Urântia

OS DOCUMENTOS DE URÂNTIA

- A REVELAÇÃO DO TERCEIRO MILÊNIO -

INDICE

Documento 76

O Segundo Jardim

76:0.1 (847.1) Quando Adão escolheu deixar o primeiro jardim para os noditas sem oposição, ele e seus seguidores não podiam ir para o oeste, pois os edenitas não tinham barcos adequados para tal aventura marinha. Não podiam ir para o norte; os noditas do norte já estavam em marcha em direção ao Éden. Temiam ir para o sul; as colinas daquela região estavam infestadas de tribos hostis. O único caminho aberto era para o leste, e assim eles viajaram para o leste em direção às então agradáveis regiões entre os rios Tigre e Eufrates. E muitos daqueles que foram deixados para trás mais tarde viajaram para o leste para se juntar aos adamitas em seu novo lar no vale.

76:0.2 (847.2) Caim e Sansa nasceram ambos antes que a caravana adâmica tivesse chegado ao seu destino entre os rios da Mesopotâmia. Laotta, a mãe de Sansa, morreu no nascimento de sua filha; Eva sofreu muito, mas sobreviveu, devido à força superior. Eva recebeu Sansa, a filha de Laotta, em seu seio, e ela foi criada junto com Caim. Sansa cresceu para ser uma mulher de grande capacidade. Ela tornou-se a esposa de Sargan, o chefe das raças azuis do norte, e contribuiu para o avanço dos homens azuis daqueles tempos.

 

1. Os Edenitas Entram na Mesopotâmia

 

76:1.1 (847.3) Foi necessário quase um ano inteiro para que a caravana de Adão chegasse ao rio Eufrates. Encontrando-o na temporada da enchente, eles permaneceram acampados nas planícies a oeste do rio quase seis semanas antes de atravessarem para a terra entre os rios que se tornaria o segundo jardim.

76:1.2 (847.4) Quando tinha chegado aos moradores da terra do segundo jardim a notícia de que o rei e o sumo sacerdote do Jardim do Éden estavam marchando sobre eles, eles haviam fugido às pressas para as montanhas do leste. Adão encontrou desocupado todo o território desejado quando chegou. E aqui neste novo local Adão e seus ajudantes se situaram para trabalhar na construção de novos lares e estabelecer um novo centro de cultura e religião.

76:1.3 (847.5) Este local era conhecido por Adão como uma das três seleções originais do comitê designado para escolher possíveis localizações para o Jardim propostas por Van e Amadon. Os dois rios em si eram uma boa defesa natural naqueles dias, e um pouco ao norte do segundo jardim o Eufrates e o Tigre se aproximavam para que uma muralha de defesa de 90 quilômetros pudesse ser construída para a proteção do território ao sul e entre os rios.

76:1.4 (847.6) Depois de se estabelecerem no novo Éden, tornou-se necessário adotar métodos rudimentares de vida; parecia inteiramente verdade que o solo havia sido amaldiçoado. A natureza estava mais uma vez seguindo seu curso. Agora os adamitas eram obrigados a arrancar o sustento de um solo despreparado e a lidar com as realidades da vida em face das hostilidades e incompatibilidades naturais da existência mortal. Encontraram o primeiro jardim parcialmente preparado para eles, mas o segundo teve que ser criado pelo trabalho de suas próprias mãos e com o “suor de seus rostos”.

 

2. Caim e Abel

 

76:2.1 (848.1) Menos de dois anos após o nascimento de Caim, nasceu Abel, o primeiro filho de Adão e Eva a nascer no segundo jardim. Quando Abel atingiu a idade de 12 anos, elegeu ser pastor; Caim tinha escolhido seguir a agricultura.

76:2.2 (848.2) Agora, naqueles dias era costume fazer oferendas ao sacerdócio das coisas disponíveis. Os pastores traziam dos seus rebanhos, os lavradores dos frutos dos campos; e, de acordo com este costume, Caim e Abel também faziam oferendas periódicas aos sacerdotes. Os dois rapazes muitas vezes tinham discutido sobre os méritos relativos de suas vocações, e Abel não tardou em notar que era demonstrada preferência pelos seus sacrifícios de animais. Em vão Caim apelava para as tradições do primeiro Éden, para a anterior preferência pelos frutos dos campos. Mas isto Abel não permitia, e zombava de seu irmão mais velho pela derrota dele.

76:2.3 (848.3) Nos dias do primeiro Éden, Adão de fato havia procurado desincentivar a oferta de sacrifício animal de modo que Caim tinha um precedente justificável para as suas alegações. Foi difícil, no entanto, organizar a vida religiosa do segundo Éden. Adão estava sobrecarregado com mil e um detalhes associados ao trabalho de construção, defesa e agricultura. Estando muito deprimido espiritualmente, ele confiou a organização do culto e educação àqueles de origem nodita que haviam servido nestas funções no primeiro jardim; e até mesmo num tempo tão breve os sacerdotes noditas oficiantes estavam voltando aos padrões e regras dos tempos pré-adâmicos.

76:2.4 (848.4) Os dois rapazes nunca se deram bem, e esta questão dos sacrifícios contribuiu ainda mais para o ódio crescente entre eles. Abel sabia que era filho de Adão e Eva e nunca deixou de lembrar Caim de que Adão não era o pai dele. Caim não era violeta puro já que o seu pai era da raça Nodita mais tarde misturada com o homem azul e o vermelho e com a linhagem andônica aborígene. E tudo isto, com a herança natural belicosa de Caim, fez com que ele alimentasse um ódio cada vez maior pelo seu irmão mais novo.

76:2.5 (848.5) Os rapazes tinham respectivamente 18 e 20 anos de idade quando a tensão entre eles foi finalmente resolvida, um dia, quando as provocações de Abel enfureceram tanto o seu belicoso irmão que Caim se voltou contra ele em ira e o matou.

76:2.6 (848.6) A observação da conduta de Abel estabelece o valor do meio ambiente e da educação como fatores no desenvolvimento do caráter. Abel tinha uma herança ideal, e a hereditariedade está na base de todo caráter; mas a influência de um ambiente inferior virtualmente neutralizou esta herança magnífica. Abel, especialmente durante seus anos mais juvenis, foi grandemente influenciado pelo seu ambiente desfavorável. Ele teria se tornado uma pessoa inteiramente diferente se tivesse vivido até os 25 ou 30 anos; sua primorosa herança teria então se mostrado. Conquanto um bom ambiente não possa contribuir muito para realmente superar as deficiências de caráter de uma hereditariedade vil, um ambiente mau pode muito efetivamente arruinar uma herança excelente, pelo menos durante os anos mais jovens da vida. Bom ambiente social e educação adequada são terreno e ambiente indispensáveis para se obter o máximo proveito de uma boa herança.

76:2.7 (849.1) A morte de Abel tornou-se conhecida dos seus pais quando os cães dele levaram os rebanhos para casa sem o seu dono. Para Adão e Eva, Caim estava rapidamente se tornando a lembrança sombria da sua insensatez, e eles o incentivaram em sua decisão de deixar o jardim.

76:2.8 (849.2) A vida de Caim na Mesopotâmia não tinha sido precisamente feliz pois ele era de uma maneira tão peculiar um símbolo da falta. Não que seus associados fossem indelicados para com ele, mas ele não ficara ignorante do ressentimento subconsciente de sua presença. Mas Caim sabia que, como não trazia nenhuma marca tribal, seria morto pelos primeiros membros das tribos vizinhas que por acaso o encontrassem. O medo, e algum remorso, o levou a se arrepender. Caim nunca tinha sido residido por um Ajustador, sempre havia sido desafiador da disciplina da família e desdenhoso da religião do seu pai. Mas ele agora chegava até Eva, sua mãe, e pedia ajuda e orientação espiritual, e quando buscou honestamente a assistência divina, um Ajustador veio residir nele. E este Ajustador, residindo dentro e olhando para fora, deu a Caim uma vantagem distinta de superioridade que o categorizou com a temida tribo de Adão.

76:2.9 (849.3) E assim Caim partiu para a terra de Nod, a leste do segundo Éden. Ele tornou-se um grande líder entre um grupo do povo de seu pai e, até certo ponto, cumpriu as predições de Serapatátia, pois de fato promoveu a paz entre esta divisão de noditas e os adamitas ao longo de sua vida. Caim casou-se com Remona, sua prima distante, e o primeiro filho deles, Enoque, tornou-se o chefe dos noditas elamitas. E por centenas de anos os elamitas e os adamitas continuaram em paz.

 

3. Vida na Mesopotâmia

 

76:3.1 (849.4) Com o passar do tempo no segundo jardim, as consequências da falta tornaram-se cada vez mais evidentes. Adão e Eva sentiam saudade extrema do seu antigo lar de beleza e tranquilidade, bem como dos seus filhos que haviam sido deportados para Edêntia. Dava realmente pena observar este casal magnífico reduzido ao status da carne comum do reino; mas eles suportavam sua condição diminuída com graça e fortaleza.

76:3.2 (849.5) Adão sensatamente passava a maior parte do tempo formando seus filhos e seus associados em administração civil, métodos educacionais e devoções religiosas. Se não fosse por esta prevenção, o pandemônio teria se irrompido com sua morte. Do modo que foi, a morte de Adão fez pouca diferença na condução dos assuntos do seu povo. Mas muito antes de Adão e Eva falecerem, eles reconheceram que seus filhos e seguidores gradualmente aprenderam a esquecer os dias de sua glória no Éden. E foi melhor para a maioria dos seus seguidores que eles de fato esquecessem a grandiosidade do Éden; eles não ficaram tão propensos a experimentar insatisfação indevida com seu ambiente menos afortunado.

76:3.3 (849.6) Os governantes civis dos adamitas derivaram hereditariamente dos filhos do primeiro jardim. O primeiro filho de Adão, Adamson (Adam ben Adam), fundou um centro secundário da raça violeta ao norte do segundo Éden. O segundo filho de Adão, Eveson, tornou-se um líder e administrador magistral; ele foi o grande ajudante do seu pai. Eveson não viveu tanto quanto Adão, e seu filho mais velho, Jansad, tornou-se o sucessor de Adão como o líder das tribos adamitas.

76:3.4 (849.7) Os governantes religiosos, ou sacerdócio, originaram-se com Set, o filho sobrevivente mais velho de Adão e Eva nascido no segundo jardim. Ele nasceu 129 anos após a chegada de Adão em Urântia. Set ficou absorvido pelo trabalho de melhorar o status espiritual do povo de seu pai, tornando-se o líder do novo sacerdócio do segundo jardim. Seu filho, Enos, fundou a nova ordem de adoração, e seu neto, Kenan, instituiu o serviço missionário estrangeiro para as tribos circundantes, próximas e distantes.

76:3.5 (850.1) O sacerdócio setita era um empreendimento tríplice, abrangendo religião, saúde e educação. Os sacerdotes desta ordem eram formados para oficiar em cerimônias religiosas, para servir como médicos e inspetores sanitários e para atuar como professores nas escolas do jardim.

76:3.6 (850.2) A caravana de Adão havia carregado consigo as sementes e os bulbos de centenas de plantas e cereais do primeiro jardim para a terra entre os rios; eles também tinham trazido rebanhos extensos e alguns de todos os animais domesticados. Por causa disto possuíam grandes vantagens sobre as tribos circundantes. Eles desfrutavam de muitos dos benefícios da cultura anterior do Jardim original.

76:3.7 (850.3) Até o momento de deixar o primeiro jardim, Adão e sua família sempre haviam subsistido de frutas, cereais e nozes. No caminho para a Mesopotâmia, eles tinham comido, pela primeira vez, ervas e vegetais. O consumo de carne foi introduzido cedo no segundo jardim, mas Adão e Eva nunca comeram carne como parte de sua dieta regular. Nem Adamson nem Eveson nem os outros filhos da primeira geração do primeiro jardim se tornaram comedores de carne.

76:3.8 (850.4) Os adamitas superavam grandemente os povos circunvizinhos em realizações culturais e desenvolvimento intelectual. Eles produziram o terceiro alfabeto e também lançaram as fundações para muito do que foi o precursor da arte, ciência e literatura modernas. Aqui nas terras entre o Tigre e o Eufrates eles mantiveram as artes da escrita, metalurgia, cerâmica e tecelagem e produziram um tipo de arquitetura que não foi superada por milhares de anos.

76:3.9 (850.5) A vida doméstica dos povos violeta era, para a sua época e idade, ideal. As crianças eram submetidas a cursos de formação em agricultura, artesanato e criação de animais ou então eram educadas para cumprir o triplo dever de um setita: ser sacerdote, médico e professor.

76:3.10 (850.6) E ao pensarem no sacerdócio setita, não confundam esses distintos e nobres mestres da saúde e religião, esses verdadeiros educadores, com os sacerdócios degradados e comerciais das tribos posteriores e das nações circunvizinhas. Seus conceitos religiosos da Deidade e do universo eram avançados e mais ou menos precisos, suas providências de saúde eram, para o seu tempo, excelentes, e seus métodos de educação jamais foram superados.

 

4. A Raça Violeta

 

76:4.1 (850.7) Adão e Eva foram os fundadores da raça violeta dos homens, a nona raça humana a aparecer em Urântia. Adão e sua prole tinham olhos azuis, e os povos violeta eram caracterizados por compleições e cabelos claros – amarelos, ruivos e castanhos.

76:4.2 (850.8) Eva não sofria dores no parto; nem as primeiras raças evolucionárias. Somente as raças mestiças produzidas pela união do homem evolucionário com os noditas e mais tarde com os adamitas sofreram as severas dores do parto.

76:4.3 (851.1) Adão e Eva, como seus irmãos em Jerusém, eram energizados por nutrição dual, subsistindo tanto de alimento quanto de luz, suplementados por certas energias suprafísicas não reveladas em Urântia. Sua prole de Urântia não herdou a dotação parental de ingestão de energia e circulação de luz. Eles tinham uma circulação única, o tipo humano de sustento pelo sangue. Eles eram projetados mortais, embora com vidas longas, apesar de que a longevidade gravitava em direção à norma humana a cada geração sucessiva.

76:4.4 (851.2) Adão e Eva e sua primeira geração de filhos não usavam a carne de animais como alimento. Eles subsistiam integralmente dos “frutos das árvores”. Após a primeira geração todos os descendentes de Adão começaram a consumir laticínios, mas muitos deles continuaram a seguir uma dieta sem carne. Muitas das tribos do sul com as quais se uniram mais tarde também não comiam carne. Mais tarde, a maioria destas tribos vegetarianas migrou para o leste e sobreviveu como está agora misturada nos povos da Índia.

76:4.5 (851.3) Tanto a visão física quanto a espiritual de Adão e Eva eram de longe superiores às dos povos atuais. Seus sentidos especiais eram muito mais aguçados, e eles eram capazes de ver os interplanários e as hostes angelicais, os Melquisedeques e o caído Príncipe Caligástia, o qual várias vezes veio conferenciar com o seu nobre sucessor. Eles mantiveram a capacidade de ver estes seres celestiais por mais de cem anos após a falta. Estes sentidos especiais não estavam tão agudamente presentes em seus filhos e tenderam a diminuir com cada geração que se sucedia.

76:4.6 (851.4) Os filhos adâmicos eram geralmente resididos por Ajustadores pois que todos eles possuíam indubitável capacidade de sobrevivência. Estes descendentes superiores não estavam tão sujeitos ao medo quanto os filhos da evolução. Tanto medo perdura nas raças atuais de Urântia porque seus ancestrais receberam tão pouco do plasma de vida de Adão, devido ao abortamento prematuro dos planos de elevação física racial.

76:4.7 (851.5) As células do corpo dos Filhos Materiais e sua progênie são muitíssimo mais resistentes às doenças do que as dos seres evolucionários nativos do planeta. As células do corpo das raças nativas são afins aos organismos vivos microscópicos e ultramicroscópicos causadores das doenças do reino. Estes fatos explicam por que os povos de Urântia têm que fazer tanto por meio do esforço científico para resistir a tantos distúrbios físicos. Vocês seriam muitíssimo mais resistentes às doenças se suas raças carregassem mais da vida adâmica.

76:4.8 (851.6) Depois de se estabelecer no segundo jardim no Eufrates, Adão escolheu deixar para trás o máximo possível do seu plasma da vida para beneficiar o mundo após sua morte. Consequentemente, Eva foi nomeada a líder de uma comissão de doze para o melhoramento racial e, antes que Adão morresse, esta comissão havia selecionado 1.682 do mais alto tipo de mulheres em Urântia, e estas mulheres foram impregnadas com o plasma da vida adâmico. Seus filhos cresceram todos até a maturidade, exceto 112, de modo que o mundo, desta maneira, foi beneficiado pela adição de 1.570 homens e mulheres superiores. Embora estas mães candidatas fossem selecionadas de todas as tribos circunvizinhas e representassem a maioria das raças da Terra, a maioria foi escolhida entre as mais altas estirpes dos noditas, e constituíram os primórdios da poderosa raça andita. Estas crianças nasceram e foram criadas nas vizinhanças tribais de suas respectivas mães.

 

5. Morte de Adão e Eva

 

76:5.1 (851.7) Não muito depois do estabelecimento do segundo Éden, Adão e Eva foram devidamente informados de que seu arrependimento era aceitável e que, embora estivessem condenados a sofrer o destino dos mortais do seu mundo, eles certamente deveriam se tornar elegíveis para admissão nas fileiras dos sobreviventes adormecidos de Urântia. Eles creram plenamente neste evangelho de ressurreição e reabilitação que os Melquisedeques proclamaram a eles de maneira tão tocante. A transgressão deles havia sido um erro de julgamento e não o pecado de uma rebelião consciente e deliberada.

76:5.2 (852.1) Adão e Eva, como cidadãos de Jerusém, não tinham Ajustadores do Pensamento, nem eram resididos por Ajustadores quando funcionaram em Urântia no primeiro jardim. Mas pouco após sua redução à condição mortal eles se tornaram conscientes de uma nova presença dentro deles e despertaram para a percepção de que a condição humana, aliada ao arrependimento sincero, havia tornado possível que os Ajustadores residissem neles. Foi este conhecimento de serem resididos por Ajustadores que animou grandemente Adão e Eva pelo resto de suas vidas; eles sabiam que haviam falhado como Filhos Materiais de Satânia, mas também sabiam que a carreira do Paraíso ainda estava aberta para eles como filhos ascendentes do universo.

76:5.3 (852.2) Adão sabia sobre a ressurreição dispensacional que ocorreu simultaneamente com sua chegada ao planeta, e ele acreditava que ele e sua companheira provavelmente seriam repersonalizados em conexão com o advento da próxima ordem de filiação. Ele não sabia que Micael, o soberano deste universo, apareceria em breve em Urântia; ele esperava que o próximo Filho a chegar fosse da ordem Avonal. Mesmo assim, sempre foi um conforto para Adão e Eva, bem como algo difícil para eles entenderem, refletir sobre a única mensagem pessoal que receberam de Micael. Esta mensagem, entre outras expressões de amizade e consolo, dizia: “Considerei as circunstâncias de sua falta, lembrei-me do desejo de seus corações de sempre serem leais à vontade do meu Pai, e vocês serão chamados do abraço do sono mortal quando eu vier a Urântia se os Filhos subordinados do meu reino não mandarem buscá-los antes desse momento.”

76:5.4 (852.3) E isto foi um grande mistério para Adão e Eva. Eles conseguiam compreender a promessa velada de uma possível ressurreição especial nesta mensagem, e tal possibilidade os animou grandemente, mas eles não podiam compreender o significado da insinuação de que eles poderiam descansar até o tempo de uma ressurreição associada com a aparição pessoal de Micael em Urântia. E assim o par edênico sempre proclamou que um Filho de Deus viria algum dia, e eles comunicaram a seus entes queridos a crença, pelo menos a esperança ardente, de que o mundo de seus tropeços e tristezas poderia ser o reino sobre o qual o governante deste universo escolheria funcionar como o Filho de consagração do Paraíso. Parecia bom demais para ser verdade, mas Adão alimentava o pensamento de que Urântia, dilacerada por conflitos, poderia, afinal, se tornar o mundo mais afortunado do sistema de Satânia, o planeta invejado por todo o Nébadon.

76:5.5 (852.4) Adão viveu 530 anos; ele morreu do que poderia ser chamado de velhice. Seu mecanismo físico simplesmente se desgastou; o processo de desintegração gradualmente ganhou sobre o processo de restauração, e o fim inevitável veio. Eva havia morrido dezenove anos antes de um coração enfraquecido. Ambos foram enterrados no centro do templo do serviço divino, que havia sido construído de acordo com seus planos logo após a conclusão da muralha da colônia. E esta foi a origem da prática de enterrar homens e mulheres notáveis e piedosos sob o chão dos locais de culto.

76:5.6 (852.5) O governo supramaterial de Urântia, sob a direção dos Melquisedeques, continuou, mas o contato físico direto com as raças evolucionárias tinha sido cortado. Desde os dias distantes da chegada da equipe corpórea do Príncipe Planetário, passando pelos tempos de Van e Amadon até a chegada de Adão e Eva, os representantes físicos do governo do universo tinham estado estacionados no planeta. Mas com a falta adâmica este regime, que se estendeu por um período de mais de 450 mil anos, chegou ao fim. Nas esferas espirituais, os ajudantes angélicos continuaram a lutar em conjunto com os Ajustadores do Pensamento, ambos trabalhando heroicamente para a salvação do indivíduo; mas nenhum plano abrangente para o bem-estar mundial de longo alcance foi promulgado aos mortais da Terra até a chegada de Maquiventa Melquisedeque, nos tempos de Abraão, que, com o poder, paciência e autoridade de um Filho de Deus, de fato lançou as fundações para uma maior elevação e reabilitação espiritual da desafortunada Urântia.

76:5.7 (853.1) O infortúnio, porém, não foi o único destino de Urântia; este planeta também foi o mais afortunado no universo local de Nébadon. Os urantianos deveriam considerar tudo como ganho se os tropeços dos seus ancestrais e os erros de seus primeiros governantes mundiais tanto mergulharam o planeta num estado de confusão tão desesperador, ainda mais confuso pelo mal e pelo pecado, que este mesmo pano de fundo de trevas devesse atrair tanto a Micael de Nébadon para que ele escolhesse este mundo como a arena onde revelar a personalidade amorosa do Pai no céu. Não é que Urântia precisasse de um Filho Criador para pôr em ordem seus emaranhados assuntos; é antes que o mal e o pecado em Urântia proporcionaram ao Filho Criador um pano de fundo mais contrastante para revelar o amor, a misericórdia e a paciência incomparáveis do Pai do Paraíso.

 

6. Sobrevivência de Adão e Eva

 

76:6.1 (853.2) Adão e Eva foram para o seu descanso mortal com forte fé nas promessas feitas a eles pelos Melquisedeques de que em algum momento acordariam do sono da morte para retomar a vida nos mundos das mansões, mundos tão familiares a eles nos dias que precederam sua missão na carne material da raça violeta em Urântia.

76:6.2 (853.3) Eles não descansaram por muito tempo no esquecimento do sono inconsciente dos mortais do reino. No terceiro dia após a morte de Adão, o segundo após seu enterro reverente, as ordens de Lanaforge, sustentadas pelo Altíssimo interino de Edêntia e confirmadas pelo União dos Dias em Salvaciópolis, atuando em nome de Micael, foram colocadas nas mãos de Gabriel, dirigindo a chamada especial dos distintos sobreviventes da falta adâmica em Urântia. E de acordo com este mandado de ressurreição especial, número 26 da série de Urântia, Adão e Eva foram repersonalizados e reconstituídos nos salões de ressurreição dos mundos das mansões de Satânia junto com 1.316 de seus associados na experiência do primeiro jardim. Muitas outras almas leais já haviam sido transladadas no momento da chegada de Adão, que contou com um julgamento dispensacional tanto dos sobreviventes adormecidos quanto dos ascendentes qualificados vivos.

76:6.3 (853.4) Adão e Eva passaram rapidamente pelos mundos de ascensão progressiva até alcançarem a cidadania em Jerusém, para mais uma vez serem residentes do planeta de sua origem, mas desta vez como membros de uma ordem diferente de personalidades do universo. Deixaram Jerusém como cidadãos permanentes – Filhos de Deus; voltaram como cidadãos ascendentes – filhos do homem. Foram imediatamente vinculados ao serviço de Urântia na capital do sistema, sendo posteriormente designados membros entre os quatro e vinte conselheiros que constituem o atual corpo consultivo de controle de Urântia.

76:6.4 (854.1) E assim termina a história do Adão e da Eva Planetários de Urântia, uma história de provação, tragédia e triunfo, pelo menos triunfo pessoal para os seus bem-intencionados, mas iludidos, Filho e Filha Materiais e, sem dúvida, no final, uma história de triunfo definitivo para seu mundo e seus habitantes abalados pela rebelião e assediados pelo mal. Quando se resume tudo, Adão e Eva deram uma contribuição poderosa para a rápida civilização e o acelerado progresso biológico da raça humana. Eles deixaram uma grande cultura na Terra, mas não foi possível para uma civilização tão avançada sobreviver em face da diluição prematura e da eventual submersão da herança adâmica. É o povo que faz uma civilização; a civilização não faz o povo.

 

76:6.5 (854.2) [Apresentado por Solônia, a seráfica “voz do Jardim”.]

 

Paper 76

The Second Garden

76:0.1 (847.1) WHEN Adam elected to leave the first garden to the Nodites unopposed, he and his followers could not go west, for the Edenites had no boats suitable for such a marine adventure. They could not go north; the northern Nodites were already on the march toward Eden. They feared to go south; the hills of that region were infested with hostile tribes. The only way open was to the east, and so they journeyed eastward toward the then pleasant regions between the Tigris and Euphrates rivers. And many of those who were left behind later journeyed eastward to join the Adamites in their new valley home.

76:0.2 (847.2) Cain and Sansa were both born before the Adamic caravan had reached its destination between the rivers in Mesopotamia. Laotta, the mother of Sansa, perished at the birth of her daughter; Eve suffered much but survived, owing to superior strength. Eve took Sansa, the child of Laotta, to her bosom, and she was reared along with Cain. Sansa grew up to be a woman of great ability. She became the wife of Sargan, the chief of the northern blue races, and contributed to the advancement of the blue men of those times.


1. The Edenites Enter Mesopotamia


76:1.1 (847.3) It required almost a full year for the caravan of Adam to reach the Euphrates River. Finding it in flood tide, they remained camped on the plains west of the stream almost six weeks before they made their way across to the land between the rivers which was to become the second garden.

76:1.2 (847.4) When word had reached the dwellers in the land of the second garden that the king and high priest of the Garden of Eden was marching on them, they had fled in haste to the eastern mountains. Adam found all of the desired territory vacated when he arrived. And here in this new location Adam and his helpers set themselves to work to build new homes and establish a new center of culture and religion.

76:1.3 (847.5) This site was known to Adam as one of the three original selections of the committee assigned to choose possible locations for the Garden proposed by Van and Amadon. The two rivers themselves were a good natural defense in those days, and a short way north of the second garden the Euphrates and Tigris came close together so that a defense wall extending fifty-six miles could be built for the protection of the territory to the south and between the rivers.

76:1.4 (847.6) After getting settled in the new Eden, it became necessary to adopt crude methods of living; it seemed entirely true that the ground had been cursed. Nature was once again taking its course. Now were the Adamites compelled to wrest a living from unprepared soil and to cope with the realities of life in the face of the natural hostilities and incompatibilities of mortal existence. They found the first garden partially prepared for them, but the second had to be created by the labor of their own hands and in the “sweat of their faces.”


2. Cain and Abel


76:2.1 (848.1) Less than two years after Cain’s birth, Abel was born, the first child of Adam and Eve to be born in the second garden. When Abel grew up to the age of twelve years, he elected to be a herder; Cain had chosen to follow agriculture.

76:2.2 (848.2) Now, in those days it was customary to make offerings to the priesthood of the things at hand. Herders would bring of their flocks, farmers of the fruits of the fields; and in accordance with this custom, Cain and Abel likewise made periodic offerings to the priests. The two boys had many times argued about the relative merits of their vocations, and Abel was not slow to note that preference was shown for his animal sacrifices. In vain did Cain appeal to the traditions of the first Eden, to the former preference for the fruits of the fields. But this Abel would not allow, and he taunted his older brother in his discomfiture.

76:2.3 (848.3) In the days of the first Eden, Adam had indeed sought to discourage the offering of animal sacrifice so that Cain had a justifiable precedent for his contentions. It was, however, difficult to organize the religious life of the second Eden. Adam was burdened with a thousand and one details associated with the work of building, defense, and agriculture. Being much depressed spiritually, he intrusted the organization of worship and education to those of Nodite extraction who had served in these capacities in the first garden; and in even so short a time the officiating Nodite priests were reverting to the standards and rulings of pre-Adamic times.

76:2.4 (848.4) The two boys never got along well, and this matter of sacrifices further contributed to the growing hatred between them. Abel knew he was the son of both Adam and Eve and never failed to impress upon Cain that Adam was not his father. Cain was not pure violet as his father was of the Nodite race later admixed with the blue and the red man and with the aboriginal Andonic stock. And all of this, with Cain’s natural bellicose inheritance, caused him to nourish an ever-increasing hatred for his younger brother.

76:2.5 (848.5) The boys were respectively eighteen and twenty years of age when the tension between them was finally resolved, one day, when Abel’s taunts so infuriated his bellicose brother that Cain turned upon him in wrath and slew him.

76:2.6 (848.6) The observation of Abel’s conduct establishes the value of environment and education as factors in character development. Abel had an ideal inheritance, and heredity lies at the bottom of all character; but the influence of an inferior environment virtually neutralized this magnificent inheritance. Abel, especially during his younger years, was greatly influenced by his unfavorable surroundings. He would have become an entirely different person had he lived to be twenty-five or thirty; his superb inheritance would then have shown itself. While a good environment cannot contribute much toward really overcoming the character handicaps of a base heredity, a bad environment can very effectively spoil an excellent inheritance, at least during the younger years of life. Good social environment and proper education are indispensable soil and atmosphere for getting the most out of a good inheritance.

76:2.7 (849.1) The death of Abel became known to his parents when his dogs brought the flocks home without their master. To Adam and Eve, Cain was fast becoming the grim reminder of their folly, and they encouraged him in his decision to leave the garden.

76:2.8 (849.2) Cain’s life in Mesopotamia had not been exactly happy since he was in such a peculiar way symbolic of the default. It was not that his associates were unkind to him, but he had not been unaware of their subconscious resentment of his presence. But Cain knew that, since he bore no tribal mark, he would be killed by the first neighboring tribesmen who might chance to meet him. Fear, and some remorse, led him to repent. Cain had never been indwelt by an Adjuster, had always been defiant of the family discipline and disdainful of his father’s religion. But he now went to Eve, his mother, and asked for spiritual help and guidance, and when he honestly sought divine assistance, an Adjuster indwelt him. And this Adjuster, dwelling within and looking out, gave Cain a distinct advantage of superiority which classed him with the greatly feared tribe of Adam.

76:2.9 (849.3) And so Cain departed for the land of Nod, east of the second Eden. He became a great leader among one group of his father’s people and did, to a certain degree, fulfill the predictions of Serapatatia, for he did promote peace between this division of the Nodites and the Adamites throughout his lifetime. Cain married Remona, his distant cousin, and their first son, Enoch, became the head of the Elamite Nodites. And for hundreds of years the Elamites and the Adamites continued to be at peace.


3. Life in Mesopotamia


76:3.1 (849.4) As time passed in the second garden, the consequences of default became increasingly apparent. Adam and Eve greatly missed their former home of beauty and tranquillity as well as their children who had been deported to Edentia. It was indeed pathetic to observe this magnificent couple reduced to the status of the common flesh of the realm; but they bore their diminished estate with grace and fortitude.

76:3.2 (849.5) Adam wisely spent most of the time training his children and their associates in civil administration, educational methods, and religious devotions. Had it not been for this foresight, pandemonium would have broken loose upon his death. As it was, the death of Adam made little difference in the conduct of the affairs of his people. But long before Adam and Eve passed away, they recognized that their children and followers had gradually learned to forget the days of their glory in Eden. And it was better for the majority of their followers that they did forget the grandeur of Eden; they were not so likely to experience undue dissatisfaction with their less fortunate environment.

76:3.3 (849.6) The civil rulers of the Adamites were derived hereditarily from the sons of the first garden. Adam’s first son, Adamson (Adam ben Adam), founded a secondary center of the violet race to the north of the second Eden. Adam’s second son, Eveson, became a masterly leader and administrator; he was the great helper of his father. Eveson lived not quite so long as Adam, and his eldest son, Jansad, became the successor of Adam as the head of the Adamite tribes.

76:3.4 (849.7) The religious rulers, or priesthood, originated with Seth, the eldest surviving son of Adam and Eve born in the second garden. He was born one hundred and twenty-nine years after Adam’s arrival on Urantia. Seth became absorbed in the work of improving the spiritual status of his father’s people, becoming the head of the new priesthood of the second garden. His son, Enos, founded the new order of worship, and his grandson, Kenan, instituted the foreign missionary service to the surrounding tribes, near and far.

76:3.5 (850.1) The Sethite priesthood was a threefold undertaking, embracing religion, health, and education. The priests of this order were trained to officiate at religious ceremonies, to serve as physicians and sanitary inspectors, and to act as teachers in the schools of the garden.

76:3.6 (850.2) Adam’s caravan had carried the seeds and bulbs of hundreds of plants and cereals of the first garden with them to the land between the rivers; they also had brought along extensive herds and some of all the domesticated animals. Because of this they possessed great advantages over the surrounding tribes. They enjoyed many of the benefits of the previous culture of the original Garden.

76:3.7 (850.3) Up to the time of leaving the first garden, Adam and his family had always subsisted on fruits, cereals, and nuts. On the way to Mesopotamia they had, for the first time, partaken of herbs and vegetables. The eating of meat was early introduced into the second garden, but Adam and Eve never partook of flesh as a part of their regular diet. Neither did Adamson nor Eveson nor the other children of the first generation of the first garden become flesh eaters.

76:3.8 (850.4) The Adamites greatly excelled the surrounding peoples in cultural achievement and intellectual development. They produced the third alphabet and otherwise laid the foundations for much that was the forerunner of modern art, science, and literature. Here in the lands between the Tigris and Euphrates they maintained the arts of writing, metalworking, pottery making, and weaving and produced a type of architecture that was not excelled in thousands of years.

76:3.9 (850.5) The home life of the violet peoples was, for their day and age, ideal. Children were subjected to courses of training in agriculture, craftsmanship, and animal husbandry or else were educated to perform the threefold duty of a Sethite: to be priest, physician, and teacher.

76:3.10 (850.6) And when thinking of the Sethite priesthood, do not confuse those high-minded and noble teachers of health and religion, those true educators, with the debased and commercial priesthoods of the later tribes and surrounding nations. Their religious concepts of Deity and the universe were advanced and more or less accurate, their health provisions were, for their time, excellent, and their methods of education have never since been surpassed.


4. The Violet Race


76:4.1 (850.7) Adam and Eve were the founders of the violet race of men, the ninth human race to appear on Urantia. Adam and his offspring had blue eyes, and the violet peoples were characterized by fair complexions and light hair color—yellow, red, and brown.

76:4.2 (850.8) Eve did not suffer pain in childbirth; neither did the early evolutionary races. Only the mixed races produced by the union of evolutionary man with the Nodites and later with the Adamites suffered the severe pangs of childbirth.

76:4.3 (851.1) Adam and Eve, like their brethren on Jerusem, were energized by dual nutrition, subsisting on both food and light, supplemented by certain superphysical energies unrevealed on Urantia. Their Urantia offspring did not inherit the parental endowment of energy intake and light circulation. They had a single circulation, the human type of blood sustenance. They were designedly mortal though long-lived, albeit longevity gravitated toward the human norm with each succeeding generation.

76:4.4 (851.2) Adam and Eve and their first generation of children did not use the flesh of animals for food. They subsisted wholly upon “the fruits of the trees.” After the first generation all of the descendants of Adam began to partake of dairy products, but many of them continued to follow a nonflesh diet. Many of the southern tribes with whom they later united were also nonflesh eaters. Later on, most of these vegetarian tribes migrated to the east and survived as now admixed in the peoples of India.

76:4.5 (851.3) Both the physical and spiritual visions of Adam and Eve were far superior to those of the present-day peoples. Their special senses were much more acute, and they were able to see the midwayers and the angelic hosts, the Melchizedeks, and the fallen Prince Caligastia, who several times came to confer with his noble successor. They retained the ability to see these celestial beings for over one hundred years after the default. These special senses were not so acutely present in their children and tended to diminish with each succeeding generation.

76:4.6 (851.4) The Adamic children were usually Adjuster indwelt since they all possessed undoubted survival capacity. These superior offspring were not so subject to fear as the children of evolution. So much of fear persists in the present-day races of Urantia because your ancestors received so little of Adam’s life plasm, owing to the early miscarriage of the plans for racial physical uplift.

76:4.7 (851.5) The body cells of the Material Sons and their progeny are far more resistant to disease than are those of the evolutionary beings indigenous to the planet. The body cells of the native races are akin to the living disease-producing microscopic and ultramicroscopic organisms of the realm. These facts explain why the Urantia peoples must do so much by way of scientific effort to withstand so many physical disorders. You would be far more disease resistant if your races carried more of the Adamic life.

76:4.8 (851.6) After becoming established in the second garden on the Euphrates, Adam elected to leave behind as much of his life plasm as possible to benefit the world after his death. Accordingly, Eve was made the head of a commission of twelve on race improvement, and before Adam died this commission had selected 1,682 of the highest type of women on Urantia, and these women were impregnated with the Adamic life plasm. Their children all grew up to maturity except 112, so that the world, in this way, was benefited by the addition of 1,570 superior men and women. Though these candidate mothers were selected from all the surrounding tribes and represented most of the races on earth, the majority were chosen from the highest strains of the Nodites, and they constituted the early beginnings of the mighty Andite race. These children were born and reared in the tribal surroundings of their respective mothers.


5. Death of Adam and Eve


76:5.1 (851.7) Not long after the establishment of the second Eden, Adam and Eve were duly informed that their repentance was acceptable, and that, while they were doomed to suffer the fate of the mortals of their world, they should certainly become eligible for admission to the ranks of the sleeping survivors of Urantia. They fully believed this gospel of resurrection and rehabilitation which the Melchizedeks so touchingly proclaimed to them. Their transgression had been an error of judgment and not the sin of conscious and deliberate rebellion.

76:5.2 (852.1) Adam and Eve did not, as citizens of Jerusem, have Thought Adjusters, nor were they Adjuster indwelt when they functioned on Urantia in the first garden. But shortly after their reduction to mortal status they became conscious of a new presence within them and awakened to the realization that human status coupled with sincere repentance had made it possible for Adjusters to indwell them. It was this knowledge of being Adjuster indwelt that greatly heartened Adam and Eve throughout the remainder of their lives; they knew that they had failed as Material Sons of Satania, but they also knew that the Paradise career was still open to them as ascending sons of the universe.

76:5.3 (852.2) Adam knew about the dispensational resurrection which occurred simultaneously with his arrival on the planet, and he believed that he and his companion would probably be repersonalized in connection with the advent of the next order of sonship. He did not know that Michael, the sovereign of this universe, was so soon to appear on Urantia; he expected that the next Son to arrive would be of the Avonal order. Even so, it was always a comfort to Adam and Eve, as well as something difficult for them to understand, to ponder the only personal message they ever received from Michael. This message, among other expressions of friendship and comfort, said: “I have given consideration to the circumstances of your default, I have remembered the desire of your hearts ever to be loyal to my Father’s will, and you will be called from the embrace of mortal slumber when I come to Urantia if the subordinate Sons of my realm do not send for you before that time.”

76:5.4 (852.3) And this was a great mystery to Adam and Eve. They could comprehend the veiled promise of a possible special resurrection in this message, and such a possibility greatly cheered them, but they could not grasp the meaning of the intimation that they might rest until the time of a resurrection associated with Michael’s personal appearance on Urantia. And so the Edenic pair always proclaimed that a Son of God would sometime come, and they communicated to their loved ones the belief, at least the longing hope, that the world of their blunders and sorrows might possibly be the realm whereon the ruler of this universe would elect to function as the Paradise bestowal Son. It seemed too good to be true, but Adam did entertain the thought that strife-torn Urantia might, after all, turn out to be the most fortunate world in the system of Satania, the envied planet of all Nebadon.

76:5.5 (852.4) Adam lived for 530 years; he died of what might be termed old age. His physical mechanism simply wore out; the process of disintegration gradually gained on the process of repair, and the inevitable end came. Eve had died nineteen years previously of a weakened heart. They were both buried in the center of the temple of divine service which had been built in accordance with their plans soon after the wall of the colony had been completed. And this was the origin of the practice of burying noted and pious men and women under the floors of the places of worship.

76:5.6 (852.5) The supermaterial government of Urantia, under the direction of the Melchizedeks, continued, but direct physical contact with the evolutionary races had been severed. From the distant days of the arrival of the corporeal staff of the Planetary Prince, down through the times of Van and Amadon to the arrival of Adam and Eve, physical representatives of the universe government had been stationed on the planet. But with the Adamic default this regime, extending over a period of more than four hundred and fifty thousand years, came to an end. In the spiritual spheres, angelic helpers continued to struggle in conjunction with the Thought Adjusters, both working heroically for the salvage of the individual; but no comprehensive plan for far-reaching world welfare was promulgated to the mortals of earth until the arrival of Machiventa Melchizedek, in the times of Abraham, who, with the power, patience, and authority of a Son of God, did lay the foundations for the further uplift and spiritual rehabilitation of unfortunate Urantia.

76:5.7 (853.1) Misfortune has not, however, been the sole lot of Urantia; this planet has also been the most fortunate in the local universe of Nebadon. Urantians should count it all gain if the blunders of their ancestors and the mistakes of their early world rulers so plunged the planet into such a hopeless state of confusion, all the more confounded by evil and sin, that this very background of darkness should so appeal to Michael of Nebadon that he selected this world as the arena wherein to reveal the loving personality of the Father in heaven. It is not that Urantia needed a Creator Son to set its tangled affairs in order; it is rather that the evil and sin on Urantia afforded the Creator Son a more striking background against which to reveal the matchless love, mercy, and patience of the Paradise Father.


6. Survival of Adam and Eve


76:6.1 (853.2) Adam and Eve went to their mortal rest with strong faith in the promises made to them by the Melchizedeks that they would sometime awake from the sleep of death to resume life on the mansion worlds, worlds all so familiar to them in the days preceding their mission in the material flesh of the violet race on Urantia.

76:6.2 (853.3) They did not long rest in the oblivion of the unconscious sleep of the mortals of the realm. On the third day after Adam’s death, the second following his reverent burial, the orders of Lanaforge, sustained by the acting Most High of Edentia and concurred in by the Union of Days on Salvington, acting for Michael, were placed in Gabriel’s hands, directing the special roll call of the distinguished survivors of the Adamic default on Urantia. And in accordance with this mandate of special resurrection, number twenty-six of the Urantia series, Adam and Eve were repersonalized and reassembled in the resurrection halls of the mansion worlds of Satania together with 1,316 of their associates in the experience of the first garden. Many other loyal souls had already been translated at the time of Adam’s arrival, which was attended by a dispensational adjudication of both the sleeping survivors and of the living qualified ascenders.

76:6.3 (853.4) Adam and Eve quickly passed through the worlds of progressive ascension until they attained citizenship on Jerusem, once again to be residents of the planet of their origin but this time as members of a different order of universe personalities. They left Jerusem as permanent citizens—Sons of God; they returned as ascendant citizens—sons of man. They were immediately attached to the Urantia service on the system capital, later being assigned membership among the four and twenty counselors who constitute the present advisory-control body of Urantia.

76:6.4 (854.1) And thus ends the story of the Planetary Adam and Eve of Urantia, a story of trial, tragedy, and triumph, at least personal triumph for your well-meaning but deluded Material Son and Daughter and undoubtedly, in the end, a story of ultimate triumph for their world and its rebellion-tossed and evil-harassed inhabitants. When all is summed up, Adam and Eve made a mighty contribution to the speedy civilization and accelerated biologic progress of the human race. They left a great culture on earth, but it was not possible for such an advanced civilization to survive in the face of the early dilution and the eventual submergence of the Adamic inheritance. It is the people who make a civilization; civilization does not make the people.


76:6.5 (854.2) [Presented by Solonia, the seraphic “voice in the Garden.”]

 

Documento 76

O Segundo Jardim

76:0.1 (847.1) QUANDO, sem opor resistência, Adão escolheu deixar o primeiro Jardim entregue aos noditas, ele e os seus seguidores não podiam ir para o oeste, pois os edenitas não tinham barcos adequados para tal aventura marinha. Não podiam ir para o norte, porque os noditas do norte estavam já em marcha na direção do Éden. Temiam ir para o sul, posto que as colinas daquela região estavam infestadas de tribos hostis. O único caminho aberto era o do leste e, assim, foram nessa direção para as então agradáveis regiões entre os rios Tigre e Eufrates. E muitos daqueles que foram deixados para trás, mais tarde viajaram para o leste a fim de juntarem-se aos adamitas no vale que seria o seu novo lar.

76:0.2 (847.2) Caim e Sansa nasceram, ambos, antes que a caravana Adâmica tivesse alcançado o seu destino, entre os rios na Mesopotâmia. Laotta, a mãe de Sansa, morreu no nascimento da sua filha; Eva sofreu muito, mas sobreviveu, devido à sua força superior. Eva amamentou Sansa, a criança de Laotta, a qual foi criada junto com Caim. Sansa cresceu e transformou-se em uma mulher de grande capacidade. Tornou-se a mulher de Sargan, o chefe das raças azuis do norte; e contribuiu para o avanço dos homens azuis daqueles tempos.

 

1. Os Edenitas Entram na Mesopotâmia

 

76:1.1 (847.3) Quase um ano inteiro foi necessário para que a caravana de Adão alcançasse o rio Eufrates. Encontrando-o na época de enchente, permaneceram acampados nas planícies a oeste da água corrente, durante quase seis semanas, até tomarem o caminho da terra, entre os rios, que se transformaria no segundo jardim.

76:1.2 (847.4) Quando chegou a notícia aos habitantes originais da terra do segundo jardim, de que o rei e alto sacerdote do Jardim do Éden estava marchando na direção deles, estes fugiram apressados para as montanhas do leste. Adão encontrou todo o território desejado vago, quando chegou. E ali, nessa nova localização, Adão e os seus colaboradores estabeleceram-se para trabalhar na construção de novas casas e estabelecer um novo centro de cultura e religião.

76:1.3 (847.5) Esse local era conhecido de Adão como uma das três opções originais do comitê designado para escolher as localizações possíveis, para o Jardim, propostas por Van e Amadon. Os dois rios, em si mesmos, eram uma boa defesa natural naqueles dias, e a uma pequena distância para o norte, do segundo jardim, o Eufrates e o Tigre aproximavam-se de tal modo que um muro de defesa, estendendo-se por noventa quilômetros, poderia ser construído para proteger o território ao sul, entre os rios.

76:1.4 (847.6) Após instalarem-se no novo Éden, tornou-se necessário adotar métodos rudimentares de vida; parecia inteiramente verdadeiro que a terra houvesse sido amaldiçoada. A natureza, uma vez mais, seguia livre o seu curso. E agora os adamitas seriam compelidos a arrancar a subsistência do solo despreparado e enfrentar as realidades da vida, em meio às hostilidades e incompatibilidades naturais da existência mortal. Eles encontraram o primeiro Jardim parcialmente preparado para esperá-los, mas o segundo tinha de ser criado pelo trabalho das suas próprias mãos e com o “suor dos seus rostos”.

 

2. Caim e Abel

 

76:2.1 (848.1) Menos de dois anos depois do nascimento de Caim, nasceu Abel, o primeiro filho de Adão e Eva a nascer no segundo jardim. Quando Abel chegou à idade de doze anos, escolheu ser um pastor; Caim havia escolhido seguir a agricultura.

76:2.2 (848.2) Ora, naqueles dias, era costume fazer-se, aos sacerdotes, oferendas das coisas disponíveis. Os pastores dariam dos seus rebanhos; os agricultores, dos frutos dos campos; e, de acordo com esse costume, Caim e Abel também faziam oferendas periódicas aos sacerdotes. Os dois meninos, por muitas vezes, haviam debatido sobre os méritos relativos das suas vocações, e Abel não demorou a perceber a preferência que era dada aos seus sacrifícios de animais. Em vão, Caim apelou para as tradições do primeiro Éden, para a preferência anterior dada aos frutos dos campos. Mas Abel não admitia isso, e escarnecia do desapontamento do irmão mais velho.

76:2.3 (848.3) Nos dias do primeiro Éden, de fato, Adão havia tentado desencorajar as oferendas com sacrifícios animais, de modo que Caim tinha um precedente a justificar os seus argumentos. Foi difícil, contudo, organizar a vida religiosa do segundo Éden. Adão estava sobrecarregado com mil e um detalhes ligados ao trabalho de construção, defesa e agricultura. Estando muito deprimido espiritualmente, ele confiou a organização da adoração e da educação àqueles que, sendo de origem nodita, haviam servido nessas funções no primeiro Jardim; e, mesmo depois de um tempo tão curto, os sacerdotes noditas que oficiavam estavam voltando aos padrões e regras dos tempos pré-Adâmicos.

76:2.4 (848.4) Os dois garotos nunca se deram muito bem, e essa questão dos sacrifícios contribuiu mais ainda para que entre eles crescesse um certo ódio. Abel sabia que era filho de Adão e Eva, e nunca deixara de ressaltar, perante Caim, que Adão não era o pai dele. Caim não era de raça violeta pura, pois o seu pai era da raça nodita, também misturada à linhagem azul e vermelha e ao sangue andônico aborígine. E, tudo isso, e mais a herança belicosa de Caim levaram-no a nutrir um ódio sempre crescente pelo seu irmão mais jovem.

76:2.5 (848.5) Os rapazes tinham respectivamente dezoito e vinte anos de idade, quando a tensão entre eles foi finalmente resolvida; um dia, os sarcasmos de Abel enfureceram tanto o seu belicoso irmão, que Caim chegou a ponto de deixar a sua ira fazê-lo voltar-se contra o irmão, matando-o

76:2.6 (848.6) Uma observação da conduta de Abel estabelece o valor do meio ambiente e da educação como fatores do desenvolvimento do caráter. Abel tinha uma herança ideal, e a hereditariedade forma a base de todo o caráter; mas a influência de um ambiente inferior virtualmente neutralizou essa herança magnífica. Abel, especialmente durante os seus anos mais tenros, foi muito influenciado pelo meio ambiente desfavorável. E ter-se-ia tornado uma pessoa inteiramente diferente, caso tivesse vivido até os vinte e cinco ou trinta anos; a sua herança superior ter-se-ia então evidenciado. Conquanto um bom ambiente possa não contribuir muito para realmente superar os defeitos do caráter de uma hereditariedade vil, um mau ambiente pode muito efetivamente estragar uma hereditariedade excelente, ao menos durante os primeiros anos da vida. O bom ambiente social e a educação adequada são um solo e uma atmosfera indispensáveis, para se obter o máximo de uma boa herança.

76:2.7 (849.1) Da morte de Abel, os seus pais ficaram sabendo quando os seus cachorros trouxeram o rebanho para casa sem o amo. Para Adão e Eva, Caim estava-se convertendo na sombria lembrança da sua loucura, e eles o encorajaram na sua decisão de deixar o jardim.

76:2.8 (849.2) A vida de Caim na Mesopotâmia não foi exatamente feliz, pois, de um modo bastante singular, ele tornara-se o símbolo da falta Adâmica. Não que os seus companheiros fossem indelicados com ele, mas ele não era inconsciente do ressentimento de todos com a sua presença. Mas, como não trazia uma marca tribal, Caim sabia que seria morto pela primeira tribo vizinha que tivesse a chance de encontrá-lo. O medo e algum remorso levaram-no ao arrependimento. Caim nunca havia sido habitado por um Ajustador, havia desafiado sempre a disciplina da família e tratara sempre a religião do seu pai com desdém. Mas agora chegava até Eva, a sua mãe, e pedia a ajuda espiritual e os seus guiamentos, e, quando buscou honestamente a assistência divina, um Ajustador veio para residir nele. E esse Ajustador, que residiu nele e que olhava para fora, deu a Caim uma vantagem evidente de superioridade que o colocou na categoria da muito temida tribo de Adão.

76:2.9 (849.3) E, então, Caim partiu para a terra de Nod, a leste do segundo Éden. Tornou-se um grande líder de um grupo do povo do seu pai e, em uma certa medida, cumpriu as predições de Serapatátia, pois promoveu a paz dentro dessa divisão entre os noditas e os adamitas, durante o período da sua vida. Caim casou-se com Remona, prima distante sua, e o primeiro filho deles, Enoch, tornou-se o chefe dos noditas elamitas. E, durante centenas de anos, os elamitas e os adamitas continuaram vivendo em paz.

 

3. A Vida na Mesopotâmia

 

76:3.1 (849.4) À medida que o tempo passava, evidenciavam-se, no segundo jardim, cada vez mais as conseqüências da sua falta; e Adão e Eva sentiam muita saudade do seu lar anterior de beleza e de tranqüilidade, bem como dos seus filhos que haviam sido deportados para Edêntia. Era, de fato, patético observar esse casal magnífico reduzido ao status da carne comum do reino; mas eles suportaram com graça e coragem aquela diminuição no seu status.

76:3.2 (849.5) Adão sabiamente passava a maior parte do tempo ensinando aos seus filhos e companheiros a administração civil, métodos educacionais e devoções religiosas. Não fora essa previdência sua, e um pandemônio haveria irrompido, quando da sua morte. E desse modo, a morte de Adão só em muito pouco afetou a condução dos assuntos do seu povo. Contudo, muito antes de Adão e Eva morrerem, eles reconheceram que os seus filhos e os seus seguidores haviam gradualmente aprendido a esquecer os dias da sua glória no Éden. E, para a maioria dos seus seguidores, foi melhor que houvessem esquecido a grandeza do Éden, pois assim eles teriam menos possibilidades de sentir um descontentamento injustificado com o seu meio ambiente menos favorecido.

76:3.3 (849.6) Os governantes civis dos adamitas saíram hereditariamente dos filhos do primeiro jardim. O primeiro filho de Adão, Adamson (Adão ben Adão), fundou um centro secundário da raça violeta, ao norte do segundo Éden. O segundo filho de Adão, Evason, tornou-se um dirigente e um administrador magistral; foi um grande colaborador do seu pai. Evason não viveu tanto tempo quanto Adão, e o seu filho mais velho, Jansad, foi o sucessor de Adão na chefia das tribos adamitas.

76:3.4 (849.7) Os governantes religiosos, ou o sacerdócio, originaram-se de Set, o filho sobrevivente mais velho de Adão e Eva, nascido no segundo jardim. Ele nasceu cento e vinte e nove anos depois da chegada de Adão em Urântia. Set ficou absorvido pelo trabalho de aperfeiçoar o status espiritual do povo do seu pai, tornando-se o dirigente do novo sacerdócio do segundo jardim. O seu filho, Enos, fundou a nova ordem de adoração, e o seu neto, Kenan, instituiu o serviço exterior de missionários para as tribos vizinhas, próximas e distantes.

76:3.5 (850.1) O sacerdócio setita foi uma missão tríplice, abrangendo religião, saúde e educação. Os sacerdotes dessa ordem eram treinados para oficiar em cerimônias religiosas, para servir como médicos, inspetores sanitários e [para atuar como] professores nas escolas do jardim.

76:3.6 (850.2) A caravana de Adão trouxera consigo, para a terra entre os rios, as sementes e os bulbos de centenas de plantas e cereais do primeiro Jardim; e, também, havia trazido consigo vastos rebanhos e alguns animais domesticados. E por isso, tiveram grandes vantagens sobre as tribos vizinhas. Desfrutavam de muitos dos benefícios da cultura anterior, do Jardim original.

76:3.7 (850.3) Até a época em que deixaram o primeiro Jardim, Adão e a sua família haviam sobrevivido sempre comendo frutas, cereais e nozes. A caminho da Mesopotâmia, pela primeira vez, haviam comido ervas e hortaliças. Logo se introduziu a prática de se comer carne, no segundo jardim, mas Adão e Eva nunca comeram carne como parte da sua dieta regular. E também Adamson e Evason, bem como os outros filhos da primeira geração do primeiro Jardim, nunca se tornaram carnívoros.

76:3.8 (850.4) Os adamitas superavam, em muito, os povos vizinhos nas realizações culturais e desenvolvimento intelectual. Criaram um terceiro alfabeto e, de outras formas, lançaram as fundações de grande parte das coisas que foram as precursoras da arte moderna, da ciência e da literatura. Nas terras entre o Tigre e o Eufrates, eles mantiveram as artes da escrita, os trabalhos em metal, a cerâmica, a tecelagem e produziram um tipo de arquitetura que não chegou a ser superada durante milhares de anos.

76:3.9 (850.5) A vida no lar dos povos violetas era a ideal, para a sua época e idade. As crianças eram submetidas a cursos de aperfeiçoamento na agricultura, no artesanato e na criação de animais, ou então eram educadas para desempenharem os deveres tríplices de um setita: ser um sacerdote, um médico e um professor.

76:3.10 (850.6) E, ao pensardes no sacerdócio setita, não deveis confundir esses mestres da saúde e da religião, de mente elevada e nobre, de verdadeiros educadores, com os sacerdócios adulterados e comercializados das tribos posteriores e das nações vizinhas. Os conceitos religiosos de Deidade e do universo que eles possuíam eram avançados e razoavelmente precisos, as suas regras de saúde eram excelentes para a sua época e os seus métodos de educação jamais foram superados.

 

4. A Raça Violeta

 

76:4.1 (850.7) Adão e Eva, os fundadores da raça violeta de homens, formaram a nona raça humana a aparecer em Urântia. Adão e a sua progênie tinham olhos azuis e os povos violetas eram caracterizados pela pele clara e as cores claras de cabelos — amarelo, ruivo e castanho

76:4.2 (850.8) Eva não sofria de dor durante o parto; nem a sentiam as raças evolucionárias primitivas. Apenas as raças misturadas, produzidas pela união do homem evolucionário com os noditas e, mais tarde, com os adamitas, é que passaram a sofrer as dores violentas do nascimento dos bebês.

76:4.3 (851.1) Adão e Eva, tanto quanto os seus irmãos em Jerusém, eram energizados por uma nutrição dual, subsistindo tanto do alimento quanto da luz, suplementados por certas energias suprafísicas, não reveladas em Urântia. A sua progênie de Urântia não herdou o dom de absorver a energia, nem o da circulação da luz. Eles tinham uma única circulação, o tipo humano de sustentação pelo sangue. E eram mortais por natureza, mas, ainda que tivessem vidas de longa duração, a longevidade teve a tendência de assumir a normalidade humana, em cada geração que se sucedeu.

76:4.4 (851.2) Adão e Eva e a sua primeira geração de filhos não usavam a carne de animais como alimento. Eles subsistiam integralmente dos “frutos das árvores”. Depois da primeira geração, todos os descendentes de Adão começaram a comer os produtos do leite, mas muitos deles continuaram a seguir uma dieta sem carne. Muitas das tribos do sul, às quais se uniram posteriormente, também não comiam carne. Mais tarde, a maior parte dessas tribos vegetarianas migrou para o leste e sobreviveu tal como estão todas agora, miscigenadas com os povos da Índia.

76:4.5 (851.3) Tanto a visão física quanto a espiritual de Adão e Eva eram muito superiores àquelas dos povos atuais. Os seus sentidos especiais eram muito mais aguçados; sendo capazes de ver as criaturas intermediárias e as hostes angélicas, os Melquisedeques e Caligástia, o Príncipe caído, que muitas vezes veio conversar com o seu nobre sucessor. Eles mantiveram essa capacidade de ver os seres celestes por mais de cem anos, depois da falta. Esses sentidos especiais não estavam assim tão agudamente presentes nos seus filhos e tendiam a diminuir a cada geração que se sucedia.

76:4.6 (851.4) Os filhos Adâmicos geralmente eram resididos por Ajustadores, pois todos eles possuíam uma capacidade indubitável de sobrevivência após a morte. Essa progênie superior não era tão sujeita ao medo quanto o são as crianças provindas da evolução. O temor ainda perdura nas raças atuais de Urântia, porque os vossos ancestrais receberam pouquíssimo do plasma vital de Adão, devido ao desvio prematuro dos planos para a elevação física racial.

76:4.7 (851.5) As células do corpo dos Filhos Materiais e da sua progênie são muito mais resistentes à doença do que as dos seres evolucionários naturais do planeta. As células do corpo, nas raças nativas, são afins daquelas dos organismos microscópicos e ultramicroscópicos causadores das doenças do reino. Esses fatos explicam por que os povos de Urântia têm de fazer tanto, por meio de esforços científicos, para resistir às inúmeras desordens físicas. Vós seríeis muito mais resistentes às doenças, se as vossas raças carregassem em si mais do plasma da vida Adâmica.

76:4.8 (851.6) Depois de se estabelecerem no segundo jardim, no Eufrates, Adão optou por deixar atrás de si o máximo possível do seu plasma de vida, para beneficiar o mundo depois da sua morte. E, desse modo, Eva tornou-se a chefe de uma comissão de doze, para o aperfeiçoamento da raça, e, antes de Adão morrer, essa comissão havia selecionado 1 682 exemplares do tipo mais elevado de mulheres de Urântia, sendo essas mulheres impregnadas com o plasma da vida Adâmica. Os seus filhos, todos, cresceram até a maturidade, exceto 112 deles, e o mundo, desse modo, foi beneficiado pelo acréscimo de 1 570 homens e mulheres superiores. Embora essas candidatas a mãe houvessem sido escolhidas de todas as tribos vizinhas e representassem a maioria das raças da Terra, a maioria foi escolhida da linhagem mais elevada dos noditas; e elas constituíram os primórdios da poderosa raça andita. As crianças nasceram e foram criadas nos ambientes tribais das suas respectivas mães.

 

5. A Morte de Adão e Eva

 

76:5.1 (851.7) Não muito depois do estabelecimento do segundo Éden, Adão e Eva foram devidamente informados de que o arrependimento deles havia sido aceito e que, embora estivessem condenados a sofrer o destino dos mortais do seu mundo, eles deveriam certamente tornarem-se aptos para serem admitidos nas fileiras dos sobreviventes adormecidos de Urântia. Eles acreditaram plenamente nessa palavra de ressurreição e de reabilitação, que os Melquisedeques, de um modo tão tocante, proclamaram a eles. A sua transgressão havia sido um erro de julgamento e não um pecado de rebelião consciente e deliberada.

76:5.2 (852.1) Adão e Eva, como cidadãos de Jerusém, não possuíam Ajustadores do Pensamento, nem eram resididos por Ajustadores quando funcionaram em Urântia, no primeiro jardim. Todavia, pouco depois da sua redução ao status de mortais, eles tornaram-se conscientes de uma nova presença dentro deles e despertaram para a compreensão de que o status humano, combinado com o arrependimento sincero, havia tornado possível aos Ajustadores residir neles. Foi esse conhecimento, o de serem resididos pelos Ajustadores, que, em grande parte, animou a Adão e Eva durante o restante das suas vidas; eles sabiam que haviam falhado como Filhos Materiais de Satânia, mas sabiam também que a carreira do Paraíso ainda estava aberta para eles, como filhos ascendentes do universo.

76:5.3 (852.2) Adão sabia sobre a ressurreição dispensacional que ocorrera simultaneamente com a sua chegada no planeta, e acreditava que a sua companheira e ele, provavelmente, iriam ser repersonalizados quando da vinda de uma nova ordem de filiação. Ele não sabia que Michael, o soberano desse universo, devia muito em breve aparecer em Urântia; e acreditava que o próximo Filho a chegar fosse da ordem Avonal. Mesmo assim, e apesar de que ser um tanto difícil que compreendessem, foi sempre um conforto para Adão e Eva meditarem sobre a única mensagem pessoal que eles receberam de Michael. Essa mensagem, entre outras expressões de amizade e de conforto, dizia: “Eu considerei as circunstâncias da vossa falta, lembrei-me do desejo dos vossos corações, de serem sempre leais à vontade do meu Pai, e vós sereis chamados do abraço do sono mortal, quando eu vier a Urântia, caso os Filhos subordinados do meu Reino não vos buscarem antes dessa época”.

76:5.4 (852.3) E isso se constituiu em um grande mistério para Adão e Eva. Eles puderam compreender a promessa velada de uma possível ressurreição especial nessa mensagem, e essa possibilidade animou-os consideravelmente; todavia, eles não podiam captar o significado da notificação de que eles descansariam até o momento de uma ressurreição associada à vinda pessoal de Michael a Urântia. E assim, o par Edênico proclamou sempre que um Filho de Deus viria, em algum tempo, e transmitiu aos seus entes queridos a crença, ou, ao menos, a esperança ardente, de que o mundo dos seus desatinos e tristezas poderia possivelmente ser o reino em que o governante desse universo iria escolher para exercer a função de Filho auto-outorgado do Paraíso. Parecia bom demais para ser verdade, mas Adão alimentou o pensamento de que a Urântia transtornada pelas lutas poderia, afinal, vir a ser o mundo mais afortunado do sistema de Satânia, o planeta invejado por todo o Nébadon.

76:5.5 (852.4) Adão viveu 530 anos; morreu do que se poderia chamar de velhice. O seu mecanismo físico simplesmente desgastou-se; o processo de desintegração gradualmente venceu o processo de reposição, e veio o fim inevitável. Eva morrera dezenove anos antes, por causa de um coração enfraquecido. Ambos foram enterrados no centro do templo do serviço divino, que havia sido construído de acordo com os seus planos, logo depois de haver sido completado o muro da colônia. E essa foi a origem da prática de enterrar os homens e mulheres notáveis e pios sob os pisos dos locais de adoração.

76:5.6 (852.5) O governo supramaterial de Urântia, sob a direção dos Melquisedeques, continuou, mas o contato físico direto com as raças evolucionárias havia sido rompido. Desde os dias longínquos da chegada dos assessores corpóreos do Príncipe Planetário, até os tempos de Van e Amadon, e depois, até a chegada de Adão e Eva, representantes físicos do governo do universo tinham estado sediados no planeta. Todavia, com a falta Adâmica, esse regime, que se estendeu durante um período de mais de quatrocentos e cinqüenta mil anos, chegou ao fim. Nos âmbitos espirituais, os ajudantes angélicos continuaram a lutar em conjunção com os Ajustadores do Pensamento, trabalhando ambos heroicamente para a salvação do indivíduo; mas nenhum plano abrangente para o bem-estar mundial, de longo alcance, foi promulgado, para os mortais da Terra, até a chegada, nos tempos de Abraão e de Maquiventa Melquisedeque, o qual, com o poder, paciência e autoridade de um Filho de Deus, lançou as fundações para uma nova elevação e uma reabilitação espiritual da desafortunada Urântia.

76:5.7 (853.1) O infortúnio, contudo, não foi o único destino de Urântia; este planeta foi também o mais afortunado no universo local de Nébadon. Os urantianos deveriam considerar tudo isso, afinal, como um benefício, pois, se os erros dos seus ancestrais e as faltas dos seus primeiros governantes mundiais mergulharam o planeta em um estado de confusão sem esperança, deixando-o ainda mais confundido e em meio ao mal e ao pecado, foi esse mesmo passado de obscuridade que serviria de apelo a Michael de Nébadon e, de um tal modo, que o fez escolher este mundo como a arena onde revelaria a personalidade amorosa do Pai nos céus. Não que Urântia necessitasse de um Filho Criador para colocar em ordem os seus assuntos embaraçados; mas antes porque o mal e o pecado, em Urântia, proporcionariam ao Filho Criador um panorama de fundo mais contrastante contra o qual revelar o incomparável amor, a misericórdia e a paciência do Pai do Paraíso.

 

6. A Sobrevivência de Adão e Eva

 

76:6.1 (853.2) Adão e Eva entraram no seu descanso mortal com uma forte fé nas promessas feitas pelos Melquisedeques de que eles iriam, em algum tempo, despertar do sono da morte, para reassumir a vida nos mundos das mansões, tão familiares a eles, desde os dias que precederam à sua missão na carne material da raça violeta em Urântia.

76:6.2 (853.3) Eles não permaneceram por muito tempo descansando no esquecimento do sono inconsciente dos mortais do reino. Ao terceiro dia, depois da morte de Adão, o segundo depois do seu enterro reverente, as ordens de Lanaforge, confirmadas pelos Altíssimos em exercício de Edêntia e ratificadas pelos Uniões dos Dias em Sálvington, agindo em nome de Michael, foram colocadas nas mãos de Gabriel, comandando que se fizesse o chamado especial dos distinguidos sobreviventes da falta Adâmica em Urântia. E, de acordo com esse mandado de ressurreição especial, o de número vinte e seis da série de Urântia, Adão e Eva foram repersonalizados e reconstituídos nas salas de ressurreição dos mundos das mansões de Satânia, junto com 1 316 dos seus companheiros de experiência do primeiro Jardim. Muitas outras almas leais já haviam sido transladadas à época da chegada de Adão, que foi acompanhada por um julgamento dispensacional, tanto dos sobreviventes adormecidos, quanto dos seres ascendentes qualificados vivos.

76:6.3 (853.4) Adão e Eva passaram rapidamente pelos mundos de ascensão progressiva até alcançarem a cidadania de Jerusém para, uma vez mais, serem residentes do planeta da sua origem, mas, desta vez, como membros de uma ordem diferente de personalidades do universo. Eles deixaram Jerusém como cidadãos permanentes — Filhos de Deus — e voltaram como cidadãos ascendentes — filhos do homem. E foram imediatamente designados para o serviço a Urântia, na capital do sistema e, mais tarde, foi atribuída a eles a condição de membros entre os vinte e quatro conselheiros que constituem o corpo atual de controle consultor de Urântia.

76:6.4 (854.1) E assim termina a história do Adão e da Eva Planetários de Urântia, uma história de provações, tragédia e triunfo; um triunfo ao menos pessoal, para os vossos bem-intencionados, mas iludidos, Filho e Filha Materiais; indubitavelmente uma história de triunfo final para o mundo deles e para os seus habitantes abalados pela rebelião e assaltados pelo mal. Considerando-se tudo isso, Adão e Eva deram uma contribuição poderosa para acelerar a civilização e para o progresso biológico da raça humana. Eles deixaram uma grande cultura na Terra, mas não foi possível que uma civilização, de tal modo avançada, sobrevivesse, por causa da diluição prematura e do desaparecimento ulterior da herança Adâmica. É o povo que faz uma civilização; a civilização não faz o povo.

 

76:6.5 (854.2) [Apresentado por Solônia, a seráfica “voz do Jardim”.]