher and divine levels.
2:7.13 (43.6) [Presented by a Divine Counselor acting by authority of the Ancients of Days on Uversa.]
Documento 2
A Natureza de Deus
2:0.1 (33.1) CONSIDERANDO que o conceito mais elevado possível que o homem pode fazer de Deus está abrangido na idéia e no ideal humano de uma personalidade primordial e infinita, torna-se admissível e mesmo útil, estudar certas características da natureza divina que constituem o caráter da Deidade. O melhor modo de compreender a natureza de Deus é pela revelação do Pai, tal como desenvolvida por Michael de Nébadon nos seus múltiplos ensinamentos e na magnífica qualidade da sua vida mortal na carne. O homem pode compreender melhor ainda a natureza divina, também, se ele considerar a si próprio como um filho de Deus e admirar o Criador do Paraíso como um verdadeiro Pai Espiritual.
2:0.2 (33.2) A natureza de Deus pode ser estudada por meio de uma revelação de idéias supremas; o caráter divino pode ser considerado uma representação de ideais supernos; no entanto, a revelação mais esclarecedora e espiritualmente edificante da natureza divina é encontrada na compreensão da vida religiosa de Jesus de Nazaré, tanto antes quanto depois de haver atingido a plena consciência da sua divindade. Se tomarmos a vida encarnada de Michael como a própria base da revelação de Deus ao homem, podemos tentar expressar por meio de símbolos verbais humanos certas idéias e ideais a respeito da natureza divina, os quais irão contribuir certamente para uma futura iluminação e unificação do conceito humano da natureza e do caráter da personalidade do Pai Universal.
2:0.3 (33.3) Todos os nossos esforços para ampliar e espiritualizar o conceito que os humanos têm de Deus se deparam com o imenso obstáculo da capacidade limitada da mente mortal. No cumprimento do nosso desígnio, da mesma forma, as limitações de linguagem e a pobreza do material que pode ser utilizado, no propósito de ilustrar ou de comparar, também prejudicam seriamente os nossos esforços de retratar os valores divinos e apresentar os significados espirituais à mente finita e mortal do homem. Os nossos esforços para ampliar o conceito humano de Deus seriam quase todos improfícuos, não fosse o fato de a mente mortal ser residida pelo Ajustador outorgado pelo Pai Universal e de estar impregnada pelo Espírito da Verdade, do Filho Criador. Dependendo, portanto, da presença desses espíritos divinos, dentro do coração do homem, para que o assistam na ampliação do conceito de Deus, eu empreendo, com alegria, a execução do meu mandado, que é tentar fazer uma descrição mais ampla da natureza de Deus para a mente do homem.
1. A Infinitude de Deus
2:1.1 (33.4) “Ainda que no limiar do infinito, não podemos encontrá-Lo. Os passos divinos não são conhecidos.” “A Sua compreensão é infinita e a Sua grandeza é insondável.” A luz ofuscante da presença do Pai é tamanha, para as Suas criaturas mais baixas, que Ele aparentemente “habita na escuridão espessa”. Não apenas os Seus pensamentos e planos são inescrutáveis, mas “Ele faz um sem número de coisas grandes e maravilhosas.” “Deus é grande; não O compreendemos; nem pode o número dos Seus anos ser contado.” “Deus habitará de fato a Terra? Observai, o céu (o universo) e o céu dos céus (o universo dos universos) não podem contê-Lo.” “Quão insondáveis são os Seus julgamentos e quão indecifráveis os seus caminhos!”
2:1.2 (34.1) “Não há senão um Deus, o Pai Infinito, que também é o Criador fiel.”“O Criador Divino é também o Ordenador Universal, é a fonte e o destino das almas. Ele é a Alma Suprema, a Mente Primordial e o Espírito Ilimitado de toda criação.”“O grande Controlador não comete erros. Ele é resplandecente em majestade e glória.” “O Deus Criador é totalmente desprovido de medo e de inimizade. Ele é imortal, eterno, auto-existente, divino e magnânimo.” “Quão puro e belo, quão profundo e insondável é o superno Ancestral de todas as coisas!” “O Infinito é ainda mais excelente, pois reparte a Si próprio com os homens. Ele é o começo e o fim, o Pai de todo propósito bom e perfeito.” “Com Deus todas as coisas são possíveis; o Criador eterno é a Causa das causas.”
2:1.3 (34.2) Não obstante a infinitude das manifestações estupendas, da personalidade eterna e universal do Pai, Ele é irrestritamente consciente tanto da Sua eternidade quanto da Sua infinitude; do mesmo modo, Ele conhece totalmente a Própria perfeição e poder. Ele é o único ser no universo, além dos Seus coordenados divinos, a experimentar uma avaliação apropriada, perfeita e completa de Si próprio.
2:1.4 (34.3) O Pai satisfaz, constante e infalivelmente, às diferentes necessidades de demanda de Si próprio, à medida que essa necessidade vai se alterando, de tempos em tempos, nas várias partes do Seu universo-mestre. O grande Deus conhece e entende a Si próprio; Ele é infinitamente consciente de todos os Seus atributos primordiais de perfeição. Deus não é um acidente cósmico; nem é um experimentador do universo. Os Soberanos do Universo podem empreender aventuras, os Pais da Constelação podem fazer experimentos; os líderes dos sistemas podem exercitar-se; mas o Pai Universal pode ver o fim, a partir do princípio; e o Seu plano divino e propósito eterno, de fato, abrangem e compreendem todos os experimentos e todas as aventuras, de todos os Seus subordinados, em cada mundo, sistema e constelação de todos os universos dos Seus imensos domínios.
2:1.5 (34.4) Nada é novo para Deus e nenhum evento cósmico jamais surge como uma surpresa; Ele habita o círculo da eternidade. Os Seus dias não têm princípio nem fim. Para Deus não há passado, presente ou futuro; todo tempo é presente, em qualquer instante. É Ele o grande e único EU SOU.
2:1.6 (34.5) O Pai Universal é infinito, absolutamente e sem quaisquer reservas, em todos os Seus atributos; e esse fato, em si e por si mesmo, isola-O, automaticamente, de toda comunicação pessoal direta com os seres materiais finitos e outras inteligências inferiores criadas.
2:1.7 (34.6) E sendo assim, pois, tudo isso necessita de arranjos tais para os Seus contatos e a comunicação com as Suas múltiplas criaturas; e por isso ficou estabelecido, em primeiro lugar, o papel das personalidades dos Filhos de Deus no Paraíso, as quais, ainda que perfeitas em divindade, também participam, muitas vezes, da própria natureza do sangue e da carne das raças planetárias, tornando-se um de vós e um convosco; e desse modo Deus se faz homem, como ocorreu na outorga de Michael, que foi chamado intermitentemente de Filho de Deus e Filho do Homem. Em segundo lugar está a existência das personalidades do Espírito Infinito, as várias ordens de hostes seráficas e de outras inteligências celestes, que se aproximam dos seres materiais de origem inferior para ministrar-lhes ensinamentos e servir a eles, de tantas maneiras. E, em terceiro lugar, contamos com a existência dos Monitores Misteriosos impessoais, os Ajustadores do Pensamento, autênticas dádivas do grande Deus, Ele próprio, enviadas sem anunciação nem explicação, para residir em seres como os humanos de Urântia. Em profusão sem fim, eles descem das alturas da glória para conferir graças e residir nas mentes humildes daqueles mortais que apresentam capacidade de conhecer a Deus ou que têm potencialidade para realizar isso.
2:1.8 (35.1) Dessas maneiras e de muitas outras, desconhecidas para vós e muito além da vossa compreensão finita, o Pai do Paraíso, voluntária e amorosamente condescende e, de várias formas, modifica, dilui e atenua a Sua infinitude, de modo a poder chegar mais perto das mentes finitas das Suas criaturas, os Seus filhos. E assim, por meio de uma série de distribuições de personalidade, em um grau cada vez menos absoluto, o Pai infinito capacita-Se para desfrutar de um contato estreito com as diversas inteligências dos muitos reinos do Seu vasto universo.
2:1.9 (35.2) Tudo isso Ele fez, faz agora e continuará a fazer para sempre, sem a mínima redução, de fato e de realidade, na Sua infinitude, eternidade e primazia. E essas coisas são absolutamente verdadeiras, não obstante a dificuldade de compreendê-las; e apesar do mistério em que estão envolvidas, e ainda, apesar da impossibilidade de serem inteiramente compreendidas pelas criaturas, como as que residem em Urântia.
2:1.10 (35.3) Posto que o Primeiro Pai é infinito, nos Seus planos, e eterno, nos Seus propósitos torna-se inerentemente impossível para qualquer ser finito, alcançar ou compreender algum dia esses planos e propósitos divinos na sua plenitude. Apenas de quando em quando, o homem mortal pode vislumbrar os propósitos do Pai, da forma como são revelados, aqui e acolá, em relação ao desenvolvimento do plano de ascensão da criatura, em níveis sucessivos na sua progressão no universo. Embora o homem não possa compreender, na sua totalidade, o que significa a infinitude, o Pai infinito por certo compreende plenamente, e abraça amorosamente a natureza finita de todos os Seus filhos, em todos os universos.
2:1.11 (35.4) A divindade e a eternidade, o Pai as compartilha com um grande número de seres superiores do Paraíso; questionamos, todavia, se a infinitude e a conseqüente primazia universal seriam plenamente compartilhadas com qualquer deles além dos Seus coligados coordenados dentro da Trindade do Paraíso. A infinitude da personalidade deve, forçosamente, abranger toda a finitude da personalidade; e daí provém a verdade — a verdade literal — do ensinamento que afirma “Nele vivemos e movemos-nos e temos o nosso ser”. E o fragmento de pura Deidade, do Pai Universal, que reside no homem mortal, é uma parte da infinitude da Primeira Grande Fonte e Centro, o Pai dos Pais.
2. A Perfeição Eterna do Pai
2:2.1 (35.5) Mesmo os vossos antigos profetas compreenderam a natureza circular eterna, sem princípio nem fim, do Pai Universal. Verdadeira e eternamente, Deus está presente no Seu universo dos universos. Ele habita o momento presente, com toda a Sua majestade absoluta e eterna grandeza. “O Pai tem vida em Si próprio, e essa vida é a vida eterna.” Através das idades eternas, tem sido o Pai que “a todos dá a vida”. Há perfeição infinita na integridade divina. “Eu sou o Senhor; Eu não mudo.” O nosso conhecimento do universo dos universos desvela que Ele não é apenas o Pai das luzes, mas também que na Sua condução dos assuntos interplanetários “não há variabilidade, sequer uma sombra de mudança”. “Do princípio, Ele prediz o fim”. Ele diz: “O Meu conselho perdurará; Eu farei tudo o que Me aprouver”, “de acordo com o propósito eterno que Me propus no Meu Filho”. Assim são os planos e os propósitos da Primeira Fonte e Centro, como é Ela própria: eterna, perfeita e, para sempre, imutável.
2:2.2 (35.6) Nos mandados do Pai há a integridade final e a perfeição da plenitude. “Tudo o que Deus faz, será para sempre; nada pode ser acrescentado e nada pode ser retirado.” O Pai Universal não Se arrepende dos Seus propósitos originais de sabedoria e de perfeição. Os Seus planos são firmes, o Seu parecer imutável, enquanto os Seus atos são divinos e infalíveis. “Mil anos diante dos Seus olhos são apenas como o passar do dia de ontem ou como a vigília de uma noite.” A perfeição da divindade e a magnitude da eternidade estão, para sempre, além de uma apreensão completa da mente limitada do homem mortal.
2:2.3 (36.1) As reações de um Deus imutável, no cumprimento do Seu propósito eterno, podem parecer variar de acordo com a atitude mutável e as mentes cambiantes das suas inteligências criadas, quer dizer, elas podem variar, aparente e superficialmente; sob a superfície e no fundo de todas as manifestações aparentes, contudo, permanece ainda presente o propósito imutável, o plano perpétuo do Deus eterno.
2:2.4 (36.2) Nos universos afora, a perfeição deve necessariamente ser um termo relativo, mas, no universo central e, especialmente no Paraíso, a perfeição não é diluída; em certos domínios até mesmo é absoluta. As manifestações da Trindade fazem variar a exibição da perfeição divina, mas não a atenuam.
2:2.5 (36.3) A perfeição primordial de Deus não consiste em uma retidão presumida, mas sim na perfeição inerente à bondade da Sua natureza divina. Ele é final, completo e perfeito. Nada há que falte à beleza e à perfeição do Seu caráter reto. E todo esquema de existências vivas, nos mundos do espaço, é centrado no propósito divino de elevação das criaturas de vontade, até o alto destino da experiência de compartilhar da perfeição do Pai no Paraíso. Deus não é autocentrado nem autocontido; Ele nunca cessa de conferir-Se a todas as criaturas conscientes do vastíssimo universo dos universos.
2:2.6 (36.4) Deus é eterna e infinitamente perfeito, Ele não pode conhecer a imperfeição como uma experiência Sua, propriamente, no entanto, Ele compartilha da consciência de toda a experiência de imperfeição, de todas as criaturas em luta, em todos universos evolucionários, dos Filhos Criadores do Paraíso. O toque pessoal e libertador do Deus da perfeição paira sobre os corações e, no Seu circuito, abrange as naturezas de todas as criaturas mortais que ascenderam no universo até o nível do discernimento moral. Desse modo, tanto quanto por meio dos contatos da divina presença, o Pai Universal participa efetivamente da experiência com a imaturidade e com a imperfeição, na carreira evolutiva de todos os seres mortais no universo inteiro.
2:2.7 (36.5) As limitações humanas e o mal em potencial não fazem parte da natureza divina, mas a experiência mortal e todas as relações do homem com o mal, certamente, são uma parte da auto-realização sempre expansiva de Deus, nos filhos do tempo — criaturas de responsabilidade moral que têm sido criadas ou que evoluíram por intermédio de todos os Filhos Criadores que vêm do Paraíso.
3. A Justiça e a Retidão
2:3.1 (36.6) Deus é reto, portanto, é justo. “O Senhor é reto, em todos os Seus caminhos.” “‘De tudo o que fiz, nada foi sem uma causa’, diz o Senhor”. “Os juízos do Senhor são totalmente verdadeiros e corretos.” A justiça do Pai Universal não pode ser influenciada por atos nem realizações das Suas criaturas, “pois não há iniqüidade no Senhor, nosso Deus; não há favorecimento de pessoas, nem aceitação de oferendas”.
2:3.2 (36.7) Quão fútil é fazer apelos pueris a este Deus, para que modifique os Seus decretos imutáveis, de modo a evitar as justas conseqüências da ação das Suas leis naturais e mandados espirituais retos! “Não vos enganeis; não se pode zombar de Deus; pois, do que semeardes, daquilo também colhereis.” Mas é verdade que, mesmo na justiça que vem da colheita plantada pelo erro, a justiça divina ainda tem a misericórdia a temperá-la. A sabedoria infinita é o árbitro eterno que determina as proporções da justiça e da misericórdia, a serem dispensadas em qualquer circunstância. A maior punição (na realidade, uma conseqüência inevitável) para o erro e a rebelião deliberados, contra o governo de Deus, é a perda da existência, como súdito individual do Seu governo. O resultado final do pecado pleno e deliberado é o aniquilamento. Em última análise, os indivíduos identificados com o pecado já destruíram a si próprios, ao tornarem-se inteiramente irreais por meio da adoção da iniqüidade. O desaparecimento factual de uma tal criatura, no entanto, é sempre retardado, até que a ordem comandada pela justiça corrente, naquele universo, haja sido inteiramente cumprida.
2:3.3 (37.1) A cessação da existência geralmente é decretada no juízo dispensacional, ou no juízo epocal do reino ou dos reinos. Num mundo como o de Urântia, ela chega ao fim de uma dispensação planetária. A cessação da existência pode ser decretada, em tais épocas, pela ação coordenada de todos os tribunais da jurisdição, que vão desde o conselho planetário, passando pelas cortes dos Filhos Criadores, até os tribunais de julgamento dos Anciães dos Dias. O mandado de dissolução tem origem nas cortes mais altas do superuniverso, seguindo uma confirmação ininterrupta da sentença original, na esfera de residência do ser que adotou o mal; e então, quando a sentença de extinção houver sido confirmada do alto, a execução é feita por um ato direto dos juízes que residem e atuam nos centros do governo do superuniverso.
2:3.4 (37.2) Quando uma sentença como essa é finalmente confirmada, é como se, instantaneamente, o ser, identificado com o pecado, não tivesse existido. Não há ressurreição desse destino; ele é perdurável e eterno. Os fatores da identidade da energia vivente são resolvidos nas transformações no tempo e pela metamorfose no espaço, nos potenciais cósmicos, dos quais emergiram certa vez. Quanto à personalidade do ser iníquo, é ela despojada do seu veículo de continuidade vital, em vista do fracasso de tal criatura ao efetivar as escolhas e as decisões finais que lhe teriam assegurado a vida eterna. Quando o abraçar contínuo do pecado, pela mente, culmina em completa identificação com a iniqüidade, então, ao cessar da vida, pela dissolução cósmica, essa personalidade isolada é absorvida na supra-alma da criação, tornando-se uma parte da experiência de evolução do Ser Supremo. Nunca mais aparece como uma personalidade. A sua identidade é transformada, como se nunca tivesse existido. No caso de uma personalidade residida por um Ajustador, os valores espirituais experimentados sobrevivem na realidade da continuidade do Ajustador.
2:3.5 (37.3) Em qualquer contenda no universo, entre níveis factuais da realidade, a personalidade de nível mais elevado terminará por triunfar sobre a personalidade de nível inferior. Essa conseqüência inevitável, de uma controvérsia no universo, é inerente ao fato de que a divindade da qualidade é igual ao grau de realidade, ou de factualidade, de qualquer criatura de vontade própria. O mal não diluído, o erro completo, o pecado voluntário e a iniqüidade não mitigada são, inerente e automaticamente, suicidas. Tais atitudes de irrealidade cósmica podem sobreviver no universo apenas em razão da tolerância misericordiosa transitória que depende e aguarda a ação determinante nos mecanismos da justiça e da equanimidade da parte dos tribunais que buscam encontrar o juízo da retidão no universo.
2:3.6 (37.4) O papel dos Filhos Criadores, nos universos locais, é o da criação e da espiritualização. Esses Filhos devotam-se à execução efetiva do plano do Paraíso, de ascensão mortal progressiva, de reabilitação dos rebeldes e dos pensadores em erro, mas, quando todos os seus esforços, repletos de amor, forem finalmente e para sempre rejeitados, o decreto final de dissolução é executado pelas forças que agem sob a jurisdição dos Anciães dos Dias.
4. A Misericórdia Divina
2:4.1 (38.1) A misericórdia é simplesmente a justiça temperada por aquela sabedoria que surge da perfeição do conhecimento e que advém do reconhecimento pleno da fraqueza natural e das limitações ambientais, das criaturas finitas. “O nosso Deus é cheio de compaixão, de graça, de paciência e abundante em misericórdia”. Portanto “todo aquele que invocar o Senhor será salvo”, “pois Ele perdoará abundantemente”. “A misericórdia do Senhor vai de eternidade a eternidade”, sim, “a Sua misericórdia perdura para sempre”. “Eu sou o Senhor que faz prevalecer a benevolência amorosa, o juízo e a retidão na Terra, pois com essas coisas Me deleito”. “Eu não aflijo voluntariamente, nem encho de pesar, aos filhos dos homens”, pois Eu sou “o Pai da misericórdia e o Deus de toda consolação”.
2:4.2 (38.2) Deus é inerentemente bom, naturalmente compassivo e eternamente misericordioso. E jamais é necessário que se exerça qualquer influência sobre o Pai para suscitar o Seu amor e benevolência. A necessidade da criatura é totalmente suficiente para assegurar a fluência total da misericórdia terna do Pai e Sua graça salvadora. E porque Deus sabe de tudo sobre os Seus filhos, torna-se fácil para Ele perdoar. Quanto melhor o homem entender o seu vizinho, mais fácil será perdoá-lo e, mesmo, amá-lo.
2:4.3 (38.3) Somente o discernimento da sabedoria infinita capacita um Deus reto a ministrar a justiça e a misericórdia, ao mesmo tempo e em qualquer situação no universo. O Pai celeste nunca Se conturba com atitudes conflitantes, em relação aos Seus filhos do universo; Deus nunca é vítima de antagonismos de atitudes. A onisciência de Deus dirige infalivelmente o Seu livre-arbítrio, na escolha daquela conduta no universo que satisfaz, perfeita, simultânea e igualmente, às demandas de todos os Seus atributos divinos e qualidades infinitas da Sua natureza eterna.
2:4.4 (38.4) A misericórdia é fruto natural e inevitável da bondade e do amor. A boa natureza de um Pai amantíssimo não poderia, certamente, recusar o ministério sábio da misericórdia, a cada membro de todos os grupos dos Seus filhos no universo. A eqüidade da justiça eterna e a misericórdia divina constituem, juntas, aquilo a que a experiência humana chama de justiça.
2:4.5 (38.5) A misericórdia divina representa uma técnica equânime de ajustamento entre os níveis de perfeição e imperfeição do universo. A misericórdia é a justiça da Supremacia, adaptada às situações do finito em evolução; é a retidão da eternidade, modificada para satisfazer aos mais altos interesses e ao bem-estar dos filhos do tempo no universo. A misericórdia não é uma contravenção da justiça, é antes uma interpretação compreensiva das demandas da justiça suprema, aplicada com equanimidade aos seres espirituais subordinados e às criaturas materiais dos universos em evolução. A misericórdia é a justiça da Trindade do Paraíso, sábia e amorosamente enviada às inteligências múltiplas, das criações do tempo e do espaço, tal como foi formulada pela sabedoria divina e determinada pela mente onisciente e pela vontade soberana do Pai Universal, e de todos os Seus Criadores coligados.
5. O Amor de Deus
2:5.1 (38.6) “Deus é amor” e, conseqüentemente, a Sua única atitude pessoal para com os assuntos do universo é sempre uma reação de afeto divino. O Pai ama-nos o suficiente para outorgar-nos a Sua vida. “Ele faz o Seu sol se levantar para os maus e para os bons, e Ele envia a chuva aos justos e aos injustos”.
2:5.2 (39.1) É errado pensar que Deus possa ser persuadido a amar os Seus filhos, por meio de sacrifícios feitos pelos Seus Filhos, ou pela intercessão das Suas criaturas subordinadas, “pois o Pai, Ele próprio, vos ama”. É em resposta a essa afeição paternal que o Pai envia os maravilhosos Ajustadores para residir nas mentes dos homens. O amor de Deus é universal; “todos aqueles que quiserem podem vir”. Ele gostaria “que todos os homens se salvassem pelo conhecimento da verdade”. “Ele não deseja que nenhum homem pereça.”
2:5.3 (39.2) Os Criadores são os primeiros a tentar salvar o homem dos resultados desastrosos das suas tolas transgressões às leis divinas. O amor de Deus é, por natureza, uma afeição paterna; em conseqüência, algumas vezes, Ele “nos disciplina, para o nosso próprio bem, para que possamos ser partícipes da Sua santidade”. Mesmo durante as mais duras dentre as vossas provações lembrai-vos de que “em todas as nossas aflições, Ele aflige-se conosco”.
2:5.4 (39.3) Deus é divinamente bondoso com os pecadores. Quando os rebeldes retornam à retidão, eles são recebidos com misericórdia, “pois o nosso Deus perdoará abundantemente”. “Eu sou Aquele que apaga as vossas transgressões, para o Meu próprio bem, e Eu não me lembrarei dos vossos pecados.” “Atentai para a forma de amor que o Pai nos dedica, a nós, para que fôssemos chamados de filhos de Deus.”
2:5.5 (39.4) Afinal, a maior evidência da bondade de Deus e a suprema razão para amá-Lo é a dádiva do Pai, que reside em cada um de vós — o Ajustador, que tão pacientemente aguarda a hora em que ireis, ambos, transformar-vos em um, eternamente. Embora não possais encontrar Deus procurando-O, se vos submeterdes ao guiamento do espírito residente, sereis guiados, passo a passo e vida por vida, sem erros, de universo em universo, de idade em idade, até que estejais finalmente em presença da personalidade do Pai Universal no Paraíso.
2:5.6 (39.5) Quão pouco razoável é que não adoreis a Deus, porque as limitações da natureza humana e os impedimentos da vossa constituição material fazem com que, para vós, seja impossível vê-Lo. Entre vós e Deus há uma distância imensa (de espaço físico) a ser percorrida. Da mesma forma, existe um grande abismo de diferenças espirituais a ser atravessado; mas, apesar de tudo o que vos separa, física e espiritualmente, da presença pessoal de Deus no Paraíso, parai e ponderai sobre o fato solene de que Deus vive dentro de vós, e de que, a Seu modo, Ele já venceu a separação. Ele enviou a Si próprio, o Seu espírito, para viver dentro de vós e para lutar arduamente, do vosso lado, na busca dos objetivos da vossa carreira eterna.
2:5.7 (39.6) Eu acho fácil e agradável adorar a alguém que é tão grande e, ao mesmo tempo, tão afeiçoadamente devotado ao ministério sagrado da elevação das Suas criaturas humildes. Naturalmente eu amo a quem é tão poderoso, para com a criação e o seu controle, e que, além do mais, é tão perfeito na bondade e tão fiel e gentil no Seu amor, que constantemente nos abriga na sua sombra. Eu penso que amaria a Deus da mesma forma, não fosse Ele nem tão grande nem poderoso, desde que fosse tão bom e misericordioso. Todos nós amamos ao Pai, mais por causa da Sua natureza do que pelo reconhecimento dos Seus atributos assombrosos.
2:5.8 (39.7) Quando eu observo os Filhos Criadores e os seus administradores subordinados lutando tão valentemente com as múltiplas dificuldades do tempo, inerentes à evolução dos universos do espaço, descubro que tenho uma grande e profunda afeição por esses dirigentes menores dos universos. Afinal, penso que todos nós, incluindo os mortais dos reinos, amamos o Pai Universal e todos os outros seres, divinos ou humanos, porque discernimos que essas personalidades nos amam verdadeiramente. A experiência de amar, em muito, é uma resposta direta à experiência de ser amado. Por saber que Deus me ama, eu deveria continuar a amá-Lo supremamente, ainda que Ele fosse despojado de todos os Seus atributos de supremacia, ultimidade e absolutez.
2:5.9 (40.1) O amor do Pai acompanha-nos, agora e em todo o círculo interminável das idades eternas. Ao ponderardes sobre a natureza amorosa de Deus, apenas uma reação razoável e natural surge na personalidade: amareis cada vez mais o vosso Criador; ireis dedicar a Deus uma afeição análoga àquela dedicada por uma criança a um pai terreno; pois, como um pai, um pai real e verdadeiro ama aos seus filhos, do mesmo modo o Pai Universal ama e para sempre busca o bem-estar dos Seus filhos e filhas criadas.
2:5.10 (40.2) Mas o amor de Deus é uma afeição paterna inteligente e que sabe prever. O amor divino funciona em associação unificada com a sabedoria divina e todas as outras características infinitas da natureza perfeita do Pai Universal. Deus é amor, mas o amor não é Deus. A maior manifestação do amor divino pelos seres mortais é constatada por meio da dádiva dos Ajustadores do Pensamento, mas a vossa maior revelação do amor do Pai vem da vida de doação do Seu Filho Michael, que viveu auto-outorgado na Terra a vida espiritual ideal. É o Ajustador residente que individualiza o amor de Deus em cada alma humana.
2:5.11 (40.3) Algumas vezes, chego quase a ficar atormentado ao ser compelido a descrever a afeição divina do Pai celeste pelos Seus filhos do universo, empregando um símbolo verbal humano: amor. Esse termo, ainda que tenha a conotação do mais alto conceito humano das relações mortais de respeito e devoção, com tamanha freqüência, é designativo de relações humanas tão totalmente ignóbeis, que não são merecedoras de serem conhecidas por qualquer palavra que seja também usada para indicar a afeição, sem par, do Deus vivo, pelas criaturas do Seu universo! É uma infelicidade eu não poder fazer uso de algum termo superno e exclusivo que transmita à mente do homem a verdadeira natureza, e a delicada beleza do significado da afeição divina, do Pai do Paraíso.
2:5.12 (40.4) Quando o homem perde de vista o amor de um Deus pessoal, o Reino de Deus passa a ser meramente o reino do bem. Não obstante a unidade infinita da natureza divina, o amor é a característica dominante de todas as relações pessoais de Deus com as Suas criaturas.
6. A Bondade de Deus
2:6.1 (40.5) No universo físico podemos ver a beleza divina, no mundo intelectual é-nos possível discernir a verdade eterna, mas a bondade de Deus é encontrada somente no mundo espiritual da experiência religiosa pessoal. Na sua verdadeira essência, a religião é a fé feita de confiança na bondade de Deus. Para a Filosofia, Deus poderia ser grande e absoluto e, de algum modo, até inteligente e pessoal; mas, para a Religião, é necessário também que Deus seja moral; Ele deve ser bom. O homem poderia temer a um Deus grande, mas ama e confia apenas em um Deus de bondade. Essa bondade é parte da personalidade de Deus, e a Sua plena revelação surge apenas na experiência religiosa pessoal dos filhos que crêem em Deus.
2:6.2 (40.6) A religião requer que o supramundo da natureza do espírito seja conhecedor das necessidades fundamentais do mundo humano e que seja sensível a elas. A religião evolucionária pode tornar-se ética, mas apenas a religião revelada é moral e espiritual de um modo verdadeiro. O conceito antigo de que Deus é uma Deidade dominada por uma moralidade majestática foi elevado por Jesus até aquele nível afetuoso e tocante da moralidade familiar íntima, própria da relação pai-filho. E, na experiência mortal, não há nenhuma relação mais terna e bela.
2:6.3 (41.1) A “riqueza da bondade de Deus leva o homem que errou ao arrependimento”. “Toda a boa dádiva e toda a dádiva perfeita vêm do Pai das luzes.” “Deus é bom; Ele é o refúgio eterno das almas dos homens.” “O Senhor Deus é misericordioso e pleno de graças. Ele é paciente e abundante, em bondade e em verdade.” “Provai e vede como o Senhor é bom! Abençoado seja o homem que confia Nele.” “O Senhor é cheio de graça e de compaixão. Ele é o Deus da salvação.” “Ele alivia o coração dos infelizes e cura as feridas da alma. Ele é o Benfeitor Todo-Poderoso do homem”.
2:6.4 (41.2) O conceito de um Deus rei-juiz, ainda que haja colaborado para desenvolver um padrão elevado de moralidade e criado um povo respeitador das leis enquanto grupo, deixava o indivíduo crente em uma posição triste, de insegurança com relação ao próprio status no tempo e na eternidade. Os profetas hebreus, mais recentes, proclamaram Deus como um Pai para Israel; Jesus revelou Deus como o Pai de cada ser humano. Todo conceito que os mortais fazem de Deus foi transcendentalmente iluminado pela vida de Jesus. O altruísmo é inerente ao amor paternal. Deus ama, não à maneira de um pai, mas como Pai. Ele é o Pai, no Paraíso, de todas as personalidades do universo.
2:6.5 (41.3) A retidão indica que Deus é a fonte da lei moral do universo. A verdade exibe Deus como um Revelador, como um Mestre. Mas o amor dá afeto e anseia por afeto, procura a comunhão compreensiva, tal como existe entre pai e filho. A retidão pode ser própria do pensamento divino, mas o amor é a atitude de um pai. A suposição errônea de que a retidão de Deus fosse irreconciliável com o amor altruísta do Pai celeste, pressupôs a ausência de unidade na natureza de Deus e levou diretamente à elaboração da doutrina da expiação, que é uma violentação filosófica tanto da unidade, quanto do livre-arbítrio de Deus.
2:6.6 (41.4) O Pai celeste afetuoso, cujo Espírito reside nos Seus filhos da Terra, não é uma personalidade dividida — uma, a da justiça, e outra, a da misericórdia. E também Ele não requer um mediador para assegurar o seu favorecimento ou o perdão de Pai. A retidão divina não é dominada pela estrita justiça de retribuição; Deus, enquanto um Pai, transcende Deus, enquanto juiz.
2:6.7 (41.5) Deus nunca é irado, vingativo ou enraivecido. É verdade que a sabedoria, muitas vezes, restringe o Seu amor, assim como a justiça condiciona a Sua misericórdia rejeitada. O Seu amor pela retidão não pode evitar que, com a mesma intensidade, seja manifestado como ódio ao pecado. O Pai não é uma personalidade incoerente; a unidade divina é perfeita. Na Trindade do Paraíso há uma unidade absoluta, a despeito das identidades eternas dos coordenados de Deus.
2:6.8 (41.6) Deus ama o pecador e odeia o pecado: tal afirmação é verdadeira filosoficamente; contudo, Deus é uma personalidade transcendental, e as pessoas apenas amam e odeiam às outras pessoas. O pecado não é uma pessoa. Deus ama o pecador porque ele é uma realidade de personalidade (potencialmente eterna), enquanto, em relação ao pecado, Deus não assume nenhuma atitude pessoal; pois o pecado não é uma realidade espiritual, não é pessoal; portanto, apenas a justiça de Deus toma conhecimento da existência dele. O amor de Deus salva o pecador; a lei de Deus destrói o pecado. Essa atitude da natureza divina mudaria, aparentemente, se o pecador afinal se identificasse completamente com o pecado, da mesma forma que a mente mortal pode também se identificar totalmente com o espírito Ajustador residente. Um mortal, assim identificado com o pecado, tornar-se-ia então inteiramente não-espiritual, na sua natureza (e, portanto, pessoalmente irreal), e por fim experimentaria a extinção do seu ser. A irrealidade, e mesmo a incompletude da natureza da criatura, não pode existir para sempre, em um universo progressivamente mais real e crescentemente mais espiritual.
2:6.9 (42.1) Perante o mundo da personalidade, Deus é descoberto como uma pessoa de amor; perante o mundo espiritual, Ele é o amor pessoal; na experiência religiosa, Ele é ambos. O amor identifica o arbítrio volitivo de Deus. A bondade de Deus permanece no cerne do livre-arbítrio divino — a tendência universal para amar manifesta misericórdia, demonstra paciência e ministra o perdão.
7. A Verdade e a Beleza Divinas
2:7.1 (42.2) Todo conhecimento finito e todo entendimento da criatura são relativos. A informação e os ensinamentos, ainda que colhidos de fontes elevadas, são apenas relativamente completos: precisos apenas em relação ao local e verdadeiros para a pessoa.
2:7.2 (42.3) Os fatos físicos são suficientemente uniformes, mas a verdade é um fator vivo e flexível na filosofia do universo. As personalidades em evolução são apenas parcialmente sábias e relativamente verazes, nas suas comunicações. Podem estar certas apenas dentro dos limites da sua experiência pessoal. Aquilo que, pela aparência, pode ser totalmente verdadeiro em um lugar, pode ser apenas relativamente verdadeiro em outro segmento da criação.
2:7.3 (42.4) A verdade divina, a verdade final, é uniforme e universal, mas a história das coisas espirituais, contada por inúmeros indivíduos, procedentes de várias esferas, pode, algumas vezes, variar quanto aos detalhes, devido a essa relatividade na totalização do conhecimento e na abrangência da experiência pessoal, bem como na duração e no alcance dessa experiência. Conquanto as leis e os decretos, os pensamentos e as atitudes da Primeira Fonte e Centro sejam eterna, infinita e universalmente verdadeiros, ao mesmo tempo, a sua aplicação e os ajustamentos que recebem, em cada universo, sistema, mundo, e inteligência criada, estão de acordo com os planos e a técnica dos Filhos Criadores, quando estes atuam e funcionam nos seus universos respectivos, tanto quanto em harmonia com os planos locais e os procedimentos do Espírito Infinito e de todas as outras personalidades celestes coligadas.
2:7.4 (42.5) A falsa ciência do materialismo sentenciaria o homem mortal a reduzir-se a um marginal no universo. Tal conhecimento parcial é potencialmente um mal; é conhecimento que se compõe, tanto do bem, quanto do mal. A verdade é bela, porque é tanto completa quanto simétrica. Quando o homem busca a verdade, ele está buscando o divinamente real.
2:7.5 (42.6) Os filósofos cometem o seu mais grave erro quando são levados à falácia da abstração e à prática de focalizar a sua atenção em um aspecto da realidade e de proclamar, então, tal aspecto isolado como sendo a verdade inteira. O filósofo sábio irá sempre recorrer ao projeto da criação que está por trás e que é preexistente a todos os fenômenos universais. O pensamento criador, invariavelmente, precede à ação criadora.
2:7.6 (42.7) A autoconsciência intelectual pode descobrir a beleza da verdade e a sua qualidade espiritual, não apenas pela consistência filosófica dos seus conceitos, mas, ainda mais certa e seguramente, pela resposta inequívoca do sempre presente Espírito da Verdade. A felicidade vem como conseqüência do reconhecimento da verdade, porque esta pode ser factual, pode ser vivenciada. O desapontamento e a tristeza advêm após o erro, porque, não sendo este uma realidade, não pode ser factualizado pela experiência. A verdade divina é mais conhecida pelo seu aroma espiritual.
2:7.7 (42.8) A busca eterna é de unificação, de coerência divina. O vasto universo físico faz-se coerente na Ilha do Paraíso; o universo intelectual faz-se coerente no Deus da mente, o Agente Conjunto; o universo espiritual faz-se coerente na personalidade do Filho Eterno. Mas o mortal isolado, do tempo e do espaço, faz-se coerente em Deus, o Pai, mediante a ligação direta entre o Ajustador do Pensamento residente e o Pai Universal. O Ajustador do homem é um fragmento de Deus e, para sempre, procura a unificação divina e se faz coerente com a Deidade do Paraíso da Primeira Fonte e Centro, e Nesta.
2:7.8 (43.1) O discernimento da beleza suprema é a descoberta e a integração da realidade: o discernimento da bondade divina, na eterna verdade, é a beleza última. O encanto mesmo da arte humana consiste na harmonia da sua unidade.
2:7.9 (43.2) O grande erro da religião hebraica foi não ter associado a bondade de Deus às verdades factuais da ciência e da beleza atraente da arte. À medida que a civilização progrediu, e enquanto a religião continuou a seguir o mesmo caminho pouco sábio, de enfatizar exageradamente a bondade de Deus, a ponto de negligenciar a beleza e de excluir relativamente a verdade, foi sendo desenvolvida, em certos tipos de homens, uma tendência crescente para desviar-se no conceito abstrato e dissociado da bondade isolada. A moralidade proclamada ao exagero e isolada da religião moderna, que fracassa em manter a devoção e a lealdade de muitos dos homens deste século, poderia reabilitar-se se, além dos seus mandados morais, tivesse a mesma consideração pelas verdades da ciência, da filosofia e da experiência espiritual, e pelas belezas da criação física, bem como pelo encanto da arte intelectual e pela grandeza de uma realização genuína de caráter.
2:7.10 (43.3) O desafio religioso desta época é dirigido àqueles homens e àquelas mulheres que, pela sua visão ampla e voltada para o futuro, e, pelo discernimento da sua luz interna, ousarão construir uma nova e atraente filosofia de vida, partindo dos conceitos modernos, sutilmente integrados, da verdade cósmica, da beleza universal e da bondade divina. Uma tal visão, nova e reta, da moralidade, atrairá tudo o que existir de bom na mente do homem e convocará o que houver de melhor na alma humana. A verdade, a beleza e a bondade são realidades divinas, e à medida que o homem ascende na escala da vida espiritual, essas qualidades supremas do Eterno tornam-se cada vez mais coordenadas e unificadas em Deus, que é amor.
2:7.11 (43.4) Toda a verdade — material, filosófica ou espiritual — é tanto bela, quanto boa. Toda a beleza real — a arte material ou a simetria espiritual — é tanto verdadeira, quanto boa. Toda a bondade genuína — seja a moralidade pessoal, a eqüidade social ou o ministério divino — é igualmente verdadeira e bela. A saúde, a sanidade e a felicidade são integrações da verdade, da beleza e da bondade, ao misturarem-se na experiência humana. Esses níveis de uma vida eficaz advêm da unificação de sistemas de energia, de sistemas de idéias e de sistemas espirituais.
2:7.12 (43.5) A verdade é coerente, a beleza é atraente e a bondade estabilizadora. E quando esses valores, naquilo que é real, são coordenados na experiência da personalidade, o resultado é uma ordem elevada de amor, condicionado pela sabedoria e qualificado pela lealdade. O propósito real de toda a educação, no universo, é tornar efetiva a melhor coordenação do filho isolado dos mundos com as realidades mais amplas da sua experiência em expansão. A realidade é finita no nível humano: e é infinita e eterna nos níveis mais elevados e divinos.
2:7.13 (43.6) [Apresentado por um Conselheiro Divino, atuando com a autoridade dos Anciães dos Dias em Uversa.]