OS DOCUMENTOS DE URÂNTIA
- A REVELAÇÃO DO TERCEIRO MILÊNIO -
INDICE
Documento 72
Governo num Planeta Vizinho
72:0.1 (808.1) Com a permissão de Lanaforge e a aprovação dos Altíssimos de Edêntia, estou autorizado a narrar algo da vida social, moral e política da raça humana mais avançada que vive num planeta não muito distante pertencente ao sistema de Satânia.
72:0.2 (808.2) De todos os mundos de Satânia que ficaram isolados por causa da participação na rebelião de Lúcifer, este planeta experimentou uma história extremamente parecida com a de Urântia. A semelhança das duas esferas, sem dúvida, explica por que foi concedida a permissão para fazer esta apresentação extraordinária, pois é muito incomum que os governantes do sistema consintam na narração em um planeta dos assuntos de outro.
72:0.3 (808.3) Este planeta, como Urântia, foi desencaminhado pela deslealdade do seu Príncipe Planetário em relação à rebelião de Lúcifer. Ele recebeu um Filho Material pouco depois que Adão veio a Urântia, e este Filho também falhou, deixando a esfera isolada, uma vez que um Filho Magisterial nunca foi consagrado às suas raças mortais.
1. A Nação Continental
72:1.1 (808.4) Apesar de todas estas desvantagens planetárias uma civilização muito superior está evoluindo num continente isolado aproximadamente do tamanho da Austrália. Esta nação conta com cerca de 140 milhões. Seu povo é mestiço, predominantemente azul e amarelo, tendo uma proporção ligeiramente maior de violeta do que a chamada raça branca de Urântia. Estas diferentes raças ainda não estão totalmente miscigenadas, mas confraternizam e socializam de forma muito aceitável. A duração média da vida neste continente é agora de noventa anos, 15% superior à de qualquer outro povo do planeta.
72:1.2 (808.5) O mecanismo industrial desta nação usufrui de uma certa grande vantagem derivada da topografia única do continente. As altas montanhas, nas quais chuvas fortes caem oito meses por ano, estão situadas exatamente no centro do país. Este arranjo natural favorece a utilização de energia hídrica e facilita grandemente a irrigação do bairro ocidental mais árido do continente.
72:1.3 (808.6) Estas pessoas são autossustentáveis, isto é, podem viver indefinidamente sem importar nada das nações vizinhas. Seus recursos naturais são abundantes e, por meio de técnicas científicas, eles aprenderam sobre como compensar suas deficiências no essencial da vida. Eles desfrutam de um comércio interno vigoroso, mas têm pouco comércio exterior devido à hostilidade universal de seus vizinhos menos progressivos.
72:1.4 (808.7) Esta nação continental, em geral, seguiu a tendência evolutiva do planeta: o desenvolvimento desde o estágio tribal até o aparecimento de governantes fortes e reis ocupou milhares de anos. Os monarcas absolutos foram sucedidos por muitas ordens diferentes de governo – repúblicas abortadas, estados comunais e ditadores vieram e foram em profusão interminável. Este crescimento continuou até cerca de quinhentos anos atrás, quando, durante um período politicamente inflamado, um dos poderosos ditadores-triúnviros do país mudou de ideia. Ele se voluntariou a abdicar sob a condição de que um dos outros governantes, o mais vil dos dois restantes, também renunciasse à sua ditadura. Assim, a soberania do continente foi colocada nas mãos de um governante. O estado unificado progrediu sob forte governo monárquico por mais de cem anos, durante os quais se desenvolveu uma carta magistral de liberdade.
72:1.5 (809.1) A transição subsequente da monarquia para uma forma representativa de governo foi gradual, permanecendo os reis como meras figuras de proa sociais ou sentimentais, desaparecendo finalmente quando a linha de descendência masculina se extinguiu. A atual república existe há apenas duzentos anos, durante os quais houve uma progressão contínua em direção às técnicas governamentais prestes a serem narradas, tendo os últimos desenvolvimentos nos domínios industrial e político sido feitos na última década.
2. Organização Política
72:2.1 (809.2) Esta nação continental tem agora um governo representativo com uma capital nacional localizada centralmente. O governo central consiste em uma forte federação de cem estados relativamente livres. Estes estados elegem seus governadores e legisladores por dez anos, e nenhum deles é elegível para reeleição. Os juízes estaduais são nomeados vitalícios pelos governadores e confirmados por suas legislaturas, as quais consistem em um representante para cada cem mil cidadãos.
72:2.2 (809.3) Há cinco tipos diferentes de governo metropolitano, dependendo do tamanho da cidade, mas nenhuma cidade está autorizada a ter mais de um milhão de habitantes. Em geral, estes esquemas de governo municipal são muito simples, diretos e econômicos. Os poucos cargos da administração da cidade são intensamente procurados pelos mais altos tipos de cidadãos.
72:2.3 (809.4) O governo federal abrange três divisões coordenadas: executiva, legislativa e judiciária. O chefe do executivo federal é eleito a cada seis anos por sufrágio territorial universal. Ele não é elegível para reeleição exceto por petição de pelo menos setenta e cinco legislativos estaduais apoiados pelos respectivos governadores estaduais, e mesmo assim para apenas um mandato. Ele é assessorado por um supergabinete composto por todos os ex-chefes executivos vivos.
72:2.4 (809.5) A divisão legislativa abrange três câmaras:
72:2.5 (809.6) 1. A câmara alta é eleita pelos grupos de trabalhadores industriais, profissionais, agrícolas e outros, votando de acordo com a função econômica.
72:2.6 (809.7) 2. A câmara baixa é eleita por certas organizações da sociedade que abrangem os grupos sociais, políticos e filosóficos não incluídos na indústria ou nas profissões. Todos os cidadãos em situação regular participam da eleição de ambas as classes de representantes, mas são agrupados de forma diferente, dependendo se a eleição concerne à câmara alta ou baixa.
72:2.7 (809.8) 3. A terceira casa – os anciões estadistas – abrange os veteranos do serviço cívico e inclui muitas pessoas ilustres nomeadas pelo chefe do executivo, pelos executivos regionais (subfederais), pelo chefe do supremo tribunal e pelos presidentes de qualquer uma das outras casas legislativas. Este grupo é limitado a cem, e seus membros são eleitos pela ação majoritária dos próprios anciões estadistas. A filiação é vitalícia e, quando ocorrem vagas, a pessoa que receber a maior votação entre a lista de indicados é devidamente eleita. O escopo deste órgão é puramente consultivo, mas é um formidável regulador da opinião pública e exerce uma influência poderosa sobre todos os ramos do governo.
72:2.8 (810.1) Muito do trabalho administrativo federal é realizado pelas dez autoridades regionais (subfederais), cada uma consistindo da associação de dez estados. Estas divisões regionais são inteiramente executivas e administrativas, não tendo funções legislativas nem judiciárias. Os dez executivos regionais são nomeados pessoalmente pelo chefe executivo federal, e seu mandato coincide com o dele – seis anos. O supremo tribunal federal aprova a nomeação destes dez executivos regionais e, embora não possam ser reconduzidos, o executivo que se aposenta torna-se automaticamente o associado e conselheiro do seu sucessor. Por outro lado, estes chefes regionais escolhem seus próprios gabinetes de funcionários administrativos.
72:2.9 (810.2) Esta nação é julgada por dois principais sistemas de tribunais – os tribunais jurídicos e os tribunais socioeconômicos. Os tribunais jurídicos funcionam nos três níveis seguintes:
72:2.10 (810.3) 1. Tribunais menores de jurisdição municipal e local, cujas decisões podem ser apeladas para os altos tribunais estaduais.
72:2.11 (810.4) 2. Supremos tribunais estaduais, cujas decisões são definitivas em todos os assuntos que não envolvam o governo federal ou que não prejudiquem os direitos e liberdades da cidadania. Os executivos regionais têm o poder de levar qualquer caso imediatamente ao foro do supremo tribunal federal.
72:2.12 (810.5) 3. Supremo tribunal federal – o alto tribunal para o julgamento das disputas nacionais e dos casos de apelação provenientes dos tribunais estaduais. Este supremo tribunal é composto por doze homens com mais de 40 e menos de 75 anos de idade que tenham servido dois ou mais anos em algum tribunal estadual, e que foram nomeados para esta alta posição pelo chefe do executivo com a aprovação da maioria do supergabinete e da terceira casa da assembleia legislativa. Todas as decisões deste órgão judiciário supremo são tomadas por pelo menos dois terços dos votos.
72:2.13 (810.6) Os tribunais socioeconômicos funcionam nas três divisões seguintes:
72:2.14 (810.7) 1. Tribunais parentais, associados às divisões legislativa e executiva do lar e do sistema social.
72:2.15 (810.8) 2. Tribunais educacionais – os órgãos jurídicos ligados aos sistemas estaduais e regionais de ensino e associados aos ramos executivo e legislativo do mecanismo administrativo educacional.
72:2.16 (810.9) 3. Tribunais industriais – os tribunais jurisdicionais investidos de plena autoridade para resolver todos os desentendimentos econômicos.
72:2.17 (810.10) O supremo tribunal federal não delibera casos socioeconômicos, exceto por três quartos dos votos do terceiro ramo legislativo do governo nacional, a câmara dos anciões estadistas. Em outros casos, todas as decisões dos altos tribunais parentais, educacionais e industriais são definitivas.
3. A Vida Doméstica
72:3.1 (811.1) Neste continente é contra a lei que duas famílias vivam sob o mesmo teto. E como as moradias coletivas foram proibidas, a maioria dos prédios do tipo de apartamentos foi demolida. Mas os solteiros ainda vivem em clubes, hotéis e outras residências coletivas. O menor terreno doméstico permitido tem que prover 4.700 metros quadrados de terra. Todos os terrenos e outras propriedades usadas para fins residenciais estão isentos de tributação até dez vezes o lote mínimo de terreno.
72:3.2 (811.2) A vida doméstica deste povo melhorou grandemente durante o último século. A presença dos progenitores, tanto pais como mães, nas escolas de puericultura é obrigatória. Mesmo os agricultores que residem em pequenos assentamentos no campo realizam este trabalho por correspondência, indo aos centros próximos para instrução oral uma vez a cada dez dias – a cada duas semanas, pois eles mantêm uma semana de cinco dias.
72:3.3 (811.3) O número médio de filhos em cada família é de cinco, e eles estão sob o controle total de seus pais ou, no caso de falecimento de um ou ambos, sob o controle dos tutores designados pelos tribunais parentais. É considerada uma grande honra para qualquer família receber a tutela de um órfão de pai e mãe. Exames competitivos são realizados entre os pais, e o órfão é atribuído ao lar daqueles que apresentem as melhores qualificações parentais.
72:3.4 (811.4) Este povo considera o lar como a instituição básica de sua civilização. Espera-se que a parte mais valiosa da educação e da formação do caráter de uma criança seja garantida por seus pais e em casa, e os pais dediquem quase tanta atenção à puericultura quanto as mães.
72:3.5 (811.5) Toda instrução sexual é administrada em casa pelos pais ou por tutores legais. A instrução moral é oferecida pelos professores durante os períodos de recreio nas oficinas da escola, mas não é assim com a formação religiosa, a qual é considerada privilégio exclusivo dos pais, sendo a religião encarada como parte integrante da vida doméstica. A instrução puramente religiosa é dada publicamente apenas nos templos de filosofia, não havendo instituições exclusivamente religiosas se desenvolvendo entre este povo como as igrejas de Urântia. Na filosofia deles, a religião é o esforço para conhecer a Deus e manifestar amor pelos semelhantes por meio do serviço a eles, mas isto não é típico do status religioso das outras nações neste planeta. A religião é um assunto tão inteiramente da família entre estes povos que não há lugares públicos dedicados exclusivamente à congregação religiosa. Politicamente, igreja e estado, como os urantianos costumam dizer, são inteiramente separados, mas há uma estranha sobreposição de religião e filosofia.
72:3.6 (811.6) Até vinte anos atrás os instrutores espirituais (comparáveis aos pastores de Urântia), os quais visitam cada família periodicamente para examinar as crianças e verificar se têm sido devidamente instruídas por seus pais, estavam sob supervisão governamental. Estes conselheiros e examinadores espirituais estão agora sob a direção da recém-criada Fundação do Progresso Espiritual, uma instituição apoiada por contribuições voluntárias. Possivelmente esta instituição não conseguirá evoluir mais até a chegada de um Filho Magisterial do Paraíso.
72:3.7 (811.7) As crianças permanecem legalmente sujeitas a seus pais até os 15 anos, quando é realizada a primeira iniciação à responsabilidade cívica. A partir de então, a cada cinco anos por cinco períodos sucessivos, são realizados exercícios públicos semelhantes para tais faixas etárias em que suas obrigações para com os pais são diminuídas, enquanto são assumidas novas responsabilidades cívicas e sociais para com o estado. O sufrágio é conferido aos 20 anos, o direito de casar sem o consentimento dos pais não é concedido antes dos 25 anos, e os filhos têm que sair de casa assim que atingem os 30 anos.
72:3.8 (812.1) As leis de casamento e divórcio são uniformes em toda a nação. O casamento antes dos 20 anos – a idade da emancipação civil – não é permitido. A permissão para casar só é concedida após um ano de aviso prévio da intenção, e após ambos os noivos apresentarem certidões de que foram devidamente instruídos nas escolas parentais sobre as responsabilidades da vida conjugal.
72:3.9 (812.2) As regulamentações do divórcio são um tanto complacentes, mas os decretos de separação, emitidos pelos tribunais parentais, só podem ser obtidos um ano após o registro do pedido, e o ano neste planeta é consideravelmente mais longo do que em Urântia. Apesar de suas leis de divórcio fáceis, o índice atual de divórcios é apenas um décimo daquele das raças civilizadas de Urântia.
4. O Sistema Educacional
72:4.1 (812.3) O sistema educacional desta nação é obrigatório e misto nas escolas pré-universitárias que o aluno frequenta dos 5 aos 18 anos. Estas escolas são vastamente diferentes das de Urântia. Não há salas de aula, apenas um estudo é realizado por vez, e após os primeiros três anos todos os alunos se tornam professores assistentes, instruindo os que estão abaixo deles. Os livros são usados apenas para garantir informações que ajudarão a resolver os problemas que surgem nas oficinas escolares e nas fazendas escolares. Muitos dos móveis usados no continente e os muitos dispositivos mecânicos – esta é uma grande era de invenção e mecanização – são produzidos nestas oficinas. Adjacente a cada oficina encontra-se uma biblioteca funcional onde o aluno pode consultar os livros de referência necessários. A agricultura e a horticultura também são ensinadas durante todo o período educacional nas extensas fazendas contíguas a cada escola local.
72:4.2 (812.4) Os deficientes mentais são treinados apenas na agricultura e na criação de animais, e são internados por toda a vida em colônias especiais de custódia, onde são segregados por sexo para evitar a paternidade, a qual é negada a todos os subnormais. Estas medidas restritivas têm estado em vigor há setenta e cinco anos; os vereditos de internação são proferidos pelos tribunais parentais.
72:4.3 (812.5) Todos tiram um mês de férias por ano. As escolas pré-universitárias são conduzidas durante nove meses do ano de dez, sendo as férias passadas com os pais ou amigos em viagem. Esta viagem faz parte do programa de educação de adultos e é continuada por toda a vida, sendo os fundos para cobrir tais despesas acumulados pelos mesmos métodos empregados no seguro de velhice.
72:4.4 (812.6) Um quarto do tempo escolar é dedicado ao jogo – atletismo competitivo – com os alunos progredindo nestas competições desde o local, passando pelo estadual e o regional, até as provas nacionais de habilidade e destreza. Igualmente, os concursos de oratória e música, bem como os de ciência e filosofia, ocupam a atenção dos alunos das classes sociais mais baixas até os concursos de honras nacionais.
72:4.5 (812.7) O governo escolar é uma réplica do governo nacional com seus três ramos correlacionados, o corpo docente funcionando como a terceira divisão legislativa ou consultiva. O principal objetivo da educação neste continente é fazer de cada aluno um cidadão autossustentável.
72:4.6 (813.1) Toda criança que se forma no sistema escolar pré-universitário aos 18 anos é um artesão habilidoso. Então começa o estudo dos livros e a busca de conhecimento especial, seja nas escolas de adultos ou nas faculdades. Quando um estudante brilhante conclui seu trabalho antes do prazo, ele recebe um prêmio de tempo e meios com os quais possa executar algum projeto favorito de sua própria autoria. O sistema educacional inteiro está projetado para formar adequadamente o indivíduo.
5. Organização Industrial
72:5.1 (813.2) A situação industrial neste povo está longe dos seus ideais; capital e trabalho ainda têm os seus problemas, mas ambos estão se ajustando ao plano de cooperação sincera. Neste continente único os trabalhadores tornam-se cada vez mais acionistas de todas as empresas industriais; todo trabalhador inteligente está lentamente se tornando um pequeno capitalista.
72:5.2 (813.3) Os antagonismos sociais estão diminuindo, e a boa vontade está crescendo rapidamente. Não surgiram problemas econômicos graves com a abolição da escravatura (há mais de cem anos), uma vez que este ajuste foi efetuado gradualmente pela liberação de dois por cento em cada ano. Àqueles escravos que passaram satisfatoriamente nos testes mentais, morais e físicos foi concedida a cidadania; muitos destes escravos superiores eram cativos de guerra ou filhos de tais cativos. Cerca de cinquenta anos atrás eles deportaram o último dos seus escravos inferiores, e ainda mais recentemente eles estão se dedicando à tarefa de reduzir o número de suas classes degeneradas e viciosas.
72:5.3 (813.4) Estes povos desenvolveram recentemente novas técnicas para o ajuste de desentendimentos industriais e para a correção de abusos econômicos que são melhorias marcantes em relação aos seus métodos mais antigos de resolver tais problemas. A violência foi proibida como um procedimento para ajustar diferenças pessoais ou industriais. Salários, lucros e outros problemas econômicos não estão rigidamente regulamentados, mas são geralmente controlados pelos legislativos industriais, enquanto todas as disputas decorrentes da indústria são decididas pelos tribunais industriais.
72:5.4 (813.5) Os tribunais industriais têm apenas trinta anos, mas estão funcionando muito satisfatoriamente. O desenvolvimento mais recente provê que, doravante, os tribunais do trabalho reconhecerão que a compensação legal recaia em três divisões:
72:5.5 (813.6) 1. Taxas legais de juros sobre o capital investido.
72:5.6 (813.7) 2. Salários razoáveis para os empregados peritos nas operações industriais.
72:5.7 (813.8) 3. Remunerações justas e equitativas pelo trabalho.
72:5.8 (813.9) Estes devem primeiro ser atendidos de acordo com o contrato, ou em face da diminuição dos lucros eles devem compartilhar proporcionalmente na redução transitória. E a partir de então todos os ganhos que excederem esses encargos fixos serão considerados dividendos e serão rateados para todas as três divisões: capital, perícia e trabalho.
72:5.9 (813.10) A cada dez anos os executivos regionais ajustam e decretam as horas legais de trabalho diário remunerado. A indústria agora opera em uma semana de cinco dias, trabalhando quatro e se recreando um. Este povo trabalha seis horas por dia útil e, como os estudantes, nove meses no ano de dez. As férias geralmente são gastas em viagens, e novos métodos de transporte foram desenvolvidos tão recentemente que toda a nação está inclinada a viajar. O clima favorece as viagens cerca de oito meses no ano, e eles ficam aproveitando ao máximo as oportunidades.
72:5.10 (813.11) Duzentos anos atrás a motivação do lucro era inteiramente dominante na indústria, mas hoje está sendo rapidamente substituída por outras forças motrizes mais elevadas. A competição é forte neste continente, mas grande parte dela foi transferida da indústria para o jogo, perícia, realização científica e conquista intelectual. É extremamente ativa no serviço social e na lealdade governamental. Entre este povo o serviço público está rapidamente se tornando a principal meta da ambição. O homem mais rico do continente trabalha seis horas por dia no escritório de sua oficina mecânica e depois se apressa para a filial local da escola de estadistas, onde busca se qualificar para o serviço público.
72:5.11 (814.1) O trabalho está se tornando mais honroso neste continente, e todos os cidadãos aptos com mais de 18 anos trabalham em casa ou em fazendas, em alguma indústria reconhecida, nas obras públicas onde os temporariamente desempregados são absorvidos, ou então no corpo de trabalhadores compulsórios nas minas.
72:5.12 (814.2) Este povo também está começando a fomentar uma nova forma de repugnância social – repugnância tanto pela ociosidade quanto pela riqueza imerecida. Lenta mas certamente eles estão conquistando suas máquinas. Outrora também eles lutaram pela liberdade política e posteriormente pela liberdade econômica. Agora eles estão entrando no usufruto de ambas enquanto, além disso, estão começando a apreciar seu bem merecido lazer, o qual pode ser dedicado a uma maior autorrealização.
6. Seguro para a Velhice
72:6.1 (814.3) Esta nação está fazendo um esforço determinado para substituir o tipo de caridade que destrói o respeito próprio por garantias condignas de seguro governamental para segurança na velhice. Esta nação providencia a toda criança uma educação e a todo homem um emprego; portanto, consegue realizar com êxito tal esquema de seguro para a proteção dos enfermos e idosos.
72:6.2 (814.4) Entre este povo todas as pessoas têm que se aposentar da atividade lucrativa aos 65 anos, a menos que obtenham uma autorização do comissário estadual do trabalho que lhes dará direito a permanecer no trabalho até a idade de 70. Este limite de idade não se aplica a funcionários do governo ou filósofos. Os deficientes físicos ou aleijados permanentes podem ser colocados na lista de aposentados em qualquer idade por ordem judicial referendada pelo comissário de pensões do governo regional.
72:6.3 (814.5) Os fundos para pensões de velhice são derivados de quatro fontes:
72:6.4 (814.6) 1. Os ganhos de um dia de cada mês são requisitados pelo governo federal para este fim, e neste país todos trabalham.
72:6.5 (814.7) 2. Doações – muitos cidadãos ricos deixam fundos para este propósito.
72:6.6 (814.8) 3. Os rendimentos do trabalho compulsório nas minas estaduais. Depois que os trabalhadores conscritos se sustentam e reservam suas próprias contribuições para a aposentadoria, todos os lucros excedentes de seu trabalho são entregues a este fundo de pensão.
72:6.7 (814.9) 4. A renda dos recursos naturais. Toda a riqueza natural do continente é mantida como um fundo social pelo governo federal, e a renda dela é utilizada para fins sociais, como prevenção de doenças, educação de gênios e despesas de indivíduos especialmente promissores nas escolas de estadistas. Metade dos rendimentos dos recursos naturais vai para o fundo de pensões de velhice.
72:6.8 (814.10) Embora as fundações atuariais estaduais e regionais forneçam muitas formas de seguro de proteção, as pensões de velhice são administradas exclusivamente pelo governo federal por meio dos dez departamentos regionais.
72:6.9 (814.11) Há muito tempo que estes fundos governamentais vêm sendo administrados honestamente. Ao lado de traição e assassinato, as penas mais pesadas impostas pelos tribunais estão vinculadas à traição da confiança pública. As deslealdades social e política são agora consideradas os mais hediondos de todos os crimes.
7. Impostos
72:7.1 (815.1) O governo federal é paternalista apenas na administração das pensões de velhice e na promoção do gênio e da originalidade criativa; os governos estaduais estão um pouco mais envolvidos com o cidadão individual, enquanto os governos locais são muito mais paternalistas ou socializados. A cidade (ou alguma subdivisão dela) preocupa-se com assuntos como saúde, saneamento, regulamentos de construção, ornamentação, abastecimento de água, iluminação, aquecimento, recreação, música e comunicação.
72:7.2 (815.2) Em todas as indústrias a primeira atenção é prestada à saúde; certas fases do bem-estar físico são consideradas prerrogativas industriais e comunitárias, mas os problemas de saúde individual e familiar são apenas questões de interesse pessoal. Na medicina, como em todos os outros assuntos puramente pessoais, é cada vez mais o plano do governo abster-se de interferir.
72:7.3 (815.3) As cidades não têm poder tributário, nem podem ficar endividadas. Elas recebem subsídios per capita do tesouro estadual e têm que complementar tal receita com os ganhos de suas empresas socializadas e licenciando várias atividades comerciais.
72:7.4 (815.4) As instalações de trânsito rápido, que tornam prático expandir grandemente os limites da cidade, estão sob controle municipal. Os corpos de bombeiros da cidade são apoiados pelas fundações de prevenção a incêndios e de seguros, e todos os edifícios, na cidade ou no campo, são à prova de fogo – são-no há mais de setenta e cinco anos.
72:7.5 (815.5) Não há oficiais da paz nomeados pelo município; as forças policiais são mantidas pelos governos estaduais. Este departamento é recrutado quase inteiramente entre os homens solteiros dos 25 aos 50 anos. A maioria dos estados cobra um imposto de celibato bastante pesado, o qual é remetido a todos os homens que ingressam na polícia estadual. No estado mediano a força policial tem agora apenas um décimo do tamanho de cinquenta anos atrás.
72:7.6 (815.6) Há pouca ou nenhuma uniformidade entre os esquemas de tributação dos cem estados relativamente livres e soberanos, visto que as condições econômicas e outras variam grandemente em diferentes partes do continente. Cada estado tem dez disposições constitucionais básicas que não podem ser modificadas exceto com o consentimento do supremo tribunal federal, e um destes artigos impede a cobrança de um imposto de mais de 1% sobre o valor de qualquer propriedade em qualquer ano, com os domicílios, seja na cidade ou no campo, estando isentos.
72:7.7 (815.7) O governo federal não pode ficar endividado, e um referendo de três quartos é necessário antes que qualquer estado possa receber empréstimos, exceto para fins de guerra. Como o governo federal não pode contrair dívidas, em caso de guerra o Conselho Nacional de Defesa tem o poder de requisitar fundos dos estados, bem como homens e materiais, conforme necessário. Mas nenhuma dívida pode durar mais de vinte e cinco anos.
72:7.8 (815.8) A renda para sustentar o governo federal é derivada das cinco fontes seguintes:
72:7.9 (815.9) 1. Direitos de importação. Todas as importações estão sujeitas a uma tarifa destinada a proteger o padrão de vida neste continente, que é muito superior ao de qualquer outra nação do planeta. Estas tarifas são fixadas pelo mais alto tribunal industrial depois que ambas as casas do congresso industrial hajam ratificado as recomendações do chefe executivo para assuntos econômicos, o qual é o nomeado conjunto destes dois órgãos legislativos. A câmara industrial alta é eleita pelo trabalho, a baixa pelo capital.
72:7.10 (816.1) 2. Royalties. O governo federal incentiva a invenção e criações originais nos dez laboratórios regionais, auxiliando todos os tipos de gênios – artistas, autores e cientistas – e protegendo suas patentes. Em troca o governo recebe metade dos lucros obtidos com todas essas invenções e criações, sejam relacionadas a máquinas, livros, arte, plantas ou animais.
72:7.11 (816.2) 3. Imposto sobre herança. O governo federal cobra um imposto sobre herança gradual que varia de 1% a 50%, dependendo do tamanho de uma propriedade assim como de outras condições.
72:7.12 (816.3) 4. Equipamento militar. O governo ganha uma soma considerável com o aluguel de equipamentos militares e navais para usos comerciais e recreativos.
72:7.13 (816.4) 5. Recursos naturais. A receita proveniente dos recursos naturais, quando não integralmente exigida para os fins específicos designados na constituição federal, é veiculada para o erário nacional.
72:7.14 (816.5) As dotações federais, exceto fundos de guerra avaliados pelo Conselho Nacional de Defesa, são originadas na câmara legislativa alta, aprovadas pela câmara baixa, aprovadas pelo chefe do executivo e, finalmente, validadas pelos cem da comissão federal de orçamento. Os membros desta comissão são indicados pelos governadores estaduais e eleitos pelos legislativos estaduais para servir por vinte e quatro anos, sendo um quarto eleito a cada seis anos. A cada seis anos, este órgão, por votação de três quartos, escolhe um de seus membros como chefe, e assim ele se torna diretor-controlador do tesouro federal.
8. As Faculdades Especiais
72:8.1 (816.6) Além do programa de educação básica obrigatória que se estende dos 5 aos 18 anos, são mantidas escolas especiais como segue:
72:8.2 (816.7) 1. Escolas de estadistas. Estas escolas são de três classes: nacional, regional e estadual. Os cargos públicos da nação estão agrupados em quatro divisões. A primeira divisão de confiança pública pertence principalmente à administração nacional, e todos os titulares de cargos deste grupo têm que ser graduados tanto em escolas regionais quanto nacionais de estadistas. Indivíduos podem aceitar cargos políticos, eletivos ou por indicação na segunda divisão ao se formarem em qualquer uma das dez escolas regionais de estadistas; seus fideicomissos dizem respeito a responsabilidades na administração regional e nos governos estaduais. A terceira divisão inclui responsabilidades do estado, e tais funcionários só precisam ter diplomas estaduais de estadista. A quarta e última divisão de titulares de cargos não são obrigadas a possuir diplomas de estadista, sendo tais cargos inteiramente nomeados. Eles representam cargos menores de assistentes, secretarias e fideicomissos técnicos que são desempenhados pelas várias profissões acadêmicas que atuam em capacidades administrativas governamentais.
72:8.3 (816.8) Os juízes dos tribunais menores e estaduais possuem diplomas das escolas estaduais de estadistas. Os juízes dos tribunais jurisdicionais de assuntos sociais, educacionais e industriais possuem diplomas das escolas regionais. Os juízes da suprema corte federal têm que possuir diplomas de todas estas escolas de estadistas.
72:8.4 (817.1) 2. Escolas de filosofia. Estas escolas são afiliadas aos templos de filosofia e são mais ou menos associadas à religião como função pública.
72:8.5 (817.2) 3. Instituições de ciência. Estas escolas técnicas são coordenadas com a indústria e não com o sistema educacional e são administradas sob quinze divisões.
72:8.6 (817.3) 4. Escolas de formação profissional. Estas instituições especiais providenciam a formação técnica para as várias profissões acadêmicas, em número de doze.
72:8.7 (817.4) 5. Escolas militares e navais. Perto do quartel-general nacional e nos vinte e cinco centros militares costeiros são mantidas aquelas instituições dedicadas à formação militar de cidadãos voluntários dos 18 aos 30 anos de idade. O consentimento dos pais é necessário antes dos 25 anos para ter acesso a estas escolas.
9. O Plano do Sufrágio Universal
72:9.1 (817.5) Embora os candidatos a todos os cargos públicos sejam restritos a graduados das escolas estaduais, regionais ou federais de estadistas, os líderes progressivos desta nação descobriram uma grave fraqueza no seu plano de sufrágio universal e, há cerca de cinquenta anos, fizeram uma emenda constitucional para um esquema modificado de votação que abrange as seguintes características:
72:9.2 (817.6) 1. Todo homem e mulher de 20 anos ou mais tem um voto. Ao atingir esta idade, todos os cidadãos têm que aceitar serem membros de dois grupos de votação: ingressarão no primeiro de acordo com sua função econômica – industrial, profissional, agrícola ou comercial; entrarão no segundo grupo de acordo com suas inclinações políticas, filosóficas e sociais. Todos os trabalhadores pertencem assim a algum grupo de franquia econômica, e estas guildas, como as associações não econômicas, são regulamentadas da mesma forma que o governo nacional com sua tríplice divisão de poderes. O registro nestes grupos não pode ser alterado por doze anos.
72:9.3 (817.7) 2. Mediante indicação dos governadores estaduais ou dos executivos regionais e por mandado dos conselhos supremos regionais, os indivíduos que tenham prestado grande serviço à sociedade, ou que tenham demonstrado extraordinária sabedoria no serviço governamental, podem ter votos adicionais conferidos a eles não mais do que a cada cinco anos e não excedendo nove dessas superfranquias. O sufrágio máximo de qualquer eleitor múltiplo é dez. Cientistas, inventores, professores, filósofos e líderes espirituais também são assim reconhecidos e honrados com poder político aumentado. Estes privilégios cívicos avançados são conferidos pelos conselhos supremos estaduais e regionais, assim como os diplomas são concedidos pelas faculdades especiais, e os destinatários têm orgulho de anexar os símbolos de tal reconhecimento cívico, juntamente com seus outros graus, às suas listas de realizações pessoais.
72:9.4 (817.8) 3. Todos os indivíduos condenados a trabalho compulsório nas minas e todos os funcionários governamentais sustentados por fundos dos impostos são, durante os períodos de tais serviços, privados do direito de voto. Isto não se aplica a pessoas idosas que podem ser aposentadas com pensões aos 65 anos.
72:9.5 (817.9) 4. Há cinco faixas de sufrágio refletindo a média anual de impostos pagos para cada período de meia década. Aos contribuintes significativos são permitidos votos extras até cinco. Esta concessão é independente de qualquer outro reconhecimento, mas em nenhum caso pode qualquer pessoa depositar mais de dez votos.
72:9.6 (818.1) 5. Na época em que esse plano de franquia foi adotado, o método territorial de votação foi abandonado em favor do sistema econômico ou funcional. Todos os cidadãos agora votam como membros de grupos industriais, sociais ou profissionais, independentemente de sua residência. Assim, o eleitorado consiste em grupos solidificados, unificados e inteligentes que elegem apenas seus melhores membros para cargos de confiança e responsabilidade governamentais. Há uma exceção a este esquema de sufrágio funcional ou de grupo: a eleição de um chefe do executivo federal a cada seis anos é por votação da nação inteira, e nenhum cidadão deposita mais de um voto.
72:9.7 (818.2) Assim, exceto na eleição do chefe do executivo, o sufrágio é exercido por agrupamentos econômicos, profissionais, intelectuais e sociais da cidadania. O estado ideal é orgânico, e cada grupo de cidadãos livres e inteligentes representa um órgão vital e funcional dentro do organismo governamental maior.
72:9.8 (818.3) As escolas de estadistas têm poder para iniciar processos nos tribunais estaduais visando a privação de direitos de qualquer indivíduo deficiente, ocioso, indiferente ou criminoso. Este povo reconhece que, quando 50% de uma nação é inferior ou deficiente e tem voto, tal nação está condenada. Eles acreditam que o predomínio da mediocridade invoca a queda de qualquer nação. O voto é obrigatório, com multas pesadas sendo aplicadas a todos os que deixarem de depositar seus votos.
10. Lidando com o Crime
72:10.1 (818.4) Os métodos deste povo para lidar com o crime, a insanidade e a degeneração, embora agradem de certas maneiras, sem dúvida, em outras, provarão ser chocantes para a maioria dos urantianos. Os criminosos comuns e os deficientes são colocados, por sexo, em diferentes colônias agrícolas onde produzem mais do que necessitam. Os criminosos habituais mais graves e os loucos incuráveis são condenados à morte nas câmaras de gás letal pelos tribunais. Inúmeros crimes além do assassinato, incluindo a traição da confiança governamental, também acarretam a pena de morte, e a visitação da justiça é certa e expedita.
72:10.2 (818.5) Este povo está passando da era negativa para a era positiva da lei. Recentemente eles foram tão longe a ponto de tentar a prevenção do crime sentenciando aqueles que se acredita serem potenciais assassinos e grandes criminosos a serviço perpétuo nas colônias de detenção. Se tais condenados posteriormente demonstrarem que se tornaram mais normais, eles podem ficar em liberdade condicional ou ser perdoados. O índice de homicídios neste continente é apenas 1% do das outras nações.
72:10.3 (818.6) Os esforços para impedir a procriação de criminosos e deficientes foram iniciados há mais de cem anos e já produziram resultados gratificantes. Não há prisões ou hospitais para os loucos. E isso por uma razão: há apenas cerca de 10% destes grupos relativamente aos encontrados em Urântia.
11. Prontidão Militar
72:11.1 (818.7) Os graduados das escolas militares federais podem ser comissionados como “guardiões da civilização” em sete escalões, de acordo com a perícia e experiência, pelo presidente do Conselho Nacional de Defesa. Este conselho consiste de vinte e cinco membros, nomeados pelos mais altos tribunais parentais, educacionais e industriais, confirmados pelo supremo tribunal federal, e presididos ex officio pelo chefe do estado maior para os assuntos militares coordenados. Tais membros servem até os 70 anos de idade.
72:11.2 (819.1) Os cursos seguidos por tais oficiais comissionados têm quatro anos de duração e estão invariavelmente correlacionados com a mestria de algum ofício ou profissão. O treinamento militar nunca é dado sem esta escolaridade industrial, científica ou profissional associada. Terminado o treinamento militar, o indivíduo, durante seus quatro anos de curso, terá recebido metade da educação ministrada em qualquer uma das escolas especiais onde os cursos também têm quatro anos de duração. Desta maneira evita-se a criação de uma classe militar profissional proporcionando esta oportunidade para um grande número de homens se sustentarem enquanto asseguram a primeira metade de uma formação técnica ou profissional.
72:11.3 (819.2) O serviço militar durante o tempo de paz é puramente voluntário, e os alistamentos em todos os ramos do serviço são por quatro anos, durante os quais cada homem segue alguma linha especial de estudo, além da mestria das táticas militares. A formação em música é uma das principais atividades das escolas militares centrais e dos vinte e cinco campos de treino distribuídos pela periferia do continente. Durante os períodos de ociosidade industrial, muitos milhares de desempregados são automaticamente utilizados na construção das defesas militares do continente em terra, no mar e no ar.
72:11.4 (819.3) Embora este povo mantenha uma poderosa instituição bélica como defesa contra a invasão dos povos hostis circunvizinhos, pode-se registrar em seu favor que, em mais de cem anos, eles não empregaram estes recursos militares numa guerra ofensiva. Eles tornaram-se civilizados a ponto de poderem defender vigorosamente a civilização sem ceder à tentação de utilizar seus poderes bélicos na agressão. Não houve guerras civis desde a fundação do estado continental unido, mas durante os últimos dois séculos este povo foi chamado a travar nove ferozes conflitos defensivos, três dos quais foram contra poderosas confederações de potências mundiais. Embora esta nação mantenha defesa adequada contra ataques de vizinhos hostis, ela presta muita mais atenção à formação de estadistas, cientistas e filósofos.
72:11.5 (819.4) Quando em paz com o mundo, todos os mecanismos de defesa móvel são plenamente empregados nos negócios, no comércio e na recreação. Quando a guerra é declarada, a nação inteira é mobilizada. Durante o período de hostilidades, o salário militar é obtido de todas as indústrias, e os chefes de todos os departamentos militares tornam-se membros do gabinete do chefe do executivo.
12. As Outras Nações
72:12.1 (819.5) Embora a sociedade e o governo deste povo singular sejam em muitos aspectos superiores àqueles das nações de Urântia, deve-se afirmar que nos outros continentes (há onze neste planeta) os governos são decididamente inferiores aos das nações mais avançadas de Urântia.
72:12.2 (819.6) Agora mesmo este governo superior está planejando estabelecer relações diplomáticas com os povos inferiores, e pela primeira vez surgiu um grande líder religioso que defende o envio de missionários para estas nações circunvizinhas. Tememos que eles estejam prestes a cometer o erro que tantos outros cometeram quando se empenharam em impor uma cultura e religião superiores sobre outras raças. Que coisa maravilhosa poderia ser feita neste mundo se esta nação continental de cultura avançada apenas saísse e trouxesse até si o melhor dos povos vizinhos e então, após educá-los, os enviasse de volta como emissários da cultura para seus irmãos ignorantes! É claro, se um Filho Magisterial vier em breve a esta nação avançada, grandes coisas poderão acontecer rapidamente neste mundo.
72:12.3 (820.1) Este relato dos assuntos de um planeta vizinho é feito por permissão especial com a intenção de fazer avançar a civilização e aumentar a evolução governamental em Urântia. Muito mais poderia ser narrado que sem dúvida interessaria e intrigaria os urantianos, mas esta revelação preenche os limites de autorização do nosso mandado.
72:12.4 (820.2) Os urantianos devem, contudo, observar que sua esfera irmã na família Satânia não se beneficiou nem de missões magisteriais nem de consagração dos Filhos do Paraíso. Tampouco estão os vários povos de Urântia apartados uns dos outros por tal disparidade de cultura como a que separa a nação continental dos seus companheiros planetários.
72:12.5 (820.3) A efusão do Espírito da Verdade providencia o fundamento espiritual para a realização de grandes conquistas nos interesses da raça humana do mundo sob consagração. Urântia está, portanto, de longe melhor preparada para a realização mais imediata de um governo planetário com suas leis, mecanismos, símbolos, convenções e linguagem – todos os quais poderiam contribuir tão poderosamente para o estabelecimento da paz mundial sob a lei e poderiam levar ao alvorecer em algum momento de uma era real de esforço espiritual; e tal era é o limiar planetário para as eras utópicas de luz e vida.
72:12.6 (820.4) [Apresentado por um Melquisedeque de Nébadon.]
Paper 72
Government on a Neighboring Planet
72:0.1 (808.1) BY PERMISSION of Lanaforge and with the approval of the Most Highs of Edentia, I am authorized to narrate something of the social, moral, and political life of the most advanced human race living on a not far-distant planet belonging to the Satania system.
72:0.2 (808.2) Of all the Satania worlds which became isolated because of participation in the Lucifer rebellion, this planet has experienced a history most like that of Urantia. The similarity of the two spheres undoubtedly explains why permission to make this extraordinary presentation was granted, for it is most unusual for the system rulers to consent to the narration on one planet of the affairs of another.
72:0.3 (808.3) This planet, like Urantia, was led astray by the disloyalty of its Planetary Prince in connection with the Lucifer rebellion. It received a Material Son shortly after Adam came to Urantia, and this Son also defaulted, leaving the sphere isolated, since a Magisterial Son has never been bestowed upon its mortal races.
1. The Continental Nation
72:1.1 (808.4) Notwithstanding all these planetary handicaps a very superior civilization is evolving on an isolated continent about the size of Australia. This nation numbers about 140 million. Its people are a mixed race, predominantly blue and yellow, having a slightly greater proportion of violet than the so-called white race of Urantia. These different races are not yet fully blended, but they fraternize and socialize very acceptably. The average length of life on this continent is now ninety years, fifteen per cent higher than that of any other people on the planet.
72:1.2 (808.5) The industrial mechanism of this nation enjoys a certain great advantage derived from the unique topography of the continent. The high mountains, on which heavy rains fall eight months in the year, are situated at the very center of the country. This natural arrangement favors the utilization of water power and greatly facilitates the irrigation of the more arid western quarter of the continent.
72:1.3 (808.6) These people are self-sustaining, that is, they can live indefinitely without importing anything from the surrounding nations. Their natural resources are replete, and by scientific techniques they have learned how to compensate for their deficiencies in the essentials of life. They enjoy a brisk domestic commerce but have little foreign trade owing to the universal hostility of their less progressive neighbors.
72:1.4 (808.7) This continental nation, in general, followed the evolutionary trend of the planet: The development from the tribal stage to the appearance of strong rulers and kings occupied thousands of years. The unconditional monarchs were succeeded by many different orders of government—abortive republics, communal states, and dictators came and went in endless profusion. This growth continued until about five hundred years ago when, during a politically fermenting period, one of the nation’s powerful dictator-triumvirs had a change of heart. He volunteered to abdicate upon condition that one of the other rulers, the baser of the remaining two, also vacate his dictatorship. Thus was the sovereignty of the continent placed in the hands of one ruler. The unified state progressed under strong monarchial rule for over one hundred years, during which there evolved a masterful charter of liberty.
72:1.5 (809.1) The subsequent transition from monarchy to a representative form of government was gradual, the kings remaining as mere social or sentimental figureheads, finally disappearing when the male line of descent ran out. The present republic has now been in existence just two hundred years, during which time there has been a continuous progression toward the governmental techniques about to be narrated, the last developments in industrial and political realms having been made within the past decade.
2. Political Organization
72:2.1 (809.2) This continental nation now has a representative government with a centrally located national capital. The central government consists of a strong federation of one hundred comparatively free states. These states elect their governors and legislators for ten years, and none are eligible for re-election. State judges are appointed for life by the governors and confirmed by their legislatures, which consist of one representative for each one hundred thousand citizens.
72:2.2 (809.3) There are five different types of metropolitan government, depending on the size of the city, but no city is permitted to have more than one million inhabitants. On the whole, these municipal governing schemes are very simple, direct, and economical. The few offices of city administration are keenly sought by the highest types of citizens.
72:2.3 (809.4) The federal government embraces three co-ordinate divisions: executive, legislative, and judicial. The federal chief executive is elected every six years by universal territorial suffrage. He is not eligible for re-election except upon the petition of at least seventy-five state legislatures concurred in by the respective state governors, and then but for one term. He is advised by a supercabinet composed of all living ex-chief executives.
72:2.4 (809.5) The legislative division embraces three houses:
72:2.5 (809.6) 1. The upper house is elected by industrial, professional, agricultural, and other groups of workers, balloting in accordance with economic function.
72:2.6 (809.7) 2. The lower house is elected by certain organizations of society embracing the social, political, and philosophic groups not included in industry or the professions. All citizens in good standing participate in the election of both classes of representatives, but they are differently grouped, depending on whether the election pertains to the upper or lower house.
72:2.7 (809.8) 3. The third house—the elder statesmen—embraces the veterans of civic service and includes many distinguished persons nominated by the chief executive, by the regional (subfederal) executives, by the chief of the supreme tribunal, and by the presiding officers of either of the other legislative houses. This group is limited to one hundred, and its members are elected by the majority action of the elder statesmen themselves. Membership is for life, and when vacancies occur, the person receiving the largest ballot among the list of nominees is thereby duly elected. The scope of this body is purely advisory, but it is a mighty regulator of public opinion and exerts a powerful influence upon all branches of the government.
72:2.8 (810.1) Very much of the federal administrative work is carried on by the ten regional (subfederal) authorities, each consisting of the association of ten states. These regional divisions are wholly executive and administrative, having neither legislative nor judicial functions. The ten regional executives are the personal appointees of the federal chief executive, and their term of office is concurrent with his—six years. The federal supreme tribunal approves the appointment of these ten regional executives, and while they may not be reappointed, the retiring executive automatically becomes the associate and adviser of his successor. Otherwise, these regional chiefs choose their own cabinets of administrative officials.
72:2.9 (810.2) This nation is adjudicated by two major court systems—the law courts and the socioeconomic courts. The law courts function on the following three levels:
72:2.10 (810.3) 1. Minor courts of municipal and local jurisdiction, whose decisions may be appealed to the high state tribunals.
72:2.11 (810.4) 2. State supreme courts, whose decisions are final in all matters not involving the federal government or jeopardy of citizenship rights and liberties. The regional executives are empowered to bring any case at once to the bar of the federal supreme court.
72:2.12 (810.5) 3. Federal supreme court—the high tribunal for the adjudication of national contentions and the appellate cases coming up from the state courts. This supreme tribunal consists of twelve men over forty and under seventy-five years of age who have served two or more years on some state tribunal, and who have been appointed to this high position by the chief executive with the majority approval of the supercabinet and the third house of the legislative assembly. All decisions of this supreme judicial body are by at least a two-thirds vote.
72:2.13 (810.6) The socioeconomic courts function in the following three divisions:
72:2.14 (810.7) 1. Parental courts, associated with the legislative and executive divisions of the home and social system.
72:2.15 (810.8) 2. Educational courts—the juridical bodies connected with the state and regional school systems and associated with the executive and legislative branches of the educational administrative mechanism.
72:2.16 (810.9) 3. Industrial courts—the jurisdictional tribunals vested with full authority for the settlement of all economic misunderstandings.
72:2.17 (810.10) The federal supreme court does not pass upon socioeconomic cases except upon the three-quarters vote of the third legislative branch of the national government, the house of elder statesmen. Otherwise, all decisions of the parental, educational, and industrial high courts are final.
3. The Home Life
72:3.1 (811.1) On this continent it is against the law for two families to live under the same roof. And since group dwellings have been outlawed, most of the tenement type of buildings have been demolished. But the unmarried still live in clubs, hotels, and other group dwellings. The smallest homesite permitted must provide fifty thousand square feet of land. All land and other property used for home purposes are free from taxation up to ten times the minimum homesite allotment.
72:3.2 (811.2) The home life of this people has greatly improved during the last century. Attendance of parents, both fathers and mothers, at the parental schools of child culture is compulsory. Even the agriculturists who reside in small country settlements carry on this work by correspondence, going to the near-by centers for oral instruction once in ten days—every two weeks, for they maintain a five-day week.
72:3.3 (811.3) The average number of children in each family is five, and they are under the full control of their parents or, in case of the demise of one or both, under that of the guardians designated by the parental courts. It is considered a great honor for any family to be awarded the guardianship of a full orphan. Competitive examinations are held among parents, and the orphan is awarded to the home of those displaying the best parental qualifications.
72:3.4 (811.4) These people regard the home as the basic institution of their civilization. It is expected that the most valuable part of a child’s education and character training will be secured from his parents and at home, and fathers devote almost as much attention to child culture as do mothers.
72:3.5 (811.5) All sex instruction is administered in the home by parents or by legal guardians. Moral instruction is offered by teachers during the rest periods in the school shops, but not so with religious training, which is deemed to be the exclusive privilege of parents, religion being looked upon as an integral part of home life. Purely religious instruction is given publicly only in the temples of philosophy, no such exclusively religious institutions as the Urantia churches having developed among this people. In their philosophy, religion is the striving to know God and to manifest love for one’s fellows through service for them, but this is not typical of the religious status of the other nations on this planet. Religion is so entirely a family matter among these people that there are no public places devoted exclusively to religious assembly. Politically, church and state, as Urantians are wont to say, are entirely separate, but there is a strange overlapping of religion and philosophy.
72:3.6 (811.6) Until twenty years ago the spiritual teachers (comparable to Urantia pastors), who visit each family periodically to examine the children to ascertain if they have been properly instructed by their parents, were under governmental supervision. These spiritual advisers and examiners are now under the direction of the newly created Foundation of Spiritual Progress, an institution supported by voluntary contributions. Possibly this institution may not further evolve until after the arrival of a Paradise Magisterial Son.
72:3.7 (811.7) Children remain legally subject to their parents until they are fifteen, when the first initiation into civic responsibility is held. Thereafter, every five years for five successive periods similar public exercises are held for such age groups at which their obligations to parents are lessened, while new civic and social responsibilities to the state are assumed. Suffrage is conferred at twenty, the right to marry without parental consent is not bestowed until twenty-five, and children must leave home on reaching the age of thirty.
72:3.8 (812.1) Marriage and divorce laws are uniform throughout the nation. Marriage before twenty—the age of civil enfranchisement—is not permitted. Permission to marry is only granted after one year’s notice of intention, and after both bride and groom present certificates showing that they have been duly instructed in the parental schools regarding the responsibilities of married life.
72:3.9 (812.2) Divorce regulations are somewhat lax, but decrees of separation, issued by the parental courts, may not be had until one year after application therefor has been recorded, and the year on this planet is considerably longer than on Urantia. Notwithstanding their easy divorce laws, the present rate of divorces is only one tenth that of the civilized races of Urantia.
4. The Educational System
72:4.1 (812.3) The educational system of this nation is compulsory and coeducational in the precollege schools that the student attends from the ages of five to eighteen. These schools are vastly different from those of Urantia. There are no classrooms, only one study is pursued at a time, and after the first three years all pupils become assistant teachers, instructing those below them. Books are used only to secure information that will assist in solving the problems arising in the school shops and on the school farms. Much of the furniture used on the continent and the many mechanical contrivances—this is a great age of invention and mechanization—are produced in these shops. Adjacent to each shop is a working library where the student may consult the necessary reference books. Agriculture and horticulture are also taught throughout the entire educational period on the extensive farms adjoining every local school.
72:4.2 (812.4) The feeble-minded are trained only in agriculture and animal husbandry, and are committed for life to special custodial colonies where they are segregated by sex to prevent parenthood, which is denied all subnormals. These restrictive measures have been in operation for seventy-five years; the commitment decrees are handed down by the parental courts.
72:4.3 (812.5) Everyone takes one month’s vacation each year. The precollege schools are conducted for nine months out of the year of ten, the vacation being spent with parents or friends in travel. This travel is a part of the adult-education program and is continued throughout a lifetime, the funds for meeting such expenses being accumulated by the same methods as those employed in old-age insurance.
72:4.4 (812.6) One quarter of the school time is devoted to play—competitive athletics—the pupils progressing in these contests from the local, through the state and regional, and on to the national trials of skill and prowess. Likewise, the oratorical and musical contests, as well as those in science and philosophy, occupy the attention of students from the lower social divisions on up to the contests for national honors.
72:4.5 (812.7) The school government is a replica of the national government with its three correlated branches, the teaching staff functioning as the third or advisory legislative division. The chief object of education on this continent is to make every pupil a self-supporting citizen.
72:4.6 (813.1) Every child graduating from the precollege school system at eighteen is a skilled artisan. Then begins the study of books and the pursuit of special knowledge, either in the adult schools or in the colleges. When a brilliant student completes his work ahead of schedule, he is granted an award of time and means wherewith he may execute some pet project of his own devising. The entire educational system is designed to adequately train the individual.
5. Industrial Organization
72:5.1 (813.2) The industrial situation among this people is far from their ideals; capital and labor still have their troubles, but both are becoming adjusted to the plan of sincere co-operation. On this unique continent the workers are increasingly becoming shareholders in all industrial concerns; every intelligent laborer is slowly becoming a small capitalist.
72:5.2 (813.3) Social antagonisms are lessening, and good will is growing apace. No grave economic problems have arisen out of the abolition of slavery (over one hundred years ago) since this adjustment was effected gradually by the liberation of two per cent each year. Those slaves who satisfactorily passed mental, moral, and physical tests were granted citizenship; many of these superior slaves were war captives or children of such captives. Some fifty years ago they deported the last of their inferior slaves, and still more recently they are addressing themselves to the task of reducing the numbers of their degenerate and vicious classes.
72:5.3 (813.4) These people have recently developed new techniques for the adjustment of industrial misunderstandings and for the correction of economic abuses which are marked improvements over their older methods of settling such problems. Violence has been outlawed as a procedure in adjusting either personal or industrial differences. Wages, profits, and other economic problems are not rigidly regulated, but they are in general controlled by the industrial legislatures, while all disputes arising out of industry are passed upon by the industrial courts.
72:5.4 (813.5) The industrial courts are only thirty years old but are functioning very satisfactorily. The most recent development provides that hereafter the industrial courts shall recognize legal compensation as falling in three divisions:
72:5.5 (813.6) 1. Legal rates of interest on invested capital.
72:5.6 (813.7) 2. Reasonable salary for skill employed in industrial operations.
72:5.7 (813.8) 3. Fair and equitable wages for labor.
72:5.8 (813.9) These shall first be met in accordance with contract, or in the face of decreased earnings they shall share proportionally in transient reduction. And thereafter all earnings in excess of these fixed charges shall be regarded as dividends and shall be prorated to all three divisions: capital, skill, and labor.
72:5.9 (813.10) Every ten years the regional executives adjust and decree the lawful hours of daily gainful toil. Industry now operates on a five-day week, working four and playing one. These people labor six hours each working day and, like students, nine months in the year of ten. Vacation is usually spent in travel, and new methods of transportation having been so recently developed, the whole nation is travel bent. The climate favors travel about eight months in the year, and they are making the most of their opportunities.
72:5.10 (813.11) Two hundred years ago the profit motive was wholly dominant in industry, but today it is being rapidly displaced by other and higher driving forces. Competition is keen on this continent, but much of it has been transferred from industry to play, skill, scientific achievement, and intellectual attainment. It is most active in social service and governmental loyalty. Among this people public service is rapidly becoming the chief goal of ambition. The richest man on the continent works six hours a day in the office of his machine shop and then hastens over to the local branch of the school of statesmanship, where he seeks to qualify for public service.
72:5.11 (814.1) Labor is becoming more honorable on this continent, and all able-bodied citizens over eighteen work either at home and on farms, at some recognized industry, on the public works where the temporarily unemployed are absorbed, or else in the corps of compulsory laborers in the mines.
72:5.12 (814.2) These people are also beginning to foster a new form of social disgust—disgust for both idleness and unearned wealth. Slowly but certainly they are conquering their machines. Once they, too, struggled for political liberty and subsequently for economic freedom. Now are they entering upon the enjoyment of both while in addition they are beginning to appreciate their well-earned leisure, which can be devoted to increased self-realization.
6. Old-Age Insurance
72:6.1 (814.3) This nation is making a determined effort to replace the self-respect-destroying type of charity by dignified government-insurance guarantees of security in old age. This nation provides every child an education and every man a job; therefore can it successfully carry out such an insurance scheme for the protection of the infirm and aged.
72:6.2 (814.4) Among this people all persons must retire from gainful pursuit at sixty-five unless they secure a permit from the state labor commissioner which will entitle them to remain at work until the age of seventy. This age limit does not apply to government servants or philosophers. The physically disabled or permanently crippled can be placed on the retired list at any age by court order countersigned by the pension commissioner of the regional government.
72:6.3 (814.5) The funds for old-age pensions are derived from four sources:
72:6.4 (814.6) 1. One day’s earnings each month are requisitioned by the federal government for this purpose, and in this country everybody works.
72:6.5 (814.7) 2. Bequests—many wealthy citizens leave funds for this purpose.
72:6.6 (814.8) 3. The earnings of compulsory labor in the state mines. After the conscript workers support themselves and set aside their own retirement contributions, all excess profits on their labor are turned over to this pension fund.
72:6.7 (814.9) 4. The income from natural resources. All natural wealth on the continent is held as a social trust by the federal government, and the income therefrom is utilized for social purposes, such as disease prevention, education of geniuses, and expenses of especially promising individuals in the statesmanship schools. One half of the income from natural resources goes to the old-age pension fund.
72:6.8 (814.10) Although state and regional actuarial foundations supply many forms of protective insurance, old-age pensions are solely administered by the federal government through the ten regional departments.
72:6.9 (814.11) These government funds have long been honestly administered. Next to treason and murder, the heaviest penalties meted out by the courts are attached to betrayal of public trust. Social and political disloyalty are now looked upon as being the most heinous of all crimes.
7. Taxation
72:7.1 (815.1) The federal government is paternalistic only in the administration of old-age pensions and in the fostering of genius and creative originality; the state governments are slightly more concerned with the individual citizen, while the local governments are much more paternalistic or socialistic. The city (or some subdivision thereof) concerns itself with such matters as health, sanitation, building regulations, beautification, water supply, lighting, heating, recreation, music, and communication.
72:7.2 (815.2) In all industry first attention is paid to health; certain phases of physical well-being are regarded as industrial and community prerogatives, but individual and family health problems are matters of personal concern only. In medicine, as in all other purely personal matters, it is increasingly the plan of government to refrain from interfering.
72:7.3 (815.3) Cities have no taxing power, neither can they go in debt. They receive per capita allowances from the state treasury and must supplement such revenue from the earnings of their socialistic enterprises and by licensing various commercial activities.
72:7.4 (815.4) The rapid-transit facilities, which make it practical greatly to extend the city boundaries, are under municipal control. The city fire departments are supported by the fire-prevention and insurance foundations, and all buildings, in city or country, are fireproof—have been for over seventy-five years.
72:7.5 (815.5) There are no municipally appointed peace officers; the police forces are maintained by the state governments. This department is recruited almost entirely from the unmarried men between twenty-five and fifty. Most of the states assess a rather heavy bachelor tax, which is remitted to all men joining the state police. In the average state the police force is now only one tenth as large as it was fifty years ago.
72:7.6 (815.6) There is little or no uniformity among the taxation schemes of the one hundred comparatively free and sovereign states as economic and other conditions vary greatly in different sections of the continent. Every state has ten basic constitutional provisions which cannot be modified except by consent of the federal supreme court, and one of these articles prevents levying a tax of more than one per cent on the value of any property in any one year, homesites, whether in city or country, being exempted.
72:7.7 (815.7) The federal government cannot go in debt, and a three-fourths referendum is required before any state can borrow except for purposes of war. Since the federal government cannot incur debt, in the event of war the National Council of Defense is empowered to assess the states for money, as well as for men and materials, as it may be required. But no debt may run for more than twenty-five years.
72:7.8 (815.8) Income to support the federal government is derived from the following five sources:
72:7.9 (815.9) 1. Import duties. All imports are subject to a tariff designed to protect the standard of living on this continent, which is far above that of any other nation on the planet. These tariffs are set by the highest industrial court after both houses of the industrial congress have ratified the recommendations of the chief executive of economic affairs, who is the joint appointee of these two legislative bodies. The upper industrial house is elected by labor, the lower by capital.
72:7.10 (816.1) 2. Royalties. The federal government encourages invention and original creations in the ten regional laboratories, assisting all types of geniuses—artists, authors, and scientists—and protecting their patents. In return the government takes one half the profits realized from all such inventions and creations, whether pertaining to machines, books, artistry, plants, or animals.
72:7.11 (816.2) 3. Inheritance tax. The federal government levies a graduated inheritance tax ranging from one to fifty per cent, depending on the size of an estate as well as on other conditions.
72:7.12 (816.3) 4. Military equipment. The government earns a considerable sum from the leasing of military and naval equipment for commercial and recreational usages.
72:7.13 (816.4) 5. Natural resources. The income from natural resources, when not fully required for the specific purposes designated in the charter of federal statehood, is turned into the national treasury.
72:7.14 (816.5) Federal appropriations, except war funds assessed by the National Council of Defense, are originated in the upper legislative house, concurred in by the lower house, approved by the chief executive, and finally validated by the federal budget commission of one hundred. The members of this commission are nominated by the state governors and elected by the state legislatures to serve for twenty-four years, one quarter being elected every six years. Every six years this body, by a three-fourths ballot, chooses one of its number as chief, and he thereby becomes director-controller of the federal treasury.
8. The Special Colleges
72:8.1 (816.6) In addition to the basic compulsory education program extending from the ages of five to eighteen, special schools are maintained as follows:
72:8.2 (816.7) 1. Statesmanship schools. These schools are of three classes: national, regional, and state. The public offices of the nation are grouped in four divisions. The first division of public trust pertains principally to the national administration, and all officeholders of this group must be graduates of both regional and national schools of statesmanship. Individuals may accept political, elective, or appointive office in the second division upon graduating from any one of the ten regional schools of statesmanship; their trusts concern responsibilities in the regional administration and the state governments. Division three includes state responsibilities, and such officials are only required to have state degrees of statesmanship. The fourth and last division of officeholders are not required to hold statesmanship degrees, such offices being wholly appointive. They represent minor positions of assistantship, secretaryships, and technical trusts which are discharged by the various learned professions functioning in governmental administrative capacities.
72:8.3 (816.8) Judges of the minor and state courts hold degrees from the state schools of statesmanship. Judges of the jurisdictional tribunals of social, educational, and industrial matters hold degrees from the regional schools. Judges of the federal supreme court must hold degrees from all these schools of statesmanship.
72:8.4 (817.1) 2. Schools of philosophy. These schools are affiliated with the temples of philosophy and are more or less associated with religion as a public function.
72:8.5 (817.2) 3. Institutions of science. These technical schools are co-ordinated with industry rather than with the educational system and are administered under fifteen divisions.
72:8.6 (817.3) 4. Professional training schools. These special institutions provide the technical training for the various learned professions, twelve in number.
72:8.7 (817.4) 5. Military and naval schools. Near the national headquarters and at the twenty-five coastal military centers are maintained those institutions devoted to the military training of volunteer citizens from eighteen to thirty years of age. Parental consent is required before twenty-five in order to gain entrance to these schools.
9. The Plan of Universal Suffrage
72:9.1 (817.5) Although candidates for all public offices are restricted to graduates of the state, regional, or federal schools of statesmanship, the progressive leaders of this nation discovered a serious weakness in their plan of universal suffrage and about fifty years ago made constitutional provision for a modified scheme of voting which embraces the following features:
72:9.2 (817.6) 1. Every man and woman of twenty years and over has one vote. Upon attaining this age, all citizens must accept membership in two voting groups: They will join the first in accordance with their economic function—industrial, professional, agricultural, or trade; they will enter the second group according to their political, philosophic, and social inclinations. All workers thus belong to some economic franchise group, and these guilds, like the noneconomic associations, are regulated much as is the national government with its threefold division of powers. Registration in these groups cannot be changed for twelve years.
72:9.3 (817.7) 2. Upon nomination by the state governors or by the regional executives and by the mandate of the regional supreme councils, individuals who have rendered great service to society, or who have demonstrated extraordinary wisdom in government service, may have additional votes conferred upon them not oftener than every five years and not to exceed nine such superfranchises. The maximum suffrage of any multiple voter is ten. Scientists, inventors, teachers, philosophers, and spiritual leaders are also thus recognized and honored with augmented political power. These advanced civic privileges are conferred by the state and regional supreme councils much as degrees are bestowed by the special colleges, and the recipients are proud to attach the symbols of such civic recognition, along with their other degrees, to their lists of personal achievements.
72:9.4 (817.8) 3. All individuals sentenced to compulsory labor in the mines and all governmental servants supported by tax funds are, for the periods of such services, disenfranchised. This does not apply to aged persons who may be retired on pensions at sixty-five.
72:9.5 (817.9) 4. There are five brackets of suffrage reflecting the average yearly taxes paid for each half-decade period. Heavy taxpayers are permitted extra votes up to five. This grant is independent of all other recognition, but in no case can any person cast over ten ballots.
72:9.6 (818.1) 5. At the time this franchise plan was adopted, the territorial method of voting was abandoned in favor of the economic or functional system. All citizens now vote as members of industrial, social, or professional groups, regardless of their residence. Thus the electorate consists of solidified, unified, and intelligent groups who elect only their best members to positions of governmental trust and responsibility. There is one exception to this scheme of functional or group suffrage: The election of a federal chief executive every six years is by nation-wide ballot, and no citizen casts over one vote.
72:9.7 (818.2) Thus, except in the election of the chief executive, suffrage is exercised by economic, professional, intellectual, and social groupings of the citizenry. The ideal state is organic, and every free and intelligent group of citizens represents a vital and functioning organ within the larger governmental organism.
72:9.8 (818.3) The schools of statesmanship have power to start proceedings in the state courts looking toward the disenfranchisement of any defective, idle, indifferent, or criminal individual. These people recognize that, when fifty per cent of a nation is inferior or defective and possesses the ballot, such a nation is doomed. They believe the dominance of mediocrity spells the downfall of any nation. Voting is compulsory, heavy fines being assessed against all who fail to cast their ballots.
10. Dealing with Crime
72:10.1 (818.4) The methods of this people in dealing with crime, insanity, and degeneracy, while in some ways pleasing, will, no doubt, in others prove shocking to most Urantians. Ordinary criminals and the defectives are placed, by sexes, in different agricultural colonies and are more than self-supporting. The more serious habitual criminals and the incurably insane are sentenced to death in the lethal gas chambers by the courts. Numerous crimes aside from murder, including betrayal of governmental trust, also carry the death penalty, and the visitation of justice is sure and swift.
72:10.2 (818.5) These people are passing out of the negative into the positive era of law. Recently they have gone so far as to attempt the prevention of crime by sentencing those who are believed to be potential murderers and major criminals to life service in the detention colonies. If such convicts subsequently demonstrate that they have become more normal, they may be either paroled or pardoned. The homicide rate on this continent is only one per cent of that among the other nations.
72:10.3 (818.6) Efforts to prevent the breeding of criminals and defectives were begun over one hundred years ago and have already yielded gratifying results. There are no prisons or hospitals for the insane. For one reason, there are only about ten per cent as many of these groups as are found on Urantia.
11. Military Preparedness
72:11.1 (818.7) Graduates of the federal military schools may be commissioned as “guardians of civilization” in seven ranks, in accordance with ability and experience, by the president of the National Council of Defense. This council consists of twenty-five members, nominated by the highest parental, educational, and industrial tribunals, confirmed by the federal supreme court, and presided over ex officio by the chief of staff of co-ordinated military affairs. Such members serve until they are seventy years of age.
72:11.2 (819.1) The courses pursued by such commissioned officers are four years in length and are invariably correlated with the mastery of some trade or profession. Military training is never given without this associated industrial, scientific, or professional schooling. When military training is finished, the individual has, during his four years’ course, received one half of the education imparted in any of the special schools where the courses are likewise four years in length. In this way the creation of a professional military class is avoided by providing this opportunity for a large number of men to support themselves while securing the first half of a technical or professional training.
72:11.3 (819.2) Military service during peacetime is purely voluntary, and the enlistments in all branches of the service are for four years, during which every man pursues some special line of study in addition to the mastery of military tactics. Training in music is one of the chief pursuits of the central military schools and of the twenty-five training camps distributed about the periphery of the continent. During periods of industrial slackness many thousands of unemployed are automatically utilized in upbuilding the military defenses of the continent on land and sea and in the air.
72:11.4 (819.3) Although these people maintain a powerful war establishment as a defense against invasion by the surrounding hostile peoples, it may be recorded to their credit that they have not in over one hundred years employed these military resources in an offensive war. They have become civilized to that point where they can vigorously defend civilization without yielding to the temptation to utilize their war powers in aggression. There have been no civil wars since the establishment of the united continental state, but during the last two centuries these people have been called upon to wage nine fierce defensive conflicts, three of which were against mighty confederations of world powers. Although this nation maintains adequate defense against attack by hostile neighbors, it pays far more attention to the training of statesmen, scientists, and philosophers.
72:11.5 (819.4) When at peace with the world, all mobile defense mechanisms are quite fully employed in trade, commerce, and recreation. When war is declared, the entire nation is mobilized. Throughout the period of hostilities military pay obtains in all industries, and the chiefs of all military departments become members of the chief executive’s cabinet.
12. The Other Nations
72:12.1 (819.5) Although the society and government of this unique people are in many respects superior to those of the Urantia nations, it should be stated that on the other continents (there are eleven on this planet) the governments are decidedly inferior to the more advanced nations of Urantia.
72:12.2 (819.6) Just now this superior government is planning to establish ambassadorial relations with the inferior peoples, and for the first time a great religious leader has arisen who advocates the sending of missionaries to these surrounding nations. We fear they are about to make the mistake that so many others have made when they have endeavored to force a superior culture and religion upon other races. What a wonderful thing could be done on this world if this continental nation of advanced culture would only go out and bring to itself the best of the neighboring peoples and then, after educating them, send them back as emissaries of culture to their benighted brethren! Of course, if a Magisterial Son should soon come to this advanced nation, great things could quickly happen on this world.
72:12.3 (820.1) This recital of the affairs of a neighboring planet is made by special permission with the intent of advancing civilization and augmenting governmental evolution on Urantia. Much more could be narrated that would no doubt interest and intrigue Urantians, but this disclosure covers the limits of our permissive mandate.
72:12.4 (820.2) Urantians should, however, take note that their sister sphere in the Satania family has benefited by neither magisterial nor bestowal missions of the Paradise Sons. Neither are the various peoples of Urantia set off from each other by such disparity of culture as separates the continental nation from its planetary fellows.
72:12.5 (820.3) The pouring out of the Spirit of Truth provides the spiritual foundation for the realization of great achievements in the interests of the human race of the bestowal world. Urantia is therefore far better prepared for the more immediate realization of a planetary government with its laws, mechanisms, symbols, conventions, and language—all of which could contribute so mightily to the establishment of world-wide peace under law and could lead to the sometime dawning of a real age of spiritual striving; and such an age is the planetary threshold to the utopian ages of light and life.
72:12.6 (820.4) [Presented by a Melchizedek of Nebadon.]
Documento 72
Governo num Planeta Vizinho
72:0.1 (808.1) COM A permissão de Lanaforge e a aprovação dos Altíssimos de Edêntia, eu estou autorizado a narrar certas coisas da vida social, moral e política da mais avançada raça humana que vive em um planeta não muito distante, pertencente ao sistema de Satânia.
72:0.2 (808.2) De todos os mundos de Satânia, que se tornaram isolados por causa da participação na rebelião de Lúcifer, esse planeta experienciou uma história a mais semelhante à de Urântia. A similaridade das duas esferas, sem dúvida, explica por que foi concedida a permissão para se fazer esta extraordinária apresentação, pois é muito inusitado que os governantes dos sistemas consintam na narração, em um planeta, dos assuntos de outro.
72:0.3 (808.3) Esse planeta, como Urântia, foi desviado pela deslealdade do seu Príncipe Planetário quando da rebelião de Lúcifer. O planeta recebeu um Filho Material pouco depois de Adão ter vindo para Urântia, e esse Filho também cometeu a falta, deixando a esfera isolada, pois um filho Magisterial nunca esteve auto-outorgado entre as suas raças mortais.
1. Uma Nação Continental
72:1.1 (808.4) Apesar de todas essas desvantagens planetárias, uma civilização muito superior está em evolução em um continente isolado, de tamanho comparável ao da Austrália. Essa nação tem cerca de 140 milhões de habitantes. O seu povo é formado de raças miscigenadas, com predominância da azul e da amarela, tendo uma proporção ligeiramente maior da raça violeta do que as chamadas raças brancas de Urântia. Tais raças diferentes não estão ainda integralmente miscigenadas, mas confraternizam-se e socializam-se de um modo bastante aceitável. A média de vida nesse continente, atualmente, é de noventa anos, quinze por cento mais alta que a de qualquer outro povo no planeta.
72:1.2 (808.5) Os mecanismos industriais dessa nação desfrutam de uma grande vantagem, que advém da topografia única do continente. Montanhas altas, nas quais cai uma chuva pesada durante oito meses em um ano, estão situadas bem no centro do país. Esse arranjo natural favorece a utilização do potencial hidráulico e facilita grandemente a irrigação do oeste, a quarta parte mais árida do continente.
72:1.3 (808.6) Esses povos se auto-sustentam, isto é, podem viver indefinidamente sem importar nada das nações vizinhas. Os seus recursos naturais são fartos e por meio de técnicas científicas eles aprenderam como compensar as suas deficiências no que concerne às coisas essenciais à vida. Eles usufruem de um comércio doméstico ativo, mas têm pouco comércio externo devido à hostilidade generalizada dos seus vizinhos de menos progresso.
72:1.4 (808.7) Essa nação continental, em geral, seguiu a tendência evolucionária do planeta: desde o desenvolvimento do estágio tribal, até o aparecimento de governantes fortes e reis; o que levou milhares de anos. Os monarcas incondicionais foram seguidos por muitas formas diferentes de governo — repúblicas abortadas, estados comunitários e ditaduras vieram e desapareceram, em uma profusão sem fim. Esse crescimento continuou até cerca de quinhentos anos atrás, quando, durante um período politicamente agitado, um dos poderosos ditadores de um triunvirato, da nação, passou por uma mudança íntima de ideais. Ele fez-se voluntário para abdicar, sob a condição de que um dos outros governantes, o mais vil dos outros dois, também renunciasse ao triunvirato ditatorial. Assim, a soberania do continente foi colocada nas mãos de um único governante. O estado unificado progrediu, sob um forte governo monárquico por mais de cem anos, durante os quais desenvolveu-se uma compreensiva carta de liberdades.
72:1.5 (809.1) A transição subseqüente, da monarquia para uma forma representativa de governo, foi gradual; os reis permaneceram como figurantes meramente sociais ou sentimentais; até finalmente desaparecerem, quando a linha masculina de descendência extinguiu-se. A república atual tem apenas duzentos anos de existência e, durante esse tempo, tem havido um progresso contínuo na direção das técnicas de governo, que iremos narrar; os últimos desenvolvimentos nos campos industriais e políticos tendo sido feitos na década passada.
2. A Organização Política
72:2.1 (809.2) Essa nação continental tem, agora, um governo representativo, com uma capital nacional situada no centro do país. O governo central consiste em uma forte federação de cem estados relativamente livres. Esses estados elegem os seus governadores e legisladores, por dez anos, e nenhum deles pode ser candidato à reeleição. Os juízes do estado são apontados vitaliciamente pelos governadores e confirmados pelas legislaturas, que consistem em um representante para cada cem mil cidadãos.
72:2.2 (809.3) Há cinco tipos diferentes de governo metropolitano, dependendo do tamanho da cidade, mas nenhuma cidade pode ter mais de um milhão de habitantes. No conjunto, esses esquemas de governos municipais são muito simples, diretos e econômicos. Os poucos cargos da administração urbana são altamente almejados pelos tipos mais elevados de cidadãos.
72:2.3 (809.4) O governo federal abrange três divisões coordenadas: a executiva, a legislativa e a judicial. O chefe do executivo federal é eleito a cada seis anos, pelo sufrágio territorial universal. Ele não se candidata à reeleição, exceto a pedido das legislaturas de setenta e cinco estados, pelo menos, e apoiado pelos respectivos governadores dos estados, e por apenas um mandado adicional. Ele é aconselhado por um supergabinete, composto de todos os ex-chefes executivos vivos.
72:2.4 (809.5) A divisão legislativa abrange três câmaras:
72:2.5 (809.6) 1. A câmara superior, eleita por grupos de trabalhadores das indústrias, de profissionais liberais, de agricultores e de outros grupos, votando de acordo com a função econômica.
72:2.6 (809.7) 2. A câmara inferior, eleita por algumas organizações da sociedade, que compreendem os grupos sociais, políticos e filosóficos, não incluídos na indústria ou em outras profissões. Todos os cidadãos de boa posição participam da eleição de ambas as classes de representantes, mas são agrupados de modo diferente, dependendo de a eleição ser para a câmara superior ou para a inferior.
72:2.7 (809.8) 3. A terceira câmara — a de antigos estadistas — abrange os veteranos dos serviços cívicos e inclui muitas pessoas ilustres, nomeadas pelo chefe do executivo, pelos executivos regionais (subfederais), pelo chefe do supremo tribunal e pelos funcionários que presidem qualquer uma das outras câmaras legislativas. Esse grupo está limitado a cem membros, que são eleitos pela ação majoritária dos próprios antigos estadistas. Os membros têm função vitalícia e, quando surgem vagas, aquele que recebeu a maior votação entre os da lista dos indicados torna-se devidamente eleito. As incumbências desse corpo são puramente de assessoria, mas ele é um forte regulador da opinião pública e exerce uma influência poderosa sobre todos os setores do governo.
72:2.8 (810.1) Grande parte do trabalho da administração federal é efetuada pelas dez autoridades regionais (subfederais), cada uma delas consistindo na associação de dez estados. Essas divisões regionais são totalmente executivas e administrativas, não tendo funções legislativas nem judiciárias. Os dez postos de executivos regionais são apontados pessoalmente pelo chefe executivo federal, e o mandado deste coincide com o deles — seis anos. O supremo tribunal federal aprova a indicação desses dez executivos regionais e, ainda que não possa ser indicado novamente, o executivo que se aposenta torna-se automaticamente um assessor vinculado ao seu sucessor. Por outro lado, esses chefes regionais escolhem os seus próprios gabinetes de funcionários administrativos.
72:2.9 (810.2) Nessa nação, a justiça é feita por dois sistemas maiores de tribunais — os tribunais da lei e os tribunais socioeconômicos. Os tribunais da lei funcionam nos três níveis seguintes:
72:2.10 (810.3) 1. As cortes menores, de jurisdição municipal e local, de cujas decisões se pode apelar aos altos tribunais do estado.
72:2.11 (810.4) 2. As cortes supremas dos estados, cujas decisões são finais, para todas as questões que não envolvam o governo federal, e que não coloquem em perigo os direitos dos cidadãos e as suas liberdades. Os executivos regionais têm poder de levar qualquer caso imediatamente ao foro da suprema corte federal.
72:2.12 (810.5) 3. A suprema corte federal — o alto tribunal para julgamento das contendas nacionais e para os casos de apelações vindos das cortes dos estados. Esse supremo tribunal constitui-se de doze homens, acima dos quarenta e abaixo dos setenta e cinco anos de idade, que serviram por dois ou mais anos em algum tribunal estadual, e foram indicados para essa posição elevada pelo chefe executivo, com a aprovação majoritária do supergabinete e da terceira câmara da assembléia legislativa. Todas as decisões desse corpo judiciário supremo são tomadas por meio de pelo menos dois terços dos votos.
72:2.13 (810.6) Os tribunais socioeconômicos funcionam nas três divisões seguintes:
72:2.14 (810.7) 1. As cortes familiares, associados às divisões legislativas e executivas do sistema social e familiar.
72:2.15 (810.8) 2. As cortes educacionais — os corpos jurídicos vinculados aos sistemas de escolas estaduais e regionais e associados ao setor executivo e ao legislativo do mecanismo administrativo educacional.
72:2.16 (810.9) 3. As cortes industriais — os tribunais de jurisdições, investidos da autoridade plena para o esclarecimento de todos os mal-entendidos econômicos.
72:2.17 (810.10) A suprema corte federal não julga os casos socioeconômicos, exceto mediante os votos de três quartos do terceiro setor legislativo do governo nacional, a câmara dos antigos estadistas. Em outros casos, todas as decisões do alto tribunal da família, do tribunal educacional e do industrial representam a palavra final.
3. A Vida do Lar
72:3.1 (811.1) Nesse continente, a lei não permite que duas famílias vivam sob o mesmo teto. E, já que as habitações grupais foram interditadas pela lei, a maioria dos tipos de edifícios de apartamentos múltiplos foi demolida. Os solteiros, contudo, ainda vivem em clubes, hotéis e outras formas de habitações grupais. A menor área em que se permite a uma família viver deve ter meio hectare de terra. Toda a terra e as outras propriedades usadas para propósitos de moradia são livres de impostos, até dez vezes o tamanho mínimo do lote para uma família.
72:3.2 (811.2) A vida familiar desse povo melhorou consideravelmente durante o último século. É obrigatório que os progenitores, tanto o pai quanto a mãe, freqüentem a escola de puericultura para os pais. Até mesmo os agricultores, que residem em pequenas colônias no campo, fazem esse estudo por correspondência, indo aos centros próximos para uma instrução oral, uma vez a cada dez dias — a cada duas semanas, pois a semana ali tem de cinco dias.
72:3.3 (811.3) As famílias têm, em média, cinco crianças, as quais ficam inteiramente sob o controle dos pais ou, em caso de morte de um ou de ambos, sob a guarda do tutor que for designado pelos tribunais da família. Considera-se uma grande honra, para qualquer família, ser recompensada com a guarda de um órfão de pai e mãe. Exames competitivos são feitos entre os pais, e o órfão é concedido ao lar daqueles que apresentem as melhores qualificações como pais.
72:3.4 (811.4) Esse povo considera o lar como a instituição básica da sua civilização. A expectativa é de que a parte de maior valor na educação de uma criança, da formação e aperfeiçoamento do seu caráter, seja provida pelos seus pais e no lar, e o pai dedica quase tanta atenção à cultura da criança quanto o faz a mãe.
72:3.5 (811.5) Toda a instrução sexual é ministrada em casa pelos pais ou por guardiães legais. A educação moral é oferecida pelos professores, durante os períodos de recreio, nas oficinas das escolas, mas a educação religiosa não é dada assim. A educação religiosa é considerada um privilégio exclusivo dos pais, pois a religião é vista como uma parte integral da vida do lar. A educação puramente religiosa é dada, publicamente, apenas nos templos de filosofia, pois esse povo desenvolveu as igrejas como instituições que não são tão exclusivamente religiosas como as igrejas de Urântia. Na filosofia desse povo, a religião é o esforço para conhecer a Deus e manifestar amor pelo semelhante, servindo a ele; mas essa não é uma concepção típica do status da religião nas outras nações nesse planeta. A religião é uma questão tão completamente da família, junto a esse povo, que não há locais públicos devotados exclusivamente a reuniões religiosas. Politicamente, a igreja e o estado, como os urantianos têm o habito de dizer, são inteiramente separados, mas há uma estranha superposição entre religião e filosofia.
72:3.6 (811.6) Até vinte anos atrás, os instrutores espirituais (comparáveis aos pastores de Urântia), que visitavam todas as famílias, periodicamente, para examinar as crianças e certificar-se de que elas foram instruídas adequadamente pelos seus pais, estavam sob a supervisão do governo. Esses conselheiros espirituais e examinadores estão agora sob a direção da recentemente criada Fundação do Progresso Espiritual, uma instituição sustentada por contribuições voluntárias. Essa instituição, possivelmente, não evoluirá mais, antes da chegada de um Filho Magisterial do Paraíso.
72:3.7 (811.7) As crianças permanecem legalmente submissas aos seus pais, até que tenham quinze anos, quando então lhes são dadas as primeiras iniciações às responsabilidades cívicas. Depois disso, a cada cinco anos, por cinco períodos consecutivos, exercícios públicos semelhantes são realizados para esses grupos etários; e, daí para a frente, as suas obrigações para com os pais diminuem, enquanto novas responsabilidades civis e sociais para com o estado são assumidas. O sufrágio é conferido aos vinte anos; o direito de casar sem o consentimento dos pais não é concedido antes dos vinte e cinco anos, e os filhos devem deixar o lar ao atingir a idade de trinta anos.
72:3.8 (812.1) As leis para o casamento e o divórcio são uniformes em toda a nação. O casamento antes dos vinte anos — a idade da emancipação civil — não é permitido. A permissão para o casamento só é concedida um ano depois da notificação da intenção e depois de ambos os noivos apresentarem certificados mostrando que eles foram devidamente instruídos, na escola de pais, a respeito das responsabilidades da sua vida de casados.
72:3.9 (812.2) As regulamentações para o divórcio são de certo modo indulgentes, no entanto, os decretos de separação, emitidos pelo tribunal da família, não podem ser obtidos antes de um ano depois de o pedido haver sido registrado, e o ano nesse planeta é consideravelmente mais longo do que em Urântia. Não obstante haver indulgência nas leis do divórcio, o índice atual de divórcios é de apenas um décimo daquele das raças civilizadas de Urântia.
4. O Sistema Educacional
72:4.1 (812.3) O sistema educacional dessa nação é compulsório e misto nas escolas pré-universitárias, que os estudantes freqüentam dos cinco aos dezoito anos. Essas escolas são bastante diferentes das de Urântia. Não há salas de aula, apenas um estudo é feito por vez e, depois dos três primeiros anos, todos os alunos tornam-se professores assistentes, instruindo os que estão abaixo deles. Os livros são usados apenas para assegurar a informação que ajudará a resolver os problemas que surgem nas oficinas-escola e nas fazendas-escola. Grande parte do mobiliário usado nesse continente, bem como muitos dos aparelhos mecânicos — esta é, ali, uma grande idade para as invenções e mecanização — são produzidos nessas oficinas. Adjacente a cada oficina existe uma biblioteca de trabalhos práticos, onde os estudantes podem consultar os livros necessários como referência. A agricultura e a horticultura são também ensinadas, durante todo o período educacional, nas vastas fazendas contíguas a cada escola local.
72:4.2 (812.4) Os deficientes mentais são educados apenas na agricultura e na criação de animais e são enviados, por toda a vida, para as colônias especiais de custódia, onde são separados por sexo, para impedir a paternidade, a qual é negada a todos os subnormais. Essas medidas restritivas têm estado em funcionamento por setenta e cinco anos; os mandados de internação são emitidos pelos tribunais da família.
72:4.3 (812.5) Todos tiram um mês de férias por ano. As escolas pré-universitárias são conduzidas durante nove meses, em um ano de dez meses, as férias sendo passadas com os pais ou amigos, em viagens. Essas viagens são uma parte do programa de educação do adulto e continuam durante toda a vida; os fundos para fazer frente a essas despesas são acumulados pelos mesmos métodos empregados para os fundos do seguro de assistência à velhice.
72:4.4 (812.6) Um quarto do tempo da escola é devotado aos jogos — competições atléticas. Os alunos destacam-se nas competições locais, depois nas estaduais e regionais, e em seguida vão para as provas nacionais de habilidade e perícia. Do mesmo modo, os concursos de oratória e música, tanto quanto os de ciência e filosofia, ocupam a atenção dos estudantes, desde as divisões sociais mais baixas, até chegarem aos concursos para as honras nacionais.
72:4.5 (812.7) A direção da escola é uma réplica do governo nacional, com os seus três setores correlatos, o corpo dos professores funcionando como a terceira divisão, a de assessoria legislativa. O objetivo principal da educação nesse continente é fazer de cada aluno um cidadão que se auto-sustente.
72:4.6 (813.1) Cada criança que se gradua no sistema de escola pré-universitária, aos dezoito anos, é um artesão habilidoso. Então, começa o estudo em livros e a busca de conhecimento especial seja nas escolas de adultos, seja nas universidades. Quando um estudante brilhante completa o seu trabalho antes do tempo previsto, lhe são concedidos, em recompensa, o tempo e os meios para que possa executar algum projeto almejado, do seu próprio invento. Todo o sistema educacional é concebido para treinar adequadamente o indivíduo.
5. A Organização Industrial
72:5.1 (813.2) A situação industrial desse povo está longe dos seus ideais; o capital e o trabalho ainda têm os seus problemas, mas ambos estão ajustando-se a um plano de cooperação sincera. Nesse continente singular, os trabalhadores estão, cada vez mais, transformando-se em acionistas de todos os campos industriais; cada trabalhador inteligente está, aos poucos, tornando-se um pequeno capitalista.
72:5.2 (813.3) Os antagonismos sociais estão diminuindo, e a boa vontade está crescendo rapidamente. Nenhum problema econômico grave surgiu com a abolição da escravatura (há cerca de cem anos), já que um ajustamento foi feito gradualmente com a liberação de dois por cento deles, a cada ano. Aos escravos que passaram satisfatoriamente pelos testes mentais, morais e físicos, foi concedida a cidadania; muitos desses escravos superiores eram prisioneiros de guerra ou filhos desses prisioneiros. Há cerca de cinqüenta anos, eles deportaram os últimos dos escravos inferiores e, mais recentemente ainda, estão dedicando-se à tarefa de reduzir os números das suas classes degeneradas e viciosas.
72:5.3 (813.4) Esses povos desenvolveram recentemente novas técnicas para o ajuste de mal-entendidos industriais e para corrigir os abusos econômicos; técnicas essas que representam melhorias marcantes em relação aos antigos métodos de resolução dos problemas. A violência foi proscrita como comportamento para solucionar as desavenças pessoais ou industriais. Os salários, os lucros e outras questões econômicas não são rigidamente regulamentadas, mas são controladas, em geral, pelos legislativos industriais, enquanto todas as disputas que surgem na indústria passam pelos tribunais industriais.
72:5.4 (813.5) Os tribunais industriais têm apenas trinta anos de existência, mas estão funcionando muito satisfatoriamente. O mais recente desenvolvimento dispõe que, daquele momento em diante, os tribunais industriais reconheçam que a compensação legal recaia em uma das três divisões:
72:5.5 (813.6) 1. Taxas legais de juros sobre o capital investido.
72:5.6 (813.7) 2. Vencimentos razoáveis para os empregados habilitados nas operações industriais.
72:5.7 (813.8) 3. Salários justos e eqüitativos, pelo trabalho.
72:5.8 (813.9) E essas condições serão satisfeitas, inicialmente, de acordo com um contrato ou, no caso de uma diminuição nos lucros, as partes compartilharão proporcionalmente de uma redução transitória nos salários. E, daí em diante, todos os ganhos que excedam os encargos fixos serão considerados como dividendos e serão rateados entre todas as três categorias: a do capital, a dos conhecimentos especializados e a do trabalho.
72:5.9 (813.10) A cada dez anos, os executivos regionais ajustam e decretam as horas legais da jornada diária do trabalho. A indústria opera atualmente com uma semana de cinco dias, trabalhando quatro e descansando um. Esse povo trabalha durante seis horas por dia e, como os estudantes, durante nove meses em um ano de dez meses. As férias são, em geral, gastas em viagens e, havendo sido desenvolvidos, muito recentemente, novos meios de transporte, toda a nação está inclinada a viajar. O clima favorece as viagens, durante oito meses ao ano, e eles estão aproveitando ao máximo as oportunidades que surgem.
72:5.10 (813.11) Há duzentos anos, a motivação do lucro era inteiramente dominante na indústria, mas hoje está sendo rapidamente substituída por outras forças mais elevadas. A competição é forte nesse continente, mas grande parte dela foi transferida da indústria para o esporte, para as habilidades especiais, para a busca científica e para a realização intelectual. A competição é bastante ativa no serviço social e na lealdade ao governo. Entre os desse povo, o serviço público está rapidamente tornando-se um motivo principal de ambição. O homem mais rico do continente trabalha seis horas por dia no escritório da sua oficina de máquinas e então se apressa até a filial local da escola para estadistas, onde procura qualificar-se para o serviço público.
72:5.11 (814.1) O trabalho está-se tornando mais honroso nesse continente, e todos os cidadãos válidos, acima de dezoito anos, trabalham, seja em casa, seja nas fazendas, seja em alguma indústria reconhecida, seja nos serviços públicos, onde aqueles que estão temporariamente desempregados são absorvidos, ou então nos corpos de trabalhadores compulsórios nas minas.
72:5.12 (814.2) Esse povo começa também a nutrir uma nova forma de aversão social — a aversão pela ociosidade, tanto quanto pela riqueza pela qual não se trabalhou. Lenta, mas certamente, eles estão triunfando sobre as suas máquinas. No passado, também eles lutaram pela liberdade política e, subseqüentemente, pela liberdade econômica. Agora eles entram na fase de desfrutar de ambas e, além disso, começam a apreciar o seu lazer bem merecido, que pode ser dedicado a aumentar a auto-realização.
6. O Seguro de Velhice
72:6.1 (814.3) Essa nação está fazendo um esforço determinado para substituir o tipo de caridade que destrói o auto-respeito, pelas garantias condignas do seguro governamental para a velhice. Essa nação proporciona a toda criança uma educação e a todo homem um trabalho; podendo, portanto, com êxito, manter um esquema de seguro para a proteção aos enfermos e idosos.
72:6.2 (814.4) Todas as pessoas desse povo devem aposentar-se da busca de remuneração pelo trabalho aos sessenta e cinco anos, a menos que tenham uma permissão do comissário do trabalho do estado, que lhes confira o direito a permanecer no trabalho até a idade de setenta anos. Essa idade limite não se aplica aos servidores do governo, nem aos filósofos. Os fisicamente incapacitados, ou permanentemente aleijados, podem ser colocados na lista de aposentados, a qualquer idade, por uma ordem da corte, contra-assinada pelo comissário de pensões do governo regional.
72:6.3 (814.5) Os fundos para as pensões de velhice provêm de quatro fontes:
72:6.4 (814.6) 1. Um dia dos ganhos, a cada mês, é requisitado pelo governo federal, para esse propósito, e, nesse país, todos trabalham.
72:6.5 (814.7) 2. Heranças — muitos cidadãos ricos deixam fundos para esse fim.
72:6.6 (814.8) 3. Os ganhos do trabalho compulsório nas minas do estado. Após os trabalhadores recrutados retirarem o próprio sustento e mais as suas próprias contribuições de aposentadoria, todos os ganhos do seu trabalho que excederem a tudo isso vão para esse fundo de pensão.
72:6.7 (814.9) 4. A renda de recursos naturais. Toda a riqueza natural do continente é mantida como um monopólio social pelo governo federal, e a renda proveniente dela é utilizada sempre para um propósito social, tal como: a prevenção de doenças, a educação dos gênios e as despesas com os indivíduos que representem promessas especiais nas escolas do estado. A metade da renda dos recursos naturais vai para o fundo de pensão para a velhice.
72:6.8 (814.10) Embora as fundações dedicadas aos seguros do estado e das províncias forneçam muitas formas de seguro de proteção, as pensões para a velhice são administradas apenas pelo governo federal, por meio dos dez departamentos regionais.
72:6.9 (814.11) Esses fundos governamentais há muito vêm sendo administrados honestamente. As penas mais pesadas, depois das penas dadas à traição e ao assassinato, aplicadas pelas cortes, estão ligadas à traição da confiança pública. As deslealdades sociais e políticas são atualmente consideradas os mais odientos de todos os crimes.
7. Os Impostos
72:7.1 (815.1) O governo federal é paternalista apenas quanto à administração das pensões para a velhice e quanto a fomentar o gênio e a originalidade criativos; os governos dos estados estão ligeiramente mais preocupados com o cidadão individualmente, enquanto os governos das províncias locais são muito mais paternalistas ou socialistas. A cidade (ou algumas divisões dela) preocupa-se com questões como saúde, saneamento, normas de construção, ornamentação, suprimento de água, iluminação, aquecimento, recreação, música e comunicações.
72:7.2 (815.2) Em toda a indústria, a maior atenção é voltada para a saúde; alguns aspectos do bem-estar físico são considerados prerrogativas industriais e comunitárias, mas os problemas da saúde individual e da família são questões apenas para a preocupação pessoal. Na medicina, como em todos os outros assuntos puramente pessoais, é plano do governo interferir sempre menos.
72:7.3 (815.3) As cidades não têm poder para cobrar impostos, nem podem contrair débitos. Elas recebem dotações do tesouro do estado, per capita da sua população, e devem suplementar essa receita com os ganhos dos seus empreendimentos socializados e por meio das concessões de várias atividades comerciais.
72:7.4 (815.4) As instalações de trânsito rápido, que facilitam consideravelmente a expansão das fronteiras das cidades, ficam sob o controle municipal. Os corpos municipais de bombeiros são sustentados pelas fundações de prevenção de incêndios e de seguros, e todos os prédios na cidade e no campo são à prova de fogo — tem sido assim por mais de setenta e cinco anos.
72:7.5 (815.5) Não há funcionários municipais destacados para manter a paz; as forças policiais são mantidas pelo governo do estado. Esse departamento é recrutado quase que inteiramente junto aos solteiros entre vinte e cinco e cinqüenta anos. A maior parte dos estados aplica altos impostos aos solteiros, e estes são destinados a todos os homens que integram a polícia do estado. A força policial dos estados tem atualmente, em média, apenas um décimo do tamanho que tinha cinqüenta anos atrás.
72:7.6 (815.6) Há pouca ou nenhuma uniformidade entre os esquemas de impostos dos cem estados relativamente livres e soberanos, pois as condições econômicas e tudo o mais varia, consideravelmente, nas diferentes partes do continente. Cada estado tem dez disposições constitucionais básicas que não podem ser modificadas, a não ser com o consentimento da suprema corte federal; e um desses artigos impede a cobrança de um imposto de mais de um por cento sobre o valor de qualquer propriedade, durante um mesmo ano; os domicílios, urbanos ou não, estão isentos.
72:7.7 (815.7) O governo federal não pode contrair dívidas, e a aprovação por uma maioria de três quartos é exigida para que qualquer estado possa tomar recursos emprestados, a menos que seja para propósitos de guerra. Como o governo federal não pode incorrer em débito, em caso de guerra o Conselho Nacional da Defesa tem o poder de requisitar fundos dos estados, e também homens e materiais, segundo a necessidade. Todo débito, porém, deve ser pago em menos de vinte e cinco anos.
72:7.8 (815.8) A renda para manter o governo federal é retirada das cinco fontes seguintes:
72:7.9 (815.9) 1. Impostos sobre importações. Todas as importações estão sujeitas a uma tarifa destinada a proteger o padrão de vida desse continente, que está muito acima do de qualquer outra nação do planeta. Essas tarifas são estabelecidas pela mais alta corte industrial, depois que ambas as casas do congresso industrial houverem ratificado as recomendações do chefe executivo dos assuntos econômicos, o qual é apontado, em conjunto, por esses dois órgãos legislativos. A câmara industrial superior é eleita pelo trabalho, e a câmara baixa, pelo capital.
72:7.10 (816.1) 2. Direitos de patentes. O governo federal encoraja a invenção e as criações originais, nos dez laboratórios regionais, dando assistência a todos os tipos de gênios — artistas, autores, e cientistas — e protegendo as patentes deles. Em troca, o governo fica com a metade dos lucros advindos dessas criações e invenções, seja vindos de máquinas, livros, objetos de arte, plantas ou animais.
72:7.11 (816.2) 3. Imposto sobre a herança. O governo federal cobra uma taxa gradativa sobre a herança, que varia de um a cinqüenta por cento, dependendo do porte da propriedade e de outras condições.
72:7.12 (816.3) 4. Equipamento militar. O governo arrecada uma soma apreciável com os aluguéis dos equipamentos navais e militares, para uso comercial e recreativo.
72:7.13 (816.4) 5. Recursos naturais. A renda que provém dos recursos naturais, quando não destinada, na sua totalidade, aos propósitos específicos designados na constituição da federação, é revertida para o tesouro nacional.
72:7.14 (816.5) Os orçamentos federais, exceto os fundos de guerra solicitados pelo Conselho Nacional da Defesa, são propostos pela câmara legislativa superior, sancionados pela câmara baixa, aprovados pelo chefe executivo e, finalmente, validados pela comissão federal de orçamento. Os cem membros dessa comissão são indicados pelos governadores dos estados e eleitos pelos legislativos dos estados, para servirem por vinte e quatro anos, um quarto deles sendo eleito a cada seis anos. A cada seis anos esse corpo elege, por uma maioria de três quartos, um dos seus membros como chefe, e ele, assim, torna-se o diretor-controlador do tesouro federal.
8. As Escolas Superiores Especiais
72:8.1 (816.6) Além do programa compulsório básico de educação, que abrange desde a idade de cinco anos até os dezoito, as escolas superiores especiais são mantidas do modo seguinte:
72:8.2 (816.7) 1. Escolas de administração estatal. Essas escolas são de três classes: nacionais, regionais e dos estados. Os cargos públicos da nação estão agrupados em quatro divisões. A primeira divisão de responsabilidade pública é, sobretudo, relacionada à administração nacional, e todos os funcionários ocupantes desses postos devem ser graduados em ambas as escolas de administração estatal, a escola regional e a nacional. Na segunda divisão, os indivíduos podem aceitar um posto político, eletivo ou por designação, depois de se graduarem em qualquer das dez escolas superiores regionais de administração estatal; as suas missões envolvem responsabilidades na administração regional e nos governos dos estados. A terceira divisão inclui responsabilidades nos estados, e desses funcionários é exigido apenas que tenham graduações em administração estatal. Da quarta e última divisão de funcionários não é exigido que tenham graduação em administração estatal, pois esses cargos são exclusivamente designados. Essas posições representam postos menores de assistência, secretariado e tecnologia, os quais são desempenhados pelas várias profissões liberais que atuam em funções da administração do governo.
72:8.3 (816.8) Os juízes das cortes menores e dos estados têm graduações das escolas de administração estatal. Os juízes dos tribunais com jurisdição sobre questões sociais, educacionais e industriais têm graduações das escolas regionais de administração. Os juízes da suprema corte federal devem ter graduações de todas essas escolas de administração estatal.
72:8.4 (817.1) 2. Escolas de filosofia. Estas escolas são filiadas aos templos de filosofia e são mais ou menos ligadas à religião, como função pública.
72:8.5 (817.2) 3. Instituições de ciência. Estas escolas técnicas são coordenadas à indústria mais do que ao sistema educacional, e são administradas sob quinze divisões.
72:8.6 (817.3) 4. Escolas de aperfeiçoamento profissional. Essas instituições especiais proporcionam o aperfeiçoamento técnico para as várias profissões liberais, e são doze no total.
72:8.7 (817.4) 5. Escolas militares e navais. Próximo da sede nacional e nos vinte e cinco centros militares costeiros são mantidas as instituições dedicadas ao aperfeiçoamento militar dos cidadãos voluntários de dezoito a trinta anos de idade. O consentimento dos pais é exigido, antes de vinte e cinco anos, para que se tenha acesso a essas escolas.
9. O Plano do Sufrágio Universal
72:9.1 (817.5) Embora as candidaturas a todos os cargos públicos estejam restritas aos graduados pelas escolas de administração pública estaduais, regionais ou federais, os líderes progressistas dessa nação descobriram uma falha séria no seu plano de sufrágio universal e, há cerca de cinqüenta anos, fizeram uma emenda constitucional provendo um esquema modificado de votação com as seguintes características:
72:9.2 (817.6) 1. Todo homem e toda mulher de vinte anos, ou mais, tem direito a um voto. Ao atingir essa idade, todos os cidadãos devem aceitar ser membros de dois grupos de votação. Ao primeiro eles pertencerão de acordo com a sua função econômica — industrial, liberal, agrícola ou comercial; ao segundo grupo eles pertencerão de acordo com as suas inclinações políticas, filosóficas e sociais. Todos os trabalhadores, desse modo, pertencem a algum grupo eleitoral econômico; e esses agrupamentos, como as associações não-econômicas, são regulamentados muito como o é o governo nacional, com a sua tríplice divisão de poderes. A afiliação a esses grupos não pode ser modificada por doze anos.
72:9.3 (817.7) 2. Por meio de uma indicação feita pelos governadores dos estados ou pelos executivos regionais e pelo mandado dos supremos conselhos regionais, os indivíduos que houverem prestado grandes serviços à sociedade, ou que hajam demonstrado uma sabedoria extraordinária no serviço do governo, podem ter um direito adicional de voto conferido a eles, mas com uma freqüência não maior do que a cada cinco anos, e esse direito adicional não deverá exceder a nove votos. O sufrágio máximo de qualquer votante múltiplo é de dez votos. Os cientistas, os inventores, os professores, os filósofos e os líderes espirituais também são reconhecidos, e, assim, são honrados com um poder político maior. Esses privilégios cívicos avançados são conferidos pelo estado e pelos supremos conselhos regionais, exatamente como os diplomas são conferidos pelas universidades especiais; e aqueles que os recebem ficam orgulhosos de colocar os símbolos desse reconhecimento cívico, junto com os seus outros diplomas, nas suas listas de realizações pessoais.
72:9.4 (817.8) 3. Todos os indivíduos sentenciados ao trabalho compulsório nas minas e todos os servidores governamentais mantidos pelos fundos dos impostos perdem o direito de voto, durante o período desses serviços. Isso não se aplica a pessoas idosas, que podem aposentar-se aos sessenta e cinco anos de idade.
72:9.5 (817.9) 4. Há cinco escalões de sufrágio, refletindo a média anual de impostos pagos anualmente para cada período de meia década. Aqueles que pagam impostos mais altos têm direito a votos extras até um máximo de cinco. Essa concessão independe de todos os outros reconhecimentos, mas, em nenhuma hipótese, uma pessoa pode ter direito a mais de dez votos.
72:9.6 (818.1) 5. Na época em que esse plano de sufrágio foi adotado, o método territorial de votação foi abandonado em favor do sistema funcional ou econômico. Todos os cidadãos, agora, votam como membros de grupos industriais, sociais ou de profissionais liberais, independentemente da sua residência. Assim, o eleitorado consiste em grupos solidificados, unificados e inteligentes, que elegem apenas os seus melhores membros para as posições de confiança e de responsabilidade no governo. Há uma exceção a esse esquema de voto funcional ou grupal: a eleição de um chefe do executivo federal, a cada seis anos, é feita com votos de toda a nação, e nenhum cidadão vota mais do que uma vez.
72:9.7 (818.2) Assim, exceto na eleição do chefe do executivo, o sufrágio é exercido por agrupamentos econômicos, profissionais, intelectuais e sociais de toda a cidadania. O estado ideal é orgânico, e todo grupo livre e inteligente de cidadãos representa um órgão vital e funcional dentro do organismo governamental maior.
72:9.8 (818.3) As escolas de administração estatal têm o poder de entrar com processos judiciais junto às cortes do estado, visando a desautorizar o voto de qualquer indivíduo defeituoso, indolente, indiferente ou criminoso. Esse povo reconhece que, quando cinqüenta por cento de uma nação é inferior ou ausente e tem direito ao voto, essa nação está condenada. Eles acreditam que o predomínio da mediocridade provoca a queda de qualquer nação. O voto é obrigatório, e pesadas multas são dadas a quem deixar de depositar o seu voto.
10. Lidando com o Crime
72:10.1 (818.4) Os métodos que esse povo tem para lidar com o crime, a insanidade e a degenerescência, ainda que possam agradar sob alguns aspectos, sem dúvida, sob outros, parecerão chocantes à maioria dos urantianos. Os criminosos comuns e os deficientes são, separadamente por sexo, colocados em colônias agrícolas, onde eles produzem mais do que o necessário para sustentar-se. Os criminosos habituais mais sérios ou incuravelmente insanos são sentenciados à morte, em câmaras de gases letais, pelos tribunais. Inúmeros crimes, afora o de assassinato, incluindo a traição da confiança governamental, também implicam a punição de morte, e a ação da justiça é certa e rápida.
72:10.2 (818.5) Esse povo está passando da era negativa para a era positiva da lei. Recentemente, eles chegaram a ponto de tentar a prevenção do crime sentenciando aqueles que se acredita serem assassinos e criminosos maiores, em potencial, ao serviço perpétuo nas colônias penais. Se esses condenados demonstrarem, subseqüentemente, que se tornaram como normais, eles podem ser libertados condicionalmente ou perdoados. O índice de homicídios, nesse continente, é apenas de um por cento do das outras nações.
72:10.3 (818.6) Os esforços para impedir que os criminosos e deficientes se reproduzam começaram há cerca de cem anos e já alcançaram resultados gratificantes. Não há prisões nem hospitais para os dementes. E há uma razão para tal: o número dessas pessoas é cerca de dez vezes menor do que em Urântia.
11. A Prontidão Militar
72:11.1 (818.7) Os graduados das escolas militares federais podem ser promovidos pelo presidente do Conselho Nacional da Defesa a “guardiães da civilização”, em sete escalões, de acordo com a capacidade e experiência. Esse conselho consiste em vinte e cinco membros, nomeados pelos tribunais superiores da família, da educação e das indústrias, confirmados pela suprema corte federal e presididos ex officio pelo chefe da assessoria coordenada de assuntos militares. Esses membros servem até os setenta anos de idade.
72:11.2 (819.1) Os cursos que esses oficiais nomeados fazem têm quatro anos de duração e são relacionados, invariavelmente, com a mestria de algum ofício ou profissão. O aperfeiçoamento militar nunca é dado sem estar associado a essa escolaridade industrial, científica ou profissional. Quando o aperfeiçoamento militar é completado, o indivíduo terá, durante os quatro anos do curso, recebido a metade da educação administrada em qualquer das escolas especiais, nas quais os cursos têm, do mesmo modo, quatro anos de duração. Desse modo, a criação de uma classe militar profissional é evitada, proporcionando a um grande número de homens a oportunidade de sustentar a si próprios, ao mesmo tempo em que lhes é assegurada a primeira metade de um aperfeiçoamento técnico ou profissional.
72:11.3 (819.2) O serviço militar, durante os tempos de paz, é puramente voluntário, e o alistamento em todos os ramos do serviço dura quatro anos, durante os quais todo homem segue uma linha especial de estudo, além do mestrado em táticas militares. A educação musical está entre as mais visadas das escolas militares centrais e dos vinte e cinco campos de aperfeiçoamento distribuídos pela periferia do continente. Durante os períodos de inatividade industrial, muitos milhares de desocupados são automaticamente utilizados para reforçar as defesas militares do continente, na terra, no mar e no ar.
72:11.4 (819.3) Embora esse povo mantenha um poderoso destacamento de guerra para a defesa contra a invasão pelos povos vizinhos hostis, deve ser lembrado, a seu favor, que eles nunca empregaram, durante mais de cem anos, esses recursos militares em uma guerra ofensiva. Eles tornaram-se civilizados a ponto de poder defender vigorosamente a civilização, sem ceder à tentação de utilizar o seu poderio de guerra para a agressão. Não houve guerras civis desde o estabelecimento do estado continental unido, mas, durante os dois últimos séculos, esse povo foi levado a travar nove violentos conflitos defensivos, três dos quais contra poderosas confederações de poderes mundiais. Embora essa nação mantenha uma defesa adequada contra ataques de vizinhos hostis, ela dedica muito mais atenção a formar estadistas, cientistas e filósofos.
72:11.5 (819.4) Quando essa nação está em paz com o mundo, todos os mecanismos de defesa móvel ficam integralmente empregados nos negócios, no comércio e na recreação. Quando a guerra é declarada, toda a nação mobiliza-se. Durante o período de hostilidades, os salários dos militares vêm de todas as indústrias, e os chefes de todos os departamentos militares tornam-se membros do gabinete do chefe do executivo.
12. As Outras Nações
72:12.1 (819.5) Embora a sociedade e o governo desse povo especial sejam, sob muitos aspectos, superiores àqueles das nações de Urântia, deveria ser esclarecido que nos outros continentes (há onze continentes nesse planeta) os governos são definitivamente inferiores aos das nações mais avançadas de Urântia.
72:12.2 (819.6) Atualmente, esse governo superior está planejando estabelecer relações diplomáticas com os povos inferiores e, pela primeira vez, um grande líder religioso surgiu advogando o envio de missionários até essas nações vizinhas. Tememos que eles estejam a ponto de incorrer no erro que tantos outros cometeram, quando tentaram impingir uma cultura e uma religião superiores a outras raças. Que coisa maravilhosa poderia ser feita naquele mundo, se essa nação continental de cultura avançada trouxesse até a si o melhor dos povos vizinhos e, então, depois de educá-los, enviasse-os de volta como emissários da cultura junto aos seus irmãos incivilizados! Claro está que, se um Filho Magisterial viesse logo a essa nação avançada, grandes coisas poderiam acontecer rapidamente nesse mundo.
72:12.3 (820.1) Esta narrativa sobre os assuntos de um planeta vizinho foi feita sob uma permissão especial, com a intenção de dar um avanço à civilização e de implementar a evolução dos governos em Urântia. Muito mais poderia ser dito, que sem dúvida causaria interesse e surpresa aos urantianos, mas a revelação feita desse modo atinge os limites daquilo que o nosso mandado permite.
72:12.4 (820.2) Os urantianos deveriam, contudo, observar que essa esfera irmã, da família de Satânia, não foi beneficiada nem por missões magisteriais nem por missões de auto-outorga de Filhos do Paraíso. Nem estão os vários povos de Urântia separados uns dos outros por uma disparidade tão grande de cultura como a que separa aquela nação continental dos seus irmãos planetários.
72:12.5 (820.3) A efusão do Espírito da Verdade proporciona uma fundamentação de base espiritual para a realização de grandes feitos, no interesse da raça humana do mundo de auto-outorga. Urântia está, portanto, muito mais bem preparada para uma realização mais imediata de um governo planetário, com as suas leis próprias, mecanismos, símbolos, convenções e línguas — e tudo o que poderia contribuir muito poderosamente para o estabelecimento da paz mundial, dentro da lei; e que poderia conduzir a um alvorecer futuro de uma verdadeira idade de busca e empenho espiritual, e essa idade é o portal planetário para as idades utópicas de luz e vida.
72:12.6 (820.4) [Apresentado por um Melquisedeque de Nébadon.]