OS DOCUMENTOS DE URÂNTIA
- A REVELAÇÃO DO TERCEIRO MILÊNIO -
INDICE
Documento 99
Os Problemas Sociais da Religião
99:0.1 (1086.1) A religião alcança sua mais alta ministração social quando tem menos ligação com as instituições seculares da sociedade. Em eras passadas, dado que as reformas sociais estavam em grande parte confinadas aos domínios morais, a religião não precisava ajustar sua atitude a extensas mudanças nos sistemas econômico e político. O principal problema da religião era o esforço para substituir o mal pelo bem dentro da ordem social existente da cultura política e econômica. A religião, portanto, tendeu indiretamente a perpetuar a ordem estabelecida da sociedade, a promover a manutenção do tipo de civilização existente.
99:0.2 (1086.2) Mas a religião não deve estar diretamente envolvida nem com a criação de novas ordens sociais nem com a preservação das antigas. A verdadeira religião de fato se opõe à violência como técnica de evolução social, mas não se opõe aos esforços inteligentes da sociedade para adaptar seus usos e ajustar suas instituições às novas condições econômicas e exigências culturais.
99:0.3 (1086.3) A religião de fato aprovou as ocasionais reformas sociais de séculos passados, mas no século 20 ela é por necessidade chamada a enfrentar ajustes para uma extensa e contínua reconstrução social. As condições de vida mudam tão rapidamente que as modificações institucionais têm que ser grandemente aceleradas, e a religião tem que consequentemente acelerar sua adaptação a esta nova ordem social em constante mudança.
1. Religião e Reconstrução Social
99:1.1 (1086.4) As invenções mecânicas e a disseminação do conhecimento estão modificando a civilização; certos ajustes econômicos e mudanças sociais são imperativos caso se queira evitar o desastre cultural. Esta nova e iminente ordem social não se estabelecerá complacentemente por um milênio. A raça humana tem que se reconciliar com uma procissão de mudanças, ajustes e reajustes. A humanidade está a caminho de um novo e não revelado destino planetário.
99:1.2 (1086.5) A religião tem que tornar-se uma poderosa influência para a estabilidade moral e a progressão espiritual, funcionando dinamicamente em meio a estas condições em constante mudança e ajustes econômicos sem fim.
99:1.3 (1086.6) A sociedade de Urântia nunca pode esperar estabelecer-se como nas eras passadas. O navio social zarpou das baías protegidas da tradição estabelecida e iniciou seu cruzeiro pelos mares altos do destino evolutivo; e a alma do homem, como nunca antes na história do mundo, precisa examinar cuidadosamente seus mapas de moralidade e observar meticulosamente a bússola da orientação religiosa. A principal missão da religião como uma influência social é estabilizar os ideais da humanidade durante estes tempos perigosos de transição de uma fase da civilização para outra, de um nível de cultura para outro.
99:1.4 (1087.1) A religião não tem novos deveres a cumprir, mas é urgentemente chamada a funcionar como uma guia sábia e conselheira experiente em todas estas situações humanas novas e rapidamente mutáveis. A sociedade está se tornando mais mecânica, mais compacta, mais complexa e mais criticamente interdependente. A religião tem que funcionar para evitar que estas novas e íntimas interassociações se tornem mutuamente retrógradas ou mesmo destrutivas. A religião tem que atuar como o sal cósmico que impede que os fermentos da progressão destruam o sabor cultural da civilização. Estas novas relações sociais e convulsões econômicas podem resultar em irmandade duradoura apenas pela ministração da religião.
99:1.5 (1087.2) Um humanitarismo irreligioso é, humanamente falando, um gesto nobre, mas a verdadeira religião é o único poder que pode aumentar de forma duradoura a receptividade de um grupo social às necessidades e sofrimentos de outros grupos. No passado, a religião institucional podia permanecer passiva enquanto os estratos superiores da sociedade faziam ouvidos surdos aos sofrimentos e opressão dos desamparados estratos inferiores, mas nos tempos modernos estas ordens sociais inferiores não são mais tão abjetamente ignorantes nem tão impotentes politicamente.
99:1.6 (1087.3) A religião não pode tornar-se organicamente envolvida no trabalho secular de reconstrução social e reorganização econômica. Mas tem que acompanhar ativamente todos estes avanços na civilização fazendo reafirmações claras e vigorosas de seus mandatos morais e preceitos espirituais, sua filosofia progressiva do viver humano e sobrevivência transcendente. O espírito da religião é eterno, mas a forma de sua expressão tem que ser reformulada toda vez que o dicionário da linguagem humana for revisado.
2. Fraqueza da Religião Institucional
99:2.1 (1087.4) A religião institucional não pode oferecer inspiração e proporcionar liderança nesta reconstrução social e reorganização econômica mundial iminentes porque, infelizmente, tornou-se mais ou menos uma parte orgânica da ordem social e do sistema econômico que está destinado a passar por reconstrução. Somente a verdadeira religião da experiência espiritual pessoal pode funcionar de forma útil e criativa na atual crise da civilização.
99:2.2 (1087.5) A religião institucional agora está presa no impasse de um círculo vicioso. Ela não pode reconstruir a sociedade sem antes reconstruir a si mesma; e sendo uma parte tão integrante da ordem estabelecida, ela não pode se reconstruir até que a sociedade tenha sido radicalmente reconstruída.
99:2.3 (1087.6) Os religiosos têm que funcionar na sociedade, na indústria e na política como indivíduos, não como grupos, partidos ou instituições. Um grupo religioso que pretende funcionar como tal, separado das atividades religiosas, torna-se imediatamente um partido político, uma organização econômica ou uma instituição social. O coletivismo religioso tem que limitar seus esforços à promoção de causas religiosas.
99:2.4 (1087.7) Os religiosos não têm mais valor nas tarefas de reconstrução social do que os não-religiosos, exceto na medida em que sua religião lhes tenha conferido uma antevisão cósmica aprimorada e os dotado daquela sabedoria social superior que nasce do desejo sincero de amar a Deus supremamente e amar cada homem como um irmão no reino celestial. Uma ordem social ideal é aquela em que todo homem ama seu próximo como ama a si mesmo.
99:2.5 (1087.8) A igreja institucionalizada pode ter parecido servir à sociedade no passado ao glorificar as ordens políticas e econômicas estabelecidas, mas ela tem que cessar rapidamente tal ação se quiser sobreviver. Sua única atitude apropriada consiste no ensino da não-violência, a doutrina da evolução pacífica no lugar da revolução violenta – paz na Terra e boa vontade entre todos os homens.
99:2.6 (1088.1) A religião moderna acha difícil ajustar sua atitude em relação às mudanças sociais que se alteram rapidamente apenas porque se permitiu tornar-se totalmente tradicionalizada, dogmatizada e institucionalizada. A religião da experiência viva não encontra dificuldade em manter-se à frente de todos estes desenvolvimentos sociais e convulsões econômicas, em meio aos quais ela sempre funciona como uma estabilizadora moral, guia social e piloto espiritual. A verdadeira religião transmite de uma era para outra a cultura do valor e aquela sabedoria que nasce da experiência de conhecer a Deus e de se esforçar para ser como Ele.
3. Religião e o Religioso
99:3.1 (1088.2) O cristianismo primitivo estava inteiramente livre de todas as complicações civis, compromissos sociais e alianças econômicas. Só mais tarde o cristianismo institucionalizado se tornou uma parte orgânica da estrutura política e social da civilização ocidental.
99:3.2 (1088.3) O reino do céu não é uma ordem social nem econômica; é uma irmandade exclusivamente espiritual de indivíduos que conhecem a Deus. É verdade que tal irmandade é em si um novo e maravilhoso fenômeno social acompanhado de espantosas repercussões políticas e econômicas.
99:3.3 (1088.4) O religioso não é indiferente ao sofrimento social, nem desatento à injustiça civil, nem isolado do pensamento econômico, nem insensível à tirania política. A religião influencia diretamente a reconstrução social porque espiritualiza e idealiza o cidadão individual. Indiretamente, a civilização cultural é influenciada pela atitude destes religiosos individuais à medida que se tornam membros ativos e influentes de vários grupos sociais, morais, econômicos e políticos.
99:3.4 (1088.5) A obtenção de uma civilização cultural elevada exige, primeiro, o tipo ideal de cidadão e, depois, mecanismos sociais ideais e adequados com os quais tal cidadania possa controlar as instituições econômicas e políticas de uma sociedade humana tão avançada.
99:3.5 (1088.6) A igreja, devido ao excesso de falso sentimentalismo, há muito tem ministrado aos desprivilegiados e aos desafortunados, e tudo isso tem sido certo, mas este mesmo sentimentalismo tem levado à perpetuação insensata de linhagens racialmente degeneradas que têm retardado tremendamente o progresso da civilização.
99:3.6 (1088.7) Muitos reconstrucionistas sociais individuais, ainda que repudiando veementemente a religião institucionalizada, são, afinal, zelosamente religiosos na propagação de suas reformas sociais. E assim é que a motivação religiosa, pessoal e mais ou menos não reconhecida, está desempenhando um grande papel no atual programa de reconstrução social.
99:3.7 (1088.8) A grande fraqueza de todo este tipo de atividade religiosa não reconhecida e inconsciente é que ela é incapaz de beneficiar com a crítica religiosa aberta e, assim, atingir níveis proveitosos de autocorreção. É um fato que a religião não cresce a menos que seja disciplinada pela crítica construtiva, amplificada pela filosofia, purificada pela ciência e nutrida pela comunhão leal.
99:3.8 (1088.9) Há sempre o grande perigo de que a religião se torne distorcida e desvirtuada na busca de metas falsas, como quando, em tempos de guerra, cada nação em conflito prostitui sua religião em propaganda militar. O zelo sem amor é sempre prejudicial à religião, enquanto a perseguição desvia as atividades da religião para a realização de algum impulso sociológico ou teológico.
99:3.9 (1089.1) A religião pode ser mantida isenta de alianças seculares profanas apenas por:
99:3.10 (1089.2) 1. Uma filosofia criticamente corretiva.
99:3.11 (1089.3) 2. Isenção para com todas as alianças sociais, econômicas e políticas.
99:3.12 (1089.4) 3. Comunidades criativas, confortadoras e que se expandam amorosamente.
99:3.13 (1089.5) 4. Intensificação progressiva do discernimento espiritual e da apreciação dos valores cósmicos.
99:3.14 (1089.6) 5. Impedimento do fanatismo por meio das compensações da atitude mental científica.
99:3.15 (1089.7) Os religiosos, como um grupo, nunca podem se envolver com nada senão a religião, embora qualquer um desses religiosos, como cidadão individual, possa se tornar o líder destacado de algum movimento de reconstrução social, econômica ou política.
99:3.16 (1089.8) É tarefa da religião criar, sustentar e inspirar tal lealdade cósmica no cidadão individual que o conduza à obtenção do êxito no avanço de todos estes serviços sociais difíceis, mas desejáveis.
4. Dificuldades da Transição
99:4.1 (1089.9) A religião genuína torna o religioso fragrante socialmente e cria discernimentos sobre a comunhão humana. Mas a formalização de grupos religiosos muitas vezes destrói os próprios valores para cuja promoção o grupo foi organizado. A amizade humana e a religião divina são mutuamente úteis e significativamente esclarecedoras se o crescimento de cada uma for igualado e harmonizado. A religião dá um novo significado a todas as associações grupais – famílias, escolas e clubes. Ela confere novos valores ao jogo e exalta todo o humor autêntico.
99:4.2 (1089.10) A liderança social é transformada pelo discernimento espiritual; a religião impede que todos os movimentos coletivos percam de vista seus verdadeiros objetivos. Juntamente com os filhos, a religião é o grande unificador da vida familiar, desde que seja uma fé viva e crescente. A vida familiar não pode existir sem filhos; pode ser vivida sem religião, mas tal deficiência multiplica enormemente as dificuldades desta associação humana íntima. Durante as primeiras décadas do século 20, a vida familiar, ao lado da experiência religiosa pessoal, sofre mais com a decadência resultante da transição desde velhas lealdades religiosas para os novos significados e valores emergentes.
99:4.3 (1089.11) A verdadeira religião é uma maneira significativa de viver dinamicamente face a face com as realidades comuns da vida cotidiana. Mas se a religião deve estimular o desenvolvimento individual do caráter e aumentar a integração da personalidade, ela não deve ser padronizada. Se for para estimular a avaliação da experiência e servir como um atrativo de valor, ela não deve ser estereotipada. Se a religião deve promover lealdades supremas, ela não deve ser formalizada.
99:4.4 (1089.12) Não importa quais convulsões possam acompanhar o crescimento social e econômico da civilização, a religião é genuína e valiosa se promover no indivíduo uma experiência na qual prevaleça a soberania da verdade, da beleza e da bondade, pois tal é o verdadeiro conceito espiritual da realidade suprema. E por meio do amor e da adoração isto se torna significativo como comunhão com o homem e filiação com Deus.
99:4.5 (1090.1) Afinal, é o que se acredita, e não o que se sabe, que determina a conduta e domina as atuações pessoais. O conhecimento puramente factual exerce pouquíssima influência sobre o homem comum, a menos que se torne emocionalmente ativado. Mas a ativação da religião é supraemocional, unificando a experiência humana inteira em níveis transcendentes por meio do contato e liberação de energias espirituais na vida mortal.
99:4.6 (1090.2) Durante os tempos psicologicamente instáveis do século 20, em meio às convulsões econômicas, às contracorrentes morais e às marés sociológicas das transições ciclônicas de uma era científica, milhares e milhares de homens e mulheres tornaram-se humanamente deslocados; eles estão desajustados, inquietos, amedrontados, incertos e instáveis; como nunca antes na história do mundo, eles precisam do consolo e estabilização da religião sadia. Em face da conquista científica e do desenvolvimento mecânico sem precedentes há estagnação espiritual e caos filosófico.
99:4.7 (1090.3) Não há perigo de a religião se tornar cada vez mais um assunto privado – uma experiência pessoal – desde que ela não perca sua motivação para o serviço social altruísta e amoroso. A religião tem sofrido muitas influências secundárias: mistura repentina de culturas, fusão de credos, diminuição da autoridade eclesiástica, alteração da vida familiar, juntamente com a urbanização e a mecanização.
99:4.8 (1090.4) O maior perigo espiritual do homem consiste no progresso parcial, na situação difícil do crescimento inacabado: em abandonar as religiões evolutivas do medo sem captar imediatamente a religião revelatória do amor. A ciência moderna, particularmente a psicologia, tem enfraquecido apenas aquelas religiões que dependem tanto do medo, da superstição e da emoção.
99:4.9 (1090.5) A transição é sempre acompanhada de confusão, e haverá pouca tranquilidade no mundo religioso até que tenha terminado a grande luta entre as três filosofias da religião em conflito:
99:4.10 (1090.6) 1. A crença espiritista (numa Deidade providencial), de tantas religiões.
99:4.11 (1090.7) 2. A crença humanista e idealista de muitas filosofias.
99:4.12 (1090.8) 3. As concepções mecanicistas e naturalistas de tantas ciências.
99:4.13 (1090.9) E estas três abordagens parciais à realidade do cosmos têm que acabar por tornar-se harmonizadas pela apresentação revelatória da religião, da filosofia e da cosmologia que retrata a existência trina do espírito, da mente e da energia procedentes da Trindade do Paraíso e alcançando a unificação do espaço-tempo dentro da Deidade do Supremo.
5. Aspectos Sociais da Religião
99:5.1 (1090.10) Embora a religião seja exclusivamente uma experiência espiritual pessoal – conhecer a Deus como um Pai – o corolário desta experiência – conhecer o homem como um irmão – implica o ajustamento do eu aos outros eus, e isso envolve o aspecto social ou de grupo da vida religiosa. A religião é primeiro um ajustamento interior ou pessoal, e depois torna-se uma questão de serviço social ou ajustamento de grupo. O fato de o homem ser gregário forçosamente determina que grupos religiosos venham a existir. O que acontece com estes grupos religiosos depende muitíssimo de uma liderança inteligente. Na sociedade primitiva o grupo religioso nem sempre é muito diferente dos grupos econômicos ou políticos. A religião sempre tem sido uma conservadora da moral e uma estabilizadora da sociedade. E isto ainda é verdade, apesar do ensinamento contrário de muitos socialistas e humanistas modernos.
99:5.2 (1091.1) Tenham sempre em mente: a verdadeira religião é conhecer Deus como seu Pai e o homem como seu irmão. A religião não é uma crença servil em ameaças de punição ou promessas mágicas de futuras recompensas místicas.
99:5.3 (1091.2) A religião de Jesus é a influência mais dinâmica que jamais galvanizou a raça humana. Jesus despedaçou a tradição, destruiu o dogma e chamou a humanidade para a realização de seus mais elevados ideais no tempo e na eternidade – ser perfeito, assim como o Pai no céu é perfeito.
99:5.4 (1091.3) A religião tem pouca chance de funcionar até que o grupo religioso se torne separado de todos os outros grupos – a associação social dos membros espirituais do reino dos céus.
99:5.5 (1091.4) A doutrina da depravação total do homem destruiu muito do potencial da religião para produzir repercussões sociais de natureza edificante e de valor inspirador. Jesus procurou restaurar a dignidade do homem quando declarou que todos os homens são os filhos de Deus.
99:5.6 (1091.5) Qualquer crença religiosa que seja eficaz na espiritualização do crente certamente terá poderosas repercussões na vida social desse religioso. A experiência religiosa produz infalivelmente os “frutos do espírito” na vida diária do mortal guiado pelo espírito.
99:5.7 (1091.6) Com a mesma certeza que os homens compartilham suas crenças religiosas, eles criam alguma espécie de grupo religioso que acaba por criar metas comuns. Algum dia os religiosos se reunirão e realmente efetuarão a cooperação com base na unidade de ideais e propósitos, em vez de tentar fazê-lo com base em opiniões psicológicas e crenças teológicas. As metas e não os credos deveriam unificar os religiosos. Uma vez que a religião verdadeira é uma questão de experiência espiritual pessoal, é inevitável que cada religioso individual tenha sua própria interpretação pessoal da realização dessa experiência espiritual. Deixem que o termo “fé” represente a relação do indivíduo com Deus, e não a formulação do credo sobre o que algum grupo de mortais tenha sido capaz de concordar como uma atitude religiosa comum. “Você tem fé? Então a tenha para você mesmo.”
99:5.8 (1091.7) Que a fé está envolvida apenas com a compreensão de valores ideais é demonstrado pela definição do Novo Testamento que declara que a fé é a substância das coisas que se esperam e a evidência das coisas que não se veem.
99:5.9 (1091.8) O homem primitivo fez pouco esforço para colocar em palavras suas convicções religiosas. Sua religião era dançada em vez de pensada. Os homens modernos têm elaborado muitos credos e criado muitos testes de fé religiosa. Os futuros religiosos têm que viver sua religião, dedicar-se ao serviço de todo o coração da irmandade do homem. Já é mais do que tempo de o homem ter uma experiência religiosa tão pessoal e tão sublime que possa ser realizada e expressada apenas por “sentimentos que são profundos demais para serem expressos em palavras”.
99:5.10 (1091.9) Jesus não exigia de seus seguidores que se reunissem periodicamente e recitassem uma fórmula de palavras indicativa de suas crenças comuns. Ele apenas ordenou que eles se reunissem para realmente fazer algo – participar da ceia comunal em lembrança da sua vida de consagração em Urântia.
99:5.11 (1091.10) Que erro os cristãos cometem quando, ao apresentarem Cristo como o ideal supremo de liderança espiritual, ousam exigir que homens e mulheres conscientes de Deus rejeitem a liderança histórica dos homens conhecedores de Deus que contribuíram para a sua iluminação nacional ou racial particular durante as eras passadas.
6. Religião Institucional
99:6.1 (1092.1) O sectarismo é uma doença da religião institucional, e o dogmatismo é uma escravização da natureza espiritual. É muito melhor ter uma religião sem igreja do que uma igreja sem religião. A turbulência religiosa do século 20 não indica, por si só, decadência espiritual. A confusão vem antes do crescimento, bem como antes da destruição.
99:6.2 (1092.2) Há um propósito real na socialização da religião. É propósito das atividades religiosas em grupo dramatizar as lealdades da religião; ampliar as atrações da verdade, beleza e bondade; fomentar as atrações de valores supremos; aumentar o serviço de comunhão altruísta; glorificar os potenciais da vida familiar; promover o ensino religioso; providenciar conselho sábio e orientação espiritual; e encorajar a adoração em grupo. E todas as religiões vivas incentivam a amizade humana, conservam a moralidade, promovem o bem-estar da vizinhança e facilitam a propagação do evangelho essencial de suas respectivas mensagens de salvação eterna.
99:6.3 (1092.3) Mas, à medida que a religião se torna institucionalizada, seu poder para o bem é reduzido, ao passo que as possibilidades para o mal são grandemente multiplicadas. Os perigos da religião formalizada são: fixação de crenças e cristalização de sentimentos; acúmulo de interesses investidos com aumento da secularização; tendência a padronizar e fossilizar a verdade; desvio da religião do serviço a Deus para o serviço à igreja; inclinação dos líderes para se tornarem administradores em vez de ministradores; tendência a formar seitas e divisões competitivas; estabelecimento de autoridade eclesiástica opressiva; criação da atitude aristocrática de “povo escolhido”; fomento de falsas e exageradas ideias de sacralidade; a rotinização da religião e a petrificação do culto; tendência a venerar o passado enquanto ignora as exigências do presente; fracasso em fazer interpretações atualizadas da religião; envolvimento com funções de instituições seculares; cria a discriminação maligna das castas religiosas; torna-se um juiz intolerante da ortodoxia; falha em manter o interesse da juventude aventureira e gradualmente perde a mensagem salvadora do evangelho da salvação eterna.
99:6.4 (1092.4) A religião formal restringe os homens em suas atividades espirituais pessoais, em vez de liberá-los para o serviço elevado como construtores do reino.
7. Contribuição da Religião
99:7.1 (1092.5) Embora as igrejas e todos os outros grupos religiosos devam manter-se distantes de todas as atividades seculares, ao mesmo tempo a religião não deve fazer nada para impedir ou retardar a coordenação social das instituições humanas. A vida tem que continuar a crescer em significação; o homem tem que continuar com sua reforma da filosofia e sua clarificação da religião.
99:7.2 (1092.6) A ciência política tem que efetuar a reconstrução da economia e da indústria pelas técnicas que aprende das ciências sociais e pelos discernimentos e motivos fornecidos pelo viver religioso. Em toda reconstrução social a religião proporciona uma lealdade estabilizadora a um objeto transcendente, uma meta estabilizadora além e acima do objetivo imediato e temporal. Em meio às confusões de um ambiente em rápida mudança, o homem mortal precisa do sustento de uma vastíssima perspectiva cósmica.
99:7.3 (1093.1) A religião inspira o homem a viver com coragem e alegria sobre a face da Terra; une a paciência à paixão, o discernimento ao zelo, a empatia ao poder e os ideais à energia.
99:7.4 (1093.2) O homem nunca conseguirá decidir sabiamente questões temporais ou transcender o egoísmo dos interesses pessoais a menos que medite na presença da soberania de Deus e conte com as realidades dos significados divinos e valores espirituais.
99:7.5 (1093.3) A interdependência econômica e a fraternidade social acabarão por conduzir à irmandade. O homem é naturalmente um sonhador, mas a ciência o está tornando sóbrio para que a religião possa galvanizá-lo com muito menos perigo de precipitar reações fanáticas. As necessidades econômicas ligam o homem à realidade, e a experiência religiosa pessoal coloca este mesmo homem frente a frente com as realidades eternas de uma cidadania cósmica em constante expansão e progresso.
99:7.6 (1093.4) [Apresentado por um Melquisedeque de Nébadon.]
Paper 99
The Social Problems of Religion
99:0.1 (1086.1) RELIGION achieves its highest social ministry when it has least connection with the secular institutions of society. In past ages, since social reforms were largely confined to the moral realms, religion did not have to adjust its attitude to extensive changes in economic and political systems. The chief problem of religion was the endeavor to replace evil with good within the existing social order of political and economic culture. Religion has thus indirectly tended to perpetuate the established order of society, to foster the maintenance of the existent type of civilization.
99:0.2 (1086.2) But religion should not be directly concerned either with the creation of new social orders or with the preservation of old ones. True religion does oppose violence as a technique of social evolution, but it does not oppose the intelligent efforts of society to adapt its usages and adjust its institutions to new economic conditions and cultural requirements.
99:0.3 (1086.3) Religion did approve the occasional social reforms of past centuries, but in the twentieth century it is of necessity called upon to face adjustment to extensive and continuing social reconstruction. Conditions of living alter so rapidly that institutional modifications must be greatly accelerated, and religion must accordingly quicken its adaptation to this new and ever-changing social order.
1. Religion and Social Reconstruction
99:1.1 (1086.4) Mechanical inventions and the dissemination of knowledge are modifying civilization; certain economic adjustments and social changes are imperative if cultural disaster is to be avoided. This new and oncoming social order will not settle down complacently for a millennium. The human race must become reconciled to a procession of changes, adjustments, and readjustments. Mankind is on the march toward a new and unrevealed planetary destiny.
99:1.2 (1086.5) Religion must become a forceful influence for moral stability and spiritual progression functioning dynamically in the midst of these ever-changing conditions and never-ending economic adjustments.
99:1.3 (1086.6) Urantia society can never hope to settle down as in past ages. The social ship has steamed out of the sheltered bays of established tradition and has begun its cruise upon the high seas of evolutionary destiny; and the soul of man, as never before in the world’s history, needs carefully to scrutinize its charts of morality and painstakingly to observe the compass of religious guidance. The paramount mission of religion as a social influence is to stabilize the ideals of mankind during these dangerous times of transition from one phase of civilization to another, from one level of culture to another.
99:1.4 (1087.1) Religion has no new duties to perform, but it is urgently called upon to function as a wise guide and experienced counselor in all of these new and rapidly changing human situations. Society is becoming more mechanical, more compact, more complex, and more critically interdependent. Religion must function to prevent these new and intimate interassociations from becoming mutually retrogressive or even destructive. Religion must act as the cosmic salt which prevents the ferments of progression from destroying the cultural savor of civilization. These new social relations and economic upheavals can result in lasting brotherhood only by the ministry of religion.
99:1.5 (1087.2) A godless humanitarianism is, humanly speaking, a noble gesture, but true religion is the only power which can lastingly increase the responsiveness of one social group to the needs and sufferings of other groups. In the past, institutional religion could remain passive while the upper strata of society turned a deaf ear to the sufferings and oppression of the helpless lower strata, but in modern times these lower social orders are no longer so abjectly ignorant nor so politically helpless.
99:1.6 (1087.3) Religion must not become organically involved in the secular work of social reconstruction and economic reorganization. But it must actively keep pace with all these advances in civilization by making clear-cut and vigorous restatements of its moral mandates and spiritual precepts, its progressive philosophy of human living and transcendent survival. The spirit of religion is eternal, but the form of its expression must be restated every time the dictionary of human language is revised.
2. Weakness of Institutional Religion
99:2.1 (1087.4) Institutional religion cannot afford inspiration and provide leadership in this impending world-wide social reconstruction and economic reorganization because it has unfortunately become more or less of an organic part of the social order and the economic system which is destined to undergo reconstruction. Only the real religion of personal spiritual experience can function helpfully and creatively in the present crisis of civilization.
99:2.2 (1087.5) Institutional religion is now caught in the stalemate of a vicious circle. It cannot reconstruct society without first reconstructing itself; and being so much an integral part of the established order, it cannot reconstruct itself until society has been radically reconstructed.
99:2.3 (1087.6) Religionists must function in society, in industry, and in politics as individuals, not as groups, parties, or institutions. A religious group which presumes to function as such, apart from religious activities, immediately becomes a political party, an economic organization, or a social institution. Religious collectivism must confine its efforts to the furtherance of religious causes.
99:2.4 (1087.7) Religionists are of no more value in the tasks of social reconstruction than nonreligionists except in so far as their religion has conferred upon them enhanced cosmic foresight and endowed them with that superior social wisdom which is born of the sincere desire to love God supremely and to love every man as a brother in the heavenly kingdom. An ideal social order is that in which every man loves his neighbor as he loves himself.
99:2.5 (1087.8) The institutionalized church may have appeared to serve society in the past by glorifying the established political and economic orders, but it must speedily cease such action if it is to survive. Its only proper attitude consists in the teaching of nonviolence, the doctrine of peaceful evolution in the place of violent revolution—peace on earth and good will among all men.
99:2.6 (1088.1) Modern religion finds it difficult to adjust its attitude toward the rapidly shifting social changes only because it has permitted itself to become so thoroughly traditionalized, dogmatized, and institutionalized. The religion of living experience finds no difficulty in keeping ahead of all these social developments and economic upheavals, amid which it ever functions as a moral stabilizer, social guide, and spiritual pilot. True religion carries over from one age to another the worth-while culture and that wisdom which is born of the experience of knowing God and striving to be like him.
3. Religion and the Religionist
99:3.1 (1088.2) Early Christianity was entirely free from all civil entanglements, social commitments, and economic alliances. Only did later institutionalized Christianity become an organic part of the political and social structure of Occidental civilization.
99:3.2 (1088.3) The kingdom of heaven is neither a social nor economic order; it is an exclusively spiritual brotherhood of God-knowing individuals. True, such a brotherhood is in itself a new and amazing social phenomenon attended by astounding political and economic repercussions.
99:3.3 (1088.4) The religionist is not unsympathetic with social suffering, not unmindful of civil injustice, not insulated from economic thinking, neither insensible to political tyranny. Religion influences social reconstruction directly because it spiritualizes and idealizes the individual citizen. Indirectly, cultural civilization is influenced by the attitude of these individual religionists as they become active and influential members of various social, moral, economic, and political groups.
99:3.4 (1088.5) The attainment of a high cultural civilization demands, first, the ideal type of citizen and, then, ideal and adequate social mechanisms wherewith such a citizenry may control the economic and political institutions of such an advanced human society.
99:3.5 (1088.6) The church, because of overmuch false sentiment, has long ministered to the underprivileged and the unfortunate, and this has all been well, but this same sentiment has led to the unwise perpetuation of racially degenerate stocks which have tremendously retarded the progress of civilization.
99:3.6 (1088.7) Many individual social reconstructionists, while vehemently repudiating institutionalized religion, are, after all, zealously religious in the propagation of their social reforms. And so it is that religious motivation, personal and more or less unrecognized, is playing a great part in the present-day program of social reconstruction.
99:3.7 (1088.8) The great weakness of all this unrecognized and unconscious type of religious activity is that it is unable to profit from open religious criticism and thereby attain to profitable levels of self-correction. It is a fact that religion does not grow unless it is disciplined by constructive criticism, amplified by philosophy, purified by science, and nourished by loyal fellowship.
99:3.8 (1088.9) There is always the great danger that religion will become distorted and perverted into the pursuit of false goals, as when in times of war each contending nation prostitutes its religion into military propaganda. Loveless zeal is always harmful to religion, while persecution diverts the activities of religion into the achievement of some sociologic or theologic drive.
99:3.9 (1089.1) Religion can be kept free from unholy secular alliances only by:
99:3.10 (1089.2) 1. A critically corrective philosophy.
99:3.11 (1089.3) 2. Freedom from all social, economic, and political alliances.
99:3.12 (1089.4) 3. Creative, comforting, and love-expanding fellowships.
99:3.13 (1089.5) 4. Progressive enhancement of spiritual insight and the appreciation of cosmic values.
99:3.14 (1089.6) 5. Prevention of fanaticism by the compensations of the scientific mental attitude.
99:3.15 (1089.7) Religionists, as a group, must never concern themselves with anything but religion, albeit any one such religionist, as an individual citizen, may become the outstanding leader of some social, economic, or political reconstruction movement.
99:3.16 (1089.8) It is the business of religion to create, sustain, and inspire such a cosmic loyalty in the individual citizen as will direct him to the achievement of success in the advancement of all these difficult but desirable social services.
4. Transition Difficulties
99:4.1 (1089.9) Genuine religion renders the religionist socially fragrant and creates insights into human fellowship. But the formalization of religious groups many times destroys the very values for the promotion of which the group was organized. Human friendship and divine religion are mutually helpful and significantly illuminating if the growth in each is equalized and harmonized. Religion puts new meaning into all group associations—families, schools, and clubs. It imparts new values to play and exalts all true humor.
99:4.2 (1089.10) Social leadership is transformed by spiritual insight; religion prevents all collective movements from losing sight of their true objectives. Together with children, religion is the great unifier of family life, provided it is a living and growing faith. Family life cannot be had without children; it can be lived without religion, but such a handicap enormously multiplies the difficulties of this intimate human association. During the early decades of the twentieth century, family life, next to personal religious experience, suffers most from the decadence consequent upon the transition from old religious loyalties to the emerging new meanings and values.
99:4.3 (1089.11) True religion is a meaningful way of living dynamically face to face with the commonplace realities of everyday life. But if religion is to stimulate individual development of character and augment integration of personality, it must not be standardized. If it is to stimulate evaluation of experience and serve as a value-lure, it must not be stereotyped. If religion is to promote supreme loyalties, it must not be formalized.
99:4.4 (1089.12) No matter what upheavals may attend the social and economic growth of civilization, religion is genuine and worth while if it fosters in the individual an experience in which the sovereignty of truth, beauty, and goodness prevails, for such is the true spiritual concept of supreme reality. And through love and worship this becomes meaningful as fellowship with man and sonship with God.
99:4.5 (1090.1) After all, it is what one believes rather than what one knows that determines conduct and dominates personal performances. Purely factual knowledge exerts very little influence upon the average man unless it becomes emotionally activated. But the activation of religion is superemotional, unifying the entire human experience on transcendent levels through contact with, and release of, spiritual energies in the mortal life.
99:4.6 (1090.2) During the psychologically unsettled times of the twentieth century, amid the economic upheavals, the moral crosscurrents, and the sociologic rip tides of the cyclonic transitions of a scientific era, thousands upon thousands of men and women have become humanly dislocated; they are anxious, restless, fearful, uncertain, and unsettled; as never before in the world’s history they need the consolation and stabilization of sound religion. In the face of unprecedented scientific achievement and mechanical development there is spiritual stagnation and philosophic chaos.
99:4.7 (1090.3) There is no danger in religion’s becoming more and more of a private matter—a personal experience—provided it does not lose its motivation for unselfish and loving social service. Religion has suffered from many secondary influences: sudden mixing of cultures, intermingling of creeds, diminution of ecclesiastical authority, changing of family life, together with urbanization and mechanization.
99:4.8 (1090.4) Man’s greatest spiritual jeopardy consists in partial progress, the predicament of unfinished growth: forsaking the evolutionary religions of fear without immediately grasping the revelatory religion of love. Modern science, particularly psychology, has weakened only those religions which are so largely dependent upon fear, superstition, and emotion.
99:4.9 (1090.5) Transition is always accompanied by confusion, and there will be little tranquillity in the religious world until the great struggle between the three contending philosophies of religion is ended:
99:4.10 (1090.6) 1. The spiritistic belief (in a providential Deity) of many religions.
99:4.11 (1090.7) 2. The humanistic and idealistic belief of many philosophies.
99:4.12 (1090.8) 3. The mechanistic and naturalistic conceptions of many sciences.
99:4.13 (1090.9) And these three partial approaches to the reality of the cosmos must eventually become harmonized by the revelatory presentation of religion, philosophy, and cosmology which portrays the triune existence of spirit, mind, and energy proceeding from the Trinity of Paradise and attaining time-space unification within the Deity of the Supreme.
5. Social Aspects of Religion
99:5.1 (1090.10) While religion is exclusively a personal spiritual experience—knowing God as a Father—the corollary of this experience—knowing man as a brother—entails the adjustment of the self to other selves, and that involves the social or group aspect of religious life. Religion is first an inner or personal adjustment, and then it becomes a matter of social service or group adjustment. The fact of man’s gregariousness perforce determines that religious groups will come into existence. What happens to these religious groups depends very much on intelligent leadership. In primitive society the religious group is not always very different from economic or political groups. Religion has always been a conservator of morals and a stabilizer of society. And this is still true, notwithstanding the contrary teaching of many modern socialists and humanists.
99:5.2 (1091.1) Always keep in mind: True religion is to know God as your Father and man as your brother. Religion is not a slavish belief in threats of punishment or magical promises of future mystical rewards.
99:5.3 (1091.2) The religion of Jesus is the most dynamic influence ever to activate the human race. Jesus shattered tradition, destroyed dogma, and called mankind to the achievement of its highest ideals in time and eternity—to be perfect, even as the Father in heaven is perfect.
99:5.4 (1091.3) Religion has little chance to function until the religious group becomes separated from all other groups—the social association of the spiritual membership of the kingdom of heaven.
99:5.5 (1091.4) The doctrine of the total depravity of man destroyed much of the potential of religion for effecting social repercussions of an uplifting nature and of inspirational value. Jesus sought to restore man’s dignity when he declared that all men are the children of God.
99:5.6 (1091.5) Any religious belief which is effective in spiritualizing the believer is certain to have powerful repercussions in the social life of such a religionist. Religious experience unfailingly yields the “fruits of the spirit” in the daily life of the spirit-led mortal.
99:5.7 (1091.6) Just as certainly as men share their religious beliefs, they create a religious group of some sort which eventually creates common goals. Someday religionists will get together and actually effect co-operation on the basis of unity of ideals and purposes rather than attempting to do so on the basis of psychological opinions and theological beliefs. Goals rather than creeds should unify religionists. Since true religion is a matter of personal spiritual experience, it is inevitable that each individual religionist must have his own and personal interpretation of the realization of that spiritual experience. Let the term “faith” stand for the individual’s relation to God rather than for the creedal formulation of what some group of mortals have been able to agree upon as a common religious attitude. “Have you faith? Then have it to yourself.”
99:5.8 (1091.7) That faith is concerned only with the grasp of ideal values is shown by the New Testament definition which declares that faith is the substance of things hoped for and the evidence of things not seen.
99:5.9 (1091.8) Primitive man made little effort to put his religious convictions into words. His religion was danced out rather than thought out. Modern men have thought out many creeds and created many tests of religious faith. Future religionists must live out their religion, dedicate themselves to the wholehearted service of the brotherhood of man. It is high time that man had a religious experience so personal and so sublime that it could be realized and expressed only by “feelings that lie too deep for words.”
99:5.10 (1091.9) Jesus did not require of his followers that they should periodically assemble and recite a form of words indicative of their common beliefs. He only ordained that they should gather together to actually do something—partake of the communal supper of the remembrance of his bestowal life on Urantia.
99:5.11 (1091.10) What a mistake for Christians to make when, in presenting Christ as the supreme ideal of spiritual leadership, they dare to require God-conscious men and women to reject the historic leadership of the God-knowing men who have contributed to their particular national or racial illumination during past ages.
6. Institutional Religion
99:6.1 (1092.1) Sectarianism is a disease of institutional religion, and dogmatism is an enslavement of the spiritual nature. It is far better to have a religion without a church than a church without religion. The religious turmoil of the twentieth century does not, in and of itself, betoken spiritual decadence. Confusion goes before growth as well as before destruction.
99:6.2 (1092.2) There is a real purpose in the socialization of religion. It is the purpose of group religious activities to dramatize the loyalties of religion; to magnify the lures of truth, beauty, and goodness; to foster the attractions of supreme values; to enhance the service of unselfish fellowship; to glorify the potentials of family life; to promote religious education; to provide wise counsel and spiritual guidance; and to encourage group worship. And all live religions encourage human friendship, conserve morality, promote neighborhood welfare, and facilitate the spread of the essential gospel of their respective messages of eternal salvation.
99:6.3 (1092.3) But as religion becomes institutionalized, its power for good is curtailed, while the possibilities for evil are greatly multiplied. The dangers of formalized religion are: fixation of beliefs and crystallization of sentiments; accumulation of vested interests with increase of secularization; tendency to standardize and fossilize truth; diversion of religion from the service of God to the service of the church; inclination of leaders to become administrators instead of ministers; tendency to form sects and competitive divisions; establishment of oppressive ecclesiastical authority; creation of the aristocratic “chosen-people” attitude; fostering of false and exaggerated ideas of sacredness; the routinizing of religion and the petrification of worship; tendency to venerate the past while ignoring present demands; failure to make up-to-date interpretations of religion; entanglement with functions of secular institutions; it creates the evil discrimination of religious castes; it becomes an intolerant judge of orthodoxy; it fails to hold the interest of adventurous youth and gradually loses the saving message of the gospel of eternal salvation.
99:6.4 (1092.4) Formal religion restrains men in their personal spiritual activities instead of releasing them for heightened service as kingdom builders.
7. Religion’s Contribution
99:7.1 (1092.5) Though churches and all other religious groups should stand aloof from all secular activities, at the same time religion must do nothing to hinder or retard the social co-ordination of human institutions. Life must continue to grow in meaningfulness; man must go on with his reformation of philosophy and his clarification of religion.
99:7.2 (1092.6) Political science must effect the reconstruction of economics and industry by the techniques it learns from the social sciences and by the insights and motives supplied by religious living. In all social reconstruction religion provides a stabilizing loyalty to a transcendent object, a steadying goal beyond and above the immediate and temporal objective. In the midst of the confusions of a rapidly changing environment mortal man needs the sustenance of a far-flung cosmic perspective.
99:7.3 (1093.1) Religion inspires man to live courageously and joyfully on the face of the earth; it joins patience with passion, insight to zeal, sympathy with power, and ideals with energy.
99:7.4 (1093.2) Man can never wisely decide temporal issues or transcend the selfishness of personal interests unless he meditates in the presence of the sovereignty of God and reckons with the realities of divine meanings and spiritual values.
99:7.5 (1093.3) Economic interdependence and social fraternity will ultimately conduce to brotherhood. Man is naturally a dreamer, but science is sobering him so that religion can presently activate him with far less danger of precipitating fanatical reactions. Economic necessities tie man up with reality, and personal religious experience brings this same man face to face with the eternal realities of an ever-expanding and progressing cosmic citizenship.
99:7.6 (1093.4) [Presented by a Melchizedek of Nebadon.]
Documento 99
Os Problemas Sociais da Religião
99:0.1 (1086.1) É MANTENDO as menores ligações possíveis com as instituições seculares da sociedade que a religião pode concretizar a sua mais elevada minis-tração social. Em idades passadas, desde que as reformas sociais ficaram grandemente confinadas ao domínio moral, a religião não teve de ajustar a sua atitude a mudanças amplas nos sistemas econômico e político. O problema principal da religião foi o esforço para substituir o mal pelo bem, dentro da ordem social existente da cultura política e econômica. A religião, por isso, acabou tendendo a perpetuar, indiretamente, a ordem estabelecida da sociedade, a fomentar a manutenção do tipo existente de civilização.
99:0.2 (1086.2) A religião, entretanto, não deveria estar diretamente empenhada, nem na criação de ordens sociais novas, nem na preservação das antigas. A verdadeira religião de fato opõe-se à violência, como técnica de evolução social, mas não se opõe aos esforços inteligentes da sociedade para adaptar os seus usos e costumes, ajustando as suas instituições às exigências novas de condições econômicas e culturais.
99:0.3 (1086.3) A religião aprovou as reformas sociais ocasionais nos séculos passados, mas, no século vinte, ela é chamada, por necessidade, a enfrentar os ajustes devidos a uma reconstrução social abrangente e contínua. As condições de vida alteram-se tão rapidamente que as modificações institucionais devem ser grandemente aceleradas, e a religião deve, conseqüentemente, apressar a sua adaptação a essa ordem social nova e sempre mutante.
1. A Religião e a Reconstrução Social
99:1.1 (1086.4) As invenções mecânicas e a disseminação do conhecimento estão modificando a civilização; certos ajustes econômicos e mudanças sociais tornaram-se imperativos, caso se queira evitar o desastre cultural. Essa ordem social nova e vindoura não se estabelecerá complacentemente ainda por um milênio. A raça humana deve reconciliar-se com uma série de mudanças, de ajustes e reajustes. A humanidade está a caminho de um destino planetário novo, ainda não revelado.
99:1.2 (1086.5) A religião deve tornar-se uma poderosa influência para a estabilidade moral e o progresso espiritual, funcionando dinamicamente em meio a tais condições sempre em modificação e ajustes econômicos sem fim.
99:1.3 (1086.6) A sociedade de Urântia jamais pode esperar estabelecer-se do modo como o fez em idades passadas. O barco social já levantou âncoras, saindo do abrigo das baías da tradição estabelecida; e já iniciou a travessia do alto-mar do destino evolucionário; e a alma do homem, como nunca dantes, na história do mundo, necessita examinar minuciosamente as suas cartas náuticas de moralidade e consultar meticulosamente a bússola da orientação religiosa. A missão suprema da religião, como influência social, é estabilizar os ideais da humanidade, durante esses tempos perigosos de transição entre uma fase e outra da civilização, e entre um nível e outro de cultura.
99:1.4 (1087.1) A religião não tem novos deveres a cumprir, mas está convocada urgentemente a funcionar como um guia sábio e uma conselheira experiente, em todas essas situações humanas novas e velozmente mutáveis. A sociedade está-se tornando mais mecânica, compacta, complexa e criticamente interdependente. A religião deve funcionar no sentido de impedir que tais interassociações novas e íntimas se tornem retrógradas ou mesmo mutuamente destrutivas. A religião deve atuar como o sal cósmico, que impede que os fermentos do progresso destruam o sabor cultural da civilização. Apenas por meio do ministério da religião poderão essas novas relações sociais e perturbações econômicas resultar em irmandade durável.
99:1.5 (1087.2) Um humanitarismo sem Deus pode ser, humanamente falando, um nobre gesto, mas a verdadeira religião é o único poder que pode fazer crescer, de um modo perdurável, a sensibilidade de um grupo social às necessidades e sofrimentos de outros grupos. No passado, a religião institucional podia permanecer passiva, enquanto o estrato mais elevado da sociedade fazia ouvidos surdos aos sofrimentos e à opressão dos estratos mais baixos e desamparados. Nos tempos modernos, contudo, essas ordens sociais mais baixas não são mais tão abjetamente ignorantes nem tão impotentes politicamente.
99:1.6 (1087.3) A religião não deve tornar-se organicamente envolvida no trabalho secular de reconstrução social e reorganização econômica. Todavia, ela deve manter-se, de um modo ativo, à altura desses avanços da civilização, reafirmando com nitidez e vigor seus mandados morais, preceitos espirituais e filosofia progressiva de viver humano e sobrevivência transcendental. O espírito da religião é eterno, mas a forma da sua expressão deve ser reformulada toda vez que for revisado o dicionário da linguagem humana.
2. A Fraqueza da Religião Institucionalizada
99:2.1 (1087.4) A religião institucionalizada não se pode permitir ter inspiração nem prover a liderança, dentro da reconstrução social e reorganização econômica iminentes em escala mundial, porque, infelizmente, se haja tornado mais ou menos algo como uma parte orgânica da ordem social e do sistema econômico destinados a passar por uma reconstrução. Apenas a religião real da experiência espiritual pessoal pode funcionar de um modo útil e criativo na presente crise da civilização.
99:2.2 (1087.5) A religião institucionalizada está, no presente momento, num impasse, dentro de um círculo vicioso. Ela não pode reconstruir a sociedade, sem primeiro reconstruir-se a si própria; e, sendo uma parte tão integral da ordem estabelecida, não pode reconstruir-se a si própria antes que a sociedade haja sido radicalmente reconstruída.
99:2.3 (1087.6) Os religiosos devem funcionar, na sociedade, na indústria e na política, como indivíduos, não como grupos, nem como partidos ou instituições. Um grupo religioso que presume funcionar como tal, em separado das atividades religiosas, imediatamente torna-se um partido político, uma organização econômica, ou uma instituição social. O coletivismo religioso deve limitar os seus esforços ao apoio das causas religiosas.
99:2.4 (1087.7) Os religiosos não têm mais valor nas tarefas de reconstrução social que os não-religiosos, salvo pelo fato de que a religião deles pode haver-lhes conferido uma previsão cósmica maior e pode havê-los dotado com aquela sabedoria social superior que nasce do desejo sincero de amar a Deus acima de tudo e amar a cada homem como a um irmão no Reino celeste. Uma ordem social ideal é aquela na qual todo homem ama seu semelhante como a si próprio.
99:2.5 (1087.8) A igreja institucionalizada, no passado, pode ter parecido servir à sociedade, de modo a glorificar as ordens política e econômica estabelecidas, mas ela deve apressar-se em cessar com esse tipo de ação se quiser sobreviver. A sua única atitude decente consiste em ensinar a não-violência, a doutrina da evolução pacífica, no lugar da revolução violenta — a paz na Terra e a boa vontade entre todos os homens.
99:2.6 (1088.1) A religião moderna acha difícil ajustar sua atitude, durante as rápidas alterações sociais, apenas porque permitiu a si própria tornar-se muito arraigadamente tradicionalista, dogmatizada e institucionalizada. A religião da experiência viva não encontra dificuldade em manter-se à frente de todos esses desenvolvimentos sociais e perturbações econômicas, em meio aos quais ela sempre funciona como um estabilizador moral, um guia social e um piloto espiritual. A verdadeira religião transporta, de uma idade para outra, aquela cultura que vale a pena e aquela sabedoria que nasce da experiência de conhecer a Deus e esforçar-se para ser como Ele.
3. A Religião e o Religioso
99:3.1 (1088.2) O cristianismo inicial foi inteiramente isento de qualquer envolvimento civil, de engajamentos sociais e alianças econômicas. Apenas posteriormente o cristianismo institucionalizado tornou-se uma parte orgânica da estrutura política e social da civilização ocidental.
99:3.2 (1088.3) O Reino do céu não é nem de ordem social nem de ordem econômica; é uma fraternidade exclusivamente espiritual, de indivíduos sabedores de Deus. Bem verdade é que tal fraternidade, em si própria, seja um fenômeno social novo e surpreendente, acompanhado de repercussões políticas e econômicas espantosas.
99:3.3 (1088.4) O religioso tem compaixão pelo sofrimento social e preocupação com a injustiça civil, não se isola do pensamento econômico, nem é insensível à tirania política. A religião influencia a reconstrução social diretamente, por espiritualizar e idealizar o cidadão individualmente. Indiretamente, a civilização cultural é influenciada pela atitude desses indivíduos religiosos, quando eles se tornam membros ativos e influentes de vários grupos sociais, morais, econômicos e políticos.
99:3.4 (1088.5) Para atingir-se uma civilização altamente elevada em termos culturais, torna-se necessário que se forme, primeiro, o tipo ideal de cidadão e, então, os mecanismos sociais adequados e ideais, por meio dos quais essa cidadania pode controlar as instituições econômicas e políticas de uma sociedade humana tão avançada.
99:3.5 (1088.6) A igreja, tomada de um excesso de sentimentalidade falsa, há muito tem ministrado aos infelizes e menos favorecidos, e isso tem sido um bem; mas esse mesmo sentimento tem levado à perpetuação imprudente de linhagens degeneradas racialmente, o que tem retardado imensamente o progresso da civilização.
99:3.6 (1088.7) Muitos indivíduos reconstrutivistas sociais, ainda que repudiando veementemente a religião institucionalizada, são, afinal, zelosamente religiosos na propagação das suas reformas sociais. E assim é que a motivação religiosa pessoal, e mais ou menos não reconhecida, está exercendo um grande papel no programa atual de reconstrução social.
99:3.7 (1088.8) A maior fraqueza de todo esse tipo não reconhecido e inconsciente de atividade religiosa é que se encontra incapacitado de fazer proveito da crítica religiosa aberta e, portanto, de alcançar níveis proveitosos de autocorreção. É um fato que a religião não cresce, a menos que seja disciplinada pela crítica construtiva, amplificada pela filosofia, purificada pela ciência e nutrida na comunhão leal.
99:3.8 (1088.9) Há sempre o grande perigo de a religião se tornar distorcida e desvirtuada, na busca de falsas metas, exatamente como quando, nos tempos de guerra, cada nação em contenda prostitui a sua religião na propaganda militar. O zelo sem amor sempre causa danos à religião, do mesmo modo que a perseguição desvia as atividades da religião para a realização de algum impulso sociológico ou teológico.
99:3.9 (1089.1) A religião pode manter-se isenta de alianças seculares nefastas apenas se:
99:3.10 (1089.2) 1. Tiver uma filosofia criticamente corretiva.
99:3.11 (1089.3) 2. Mantiver-se livre de quaisquer alianças de ordem social, econômica e política.
99:3.12 (1089.4) 3. Tiver comunidades criativas, confortadoras e que se desenvolvam na expansão do amor.
99:3.13 (1089.5) 4. Intensificar o progressivo discernimento espiritual e a apreciação dos valores cósmicos.
99:3.14 (1089.6) 5. Impedir o fanatismo por meio das compensações da atitude mental científica.
99:3.15 (1089.7) Os religiosos, enquanto agrupamento, não devem nunca se ocupar de outra coisa além da religião, se bem que qualquer dos religiosos, como cidadão individual, possa tornar-se o líder destacado de algum movimento de reconstrução social, econômica ou política.
99:3.16 (1089.8) É papel da religião criar, sustentar e inspirar no cidadão individual uma lealdade cósmica, que o conduza a alcançar o êxito de avançar em todos esses serviços sociais, difíceis, mas desejáveis.
4. As Dificuldades da Transição
99:4.1 (1089.9) A religião genuína empresta ao religioso uma fragrância social especial e gera o discernimento íntimo sobre a comunidade humana. Entretanto, a formalização de grupos religiosos, muitas vezes, destrói os mesmos valores pela promoção dos quais o grupo foi organizado. A amizade humana e a religião divina são mutuamente úteis e significativamente iluminadoras, desde que cresçam de um modo igual e harmônico. A religião dá um significado novo a todas as associações grupais — famílias, escolas e clubes. Confere novos valores aos jogos e exalta todo o verdadeiro humor.
99:4.2 (1089.10) A liderança social é transformada por meio do discernimento espiritual; a religião impede todos os movimentos coletivos de perderem de vista seus verdadeiros objetivos. Assim como as crianças, a religião é a grande unificadora da vida da família, desde que seja de uma fé viva e crescente. A vida familiar não pode existir sem crianças; pode ser vivida sem religião, mas, se assim for, as dificuldades dessa associação humana íntima ficam enormemente multiplicadas. Durante as primeiras décadas do século vinte, é a vida da família, junto com a experiência religiosa pessoal, que mais sofre com a decadência conseqüente da transição entre as antigas lealdades religiosas e os novos significados e valores que emergem.
99:4.3 (1089.11) A verdadeira religião é um caminho de vida, cheio de significados, que se coloca dinamicamente face a face com o lugar-comum das realidades da vida diária. Todavia, se a religião deve estimular o desenvolvimento individual do caráter e aumentar a integração da personalidade, ela não deve ser padronizada. Se for para estimular a apreciação da experiência e servir de valor de atração, ela não deve ser estereotipada. Se a religião deve promover lealdades supremas, não deve ser demasiado formal.
99:4.4 (1089.12) Não importa que sublevações possam acompanhar o crescimento social e econômico da civilização, a religião será genuína e digna se fomentar, para o indivíduo, uma experiência na qual prevaleça a soberania da verdade, da beleza e da bondade; pois esta ai o verdadeiro conceito espiritual da suprema realidade. E esta, por meio do amor e da adoração, torna-se significativa na irmandade dos homens e na filiação a Deus.
99:4.5 (1090.1) Afinal, é aquilo em que se crê, mais do que aquilo que se conhece, o que determina a conduta e rege as atuações pessoais. O conhecimento puramente factual exerce uma influência muito pequena sobre o homem mediano, a menos que esse conhecimento seja emocionalmente ativado. No entanto, a ativação da religião é supra-emocional, unificando toda a experiência humana em níveis transcendentais, por meio do contato com energias espirituais e a liberação dessas energias espirituais na vida mortal.
99:4.6 (1090.2) Durante os tempos de instabilidade psicológica do século vinte, em meio às perturbações econômicas, às contracorrentes morais e às violentas marés sociológicas dos ciclones que são transições para uma era científica, milhares e milhares de homens e mulheres, tornaram-se humanamente desajustados, ficando ansiosos, impacientes, temerosos, incertos e instáveis; e como nunca antes, na história do mundo, necessitam do consolo e da estabilidade de uma religião sadia. Em meio a essa realização científica e ao desenvolvimento mecânico sem precedentes pairam a estagnação espiritual e o caos filosófico.
99:4.7 (1090.3) Não há perigo de que a religião se torne, mais e mais, uma questão privada — uma experiência pessoal — , desde que ela não perca sua motivação de serviço social altruísta e amoroso. A religião tem sofrido muitas influências secundárias: da mistura súbita de culturas, da interfusão de credos, da diminuição da autoridade eclesiástica, das alterações sofridas pela vida familiar, além das da urbanização e mecanização no mundo.
99:4.8 (1090.4) O grande risco espiritual que o homem corre consiste no progresso parcial, no crescimento incompleto realizado às pressas: o abandono das religiões evolucionárias do medo, sem ter imediatamente ao seu alcance a religião reveladora do amor. A ciência moderna, particularmente a psicologia, tem enfraquecido tão somente aquelas religiões muito amplamente dependentes do medo, da superstição e da emoção.
99:4.9 (1090.5) A transição é sempre acompanhada de confusão, e haverá pouca tranqüilidade no mundo religioso antes que termine a grande luta atual entre as três filosofias da religião:
99:4.10 (1090.6) 1. A crença espiritista (numa Deidade providencial), de tantas religiões.
99:4.11 (1090.7) 2. A crença humanista e idealista de muitas filosofias.
99:4.12 (1090.8) 3. As concepções mecanicistas e naturalistas de quantas ciências.
99:4.13 (1090.9) Essas três abordagens parciais da realidade do cosmo devem finalmente tornar-se harmonizadas por apresentações reveladoras da religião, da filosofia e da cosmologia que retratem a existência trina do espírito, da mente e da energia; as quais procedem da Trindade do Paraíso e alcançam a unificação, no tempo-espaço, dentro da Deidade do Supremo.
5. Os Aspectos Sociais da Religião
99:5.1 (1090.10) Conquanto a religião seja uma experiência espiritual exclusivamente pessoal — conhecer a Deus como um Pai, o corolário dessa experiência — conhecer o homem como um irmão — requer o ajustamento do eu a outros eus; e isso envolve o aspecto social ou grupal da vida religiosa. A religião é antes um ajustamento interior ou pessoal, e torna-se, então, uma questão de serviço social ou de ajustamento grupal. O fato de o homem ser gregário determina, forçosamente, que os grupos religiosos venham à existência. O que acontece a esses grupos religiosos depende muito de uma liderança inteligente. Na sociedade primitiva, o grupo religioso não foi sempre muito diferente dos grupos econômicos ou políticos. A religião tem sido sempre um agente conservador da moral e estabilizador da sociedade. E isso ainda é verdade, não obstante muitos socialistas e humanistas modernos ensinarem o contrário.
99:5.2 (1091.1) Deveis ter sempre em mente que a verdadeira religião existe para vos fazer conhecer a Deus como o vosso Pai, e ao homem como vosso irmão. A religião não é uma crença escrava em ameaças de punição, nem em promessas mágicas de recompensas místicas futuras.
99:5.3 (1091.2) A religião de Jesus é a influência mais dinâmica que jamais estimulou a raça humana. Jesus abalou a tradição, destruiu o dogma e convocou a humanidade à realização dos seus ideais mais elevados no tempo e na eternidade — ser perfeito, como o próprio Pai no céu é perfeito.
99:5.4 (1091.3) A religião tem pouca chance de funcionar, a menos que o grupo religioso fique separado de todos os outros grupos — o agrupamento social dos membros espirituais do Reino do céu.
99:5.5 (1091.4) A doutrina da depravação total do homem destruiu muito do potencial que a religião tem para produzir as repercussões sociais de natureza elevadora e de valor de inspiração. Jesus procurou restaurar a dignidade do homem, quando declarou que todos os homens são filhos de Deus.
99:5.6 (1091.5) Qualquer crença religiosa que seja eficaz na espiritualização do crente certamente terá repercussões poderosas na vida social de tal religioso. A experiência religiosa, infalivelmente, produz os “frutos do espírito” na vida diária do mortal que é guiado pelo espírito.
99:5.7 (1091.6) Tão certamente quanto compartilham suas crenças religiosas, os homens criam grupos religiosos de alguma espécie, que finalmente gerarão metas comuns. Algum dia, os religiosos deixarão de tentar reunir-se baseados em opiniões psicológicas e crenças teológicas comuns, efetivando antes uma cooperação real, baseada na unidade de ideais e de propósitos. As metas, mais do que as crenças, é que devem unificar os religiosos. Já que a verdadeira religião é uma questão de experiência espiritual pessoal, torna-se inevitável que cada religioso, individualmente, deva ter a sua interpretação própria e pessoal da realização dessa experiência espiritual. Que o termo “fé” represente a relação individual com Deus, mais do que a formulação da crença naquilo que algum grupo de mortais tenha sido capaz de escolher como sendo uma atitude religiosa em comum. “Tu tens fé? Então, que a mantenha para ti próprio.”
99:5.8 (1091.7) À fé interessa apenas captar os valores ideais; e isso é demonstrado na declaração feita no Novo Testamento de que a fé é a essência das coisas pelas quais se espera, e a evidência das coisas que não se vêem.
99:5.9 (1091.8) O homem primitivo pouco esforço fez para colocar suas convicções religiosas em palavras. A sua religião era antes dançada, mais do que pensada. Os homens modernos têm imaginado muitos credos e criado muitos critérios para testar a fé religiosa. Os religiosos do futuro deverão viver a sua religião e dedicar-se ao serviço sincero da irmandade dos homens. É chegada a hora de o homem ter uma experiência religiosa tão pessoal e tão sublime que só possa ser compreendida e expressa por “sentimentos que são profundos demais para serem expressos por meio de palavras”.
99:5.10 (1091.9) Jesus não exigiu que os seus seguidores se reunissem periodicamente e recitassem fórmulas rituais indicadoras das suas crenças comuns. Ele apenas ordenou que se reunissem para fazer algo, factualmente — compartilhar da ceia comunitária em lembrança da sua vida de auto-outorga em Urântia.
99:5.11 (1091.10) Que erro, não cometem os cristãos, quando, ao apresentarem Cristo como o ideal supremo da liderança espiritual, ousam exigir que homens e mulheres, conscientes de Deus, rejeitem a liderança histórica dos homens conhecedores de Deus que contribuíram para a sua iluminação particular, nacional ou racial, em épocas passadas.
6. A Religião Institucional
99:6.1 (1092.1) O sectarismo é uma doença da religião institucionalizada, enquanto o dogmatismo é uma escravização da natureza espiritual. De longe, é melhor ter uma religião sem uma igreja, do que uma igreja sem religião. O tumulto religioso do século vinte não indica, em si e por si mesmo, uma decadência espiritual. A confusão vem antes do crescimento, tanto quanto antes da destruição.
99:6.2 (1092.2) Há um propósito, de fato, na socialização da religião. É propósito das atividades religiosas grupais dramatizar as lealdades à religião, exagerar as seduções da verdade, da beleza e da bondade; fomentar as atrações dos valores supremos; elevar os serviços feitos na fraternidade altruísta; glorificar os potenciais da vida familiar; promover a educação religiosa; prover o conselho sábio e a orientação espiritual; e encorajar a adoração grupal. E todas as religiões vivas encorajam a amizade humana, conservam a moralidade, promovem o bem-estar da comunidade, e facilitam a disseminação do evangelho essencial das suas respectivas mensagens de salvação eterna.
99:6.3 (1092.3) No entanto, quando a religião torna-se institucionalizada, porém, o seu poder para o bem fica reduzido, ao passo que as possibilidades para o mal se tornam grandemente multiplicadas. Os perigos da religião formalizada são: a fixação das crenças e a cristalização dos sentimentos; a acumulação de direitos e interesses adquiridos com o crescimento da secularização; a tendência para a padronização e a fossilização da verdade; o desvio da religião para o serviço da igreja, em vez do serviço de Deus; a inclinação dos líderes para tornarem-se administradores, em vez de ministradores; a tendência a formar seitas e divisões competitivas; o estabelecimento de uma autoridade eclesiástica opressiva; a afirmação da atitude aristocrática tipo “povo-escolhido”; o estímulo ao surgimento de idéias falsas e exageradas sobre o sagrado; a transformação da religião em algo rotineiro e a petrificação da adoração; a tendência a venerar o passado e ignorar as solicitações do presente; o fracasso em fazer interpretações atuais da religião; o envolvimento com as funções das instituições seculares; a criação do mal que é a discriminação por castas religiosas; o perigo de a religião transformar-se num juiz ortodoxo intolerante; o fracasso em manter vivo o interesse da juventude aventurosa e a perda gradativa da mensagem salvadora do evangelho da salvação eterna.
99:6.4 (1092.4) A religião formal restringe os homens nas suas atividades espirituais pessoais, em vez de liberá-los para o serviço mais elevado de edificadores do Reino.
7. A Contribuição da Religião
99:7.1 (1092.5) Embora as igrejas e todos os outros grupos religiosos devam permanecer distantes de todas as atividades seculares, ao mesmo tempo a religião não deve fazer nada para impedir ou retardar a coordenação social das instituições humanas. A vida deve continuar a crescer na sua significação; o homem deve continuar a sua reforma da filosofia e o seu esclarecimento da religião.
99:7.2 (1092.6) A ciência política deve efetuar a reconstrução da economia e da indústria por meio das técnicas que aprende das ciências sociais e pela luz do discernimento interior e dos motivos proporcionados pelo viver religioso. Em toda reconstrução social, a religião proporciona uma lealdade estabilizadora a um objetivo transcendente, a uma meta firme que permanece além e acima do objetivo imediato e temporal. No centro das confusões de um meio ambiente que se transforma rapidamente, o homem mortal necessita da sustentação de uma vasta perspectiva cósmica.
99:7.3 (1093.1) A religião inspira o homem a viver corajosa e jubilosamente na face da Terra; ela reúne a paciência e a paixão, a luz do discernimento interior e o zelo, a compaixão e o poder, os ideais e a energia.
99:7.4 (1093.2) O homem nunca poderá decidir sabiamente sobre as questões temporais, nem transcender o egoísmo dos interesses pessoais, a menos que medite na presença real da soberania de Deus e conte com as realidades dos significados divinos e valores espirituais.
99:7.5 (1093.3) A interdependência econômica e a irmandade social irão, finalmente, conduzir à fraternidade. O homem é naturalmente um sonhador, mas a ciência está convocando-o a ser sensato, de modo que a religião possa, em breve, estimulá-lo com muito menos perigo de precipitar reações fanáticas nele. As necessidades econômicas atrelam o homem à realidade, e a experiência religiosa pessoal coloca esse mesmo homem frente a frente com as realidades eternas de uma cidadania cósmica sempre em expansão e progresso.
99:7.6 (1093.4) [Apresentado por um Melquisedeque de Nébadon.]