Urântia

OS DOCUMENTOS DE URÂNTIA

- A REVELAÇÃO DO TERCEIRO MILÊNIO -

INDICE

Documento 4

Relação de Deus com o Universo

4:0.1 (54.1) O Pai Universal tem um propósito eterno com relação aos fenômenos materiais, intelectuais e espirituais do universo de universos, que Ele está executando o tempo todo. Deus criou os universos por Sua própria vontade livre e soberana, e Ele os criou de acordo com seu propósito onissapiente e eterno. É duvidoso que alguém exceto as Deidades do Paraíso e seus associados mais elevados realmente saiba muito sobre o propósito eterno de Deus. Mesmo os excelsos cidadãos do Paraíso têm opiniões muito diversas sobre a natureza do propósito eterno das Deidades.

4:0.2 (54.2) É fácil deduzir que o propósito em criar o universo central perfeito de Havona foi puramente a satisfação da natureza divina. Havona pode servir como a criação padrão para todos os outros universos e como a escola terminal para os peregrinos do tempo a caminho do Paraíso; entretanto, uma criação tão superna tem que existir principalmente para o prazer e satisfação dos Criadores perfeitos e infinitos.

4:0.3 (54.3) O plano magnífico para aperfeiçoar os mortais evolucionários e, após o seu alcance do Paraíso e do Corpo de Finalidade, proporcionar treinamento adicional para algum trabalho futuro não revelado, parece de fato ser, no presente, uma das principais preocupações dos sete superuniversos e das muitas subdivisões deles; mas este esquema de ascensão para espiritualizar e treinar os mortais do tempo e espaço não é de forma alguma a ocupação exclusiva das inteligências do universo. Existem, de fato, muitas outras gestas fascinantes que ocupam o tempo e mobilizam as energias das hostes celestiais.


1. A Atitude do Pai para com o Universo


4:1.1 (54.4) Por eras os habitantes de Urântia compreenderam mal a providência de Deus. Há uma providência de labor divino em vosso mundo, mas não é o ministério infantil, arbitrário e material que muitos mortais conceberam que fosse. A providência de Deus consiste nas atividades interligadas dos seres celestiais e dos espíritos divinos que, de acordo com a lei cósmica, trabalham incessantemente para a honra de Deus e para o avanço espiritual de Seus filhos no universo.

4:1.2 (54.5) Vocês não conseguem avançar no vosso conceito sobre o trato de Deus com o homem até aquele nível em que reconhecem que a palavra de ordem do universo é progresso? Por longas eras a raça humana tem lutado para alcançar sua posição atual. Ao longo de todos estes milênios, a Providência tem colocado em prática o plano de evolução progressiva. Os dois pensamentos não são opostos na prática, apenas nos conceitos equivocados do homem. A providência divina não se coloca em oposição ao verdadeiro progresso humano, seja temporal ou espiritual. A Providência é sempre consistente com a natureza imutável e perfeita do Legislador supremo.

4:1.3 (55.1) “Deus é fiel” e “todos os Seus mandamentos são justos”. “Sua fidelidade está estabelecida nos próprios céus.” “Para sempre, ó Senhor, a Tua palavra está firmada no céu. Tua fidelidade é para todas as gerações; Tu estabeleceste a Terra e ela permanece.” “Ele é um Criador fiel.”

4:1.4 (55.2) Não há limitação das forças e personalidades que o Pai pode usar para manter o Seu propósito e sustentar as Suas criaturas. “O Deus eterno é nosso refúgio, e por debaixo estão os braços perpétuos.” “Aquele que reside no lugar secreto do Altíssimo habitará sob a sombra do Todo-Poderoso.” “Vede, Aquele que nos guarda não cochilará nem dormirá.” “Sabemos que todas as coisas trabalham juntas para o bem daqueles que amam a Deus”, “pois os olhos do Senhor estão sobre os justos e Seus ouvidos estão abertos às orações deles”.

4:1.5 (55.3) Deus sustenta “todas as coisas, pela palavra do Seu poder”. E quando novos mundos nascem, Ele “envia seus Filhos e eles são criados”. Deus não apenas cria, mas “os preserva todos”. Deus sustenta constantemente todas as coisas materiais e todos os seres espirituais. Os universos são eternamente estáveis. Há estabilidade em meio à instabilidade aparente. Há uma ordem e segurança subjacentes em meio às convulsões de energia e cataclismos físicos dos reinos estelares.

4:1.6 (55.4) O Pai Universal não Se retirou da administração dos universos; Ele não é uma Deidade inativa. Se Deus se retirasse como o atual sustentador de toda a criação, imediatamente ocorreria um colapso universal. Exceto por Deus, não haveria tal coisa como a realidade. Neste exato momento, como durante as remotas eras do passado e no futuro eterno, Deus continua amparando. O alcance divino estende-se ao redor do círculo da eternidade. O universo não é como um relógio ao qual se dá corda para funcionar por tempo determinado e depois parar de funcionar; todas as coisas estão sendo constantemente renovadas. O Pai continuamente derrama energia, luz e vida. A obra de Deus é literal e também espiritual. “Ele estende o norte sobre o espaço vazio e suspende a terra em cima do nada.”

4:1.7 (55.5) Um ser da minha ordem é capaz de descobrir a harmonia última e detectar uma coordenação de longo alcance e profunda nos assuntos rotineiros da administração do universo. Muito do que parece desconexo e aleatório para a mente mortal aparece ordenado e construtivo ao meu entendimento. Mas há muita coisa acontecendo nos universos que não compreendo totalmente. Há muito tempo estudo e estou mais ou menos familiarizado com as forças, energias, mentes, moronciais, espíritos e personalidades reconhecidos dos universos locais e dos superuniversos. Tenho uma compreensão geral de como estas agências e personalidades operam, e estou intimamente familiarizado com as obras das inteligências espirituais credenciadas do grande universo. Apesar do meu conhecimento dos fenômenos dos universos, sou constantemente confrontado com reações cósmicas que não consigo avaliar plenamente. Estou continuamente encontrando conspirações aparentemente fortuitas da interassociação de forças, energias, intelectos e espíritos, que não posso explicar de forma satisfatória.

4:1.8 (55.6) Sou inteiramente competente para traçar e analisar o desdobramento de todos os fenômenos diretamente resultantes do funcionamento do Pai Universal, do Filho Eterno, do Espírito Infinito e, em grande medida, da Ilha do Paraíso. Minha perplexidade é causada por deparar com o que parece ser o desempenho de Seus misteriosos coordenados, os três Absolutos de potencialidade. Estes Absolutos parecem suplantar a matéria, transcender a mente e sobrepujar o espírito. Fico constantemente confuso e frequentemente perplexo com minha incapacidade de compreender estas transações complexas que atribuo às presenças e atuações do Absoluto Inqualificado, do Absoluto da Deidade e do Absoluto Universal.

4:1.9 (56.1) Estes Absolutos têm que ser as presenças não plenamente reveladas universo afora que, nos fenômenos da potência do espaço e na função de outros superúltimos, tornam impossível para os físicos, filósofos ou mesmo religiosos preverem com certeza como exatamente os primordiais de força, conceito ou espírito responderão às demandas feitas numa situação de realidade complexa envolvendo ajustes supremos e valores últimos.

4:1.10 (56.2) Há também uma unidade orgânica nos universos do tempo e do espaço que parece que subjaz à estrutura inteira dos eventos cósmicos. Esta presença viva do Ser Supremo em evolução, esta Imanência do Incompleto Projetado, é inexplicavelmente manifestada de vez em quando pelo que parece ser uma coordenação admiravelmente fortuita de acontecimentos do universo aparentemente desconectados. Esta deve ser a função da Providência – o reino do Ser Supremo e do Agente Conjunto.

4:1.11 (56.3) Estou inclinado a acreditar que é este controle amplo e geralmente irreconhecível da coordenação e interassociação de todas as fases e formas de atividade do universo que leva uma tal variada e aparentemente confusa mescla inevitável de fenômenos físicos, mentais, morais e espirituais a tão infalivelmente funcionar para a glória de Deus e para o bem dos homens e anjos.

4:1.12 (56.4) Mas no sentido mais amplo os aparentes “acidentes” do cosmos são indubitavelmente uma parte do drama finito da aventura no espaço-tempo do Infinito em Sua eterna manipulação dos Absolutos.


2. Deus e a Natureza


4:2.1 (56.5) A natureza é, em um sentido limitado, o hábito físico de Deus. A conduta, ou ação, de Deus é qualificada e modificada provisoriamente pelos planos experimentais e os padrões evolucionários de um universo local, uma constelação, um sistema ou um planeta. Deus age de acordo com uma lei bem definida, inalterável e imutável em todo o crescentemente vasto universo-mestre; mas Ele modifica os padrões de Sua ação de modo a contribuir para a conduta coordenada e equilibrada de cada universo, constelação, sistema, planeta e personalidade de acordo com os objetos, metas e planos locais dos projetos finitos de desdobramento evolucionário.

4:2.2 (56.6) Portanto, a natureza, como o homem mortal a entende, apresenta o fundamento subjacente e o pano de fundo fundamental de uma Deidade inalterável e Suas leis imutáveis, que são modificadas, oscilam e experimentam reviravoltas por causa do desenvolvimento dos planos, propósitos, padrões e condições locais que foram inaugurados e estão sendo empreendidos pelas forças e personalidades do universo local, constelação, sistema e planetas. Por exemplo: como as leis de Deus foram ordenadas em Nébadon, elas são modificadas pelos planos estabelecidos pelo Filho Criador e o Espírito Criativo deste universo local; e, além de tudo isto, a operação destas leis foi adicionalmente influenciada pelos erros, falhas e insurreições de certos seres residentes no vosso planeta e pertencentes ao vosso sistema planetário imediato de Satânia.

4:2.3 (56.7) A natureza é um tempo-espaço resultante de dois fatores cósmicos: primeiro, a imutabilidade, perfeição e retidão da Deidade do Paraíso e, segundo, os planos experimentais, falhas executivas, erros insurrecionais, incompletude de desenvolvimento e imperfeição de sabedoria das criaturas extra-Paraíso, da mais alta à mais baixa. A natureza, portanto, transmite uma linha uniforme, imutável, majestosa e maravilhosa de perfeição desde o círculo da eternidade; mas em cada universo, em cada planeta e em cada vida individual, esta natureza é modificada, qualificada e talvez desfigurada pelos atos, os erros e as deslealdades das criaturas dos sistemas e universos evolucionários; e, portanto, a natureza tem que ser sempre de um temperamento mutável, mesmo caprichosa, embora estável no fundo, e variada de acordo com os procedimentos operacionais de um universo local.

4:2.4 (57.1) A natureza é a perfeição do Paraíso, dividida pela incompletude, mal e pecado dos universos inacabados. Este quociente é assim expressivo tanto do perfeito quanto do parcial, tanto do eterno como do temporal. A evolução contínua modifica a natureza, aumentando o conteúdo da perfeição do Paraíso e diminuindo o conteúdo do mal, erro e desarmonia da realidade relativa.

4:2.5 (57.2) Deus não está pessoalmente presente na natureza nem em nenhuma das forças da natureza, pois o fenômeno da natureza é a sobreposição das imperfeições da evolução progressiva e, às vezes, das consequências da rebelião insurrecional, sobre os alicerces do Paraíso da lei universal de Deus. Como se apresenta num mundo como Urântia, a natureza nunca pode ser a expressão adequada, a verdadeira representação, o retrato fiel de um Deus onissapiente e infinito.

4:2.6 (57.3) A natureza, no vosso mundo, é uma qualificação das leis da perfeição pelos planos evolucionários do universo local. Que paródia adorar a natureza por ela ser, em um sentido limitado e qualificado, permeada por Deus; por ser uma fase do poder universal e, portanto, divino! A natureza também é uma manifestação do inacabado, do incompleto, das obras imperfeitas do desenvolvimento, crescimento e progresso de um experimento do universo na evolução cósmica.

4:2.7 (57.4) Os defeitos aparentes do mundo natural não são indicativos de quaisquer de tais defeitos correspondentes no caráter de Deus. Tais imperfeições observadas são meramente os momentos de parada inevitáveis na projeção do filme sempre em movimento dos fotogramas da infinitude. São estas mesmas interrupções defeituosas da continuidade da perfeição que tornam possível à mente finita do homem material ter um vislumbre fugaz da realidade divina no tempo e no espaço. As manifestações materiais da divindade parecem defeituosas para a mente evolucionária do homem apenas porque o homem mortal persiste em ver os fenômenos da natureza através dos olhos naturais, a visão humana sem a ajuda da mota moroncial ou da revelação, seu substituto compensatório nos mundos do tempo.

4:2.8 (57.5) E a natureza está desfigurada, seu belo rosto tem cicatrizes, suas feições estão ressecadas, pela rebelião, a má conduta, o pensamento errôneo das miríades de criaturas que são uma parte da natureza, mas que contribuíram para a sua desfiguração no tempo. Não, a natureza não é Deus. A natureza não é um objeto de adoração.


3. O Caráter Imutável de Deus


4:3.1 (57.6) Por um tempo longo demais o homem pensou em Deus como alguém semelhante a si mesmo. Deus não tem, nunca teve e nunca terá ciúme do homem ou de qualquer outro ser no universo de universos. Sabendo que o Filho Criador pretendeu que o homem fosse a obra-prima da criação planetária, o governante de toda a Terra, a visão de seu ser dominado por suas próprias paixões mais básicas, o espetáculo de sua prostração diante de ídolos de madeira, pedra, ouro e ambição egoísta – estas cenas sórdidas incitam Deus e seus Filhos a tomarem-se de zelo pelo homem, nunca de ciúmes.

4:3.2 (57.7) O Deus eterno é incapaz de ira e raiva no sentido destas emoções humanas e da maneira como o homem as entende. Estes sentimentos são mesquinhos e desprezíveis; dificilmente são dignos de serem chamados de humanos, muito menos de divinos; e tais atitudes são totalmente estranhas à natureza perfeita e ao caráter gracioso do Pai Universal.

4:3.3 (58.1) Muita, muita mesmo, da dificuldade que os mortais de Urântia têm em entender Deus deve-se às consequências de longo alcance da rebelião de Lúcifer e da traição de Caligástia. Em mundos não segregados pelo pecado, as raças evolucionárias são capazes de formular ideias bem melhores do Pai Universal; elas sofrem menos de confusão, distorção e perversão de conceito.

4:3.4 (58.2) Deus não se arrepende de nada que já fez, faz agora ou alguma vez fará. Ele é onissapiente assim como onipotente. A sabedoria do homem cresce a partir das tentativas e erros da experiência humana; a sabedoria de Deus consiste na perfeição irrestrita de Seu discernimento infinito do universo, e esta presciência divina efetivamente dirige o livre arbítrio criativo.

4:3.5 (58.3) O Pai Universal nunca faz nada que cause tristeza ou arrependimento subsequente, mas as criaturas volitivas planejadas e feitas pelas personalidades emanadas do Criador para os universos distantes, por sua escolha infeliz, às vezes causam emoções de pesar divino nas personalidades dos seus pais Criadores. Mas embora o Pai não cometa erros, não se arrependa nem experimente pesares, Ele é um ser com a afeição de um pai, e Seu coração indubitavelmente Se entristece quando Seus filhos deixam de atingir os níveis espirituais que são capazes de alcançar com a assistência que tem sido tão livremente proporcionada pelos planos de realização espiritual e as políticas para a ascensão mortal nos universos.

4:3.6 (58.4) A infinita bondade do Pai está além da compreensão da mente finita do tempo; daí que tem que sempre ser providenciado um contraste com o mal comparativo (não o pecado) para a exibição efetiva de todas as fases de bondade relativa. A perfeição da bondade divina pode ser discernida pela imperfeição de discernimento do mortal do apenas porque está em associação contrastante com a imperfeição relativa nas relações de tempo e matéria nos movimentos do espaço.

4:3.7 (58.5) O caráter de Deus é infinitamente supra-humano; portanto, tal natureza da divindade tem que ser personalizada, como nos Filhos divinos, antes mesmo de poder ser captada com a fé pela mente finita do homem.


4. A compreensão de Deus


4:4.1 (58.6) Deus é o único ser estacionário, autocontido e imutável em todo o universo de universos, sem fora, sem além, sem passado e sem futuro. Deus é energia com propósito (espírito criativo) e vontade absoluta, e estas são autoexistentes e universais.

4:4.2 (58.7) Visto que Deus existe por Si Mesmo, Ele é absolutamente independente. A própria identidade de Deus é hostil à mudança. “Eu, o Senhor, não mudo.” Deus é imutável; mas não sem antes atingir o status do Paraíso vocês poderão sequer começar a entender como Deus pode passar da simplicidade à complexidade, da identidade à variação, da quiescência ao movimento, da infinitude à finitude, do divino ao humano, e da unidade à dualidade e triunidade. E Deus pode assim modificar as manifestações de Sua absolutez porque a imutabilidade divina não implica imobilidade; Deus tem vontade – Ele é a vontade.

4:4.3 (58.8) Deus é o ser da autodeterminação absoluta; não há limites para Suas reações no universo exceto aqueles que são autoimpostos, e Seus atos de livre-arbítrio são condicionados apenas por aquelas qualidades divinas e atributos perfeitos que inerentemente caracterizam Sua natureza eterna. Portanto, Deus está relacionado ao universo como o ser da bondade final e do livre arbítrio de infinitude criativa.

4:4.4 (58.9) O Pai Absoluto é o criador do universo central e perfeito e o Pai de todos os outros Criadores. Personalidade, bondade e inúmeras outras características, Deus as compartilha com o homem e outros seres, mas a infinitude da vontade é só Dele. Deus é limitado em Seus atos criativos apenas pelos sentimentos de Sua natureza eterna e pelos ditames de Sua infinita sabedoria. Deus escolhe pessoalmente apenas aquilo que é infinitamente perfeito, daí a perfeição superna do universo central; e embora os Filhos Criadores compartilhem plenamente de Sua divindade, até mesmo de fases de sua absolutez, eles não são completamente limitados por aquela finalidade de sabedoria que dirige a infinitude da vontade do Pai. Daí que na ordem Micael de filiação, o livre arbítrio criativo torna-se ainda mais ativo, inteiramente divino e quase último, senão absoluto. O Pai é infinito e eterno, mas negar a possibilidade de Sua autolimitação volitiva equivale a uma negação deste próprio conceito da Sua absolutez volitiva.

4:4.5 (59.1) A absolutez de Deus permeia todos os sete níveis de realidade do universo. E toda esta natureza absoluta está sujeita ao relacionamento do Criador com Sua família de criaturas do universo. A precisão pode caracterizar a justiça trinitária no universo de universos, mas em toda a Sua vasta relação familiar com as criaturas do tempo o Deus dos universos é governado pelo sentimento divino. Em primeiro e último lugar – eternamente – o Deus infinito é um Pai. De todos os títulos possíveis pelos quais Ele pode ser apropriadamente conhecido, fui instruído a retratar o Deus de toda a criação como o Pai Universal.

4:4.6 (59.2) Em Deus o Pai as atuações do livre-arbítrio não são governadas pelo poder, nem são guiadas apenas pelo intelecto; a personalidade divina é definida como consistindo em espírito e Se manifestando aos universos como amor. Portanto, em todas as Suas relações pessoais com as personalidades criaturas dos universos, a Primeira Fonte e Centro é sempre e consistentemente um Pai amoroso. Deus é um Pai no sentido mais elevado do termo. Ele está eternamente motivado pelo idealismo perfeito do amor divino, e essa natureza terna encontra sua expressão mais forte e maior satisfação em amar e ser amado.

4:4.7 (59.3) Na ciência, Deus é a Causa Primeira; na religião, o Pai universal e amoroso; na filosofia, Aquele que existe por Si Mesmo, não dependente de nenhum outro ser para existir mas conferindo beneficentemente a realidade da existência a todas as coisas e a todos os outros seres. Mas se requer revelação para mostrar que a Causa Primeira da ciência e a Unidade autoexistente da filosofia são o Deus da religião, cheio de misericórdia e bondade e empenhado em efetuar a sobrevivência eterna de seus filhos na Terra.

4:4.8 (59.4) Almejamos o conceito do Infinito, mas adoramos a ideia-experiência de Deus, nossa capacidade em qualquer lugar e a qualquer momento de apreender os fatores da personalidade e da divindade de nosso conceito mais elevado da Deidade.

4:4.9 (59.5) A consciência de uma vida humana vitoriosa na Terra nasce daquela fé da criatura que ousa desafiar cada episódio recorrente da existência quando confrontada com o terrível espetáculo das limitações humanas, pela declaração infalível: Mesmo que eu não possa fazer isso, vive em mim alguém que pode e vai fazê-lo, uma parte do Pai-Absoluto do universo de universos. E essa é “a vitória que vence o mundo, a vossa fé mesmo”.

 

5. Ideias Errôneas sobre Deus

 

4:5.1 (59.6) A tradição religiosa é o registro imperfeitamente preservado das experiências dos homens conhecedores de Deus em eras passadas, mas tais registros não são confiáveis como guias para a vida religiosa ou como a fonte de informações verdadeiras sobre o Pai Universal. Tais crenças antigas foram invariavelmente alteradas pelo fato de que o homem primitivo era um criador de mitos.

4:5.2 (60.1) Uma das maiores fontes de confusão em Urântia a respeito da natureza de Deus surge do fracasso dos vossos livros sagrados em distinguir claramente entre as personalidades da Trindade do Paraíso e entre a Deidade do Paraíso e os criadores e administradores do universo local. Durante as dispensações passadas de entendimento parcial, vossos sacerdotes e profetas falharam em diferenciar claramente entre Príncipes Planetários, Soberanos de Sistemas, Pais da Constelação, Filhos Criadores, Governantes do Superuniverso, o Ser Supremo e o Pai Universal. Muitas das mensagens de personalidades subordinadas, como os Portadores da Vida e várias ordens de anjos, foram, em vossos registros, apresentadas como vindas do próprio Deus. O pensamento religioso urantiano ainda confunde as personalidades associadas da Deidade com o próprio Pai Universal, de modo que todas estão incluídas sob uma designação.

4:5.3 (60.2) O povo de Urântia continua a sofrer a influência de conceitos primitivos de Deus. Os deuses que se agitam na tempestade; que sacodem a terra em seu furor e derrubam os homens em sua ira; aqueles que infligem seus julgamentos de desagrado em tempos de fome e inundação – estes são os deuses da religião primitiva; eles não são os Deuses que vivem e governam os universos. Tais conceitos são uma relíquia das épocas em que os homens supunham que o universo estivesse sob a orientação e o domínio dos caprichos de tais deuses imaginários. Mas o homem mortal está começando a perceber que vive num reino de lei e ordem relativas no que diz respeito às políticas administrativas e conduta dos Criadores Supremos e dos Controladores Supremos.

4:5.4 (60.3) A ideia bárbara de apaziguar um Deus irado, de propiciar um Senhor ofendido, de ganhar o favor da Deidade por meio de sacrifícios e penitência e até mesmo pelo derramamento de sangue, representa uma religião inteiramente pueril e primitiva, uma filosofia indigna de uma era esclarecida de ciência e verdade. Tais crenças são totalmente repulsivas para os seres celestiais e os governantes divinos que servem e reinam nos universos. É uma afronta a Deus acreditar, defender ou ensinar que sangue inocente tem que ser derramado de modo a ganhar Seu favor ou para dissuadir a fictícia ira divina.

4:5.5 (60.4) Os hebreus acreditavam que “sem o derramamento de sangue não poderia haver remissão do pecado”. Eles não haviam encontrado libertação da velha ideia pagã de que os Deuses não podiam ser apaziguados senão pela visão de sangue, embora Moisés tenha feito um avanço distinto quando proibiu sacrifícios humanos e os substituiu, nas mentes primitivas de seus infantis seguidores beduínos, pelo sacrifício cerimonial de animais.

4:5.6 (60.5) A consagração de um Filho do Paraíso no vosso mundo foi inerente à situação de encerrar uma era planetária; era inevitável e não foi tornada necessária com o propósito de ganhar o favor de Deus. Esta consagração também passou a ser o ato pessoal final de um Filho Criador na longa aventura de conquistar a soberania experiencial de seu universo. Que paródia sobre o caráter infinito de Deus! este ensinamento de que Seu coração paternal em toda a sua austera frieza e dureza era tão insensível aos infortúnios e tristezas de Suas criaturas que as Suas ternas misericórdias não estiveram disponíveis até que Ele viu Seu Filho inocente sangrando e morrendo na cruz do Calvário!

4:5.7 (60.6) Mas os habitantes de Urântia irão encontrar a libertação destes erros antigos e superstições pagãs a respeito da natureza do Pai Universal. A revelação da verdade sobre Deus está aparecendo, e a raça humana está destinada a conhecer o Pai Universal em toda aquela beleza de caráter e benignidade de atributos tão magnificamente retratados pelo Filho Criador que peregrinou em Urântia como o Filho do Homem e o Filho de Deus.


4:5.8 (61.1) [Apresentado por um Conselheiro Divino de Uversa.]

Paper 4

God's Relation to the Universe

4:0.1 (54.1) THE Universal Father has an eternal purpose pertaining to the material, intellectual, and spiritual phenomena of the universe of universes, which he is executing throughout all time. God created the universes of his own free and sovereign will, and he created them in accordance with his all-wise and eternal purpose. It is doubtful whether anyone except the Paradise Deities and their highest associates really knows very much about the eternal purpose of God. Even the exalted citizens of Paradise hold very diverse opinions about the nature of the eternal purpose of the Deities.

4:0.2 (54.2) It is easy to deduce that the purpose in creating the perfect central universe of Havona was purely the satisfaction of the divine nature. Havona may serve as the pattern creation for all other universes and as the finishing school for the pilgrims of time on their way to Paradise; however, such a supernal creation must exist primarily for the pleasure and satisfaction of the perfect and infinite Creators.

4:0.3 (54.3) The amazing plan for perfecting evolutionary mortals and, after their attainment of Paradise and the Corps of the Finality, providing further training for some undisclosed future work, does seem to be, at present, one of the chief concerns of the seven superuniverses and their many subdivisions; but this ascension scheme for spiritualizing and training the mortals of time and space is by no means the exclusive occupation of the universe intelligences. There are, indeed, many other fascinating pursuits which occupy the time and enlist the energies of the celestial hosts.

 

1. The Universe Attitude of the Father

 

4:1.1 (54.4) For ages the inhabitants of Urantia have misunderstood the providence of God. There is a providence of divine outworking on your world, but it is not the childish, arbitrary, and material ministry many mortals have conceived it to be. The providence of God consists in the interlocking activities of the celestial beings and the divine spirits who, in accordance with cosmic law, unceasingly labor for the honor of God and for the spiritual advancement of his universe children.

4:1.2 (54.5) Can you not advance in your concept of God’s dealing with man to that level where you recognize that the watchword of the universe is progress? Through long ages the human race has struggled to reach its present position. Throughout all these millenniums Providence has been working out the plan of progressive evolution. The two thoughts are not opposed in practice, only in man’s mistaken concepts. Divine providence is never arrayed in opposition to true human progress, either temporal or spiritual. Providence is always consistent with the unchanging and perfect nature of the supreme Lawmaker.

4:1.3 (55.1) “God is faithful” and “all his commandments are just.” “His faithfulness is established in the very skies.” “Forever, O Lord, your word is settled in heaven. Your faithfulness is to all generations; you have established the earth and it abides.” “He is a faithful Creator.”

4:1.4 (55.2) There is no limitation of the forces and personalities which the Father may use to uphold his purpose and sustain his creatures. “The eternal God is our refuge, and underneath are the everlasting arms.” “He who dwells in the secret place of the Most High shall abide under the shadow of the Almighty.” “Behold, he who keeps us shall neither slumber nor sleep.” “We know that all things work together for good to those who love God,” “for the eyes of the Lord are over the righteous, and his ears are open to their prayers.”

4:1.5 (55.3) God upholds “all things by the word of his power.” And when new worlds are born, he “sends forth his Sons and they are created.” God not only creates, but he “preserves them all.” God constantly upholds all things material and all beings spiritual. The universes are eternally stable. There is stability in the midst of apparent instability. There is an underlying order and security in the midst of the energy upheavals and the physical cataclysms of the starry realms.

4:1.6 (55.4) The Universal Father has not withdrawn from the management of the universes; he is not an inactive Deity. If God should retire as the present upholder of all creation, there would immediately occur a universal collapse. Except for God, there would be no such thing as reality. At this very moment, as during the remote ages of the past and in the eternal future, God continues to uphold. The divine reach extends around the circle of eternity. The universe is not wound up like a clock to run just so long and then cease to function; all things are constantly being renewed. The Father unceasingly pours forth energy, light, and life. The work of God is literal as well as spiritual. “He stretches out the north over the empty space and hangs the earth upon nothing.”

4:1.7 (55.5) A being of my order is able to discover ultimate harmony and to detect far-reaching and profound co-ordination in the routine affairs of universe administration. Much that seems disjointed and haphazard to the mortal mind appears orderly and constructive to my understanding. But there is very much going on in the universes that I do not fully comprehend. I have long been a student of, and am more or less conversant with, the recognized forces, energies, minds, morontias, spirits, and personalities of the local universes and the superuniverses. I have a general understanding of how these agencies and personalities operate, and I am intimately familiar with the workings of the accredited spirit intelligences of the grand universe. Notwithstanding my knowledge of the phenomena of the universes, I am constantly confronted with cosmic reactions which I cannot fully fathom. I am continually encountering apparently fortuitous conspiracies of the interassociation of forces, energies, intellects, and spirits, which I cannot satisfactorily explain.

4:1.8 (55.6) I am entirely competent to trace out and to analyze the working of all phenomena directly resulting from the functioning of the Universal Father, the Eternal Son, the Infinite Spirit, and, to a large extent, the Isle of Paradise. My perplexity is occasioned by encountering what appears to be the performance of their mysterious co-ordinates, the three Absolutes of potentiality. These Absolutes seem to supersede matter, to transcend mind, and to supervene spirit. I am constantly confused and often perplexed by my inability to comprehend these complex transactions which I attribute to the presences and performances of the Unqualified Absolute, the Deity Absolute, and the Universal Absolute.

4:1.9 (56.1) These Absolutes must be the not-fully-revealed presences abroad in the universe which, in the phenomena of space potency and in the function of other superultimates, render it impossible for physicists, philosophers, or even religionists to predict with certainty as to just how the primordials of force, concept, or spirit will respond to demands made in a complex reality situation involving supreme adjustments and ultimate values.

4:1.10 (56.2) There is also an organic unity in the universes of time and space which seems to underlie the whole fabric of cosmic events. This living presence of the evolving Supreme Being, this Immanence of the Projected Incomplete, is inexplicably manifested ever and anon by what appears to be an amazingly fortuitous co-ordination of apparently unrelated universe happenings. This must be the function of Providence—the realm of the Supreme Being and the Conjoint Actor.

4:1.11 (56.3) I am inclined to believe that it is this far-flung and generally unrecognizable control of the co-ordination and interassociation of all phases and forms of universe activity that causes such a variegated and apparently hopelessly confused medley of physical, mental, moral, and spiritual phenomena so unerringly to work out to the glory of God and for the good of men and angels.

4:1.12 (56.4) But in the larger sense the apparent “accidents” of the cosmos are undoubtedly a part of the finite drama of the time-space adventure of the Infinite in his eternal manipulation of the Absolutes.

 

2. God and Nature

 

4:2.1 (56.5) Nature is in a limited sense the physical habit of God. The conduct, or action, of God is qualified and provisionally modified by the experimental plans and the evolutionary patterns of a local universe, a constellation, a system, or a planet. God acts in accordance with a well-defined, unchanging, immutable law throughout the wide-spreading master universe; but he modifies the patterns of his action so as to contribute to the co-ordinate and balanced conduct of each universe, constellation, system, planet, and personality in accordance with the local objects, aims, and plans of the finite projects of evolutionary unfolding.

4:2.2 (56.6) Therefore, nature, as mortal man understands it, presents the underlying foundation and fundamental background of a changeless Deity and his immutable laws, modified by, fluctuating because of, and experiencing upheavals through, the working of the local plans, purposes, patterns, and conditions which have been inaugurated and are being carried out by the local universe, constellation, system, and planetary forces and personalities. For example: As God’s laws have been ordained in Nebadon, they are modified by the plans established by the Creator Son and Creative Spirit of this local universe; and in addition to all this the operation of these laws has been further influenced by the errors, defaults, and insurrections of certain beings resident upon your planet and belonging to your immediate planetary system of Satania.

4:2.3 (56.7) Nature is a time-space resultant of two cosmic factors: first, the immutability, perfection, and rectitude of Paradise Deity, and second, the experimental plans, executive blunders, insurrectionary errors, incompleteness of development, and imperfection of wisdom of the extra-Paradise creatures, from the highest to the lowest. Nature therefore carries a uniform, unchanging, majestic, and marvelous thread of perfection from the circle of eternity; but in each universe, on each planet, and in each individual life, this nature is modified, qualified, and perchance marred by the acts, the mistakes, and the disloyalties of the creatures of the evolutionary systems and universes; and therefore must nature ever be of a changing mood, whimsical withal, though stable underneath, and varied in accordance with the operating procedures of a local universe.

4:2.4 (57.1) Nature is the perfection of Paradise divided by the incompletion, evil, and sin of the unfinished universes. This quotient is thus expressive of both the perfect and the partial, of both the eternal and the temporal. Continuing evolution modifies nature by augmenting the content of Paradise perfection and by diminishing the content of the evil, error, and disharmony of relative reality.

4:2.5 (57.2) God is not personally present in nature or in any of the forces of nature, for the phenomenon of nature is the superimposition of the imperfections of progressive evolution and, sometimes, the consequences of insurrectionary rebellion, upon the Paradise foundations of God’s universal law. As it appears on such a world as Urantia, nature can never be the adequate expression, the true representation, the faithful portrayal, of an all-wise and infinite God.

4:2.6 (57.3) Nature, on your world, is a qualification of the laws of perfection by the evolutionary plans of the local universe. What a travesty to worship nature because it is in a limited, qualified sense pervaded by God; because it is a phase of the universal and, therefore, divine power! Nature also is a manifestation of the unfinished, the incomplete, the imperfect outworkings of the development, growth, and progress of a universe experiment in cosmic evolution.

4:2.7 (57.4) The apparent defects of the natural world are not indicative of any such corresponding defects in the character of God. Rather are such observed imperfections merely the inevitable stop-moments in the exhibition of the ever-moving reel of infinity picturization. It is these very defect-interruptions of perfection-continuity which make it possible for the finite mind of material man to catch a fleeting glimpse of divine reality in time and space. The material manifestations of divinity appear defective to the evolutionary mind of man only because mortal man persists in viewing the phenomena of nature through natural eyes, human vision unaided by morontia mota or by revelation, its compensatory substitute on the worlds of time.

4:2.8 (57.5) And nature is marred, her beautiful face is scarred, her features are seared, by the rebellion, the misconduct, the misthinking of the myriads of creatures who are a part of nature, but who have contributed to her disfigurement in time. No, nature is not God. Nature is not an object of worship.

 

3. God’s Unchanging Character

 

4:3.1 (57.6) All too long has man thought of God as one like himself. God is not, never was, and never will be jealous of man or any other being in the universe of universes. Knowing that the Creator Son intended man to be the masterpiece of the planetary creation, to be the ruler of all the earth, the sight of his being dominated by his own baser passions, the spectacle of his bowing down before idols of wood, stone, gold, and selfish ambition—these sordid scenes stir God and his Sons to be jealous for man, but never of him.

4:3.2 (57.7) The eternal God is incapable of wrath and anger in the sense of these human emotions and as man understands such reactions. These sentiments are mean and despicable; they are hardly worthy of being called human, much less divine; and such attitudes are utterly foreign to the perfect nature and gracious character of the Universal Father.

4:3.3 (58.1) Much, very much, of the difficulty which Urantia mortals have in understanding God is due to the far-reaching consequences of the Lucifer rebellion and the Caligastia betrayal. On worlds not segregated by sin, the evolutionary races are able to formulate far better ideas of the Universal Father; they suffer less from confusion, distortion, and perversion of concept.

4:3.4 (58.2) God repents of nothing he has ever done, now does, or ever will do. He is all-wise as well as all-powerful. Man’s wisdom grows out of the trials and errors of human experience; God’s wisdom consists in the unqualified perfection of his infinite universe insight, and this divine foreknowledge effectively directs the creative free will.

4:3.5 (58.3) The Universal Father never does anything that causes subsequent sorrow or regret, but the will creatures of the planning and making of his Creator personalities in the outlying universes, by their unfortunate choosing, sometimes occasion emotions of divine sorrow in the personalities of their Creator parents. But though the Father neither makes mistakes, harbors regrets, nor experiences sorrows, he is a being with a father’s affection, and his heart is undoubtedly grieved when his children fail to attain the spiritual levels they are capable of reaching with the assistance which has been so freely provided by the spiritual-attainment plans and the mortal-ascension policies of the universes.

4:3.6 (58.4) The infinite goodness of the Father is beyond the comprehension of the finite mind of time; hence must there always be afforded a contrast with comparative evil (not sin) for the effective exhibition of all phases of relative goodness. Perfection of divine goodness can be discerned by mortal imperfection of insight only because it stands in contrastive association with relative imperfection in the relationships of time and matter in the motions of space.

4:3.7 (58.5) The character of God is infinitely superhuman; therefore must such a nature of divinity be personalized, as in the divine Sons, before it can even be faith-grasped by the finite mind of man.

 

4. The Realization of God

 

4:4.1 (58.6) God is the only stationary, self-contained, and changeless being in the whole universe of universes, having no outside, no beyond, no past, and no future. God is purposive energy (creative spirit) and absolute will, and these are self-existent and universal.

4:4.2 (58.7) Since God is self-existent, he is absolutely independent. The very identity of God is inimical to change. “I, the Lord, change not.” God is immutable; but not until you achieve Paradise status can you even begin to understand how God can pass from simplicity to complexity, from identity to variation, from quiescence to motion, from infinity to finitude, from the divine to the human, and from unity to duality and triunity. And God can thus modify the manifestations of his absoluteness because divine immutability does not imply immobility; God has will—he is will.

4:4.3 (58.8) God is the being of absolute self-determination; there are no limits to his universe reactions save those which are self-imposed, and his freewill acts are conditioned only by those divine qualities and perfect attributes which inherently characterize his eternal nature. Therefore is God related to the universe as the being of final goodness plus a free will of creative infinity.

4:4.4 (58.9) The Father-Absolute is the creator of the central and perfect universe and the Father of all other Creators. Personality, goodness, and numerous other characteristics, God shares with man and other beings, but infinity of will is his alone. God is limited in his creative acts only by the sentiments of his eternal nature and by the dictates of his infinite wisdom. God personally chooses only that which is infinitely perfect, hence the supernal perfection of the central universe; and while the Creator Sons fully share his divinity, even phases of his absoluteness, they are not altogether limited by that finality of wisdom which directs the Father’s infinity of will. Hence, in the Michael order of sonship, creative free will becomes even more active, wholly divine and well-nigh ultimate, if not absolute. The Father is infinite and eternal, but to deny the possibility of his volitional self-limitation amounts to a denial of this very concept of his volitional absoluteness.

4:4.5 (59.1) God’s absoluteness pervades all seven levels of universe reality. And the whole of this absolute nature is subject to the relationship of the Creator to his universe creature family. Precision may characterize trinitarian justice in the universe of universes, but in all his vast family relationship with the creatures of time the God of universes is governed by divine sentiment. First and last—eternally—the infinite God is a Father. Of all the possible titles by which he might appropriately be known, I have been instructed to portray the God of all creation as the Universal Father.

4:4.6 (59.2) In God the Father freewill performances are not ruled by power, nor are they guided by intellect alone; the divine personality is defined as consisting in spirit and manifesting himself to the universes as love. Therefore, in all his personal relations with the creature personalities of the universes, the First Source and Center is always and consistently a loving Father. God is a Father in the highest sense of the term. He is eternally motivated by the perfect idealism of divine love, and that tender nature finds its strongest expression and greatest satisfaction in loving and being loved.

4:4.7 (59.3) In science, God is the First Cause; in religion, the universal and loving Father; in philosophy, the one being who exists by himself, not dependent on any other being for existence but beneficently conferring reality of existence on all things and upon all other beings. But it requires revelation to show that the First Cause of science and the self-existent Unity of philosophy are the God of religion, full of mercy and goodness and pledged to effect the eternal survival of his children on earth.

4:4.8 (59.4) We crave the concept of the Infinite, but we worship the experience-idea of God, our anywhere and any-time capacity to grasp the personality and divinity factors of our highest concept of Deity.

4:4.9 (59.5) The consciousness of a victorious human life on earth is born of that creature faith which dares to challenge each recurring episode of existence when confronted with the awful spectacle of human limitations, by the unfailing declaration: Even if I cannot do this, there lives in me one who can and will do it, a part of the Father-Absolute of the universe of universes. And that is “the victory which overcomes the world, even your faith.”

 

5. Erroneous Ideas of God

 

4:5.1 (59.6) Religious tradition is the imperfectly preserved record of the experiences of the God-knowing men of past ages, but such records are untrustworthy as guides for religious living or as the source of true information about the Universal Father. Such ancient beliefs have been invariably altered by the fact that primitive man was a mythmaker.

4:5.2 (60.1) One of the greatest sources of confusion on Urantia concerning the nature of God grows out of the failure of your sacred books clearly to distinguish between the personalities of the Paradise Trinity and between Paradise Deity and the local universe creators and administrators. During the past dispensations of partial understanding, your priests and prophets failed clearly to differentiate between Planetary Princes, System Sovereigns, Constellation Fathers, Creator Sons, Superuniverse Rulers, the Supreme Being, and the Universal Father. Many of the messages of subordinate personalities, such as Life Carriers and various orders of angels, have been, in your records, presented as coming from God himself. Urantian religious thought still confuses the associate personalities of Deity with the Universal Father himself, so that all are included under one appellation.

4:5.3 (60.2) The people of Urantia continue to suffer from the influence of primitive concepts of God. The gods who go on a rampage in the storm; who shake the earth in their wrath and strike down men in their anger; who inflict their judgments of displeasure in times of famine and flood—these are the gods of primitive religion; they are not the Gods who live and rule the universes. Such concepts are a relic of the times when men supposed that the universe was under the guidance and domination of the whims of such imaginary gods. But mortal man is beginning to realize that he lives in a realm of comparative law and order as far as concerns the administrative policies and conduct of the Supreme Creators and the Supreme Controllers.

4:5.4 (60.3) The barbarous idea of appeasing an angry God, of propitiating an offended Lord, of winning the favor of Deity through sacrifices and penance and even by the shedding of blood, represents a religion wholly puerile and primitive, a philosophy unworthy of an enlightened age of science and truth. Such beliefs are utterly repulsive to the celestial beings and the divine rulers who serve and reign in the universes. It is an affront to God to believe, hold, or teach that innocent blood must be shed in order to win his favor or to divert the fictitious divine wrath.

4:5.5 (60.4) The Hebrews believed that “without the shedding of blood there could be no remission of sin.” They had not found deliverance from the old and pagan idea that the Gods could not be appeased except by the sight of blood, though Moses did make a distinct advance when he forbade human sacrifices and substituted therefor, in the primitive minds of his childlike Bedouin followers, the ceremonial sacrifice of animals.

4:5.6 (60.5) The bestowal of a Paradise Son on your world was inherent in the situation of closing a planetary age; it was inescapable, and it was not made necessary for the purpose of winning the favor of God. This bestowal also happened to be the final personal act of a Creator Son in the long adventure of earning the experiential sovereignty of his universe. What a travesty upon the infinite character of God! this teaching that his fatherly heart in all its austere coldness and hardness was so untouched by the misfortunes and sorrows of his creatures that his tender mercies were not forthcoming until he saw his blameless Son bleeding and dying upon the cross of Calvary!

4:5.7 (60.6) But the inhabitants of Urantia are to find deliverance from these ancient errors and pagan superstitions respecting the nature of the Universal Father. The revelation of the truth about God is appearing, and the human race is destined to know the Universal Father in all that beauty of character and loveliness of attributes so magnificently portrayed by the Creator Son who sojourned on Urantia as the Son of Man and the Son of God.

 

4:5.8 (61.1) [Presented by a Divine Counselor of Uversa.]

 

Documento 4

A Relação de Deus com o Universo

4:0.1 (54.1) O PAI Universal tem um propósito eterno em relação aos fenômenos materiais, intelectuais e espirituais do universo dos universos; propósito este que Ele está cumprindo ao longo de todo o tempo. Deus criou os universos pela Sua própria vontade, livre e soberana, e criou-os de acordo com o Seu propósito onisciente e eterno. É questionável que alguém, exceto as Deidades do Paraíso e os Seus coligados mais elevados, realmente saiba muita coisa sobre o propósito eterno de Deus. Até mesmo os cidadãos excelsos do Paraíso têm opiniões bastante diversas sobre a natureza do propósito eterno das Deidades.

4:0.2 (54.2) É fácil deduzir que o propósito de criar o universo central perfeito de Havona haja sido puramente uma satisfação de natureza divina. Havona pode servir como modelo original de criação para todos os outros universos e como aprendizado final para os peregrinos do tempo, no seu caminho para o Paraíso; contudo, essa criação tão superna deve existir fundamentalmente para o prazer e a satisfação dos Criadores perfeitos e infinitos.

4:0.3 (54.3) O plano assombroso de aperfeiçoamento dos mortais evolucionários bem como os Corpos de Finalidade, uma vez que hajam alcançado o Paraíso, a fim prover-lhes o preparo posterior para alguma tarefa futura não revelada, com efeito, parece ser, no presente, uma das principais preocupações dos sete superuniversos e das suas numerosas subdivisões; entretanto, esse esquema de ascensão para espiritualizar e aperfeiçoar os mortais do tempo e do espaço não é, de forma alguma, a ocupação exclusiva das inteligências do universo. Há, de fato, muitas outras metas fascinantes que ocupam o tempo e canalizam as energias das hostes celestes.

 

1. A Atitude do Pai para com o Universo

 

4:1.1 (54.4) Durante muitas épocas, os habitantes de Urântia vêm interpretando erroneamente a providência de Deus. Há uma providência divina operando no vosso mundo, no entanto ela não é o ministério material, pueril e arbitrário que muitos mortais conceberam que fosse. A providência de Deus consiste nas atividades entrelaçadas dos seres celestes e dos espíritos divinos, os quais, de acordo com leis cósmicas, trabalham incessantemente para a honra de Deus e para o avanço espiritual dos Seus filhos no universo.

4:1.2 (54.5) Acaso não podeis avançar nas vossas concepções sobre o trato de Deus com o homem, até aquele nível no qual reconhecereis que a palavra de ordem do universo deve ser progresso? Durante longas idades, a raça humana tem lutado para chegar ao seu estado atual. Ao longo de todos esses milênios, a Providência tem colocado em prática o plano de evolução progressiva. Esses dois pensamentos não são opostos na prática, apenas na concepção equivocada dos homens. A Providência divina não se alinha em oposição ao verdadeiro progresso humano, seja ele temporal, seja espiritual. A Providência é sempre coerente com a natureza imutável e perfeita do Legislador supremo.

4:1.3 (55.1) “Deus é fiel” e “todos os Seus mandamentos são justos”. “A Sua constância está estabelecida nos próprios céus.” “Para sempre, ó Senhor, a Tua palavra estabeleceu-se nos céus. A Tua fidelidade é para todas as gerações; Tu estabeleceste a Terra e ela permanece.” “Ele é um Criador merecedor de fé.”

4:1.4 (55.2) Não há limites para as forças e personalidades que o Pai pode usar para manter o Seu propósito e sustentar as Suas criaturas. “O Deus eterno é O nosso refúgio e, por debaixo, Ele mantém os Seus braços perpétuos.” “Ele, que mora no lugar secreto do Altíssimo, habitará sob a sombra do Todo-Poderoso.” “Olhai, Aquele que nos guarda não cochilará nem adormecerá.” “Sabemos que todas as coisas trabalham juntas para o bem daqueles que amam a Deus”, “pois os olhos do Senhor estão sobre os justos e os Seus ouvidos abertos às preces deles”.

4:1.5 (55.3) Deus sustenta “todas as coisas pela palavra do Seu poder”. E mundos novos nascem, quando Ele “envia espaço afora os Seus Filhos, e os mundos são criados”. Deus não apenas os cria, mas “preserva-os todos”. Deus sustenta constantemente todas as coisas materiais e todos os seres espirituais. Os universos são eternamente estáveis. A estabilidade se mantém em meio à instabilidade aparente. Existem uma ordem e uma segurança subjacentes, em meio às perturbações da energia e aos cataclismos físicos nos domínios estelares.

4:1.6 (55.4) O Pai Universal não Se retirou da administração dos universos; Ele não é uma Deidade inativa. Se Deus deixasse de ser o sustentador sempre presente de toda a criação, um colapso universal ocorreria imediatamente. Fora de Deus, não haveria uma coisa tal como a realidade. Neste momento mesmo, bem como durante eras remotas no passado e no futuro eterno, Deus continua como o sustentador. O alcance divino estende-se ao redor do círculo da eternidade. Não se dá corda ao universo como a um relógio, para que funcione por um tempo até cessar de funcionar; todas as coisas estão sendo constantemente renovadas. O Pai distribui incessantemente a energia, a luz e a vida. O trabalho de Deus é tão real e prático quanto espiritual. “Ele estende o norte sobre o espaço vazio e suspende a Terra sobre o nada.”

4:1.7 (55.5) Um ser da minha ordem pode descobrir a harmonia última e detectar uma coordenação profunda e ampla nos assuntos rotineiros da administração do universo. Muito do que parece ser desconectado e fortuito, para a mente mortal, mostra-se ordenado e construtivo à minha compreensão. No universo, entretanto, ocorrem muitas coisas que eu não compreendo plenamente. Por muito tempo tenho estudado as forças, energias, mentes, morôncias, espíritos e personalidades reconhecidas dos universos locais e dos superuniversos, e por isso tenho uma certa familiaridade com eles. Firmei-me em uma compreensão geral de como essas agências e personalidades operam; e estou intimamente familiarizado com os trabalhos das inteligências espirituais dignas de crédito no grande universo. Apesar do conhecimento que tenho dos fenômenos dos universos, vejo-me constantemente confrontado por reações cósmicas que não posso penetrar inteiramente. Deparo continuamente com conspirações aparentemente fortuitas, tecidas por uma interação de forças, energias, intelectos e espíritos, que não consigo explicar de maneira satisfatória.

4:1.8 (55.6) Considero-me inteiramente competente para descrever e analisar como operam todos os fenômenos resultantes diretamente das ações do Pai Universal, do Filho Eterno, do Espírito Infinito e, em grande parte, da Ilha do Paraíso. O que causa a minha perplexidade é deparar com o que parece ser o desempenho dos Seus coordenados misteriosos, os três Absolutos de potencialidade. Esses Absolutos parecem suplantar a matéria, transcender a mente e sobrepujar-se ao espírito. Fico constantemente confuso, e muitas vezes perplexo, com a minha incapacidade de compreender essas transações complexas que atribuo às presenças e à atuação do Absoluto Inqualificável, do Absoluto da Deidade e do Absoluto Universal.

4:1.9 (56.1) Esses Absolutos devem ser as presenças não totalmente reveladas no amplo universo as quais, nos fenômenos da potência do espaço e na função de outros superúltimos, tornam impossível aos físicos, filósofos ou mesmo aos religiosos predizer, com certeza, como as fontes primordiais de força, conceito e espírito responderão às exigências feitas em uma situação complexa de realidade, envolvendo ajustes supremos e valores últimos.

4:1.10 (56.2) Há também uma unidade orgânica, nos universos do tempo e do espaço, que parece respaldar toda a tessitura dos eventos cósmicos. Essa presença viva do Ser Supremo em evolução, essa Imanência do Incompleto Projetado, é inexplicavelmente manifestada, de quando em quando, por meio daquilo que parece ser uma coordenação assombrosamente fortuita de acontecimentos cósmicos aparentemente desconectados. Essa deve ser a função da Providência — o âmbito do Ser Supremo e do Agente Conjunto.

4:1.11 (56.3) Estou inclinado a acreditar que é esse controle vasto e geralmente irreconhecível, de coordenação e interassociação, de todas as fases e formas da atividade universal, que causa uma mescla tão variada, tão aparente e incorrigivelmente confusa, de fenômenos físicos, mentais, morais e espirituais que, de um modo tão inequívoco, trabalham para a glória de Deus e para o bem de homens e anjos.

4:1.12 (56.4) Mas, em um sentido mais amplo, os “acidentes” aparentes do cosmo são indubitavelmente uma parte do drama finito da aventura tempo-espacial do Infinito, na sua eterna manipulação dos Absolutos.

 

2. Deus e a Natureza

 

4:2.1 (56.5) A natureza é, em um sentido limitado, a vestimenta física de Deus. A conduta, ou ação de Deus, é, qualificada e provisionalmente, modificada pelos planos experimentais, pelos modelos evolucionários de um universo local, constelação, sistema ou planeta. Deus atua de acordo com uma lei bem definida, invariável e imutável, em todo o amplo e cada vez mais vasto universo-mestre; mas Ele modifica os modelos da Sua ação, de modo a contribuir para a conduta coordenada e equilibrada de cada universo, constelação, sistema, planeta e personalidade, de acordo com os objetivos, metas e planos locais dos projetos finitos para o desdobramento evolucionário.

4:2.2 (56.6) Por conseguinte, a natureza, como o homem mortal a compreende, representa o fundamento de respaldo e o suporte fundamental para uma Deidade imutável e para as suas leis invariáveis, que se modificam, que flutuam e que passam por transtornos devido ao funcionamento local dos planos, propósitos, modelos e condições inauguradas e levadas adiante pelas forças e personalidades do universo local, da constelação, do sistema e dos planetas. Por exemplo: as leis de Deus, tais como ordenadas em Nébadon, foram modificadas pelos planos estabelecidos pelo Filho Criador e pelo Espírito Criativo desse universo local; e, além de tudo isso, a operação dessas leis foi ainda ulteriormente influenciada pelos erros, falhas e insurreições de alguns seres residentes no vosso planeta e pertencentes diretamente ao vosso sistema planetário de Satânia.

4:2.3 (56.7) A natureza é uma resultante, no tempo-espaço, de dois fatores cósmicos: primeiro, a imutabilidade, a perfeição e a retidão da Deidade do Paraíso; e, segundo, os planos experimentais, os tropeços nas execuções, os erros de insurreições, a incompletude no desenvolvimento e a imperfeição de sabedoria das criaturas exteriores ao Paraíso, das mais altas às mais baixas. A natureza, portanto, traz um vínculo de perfeição, uniforme, imutável, majestoso e maravilhoso, que vem do círculo da eternidade; mas, em cada universo, planeta e vida individual, essa natureza é modificada, qualificada e desfigurada casualmente pelos atos, erros e deslealdades das criaturas dos sistemas e dos universos evolucionários; e é por isso que a natureza tem sempre o ânimo mutável e caprichoso, se bem que estável, no fundo, mas que varia de acordo com os procedimentos vigentes em cada universo local.

4:2.4 (57.1) A natureza é a perfeição do Paraíso dividida pela incompletude, pelo mal e o pecado dos universos inacabados. Esse quociente expressa, assim, tanto do perfeito quanto do parcial, tanto do eterno quanto do temporal. A evolução contínua modifica a natureza fazendo aumentar o seu conteúdo de perfeição do Paraíso e reduzindo o conteúdo de mal, de erro e de desarmonia na realidade relativa.

4:2.5 (57.2) Deus não está pessoalmente presente na natureza, nem em nenhuma das forças da natureza, pois o fenômeno da natureza é uma superimposição das imperfeições da evolução progressiva e, algumas vezes, das conseqüências da rebelião insurrecionária, sobre os fundamentos da lei universal de Deus, provenientes do Paraíso. Do modo como se apresenta em um mundo, tal como o de Urântia, a natureza jamais pode ser a expressão adequada, a verdadeira representação, o retrato fiel de um Deus infinito e onisciente.

4:2.6 (57.3) A natureza, no vosso mundo, é uma requalificação estipulada das leis da perfeição, feita pelos planos evolucionários do universo local. Que farsa é adorar a natureza porque esteja penetrada por Deus, pois ela o está de um modo limitado e restritivo, porque é apenas uma fase do poder universal e, portanto, do poder divino! A natureza também é uma manifestação do inacabado, do incompleto, das elaborações imperfeitas do desenvolvimento, do crescimento e do progresso de um universo experimental em evolução cósmica.

4:2.7 (57.4) Os defeitos aparentes do mundo natural não indicam quaisquer defeitos correspondentes no caráter de Deus. As imperfeições observadas são meramente as interrupções momentâneas inevitáveis na projeção de um filme sempre em movimento, que é a infinitude. E são essas mesmas interrupções defeituosas, da perfeição em continuidade, que possibilitam à mente finita do homem material captar uma visão fugaz da realidade divina no tempo e no espaço. As manifestações materiais da divindade parecem defeituosas à mente evolucionária do homem, apenas porque o homem mortal insiste em uma visão dos fenômenos da natureza por meio dos seus olhos naturais, pela visão humana não ajudada pela mota moroncial, nem por meio da revelação, que é a substituta compensatória da mota nos mundos do tempo.

4:2.8 (57.5) E a natureza está desfigurada: a sua face de beleza tem cicatrizes, as suas feições ficaram murchas com a rebelião, pela conduta errônea, pelo pensamento desviado das miríades de criaturas que são uma parte da natureza, mas que têm contribuído para a sua desfiguração no tempo. Não, a natureza não é Deus. A natureza não é um objeto de adoração.

 

3. O Caráter Imutável de Deus

 

4:3.1 (57.6) Por um tempo grande demais o homem pensou em Deus como um ser semelhante a si próprio. Deus não tem, nunca teve e nunca terá rivalidade ou ciúme do homem, nem de qualquer outro ser no universo dos universos. Sabendo que o Filho Criador pretendia que o homem fosse a obra-prima da criação planetária, que fosse o soberano da Terra inteira, quando Deus teve a visão do homem sendo dominado pelas suas próprias paixões mais baixas, e viu o espetáculo da Sua criatura prostrada diante de ídolos de madeira, de pedra, de ouro, e diante da própria ambição egoísta — essas cenas sórdidas levaram Deus e os Seus Filhos a tomar-Se de zelo e de cuidado pelo homem, mas nunca por rivalidade nem por ciúme do homem.

4:3.2 (57.7) O Deus eterno é incapaz de ira ou de raiva, no sentido que essas emoções humanas têm e como o homem entende tais reações. Esses sentimentos são mesquinhos e desprezíveis; são indignos de serem chamados até de humanos e mais ainda de divinos; e tais atitudes são totalmente alheias à natureza perfeita e ao caráter pleno de graça do Pai Universal.

4:3.3 (58.1) Uma parte muito grande da dificuldade que os mortais de Urântia têm de compreender Deus deve-se às conseqüências, de longo alcance, da rebelião de Lúcifer e da traição de Caligástia. Em mundos não segregados pelo pecado, as raças evolucionárias são capazes de formular idéias muito melhores do Pai Universal, pois os seus conceitos sofrem menos distorções, confusões e deturpações.

4:3.4 (58.2) Deus não se arrepende de nada que haja feito, que agora faça ou que venha um dia a fazer. Ele é onisciente, bem como onipotente. A sabedoria do homem vem das provações e dos erros da experiência humana; a sabedoria de Deus consiste na perfeição inqualificável, ilimitada, do Seu discernimento universal infinito e irrestrito; e esse pré-conhecimento divino efetivamente dirige o Seu livre-arbítrio criador.

4:3.5 (58.3) O Pai Universal nunca faz nada que cause dor ou arrependimento subseqüentes. Mas as criaturas volitivas, planejadas e feitas pelas Suas personalidades Criadoras, nos universos remotos, pela própria escolha desafortunada dessas criaturas, algumas vezes, causam emoções de pesar divino nas personalidades dos seus pais Criadores. Todavia, embora o Pai não cometa erros, nem abrigue arrependimentos, ou experimente o pesar, Ele é um Ser que tem uma afeição de Pai, e o Seu coração fica pesaroso, sem dúvida, quando os Seus filhos falham em atingir os níveis espirituais que seriam capazes de alcançar, com a assistência que foi tão livremente provida pelos planos da realização espiritual e pelas políticas de ascensão dos mortais nos universos.

4:3.6 (58.4) A infinita bondade do Pai está além da compreensão da mente finita do tempo; por isso é que deve haver sempre uma forma de contraste com o mal comparativo (não o pecado) para a exibição efetiva de todas as fases da bondade relativa. A perfeição da bondade divina pode ser discernida pela intuição mortal imperfeita apenas porque ela se destaca, por contraste, da imperfeição relativa das relações entre o tempo e a matéria, nos movimentos do espaço.

4:3.7 (58.5) O caráter de Deus é infinitamente supra-humano; e é por isso que essa natureza da divindade deve ser personalizada, como o é, nos Filhos divinos, antes que possa ser captada com a fé, pela mente finita do homem.

 

4. Como compreender Deus

 

4:4.1 (58.6) Deus é o único ser estacionário, autocontido e imutável em todo o universo dos universos e para quem não há um lado exterior além, nem passado, nem futuro. Deus é energia com um propósito (o espírito criador) e vontade absoluta; atributos que são auto-existentes e universais.

4:4.2 (58.7) Posto que Deus existe por si próprio, Ele é absolutamente independente. A própria identidade de Deus é inimiga da mudança. “Eu, o Senhor, não mudo.” Deus é imutável; mas, até que vós tenhais alcançado o status do Paraíso, não podeis nem mesmo começar a entender como Deus pode passar da simplicidade à complexidade, da identidade à variação, da quiescência ao movimento, da infinitude à finitude, do divino ao humano e da unidade à dualidade, e, desta, à trindade. Mas Deus pode, assim, modificar as manifestações da sua absolutez, pois a imutabilidade divina não implica a imobilidade; Deus tem vontade — Ele é a vontade.

4:4.3 (58.8) Deus é o Ser da autodeterminação absoluta, não há limites para as Suas reações no universo, exceto aqueles que são auto-impostos, e os Seus atos de livre-arbítrio são condicionados apenas pelas qualidades divinas e atributos perfeitos que caracterizam inerentemente a Sua natureza eterna. Portanto, Deus está relacionado ao universo como o Ser de bondade final e, ainda, de vontade livre de infinitude criadora.

4:4.4 (58.9) O Pai-absoluto é o criador do universo central e perfeito e o Pai de todos os outros Criadores. Deus compartilha a personalidade, a bondade e inúmeras outras características com o homem e outros seres; a infinitude da vontade, entretanto, é apenas Dele. Deus é limitado, nos Seus atos criadores, apenas pelos sentimentos da Sua natureza eterna e pelos ditames da Sua sabedoria infinita. Deus pessoalmente escolhe apenas aquilo que é infinitamente perfeito, daí a perfeição superna do universo central; e, embora os Filhos Criadores compartilhem plenamente a Sua divindade e até mesmo algumas fases da Sua absolutez, eles não estão completamente orientados por aquela finalidade de sabedoria que é a diretriz da infinitude da vontade do Pai. E, por isso, na ordem de filiação dos Michaéis, o livre-arbítrio criador torna-se mais ativo, mais plenamente divino, e quase último, se não absoluto mesmo. O Pai é infinito e eterno, mas negar a possibilidade da Sua autolimitação volitiva equivaleria a negar o próprio conceito de absolutez da Sua vontade.

4:4.5 (59.1) A absolutez de Deus permeia todos os sete níveis da realidade universal. E a totalidade da Sua natureza absoluta está sujeita à relação do Criador com a Sua família de criaturas no universo. A precisão pode caracterizar a justiça trinitária no universo dos universos, mas em todo o Seu vasto relacionamento familiar com as criaturas do tempo, o Deus dos universos Se pauta pelo sentimento divino. Em primeiro e último lugares — eternamente — , o Deus infinito é um Pai. Entre todos os títulos possíveis pelos quais Ele poderia ser conhecido apropriadamente, fui instruído a retratar o Deus de toda criação como o Pai Universal.

4:4.6 (59.2) Em Deus, o Pai, os atos do livre-arbítrio não são regidos pelo poder, nem guiados apenas pelo intelecto; a personalidade divina é definida como consistindo no espírito e manifestando a Si próprio aos universos como amor. Portanto, em todas as Suas relações pessoais, com as personalidades criaturas dos universos, a Primeira Fonte e Centro é sempre e de forma coerente um Pai amoroso. Deus é um Pai no sentido mais elevado do termo. Ele está eternamente motivado pelo idealismo perfeito do amor divino; e essa natureza terna encontra a Sua mais forte expressão e a maior satisfação em amar e ser amada.

4:4.7 (59.3) Para a ciência, Deus é a Primeira Causa; para a religião, o Pai universal pleno de amor; para a filosofia, o único Ser que existe por Si próprio, não dependendo de nenhum outro ser para existir; no entanto, magnanimamente, Ele confere realidade de existência a todas as coisas e a todos os outros seres. Contudo, torna-se necessária a revelação, para mostrar que a Primeira Causa da ciência e a Unidade auto-existente da filosofia são o mesmo Deus da religião, pleno de misericórdia e bondade, e comprometido em efetivar a sobrevivência eterna dos Seus filhos da Terra.

4:4.8 (59.4) Nós almejamos o conceito do infinito, mas adoramos a idéia-experiência de Deus, a nossa capacidade de captar, em qualquer tempo e qualquer lugar, os fatores da personalidade e da divindade dentro do nosso mais elevado conceito de Deidade.

4:4.9 (59.5) A consciência de uma vida humana vitoriosa, na Terra, nasce daquela fé do ser criado a qual se atreve a desafiar cada episódio recorrente da existência, quando se defronta com o espetáculo pavoroso das limitações humanas, por meio da afirmação infalível: ainda que eu não possa fazer isso, em mim vive alguém que pode e que irá fazê-lo, uma parte do Pai-Absoluto do universo dos universos. E essa é “a vitória que conquista o mundo, é a vossa própria fé”.

 

5. Ideias Errôneas sobre Deus

 

4:5.1 (59.6) A tradição religiosa é o registro, imperfeitamente preservado, das experiências dos homens sabedores de Deus das eras passadas; contudo, tais registros não são confiáveis como guias para a vida religiosa, nem como fonte de informação verdadeira sobre o Pai Universal. Tais crenças antigas têm sido invariavelmente alteradas pelo fato de o homem primitivo haver sido um elaborador de mitos.

4:5.2 (60.1) Em Urântia, uma das fontes principais de confusão a respeito da natureza de Deus provém do fato de que os vossos livros sagrados não foram capazes de distinguir claramente as personalidades da Trindade do Paraíso, entre elas próprias; nem entre a Deidade do Paraíso e os criadores e administradores do universo local. Durante as dispensações passadas, de entendimento parcial, os vossos sacerdotes e profetas não conseguiram estabelecer com clareza as diferenças entre os Príncipes Planetários, os Soberanos dos Sistemas, os Pais da Constelação, os Filhos Criadores, os Governantes dos Superuniversos, o Ser Supremo e o Pai Universal. Muitas das mensagens de personalidades subordinadas, tais como os Portadores da Vida e várias ordens de anjos, têm sido apresentadas, nos vossos registros, como sendo provenientes do próprio Deus. O pensamento religioso de Urântia ainda confunde as personalidades coligadas da Deidade, da Trindade, com o próprio Pai Universal, de maneira a dar a todos um mesmo nome.

4:5.3 (60.2) Os povos de Urântia continuam sofrendo a influência de conceitos primitivos de Deus. Os deuses desencadeados na tormenta, que sacodem a Terra na sua cólera e que derrubam os homens com a sua ira, aqueles que infligem o seu julgamento descontente na forma de penúria e de enchentes — estes são os deuses da religião primitiva, não são os Deuses que vivem nos universos e que os governam. Tais conceitos são uma relíquia dos tempos em que os homens supunham que o universo estivesse sob o domínio e o controle dos caprichos de tais deuses imaginários. O homem mortal, entretanto, está começando a dar-se conta de que vive em um reino de relativa lei e ordem, no que diz respeito às políticas administrativas e à conduta dos Criadores Supremos e dos Controladores Supremos.

4:5.4 (60.3) A idéia bárbara de apaziguar a um Deus irado, fazendo propiciações para um Senhor ofendido, tentando ganhar os favores da Deidade; e tudo isso por meio de sacrifícios e de penitências, ou mesmo pelo derramamento de sangue, é sinal de uma religião totalmente pueril e primitiva, de uma filosofia indigna de uma era esclarecida pela ciência e pela verdade. Tais crenças são extremamente repulsivas aos seres celestes e aos governantes divinos que servem e reinam nos universos. É uma afronta a Deus acreditar, sustentar ou ensinar que o sangue inocente deva ser derramado com a finalidade de conquistar Seus favores ou de conjurar uma ira divina fictícia.

4:5.5 (60.4) Os hebreus acreditavam que “sem derramamento de sangue não haveria remissão do pecado”. Eles não se haviam libertado da velha idéia pagã de que os Deuses não poderiam ser apaziguados a não ser pela visão do sangue, embora Moisés haja trazido um claro avanço ao proibir os sacrifícios humanos e substituí-los, na mente primitiva dos beduínos infantis que o seguiam, pelo sacrifício cerimonial de animais.

4:5.6 (60.5) A outorga de si próprio, feita por um Filho do Paraíso, no vosso mundo, foi inerente à situação de fechamento de uma era planetária. Não que haja sido necessária ao propósito de ganhar os favores de Deus, mas sim porque era inevitável. Essa doação de si próprio também aconteceu como ato pessoal final de um Filho Criador, na longa aventura de alcançar a soberania experiencial do seu universo. Que distorção do caráter infinito de Deus não é o ensinamento de que o Seu coração paternal, em Sua suposta frieza e dureza austeras, não era tocado pelos sofrimentos e infortúnios das Suas criaturas, de que a Sua misericórdia terna não seria distribuída senão quando Ele visse o Seu Filho inocente sangrando e morrendo na cruz no Calvário!

4:5.7 (60.6) Mas os habitantes de Urântia hão de libertar-se dos erros antigos e das superstições pagãs, a respeito da natureza do Pai Universal. A revelação da verdade sobre Deus está surgindo, e a raça humana está destinada a conhecer o Pai Universal, em toda a sua beleza de caráter e graça de atributos que o Filho Criador tão magnificamente descreveu, ao residir em Urântia, como o Filho do Homem e Filho de Deus.

 

4:5.8 (61.1) [Apresentado por um Conselheiro Divino de Uversa.]