Urântia

OS DOCUMENTOS DE URÂNTIA

- A REVELAÇÃO DO TERCEIRO MILÊNIO -

INDICE

Documento 144

Em Gilboa e na Decápolis

144:0.1 (1617.1) Setembro e outubro foram passados em retiro num acampamento isolado nas encostas do Monte Gilboa. O mês de setembro Jesus passou aqui sozinho com seus apóstolos, ensinando-os e instruindo-os nas verdades do reino.

144:0.2 (1617.2) Havia uma série de razões pelas quais Jesus e os seus apóstolos estavam num retiro desta vez nas fronteiras de Samaria e da Decápolis. Os dirigentes religiosos de Jerusalém estavam muito hostis; Herodes Antipas ainda mantinha João na prisão, temendo libertá-lo ou executá-lo, enquanto continuava a nutrir suspeitas de que João e Jesus estivessem de alguma forma associados. Estas condições tornavam imprudente planejar um trabalho aguerrido na Judeia ou na Galileia. Havia uma terceira razão: a tensão crescente entre os líderes dos discípulos de João e os apóstolos de Jesus, que piorou com o aumento do número de crentes.

144:0.3 (1617.3) Jesus sabia que os dias do trabalho preliminar de ensinamento e pregação estavam quase no fim, que o próximo passo envolveria o início do esforço pleno e final da sua vida na Terra, e ele não desejava que o lançamento deste empreendimento fosse de alguma forma penoso ou embaraçoso para João Batista. Jesus, portanto, tinha decidido passar algum tempo em retiro ensaiando seus apóstolos e depois fazer algum trabalho discreto nas cidades da Decápolis até que João fosse executado ou libertado para se juntar a eles num esforço conjunto.

 

1. O Acampamento de Gilboa

 

144:1.1 (1617.4) Com o passar do tempo, os doze tornaram-se mais devotados a Jesus e cada vez mais comprometidos com o trabalho do reino. A devoção deles era em grande parte uma questão de lealdade pessoal. Eles não compreendiam os ensinamentos multifacetados dele; não compreendiam plenamente a natureza de Jesus ou o significado de sua consagração na Terra.

144:1.2 (1617.5) Jesus deixou claro aos seus apóstolos que eles estavam em retiro por três razões:

144:1.3 (1617.6) 1. Para confirmar o entendimento e fé deles no evangelho do reino.

144:1.4 (1617.7) 2. Permitir que a oposição ao trabalho deles, tanto na Judeia como na Galileia, se acalmasse.

144:1.5 (1617.8) 3. Aguardar o destino de João Batista.

144:1.6 (1617.9) Enquanto permanecia em Gilboa, Jesus contou muito aos doze sobre a sua infância e as suas experiências no Monte Hérmon; ele também revelou algo do que aconteceu nas colinas durante os quarenta dias imediatamente após o seu batismo. E ele lhes ordenou diretamente que não contassem a ninguém sobre estas experiências até que ele retornasse ao Pai.

144:1.7 (1618.1) Durante estas semanas de setembro eles descansaram, fizeram visitas, relembraram as suas experiências desde que Jesus os convocou pela primeira vez ao serviço, e empenharam-se num esforço sincero para coordenar o que o Mestre até então lhes ensinara. Em certa medida, todos sentiram que esta seria a última oportunidade para um descanso prolongado. Perceberam que seu próximo esforço público na Judeia ou na Galileia marcaria o início da proclamação final do reino vindouro, mas tinham pouca ou nenhuma ideia definida sobre o que o reino seria quando chegasse. João e André pensavam que o reino já havia chegado; Pedro e Tiago acreditavam que ainda estava por vir; Natanael e Tomé confessaram francamente que estavam perplexos; Mateus, Filipe e Simão Zelote estavam inseguros e confusos; os gêmeos estavam abençoadamente ignorantes da controvérsia; e Judas Iscariotes ficou em silêncio, evasivo.

144:1.8 (1618.2) Durante grande parte deste tempo Jesus esteve sozinho na montanha perto do acampamento. Ocasionalmente levava consigo Pedro, Tiago ou João, mas com mais frequência saía para orar ou comungar a sós. Após o batismo de Jesus e os quarenta dias nas colinas de Pereia, dificilmente é apropriado falar destes períodos de comunhão com seu Pai como prece, nem é consistente falar de Jesus como estando em adoração, mas é totalmente correto aludir a estas temporadas como comunhão pessoal com seu Pai.

144:1.9 (1618.3) O tema central das discussões durante o mês de setembro inteiro foi a prece e a adoração. Depois de discutirem a adoração por alguns dias, Jesus finalmente proferiu seu memorável discurso sobre a prece em resposta ao pedido de Tomé: “Mestre, ensine-nos a rezar.”

144:1.10 (1618.4) João havia ensinado aos seus discípulos uma prece, uma prece pela salvação no reino vindouro. Embora Jesus nunca tenha proibido seus seguidores de usar a forma de prece de João, os apóstolos perceberam muito cedo que seu Mestre não aprovava totalmente a prática de proferir preces estabelecidas e formais. No entanto, os crentes constantemente pediam para serem ensinados a rezar. Os doze desejavam saber que tipo de petição Jesus aprovaria. E foi principalmente por causa desta necessidade de alguma petição simples para as pessoas comuns que Jesus nesta época consentiu, em resposta ao pedido de Tomé, em ensinar-lhes uma forma sugestiva de prece. Jesus deu esta lição numa tarde da terceira semana da sua estada no Monte Gilboa.

 

2. O Discurso Sobre a Prece

 

144:2.1 (1618.5) “João de fato lhes ensinou uma forma simples de oração: ‘Ó Pai, purifica-nos do pecado, mostra-nos a Tua glória, revela o Teu amor e deixa que o Teu espírito santifique os nossos corações para sempre, amém!’ Ele ensinou esta prece para que vocês possam ter algo para ensinar à multidão. Ele não pretendia que vocês usassem uma petição tão definida e formal como a expressão de suas próprias almas na prece.

144:2.2 (1618.6) “A prece é uma expressão inteiramente pessoal e espontânea da atitude da alma para com o espírito; a prece deve ser a comunhão de filiação e a expressão da fraternidade. A prece, quando ditada pelo espírito, leva ao progresso espiritual cooperativo. A prece ideal é uma forma de comunhão espiritual que leva à adoração inteligente. A autêntica prece é a atitude sincera de se dirigir ao céu para alcançar seus ideais.

144:2.3 (1619.1) “A prece é o fôlego da alma e deveria lhes levar a ser persistentes na sua tentativa de averiguar a vontade do Pai. Se algum de vocês tiver um vizinho e for procurá-lo à meia-noite e disser: ‘Amigo, empreste-me três pães, pois um amigo meu veio me ver de viagem e não tenho nada para lhe oferecer’; e se o seu vizinho responder: ‘Não me incomode, pois a porta está fechada e as crianças e eu estamos na cama; portanto, não posso me levantar e lhe dar pão’, você persistirá, explicando que seu amigo tem fome e que você não tem comida para lhe oferecer. Eu lhe digo: embora o seu vizinho não se levante e lhe dê pão porque é seu amigo, por causa da sua importunação, porém, ele se levantará e lhe dará quantos pães você precisar. Se, então, a persistência conquistará favores até mesmo do homem mortal, quanto mais a sua persistência no espírito ganhará para você o pão da vida das mãos dispostas do Pai no céu. Outra vez lhes digo: peçam e lhes será dado; busquem e acharão; batam e lhes será aberto. Pois todo aquele que pede recebe; quem busca encontra; e a quem bate será aberta a porta da salvação.

144:2.4 (1619.2) “Qual de vocês que é pai, se o seu filho pedisse insensatamente, hesitaria em dar de acordo com a sabedoria parental e não nos termos da petição incorreta do filho? Se a criança precisar de um pão, você lhe dará uma pedra só porque ela insensatamente a pediu? Se seu filho precisa de um peixe, você lhe dará uma cobra da água só porque ela possa aparecer na rede com o peixe e a criança tolamente pedir pela serpente? Se você, então, sendo mortal e finito, sabe responder à prece e dar presentes bons e apropriados a seus filhos, quanto mais seu Pai celestial dará o espírito e muitas bênçãos adicionais àqueles que Lhe pedirem? Os homens deveriam sempre rezar e não desanimar.

144:2.5 (1619.3) “Deixem-me contar-lhes a história de um certo juiz que vivia numa cidade perversa. Este juiz não temia a Deus nem tinha respeito pelo homem. Ora, havia naquela cidade uma viúva necessitada que vinha repetidamente a este juiz injusto, dizendo: ‘Proteja-me do meu adversário’. Por algum tempo ele não lhe deu ouvidos, mas então disse para si mesmo: ‘Embora eu não tema Deus nem tenha consideração pelo homem, mas porque esta viúva não deixa de me incomodar, eu a defenderei para que ela não me canse com sua vinda contínua’. Estas histórias eu lhes conto para encorajá-los a persistir em rezar e não para insinuar que suas petições mudarão o Pai justo e reto acima. A sua persistência, no entanto, não é para ganhar o favorecimento de Deus, mas para mudar a sua atitude terrena e aumentar a capacidade da sua alma para a receptividade ao espírito.

144:2.6 (1619.4) “Mas quando rezam, vocês exercem tão pouca fé. A fé genuína removerá montanhas de dificuldades materiais que possam estar no caminho da expansão da alma e do progresso espiritual.”

 

3. A Prece do Crente

 

144:3.1 (1619.5) Mas os apóstolos ainda não estavam satisfeitos; eles desejavam que Jesus lhes desse um modelo de prece que pudessem ensinar aos novos discípulos. Depois de ouvir este discurso sobre a prece, Tiago Zebedeu disse: “Muito bem, Mestre, mas não desejamos uma forma de prece para nós mesmos, mas sim para os novos crentes que tão frequentemente nos suplicam: ‘Ensinem-nos como rezar de maneira aceitável ao Pai no céu’”.

144:3.2 (1619.6) Quando Tiago terminou de falar, Jesus disse: “Se, então, ainda desejam tal prece, eu apresentaria aquela que ensinei aos meus irmãos e irmãs em Nazaré”:

 

144:3.3 (1620.1) Pai nosso, que estás no céu,

144:3.4 (1620.2) Santificado seja o Teu nome.

144:3.5 (1620.3) Venha o Teu reino; seja feita a Tua vontade

144:3.6 (1620.4) Na Terra assim como no céu.

144:3.7 (1620.5) Dá-nos hoje o nosso pão para amanhã;

144:3.8 (1620.6) Refresca as nossas almas com a água da vida.

144:3.9 (1620.7) E perdoa-nos todas as nossas dívidas

144:3.10 (1620.8) Como nós também perdoamos aos nossos devedores.

144:3.11 (1620.9) Salva-nos da tentação, livra-nos do mal,

144:3.12 (1620.10) E faz-nos cada vez mais perfeitos como Tu.

 

144:3.13 (1620.11) Não é estranho que os apóstolos desejassem que Jesus lhes ensinasse um modelo de prece para os crentes. João Batista tinha ensinado diversas preces aos seus seguidores; todos os grandes instrutores haviam formulado preces para os seus alunos. Os instrutores religiosos dos judeus tinham cerca de vinte e cinco ou trinta preces fixas que recitavam nas sinagogas e até nas esquinas das ruas. Jesus era particularmente avesso a rezar em público. Até então, os doze só o ouviram rezar algumas poucas vezes. Eles o observaram passando noites inteiras em prece ou adoração, e ficaram muito curiosos para saber a maneira ou a forma de suas petições. Eles estavam realmente pressionados para saber o que responder às multidões quando pediram para serem ensinados a orar como João havia ensinado aos seus discípulos.

144:3.14 (1620.12) Jesus ensinou os doze a rezarem sempre em segredo; a saírem sozinhos em meio ao ambiente tranquilo da natureza ou entrar em seus quartos e fechar as portas quando rezassem.

144:3.15 (1620.13) Após a morte e ascensão de Jesus ao Pai tornou-se prática de muitos crentes terminar esta chamada oração do Pai Nosso acrescentando: “Em nome do Senhor Jesus Cristo”. Ainda mais tarde, duas linhas foram perdidas na transcrição, e foi acrescentada a esta prece uma cláusula adicional, que dizia: “Pois Teu é o reino e o poder e a glória, para todo o sempre.”

144:3.16 (1620.14) Jesus deu aos apóstolos a prece em forma coletiva, tal como eles a haviam rezado no lar de Nazaré. Ele nunca ensinou uma prece pessoal formal, apenas petições grupais, familiares ou sociais. E ele nunca se dispôs a fazer isso.

144:3.17 (1620.15) Jesus ensinou que a prece eficaz tem que ser:

 

144:3.18 (1620.16) 1. Altruísta – não apenas para si mesmo.

144:3.19 (1620.17) 2. Crente – de acordo com a fé.

144:3.20 (1620.18) 3. Sincera – honesta de coração.

144:3.21 (1620.19) 4. Inteligente – de acordo com o esclarecimento.

144:3.22 (1620.20) 5. Confiante – em submissão à vontade onisciente do Pai.

 

144:3.23 (1620.21) Quando Jesus passava noites inteiras na montanha em prece, era principalmente pelos seus discípulos, particularmente pelos doze. O Mestre rezava pouquíssimo para si mesmo, embora se dedicasse muito à adoração da natureza da comunhão compreensiva com seu Pai do Paraíso.

 

4. Mais Sobre a Prece

 

144:4.1 (1620.22) Durante dias depois do discurso sobre a prece os apóstolos continuaram a fazer perguntas ao Mestre a respeito desta prática tão sumamente importante e de adoração. A instrução de Jesus aos apóstolos durante estes dias, a respeito da prece e da adoração, pode ser resumida e reafirmada na fraseologia moderna como segue:

144:4.2 (1621.1) A repetição sincera e veemente de qualquer petição, quando tal prece é a expressão sincera de um filho de Deus e é proferida com fé, por mais insensata ou impossível que seja a resposta direta, nunca deixa de se expandir a capacidade da alma para a receptividade espiritual.

144:4.3 (1621.2) Em toda prece, lembrem-se de que a filiação é uma dádiva. Nenhuma criança tem nada a ver com a conquista do status de filho ou filha. A criança terrestre surge pela vontade de seus pais. Mesmo assim, o filho de Deus recebe a graça e a nova vida do espírito pela vontade do Pai no céu. Portanto, o reino do céu – a filiação divina – tem que ser recebido como se por uma criancinha. A retidão vocês conquistam – o desenvolvimento progressivo do caráter – mas a filiação a recebem pela graça e pela fé.

144:4.4 (1621.3) A oração conduziu Jesus à supracomunhão da sua alma com os Governantes Supremos do universo de universos. A prece conduzirá os mortais da Terra à comunhão da verdadeira adoração. A capacidade espiritual de receptividade da alma determina a quantidade de bênçãos celestiais que podem ser pessoalmente apropriadas e conscientemente realizadas como uma resposta à prece.

144:4.5 (1621.4) A prece e a adoração que lhe está associada são uma técnica de desapego da rotina diária da vida, da rotina monótona da existência material. É um caminho de abordagem para a autorrealização espiritualizada e a individualidade de realização intelectual e religiosa.

144:4.6 (1621.5) A prece é um antídoto para a introspecção prejudicial. Pelo menos, a prece como o Mestre ensinou é uma ministração muito benéfica à alma. Jesus empregava consistentemente a influência benéfica de rezar pelos semelhantes. O Mestre geralmente rezava no plural, não no singular. Somente nas grandes crises de sua vida terrena Jesus rezou por si mesmo.

144:4.7 (1621.6) A prece é o fôlego da vida espiritual no seio da civilização material das raças da humanidade. A adoração é a salvação para as gerações de mortais que buscam prazer.

144:4.8 (1621.7) Assim como a prece pode ser comparada a recarregar as baterias espirituais da alma, a adoração pode ser comparada ao ato de sintonizar a alma para captar as transmissões do universo do espírito infinito do Pai Universal.

144:4.9 (1621.8) A prece é o olhar sincero e de anseio da criança para o seu Pai espiritual; é um processo psicológico de troca da vontade humana pela vontade divina. A prece faz parte do plano divino para transformar aquilo que é naquilo que deveria ser.

144:4.10 (1621.9) Uma das razões pelas quais Pedro, Tiago e João, que tantas vezes acompanhavam Jesus nas suas longas vigílias noturnas, nunca ouviram Jesus rezar, foi porque o seu Mestre raramente pronunciava as suas preces como palavras faladas. Praticamente toda a prece de Jesus era feita no espírito e no coração – silenciosamente.

144:4.11 (1621.10) De todos os apóstolos, Pedro e Tiago foram os que mais se aproximaram da compreensão dos ensinamentos do Mestre sobre a prece e a adoração.

 

5. Outras Formas de Prece

 

144:5.1 (1621.11) De tempos em tempos, durante o restante da estada de Jesus na Terra, ele trouxe ao conhecimento dos apóstolos diversas formas adicionais de prece, mas fez isto apenas para ilustrar outros assuntos, e recomendou que estas “preces em parábola” não deveriam ser ensinadas às multidões. Muitas delas eram de outros planetas habitados, mas Jesus não revelou este fato aos doze. Entre estas preces estavam as seguintes:

 

144:5.2 (1622.1) Pai nosso, em Quem consistem os reinos do universo,

144:5.3 (1622.2) Exaltado seja o Teu nome e todo-glorioso seja o Teu caráter.

144:5.4 (1622.3) A Tua presença nos envolve e a Tua glória é manifestada

144:5.5 (1622.4) Imperfeitamente por meio de nós, assim como é mostrada em perfeição no alto.

144:5.6 (1622.5) Dá-nos hoje as forças vivificantes da luz,

144:5.7 (1622.6) E não nos deixes desviar pelos maus caminhos da nossa imaginação,

144:5.8 (1622.7) Pois Tua é a morada gloriosa, o poder eterno,

144:5.9 (1622.8) E para nós, a dádiva eterna do amor infinito do Teu Filho.

144:5.10 (1622.9) Que seja assim, e eternamente verdadeiro.

 

* * *

 

144:5.12 (1622.10) Nosso Pai criativo, que estás no centro do universo,

144:5.13 (1622.11) Concede-nos a Tua natureza e dá-nos o Teu caráter.

144:5.14 (1622.12) Faz de nós Teus filhos e filhas pela graça

144:5.15 (1622.13) E glorifica o Teu nome por meio da nossa realização eterna.

144:5.16 (1622.14) O Teu espírito ajustador e controlador nos dá vida e reside dentro de nós

144:5.17 (1622.15) Para que possamos fazer a Tua vontade nesta esfera, assim como os anjos cumprem as Tuas ordens na luz.

144:5.18 (1622.16) Sustenta-nos hoje em nosso progresso ao longo do caminho da verdade.

144:5.19 (1622.17) Livra-nos da inércia, do mal e de toda transgressão pecaminosa.

144:5.20 (1622.18) Sê paciente conosco assim como demonstramos bondade amorosa para com os nossos semelhantes.

144:5.21 (1622.19) Espalha o espírito da Tua misericórdia nos nossos corações de criaturas.

144:5.22 (1622.20) Conduz-nos pela Tua própria mão, passo a passo, através do labirinto incerto da vida,

144:5.23 (1622.21) E quando o nosso fim chegar, recebe em Teu próprio seio os nossos espíritos fiéis.

144:5.24 (1622.22) Que assim sejam feita, não os nossos desejos, mas a tua vontade.

 

* * *

 

144:5.26 (1622.23) Nosso perfeito e reto Pai celestial,

144:5.27 (1622.24) Neste dia nos guia e dirige nossa jornada.

144:5.28 (1622.25) Santifica os nossos passos e coordena os nossos pensamentos.

144:5.29 (1622.26) Sempre nos guia nos caminhos do progresso eterno.

144:5.30 (1622.27) Enche-nos com sabedoria até a plenitude do poder

144:5.31 (1622.28) E vitaliza-nos com a Tua energia infinita.

144:5.32 (1622.29) Inspira-nos com a consciência divina da

144:5.33 (1622.30) Presença e guiamento das hostes seráficas.

144:5.34 (1622.31) Guia-nos sempre para cima no caminho da luz;

144:5.35 (1622.32) Justifica-nos plenamente no dia do grande julgamento.

144:5.36 (1622.33) Faz-nos à Tua semelhança em glória eterna

144:5.37 (1622.34) E recebe-nos no Teu serviço eterno no alto.

 

* * *

 

144:5.39 (1622.35) Pai nosso que estás no mistério,

144:5.40 (1622.36) Revela-nos o Teu caráter santo.

144:5.41 (1622.37) Dá aos Teus filhos na Terra este dia

144:5.42 (1622.38) Para ver o caminho, a luz e a verdade.

144:5.43 (1622.39) Mostra-nos a via para o progresso eterno

144:5.44 (1622.40) E dá-nos a vontade para caminhar por ela.

144:5.45 (1622.41) Estabelece dentro de nós o Teu divino reinado

144:5.46 (1622.42) E por meio dele concede-nos a mestria plena do ego.

144:5.47 (1622.43) Não nos deixes desviar por caminhos de treva e morte;

144:5.48 (1622.44) Conduz-nos eternamente diante das águas da vida.

144:5.49 (1622.45) Ouve estas nossas preces por amor a Ti;

144:5.50 (1622.46) Contenta-Te em nos tornar cada vez mais parecidos Contigo.

144:5.51 (1623.1) No final, por amor do Filho divino,

144:5.52 (1623.2) Recebe-nos nos braços eternos.

144:5.53 (1623.3) Assim sendo, não seja feita a nossa vontade, mas a Tua.

 

* * *

 

144:5.55 (1623.4) Gloriosos Pai e Mãe, em um só progenitor combinados,

144:5.56 (1623.5) Gostaríamos de ser leais à Tua natureza divina.

144:5.57 (1623.6) Teu próprio ser vive novamente em e através de nós

144:5.58 (1623.7) Pelo dom e concessão do Teu espírito divino,

144:5.59 (1623.8) Assim Te reproduzindo imperfeitamente nesta esfera

144:5.60 (1623.9) Como Tu és mostrado perfeita e majestosamente no alto.

144:5.61 (1623.10) Dá-nos dia após dia a Tua doce ministração de irmandade

144:5.62 (1623.11) E conduz-nos momento a momento no caminho do serviço amoroso.

144:5.63 (1623.12) Sê sempre e infalivelmente paciente conosco

144:5.64 (1623.13) Tal como demonstramos a Tua paciência com nossos filhos.

144:5.65 (1623.14) Dá-nos a sabedoria divina que faz bem todas as coisas

144:5.66 (1623.15) E o amor infinito que é gracioso para cada criatura.

144:5.67 (1623.16) Concede-nos a Tua paciência e bondade amorosa

144:5.68 (1623.17) Que nossa caridade possa envolver os frágeis do reino.

144:5.69 (1623.18) E quando nossa carreira terminar, faz dela uma honra ao Teu nome,

144:5.70 (1623.19) Um prazer para o Teu bom espírito e uma satisfação para os nossos ajudantes da alma.

144:5.71 (1623.20) Não como desejamos, nosso amoroso Pai, mas como Tu desejas o bem eterno dos Teus filhos mortais,

144:5.72 (1623.21) Que assim possa ser.

 

* * *

 

144:5.74 (1623.22) Nossa Fonte toda-fiel e Centro todo-poderoso,

144:5.75 (1623.23) Reverente e santo seja o nome do Teu Filho todo-gracioso.

144:5.76 (1623.24) Tuas generosidades e Tuas bênçãos desceram sobre nós,

144:5.77 (1623.25) Assim capacitando-nos a realizar a Tua vontade e executar o Teu comando.

144:5.78 (1623.26) Dá-nos a cada momento o sustento da árvore da vida;

144:5.79 (1623.27) Refresca-nos dia após dia com as águas vivas do Teu rio.

144:5.80 (1623.28) Passo a passo, leva-nos para fora das trevas e para a luz divina.

144:5.81 (1623.29) Renova as nossas mentes pelas transformações do espírito residente,

144:5.82 (1623.30) E quando o fim mortal finalmente chegar sobre nós,

144:5.83 (1623.31) Recebe-nos para Ti mesmo e envia-nos à eternidade.

144:5.84 (1623.32) Coroa-nos com diademas celestiais de serviço frutífero,

144:5.85 (1623.33) E glorificaremos o Pai, o Filho e a Santa Influência.

144:5.86 (1623.34) Assim seja, através de um universo sem fim.

 

* * *

 

144:5.88 (1623.35) Pai Nosso que habitas nos lugares secretos do universo,

144:5.89 (1623.36) Honrado seja o Teu nome, reverenciada a Tua misericórdia e respeitado o Teu julgamento.

144:5.90 (1623.37) Deixa o sol da retidão brilhar sobre nós ao meio-dia,

144:5.91 (1623.38) Enquanto imploramos que Tu guies nossos passos rebeldes no crepúsculo.

144:5.92 (1623.39) Guia-nos pela mão nos caminhos que Tu escolheres

144:5.93 (1623.40) E não nos abandones quando o caminho for difícil e as horas sombrias.

144:5.94 (1623.41) Não nos esqueças, como tantas vezes negligenciamos e nos esquecemos de Ti.

144:5.95 (1623.42) Mas Sê misericordioso e ama-nos como desejamos Te amar.

144:5.96 (1623.43) Olha para nós com bondade e perdoa-nos com misericórdia

144:5.97 (1623.44) Assim como nós em justiça perdoamos aqueles que nos angustiam e nos injuriam.

144:5.98 (1624.1) Que o amor, a devoção e a doação do majestoso Filho

144:5.99 (1624.2) Torne disponível a vida eterna com a Tua infinita misericórdia e amor.

144:5.100 (1624.3) Que o Deus dos universos nos conceda a plena medida do Seu espírito;

144:5.101 (1624.4) Dá-nos graça para ceder à liderança deste espírito.

144:5.102 (1624.5) Pela ministração amorosa das hostes seráficas devotadas

144:5.103 (1624.6) Que o Filho nos guie e nos conduza até o fim dos tempos.

144:5.104 (1624.7) Faz-nos sempre e cada vez mais parecidos Contigo

144:5.105 (1624.8) E no nosso final recebe-nos no eterno abraço do Paraíso.

144:5.106 (1624.9) Que assim seja, em nome do Filho de consagração

144:5.107 (1624.10) E para honra e glória do Pai Supremo.

 

144:5.108 (1624.11) Embora os apóstolos não tivessem liberdade para apresentar estas lições sobre a prece nos seus ensinamentos públicos, eles tiraram muito proveito de todas estas revelações nas suas experiências religiosas pessoais. Jesus utilizou estes e outros modelos de prece como ilustrações em conexão com a instrução íntima dos doze, e permissão específica foi concedida para se transcrever estes sete espécimes de prece neste registro.

 

6. Conferência com os Apóstolos de João

 

144:6.1 (1624.12) Por volta do primeiro de outubro, Filipe e alguns dos seus companheiros apóstolos estavam numa aldeia próxima comprando alimentos quando encontraram alguns dos apóstolos de João Batista. Como resultado deste encontro casual no mercado ocorreu uma conferência de três semanas no acampamento de Gilboa entre os apóstolos de Jesus e os apóstolos de João, pois João havia recentemente nomeado doze de seus líderes para serem apóstolos, seguindo o precedente de Jesus. João fez isso em resposta à insistência de Abner, o principal dos seus apoiadores leais. Jesus esteve presente no acampamento de Gilboa durante a primeira semana desta conferência conjunta, mas ausentou-se nas duas últimas semanas.

144:6.2 (1624.13) No início da segunda semana deste mês, Abner já havia reunido todos os seus associados no acampamento de Gilboa e estava preparado para entrar em concílio com os apóstolos de Jesus. Durante três semanas, estes vinte e quatro homens estiveram em sessão três vezes por dia e seis dias por semana. Na primeira semana, Jesus se misturou com eles entre as sessões da manhã, da tarde e da noite. Eles queriam que o Mestre se reunisse com eles e presidisse suas deliberações conjuntas, mas ele se recusou firmemente a participar de suas discussões, embora tenha consentido em falar com eles em três ocasiões. Estas palestras de Jesus aos vinte e quatro foram sobre compaixão, cooperação e tolerância.

144:6.3 (1624.14) André e Abner alternavam-se na presidência destas reuniões conjuntas dos dois grupos apostólicos. Estes homens tinham muitas dificuldades para discutir e numerosos problemas para resolver. Reiteradas vezes eles levavam seus problemas a Jesus, apenas para ouvi-lo dizer: “Estou envolvido apenas com os seus problemas pessoais e puramente religiosos. Eu sou o representante do Pai para o indivíduo, não para o grupo. Se vocês estão com dificuldades pessoais em seu relacionamento com Deus, venham até mim, e eu os ouvirei e os aconselharei na solução do seu problema. Mas quando entram na coordenação de interpretações humanas divergentes das questões religiosas e na socialização da religião, cabe a vocês resolver todos esses problemas pelas suas próprias decisões. No entanto, eu sou sempre solidário e sempre interessado, e quando vocês chegarem às suas conclusões tocantes a estes assuntos de importância não espiritual, desde que todos estejam de acordo, então prometo antecipadamente dar minha total aprovação e sincera cooperação. E agora, para deixá-los desimpedidos em suas deliberações, estou deixando-os por duas semanas. Não fiquem ansiosos por mim, pois voltarei para vocês. Eu cuidarei dos negócios de meu Pai, pois temos outros reinos além deste”.

144:6.4 (1625.1) Depois de falar assim, Jesus desceu a encosta da montanha, e não mais o viram durante duas semanas inteiras. E nunca souberam para onde ele foi ou o que fez durante estes dias. Demorou algum tempo até que os vinte e quatro pudessem se concentrar na consideração séria de seus problemas, de tão desconcertados ficaram com a ausência do Mestre. Contudo, dentro de uma semana eles estavam novamente no centro das discussões e não podiam pedir ajuda a Jesus.

144:6.5 (1625.2) O primeiro item sobre o qual o grupo concordou foi a adoção da prece que Jesus lhes ensinara tão recentemente. Foi votado por unanimidade aceitar esta prece como aquela a ser ensinada aos crentes por ambos os grupos de apóstolos.

144:6.6 (1625.3) Em seguida decidiram que, enquanto João vivesse, fosse na prisão ou fora dela, ambos os grupos de doze apóstolos continuariam com o seu trabalho, e que reuniões conjuntas durante uma semana seriam realizadas a cada três meses, em locais a serem acordados de tempos em tempos.

144:6.7 (1625.4) Mas o mais sério de todos os seus problemas era a questão do batismo. Suas dificuldades foram ainda mais agravadas porque Jesus se recusou a fazer qualquer pronunciamento sobre o assunto. Eles finalmente concordaram: enquanto João vivesse, ou até que pudessem modificar conjuntamente esta decisão, apenas os apóstolos de João batizariam os crentes, e apenas os apóstolos de Jesus finalmente instruiriam os novos discípulos. Assim, desde aquela época até depois da morte de João, dois dos apóstolos de João acompanharam Jesus e seus apóstolos para batizar os crentes, pois o conselho conjunto votou por unanimidade que o batismo se tornaria o passo inicial na aliança externa com os assuntos do reino.

144:6.8 (1625.5) Em seguida foi acordado, no caso da morte de João, que os apóstolos de João se apresentariam a Jesus e ficariam sujeitos à sua direção, e que não mais batizariam, a menos que fossem autorizados por Jesus ou pelos seus apóstolos.

144:6.9 (1625.6) E então foi votado que, no caso da morte de João, os apóstolos de Jesus começariam a batizar com água como símbolo do batismo do Espírito divino. Quanto a se o arrependimento deveria ou não ser vinculado à pregação do batismo isso foi deixado como opcional; nenhuma decisão foi tomada vinculando o grupo. Os apóstolos de João pregavam: “Arrependam-se e sejam batizados”. Os apóstolos de Jesus proclamavam: “Creiam e sejam batizados”.

144:6.10 (1625.7) E esta é a história da primeira tentativa dos seguidores de Jesus de coordenar esforços divergentes, compor diferenças de opinião, organizar empreendimentos grupais, legislar sobre observâncias externas e socializar práticas religiosas pessoais.

144:6.11 (1625.8) Muitos outros assuntos menores foram considerados e suas soluções foram acordadas por unanimidade. Estes vinte e quatro homens tiveram uma experiência verdadeiramente notável nestas duas semanas, quando foram obrigados a enfrentar problemas e a resolver dificuldades sem Jesus. Eles aprenderam a divergir, a debater, a contender, a rezar e a fazer concessões e, durante tudo isso, a permanecerem compassivos com o ponto de vista da outra pessoa e a manter pelo menos algum grau de tolerância pelas suas opiniões honestas.

144:6.12 (1625.9) Na tarde da discussão final sobre questões financeiras, Jesus retornou, ouviu falar de suas deliberações, escutou suas decisões e disse: “Estas, então, são as suas conclusões, e eu ajudarei cada um de vocês a levar adiante o espírito de suas decisões unidas”.

144:6.13 (1626.1) Dois meses e meio depois desta data João foi executado e, durante todo este período, os apóstolos de João permaneceram com Jesus e os doze. Todos trabalharam juntos e batizaram os crentes durante esta temporada de trabalho nas cidades da Decápolis. O acampamento de Gilboa foi desmantelado em 2 de novembro de 27 d.C.

 

7. Nas Cidades da Decápolis

 

144:7.1 (1626.2) Durante os meses de novembro e dezembro, Jesus e os vinte e quatro trabalharam discretamente nas cidades gregas da Decápolis, principalmente em Citópolis, Gerasa, Abila e Gadara. Este foi realmente o fim daquele período preliminar de assumir o trabalho e a organização de João. A religião socializada de uma nova revelação paga sempre o preço do compromisso com as formas e usos estabelecidos da religião anterior que procura salvaguardar. O batismo foi o preço que os seguidores de Jesus pagaram para levar consigo, como grupo religioso socializado, os seguidores de João Batista. Os seguidores de João, ao juntarem-se aos seguidores de Jesus, desistiram de quase tudo, exceto do batismo pela água.

144:7.2 (1626.3) Jesus deu pouco ensinamento público nesta missão às cidades da Decápolis. Ele passou um tempo considerável ensinando os vinte e quatro e teve muitas sessões especiais com os doze apóstolos de João. Com o tempo eles entenderam melhor por que Jesus não foi visitar João na prisão e por que ele não fez nenhum esforço para conseguir sua libertação. Mas nunca conseguiram compreender por que Jesus não fazia obras maravilhosas, por que se recusava a produzir sinais exteriores da sua autoridade divina. Antes de irem para o acampamento de Gilboa, eles acreditavam em Jesus principalmente por causa do testemunho de João, mas logo começaram a crer como resultado do seu próprio contato com o Mestre e seus ensinamentos.

144:7.3 (1626.4) Durante estes dois meses o grupo trabalhou a maior parte do tempo em pares, um dos apóstolos de Jesus saindo com um dos apóstolos de João. O apóstolo de João batizava, o apóstolo de Jesus instruía, enquanto ambos pregavam o evangelho do reino como o entendiam. E ganharam muitas almas entre estes gentios e judeus apóstatas.

144:7.4 (1626.5) Abner, o chefe dos apóstolos de João, tornou-se um crente devoto em Jesus e mais tarde foi nomeado cabeça de um grupo de setenta instrutores que o Mestre comissionou para pregarem o evangelho.

 

8. No Acampamento Perto de Pela

 

144:8.1 (1626.6) No final de dezembro todos eles foram para perto do Jordão, próximo a Pela, onde novamente começaram a ensinar e a pregar. Tanto judeus como gentios vinham a este acampamento para ouvir o evangelho. Foi enquanto Jesus ensinava à multidão, certa tarde, que alguns dos amigos especiais de João trouxeram ao Mestre a última mensagem que ele recebeu do Batista.

144:8.2 (1626.7) João já estava na prisão havia um ano e meio, e durante a maior parte deste tempo Jesus havia trabalhado muito discretamente; portanto, não era estranho que João fosse levado a se questionar sobre o reino. Os amigos de João interromperam o ensinamento de Jesus para lhe dizer: “João Batista nos enviou para perguntar: você é realmente o Libertador, ou devemos procurar outro?”

144:8.3 (1626.8) Jesus fez uma pausa para dizer aos amigos de João: “Voltem e digam a João que ele não foi esquecido. Digam-lhe o que vocês viram e ouviram, que boas novas foram pregadas aos pobres”. E depois de Jesus ter falado mais aos mensageiros de João, voltou-se novamente para a multidão e disse: “Não pensem que João duvida do evangelho do reino. Ele faz perguntas apenas para tranquilizar os seus discípulos que também são meus discípulos. João não é um fraco. Deixem-me lhes perguntar a vocês que ouviram João pregar antes de Herodes colocá-lo na prisão: o que vocês viram em João – uma cana agitada pelo vento? Um homem de humor instável e vestido com roupas macias? Via de regra, aqueles que estão magnificamente vestidos e que vivem com delicadeza estão nas cortes dos reis e nas mansões dos ricos. Mas o que vocês viam quando contemplavam João? Um profeta? Sim, eu lhes digo, e muito mais que um profeta. De João está escrito: ‘Eis que envio meu mensageiro diante de ti; ele preparará o caminho diante de ti’.

144:8.4 (1627.1) “Em verdade, em verdade, eu lhes digo: entre os nascidos de mulher não surgiu alguém maior do que João Batista; contudo, aquele que é pequeno no reino dos céus é maior porque nasceu do espírito e sabe que se tornou filho de Deus”.

144:8.5 (1627.2) Muitos dos que ouviram Jesus naquele dia submeteram-se ao batismo de João, professando assim publicamente a entrada no reino. E os apóstolos de João ficaram firmemente unidos a Jesus daquele dia em diante. Este acontecimento marcou a união real dos seguidores de João e de Jesus.

144:8.6 (1627.3) Depois de os mensageiros terem conversado com Abner, partiram para Maquero para contar tudo isso a João. Ele ficou grandemente consolado e sua fé foi fortalecida pelas palavras de Jesus e pela mensagem de Abner.

144:8.7 (1627.4) Nesta tarde, Jesus continuou a ensinar, dizendo: “Mas a que compararei esta geração? Muitos de vocês não receberão nem a mensagem de João nem o meu ensinamento. Vocês são como as crianças brincando no mercado que chamam seus companheiros e dizem: ‘Nós tocamos flauta para vocês e vocês não dançaram; nós gememos e vocês não lamentaram’. E o mesmo acontece com alguns de vocês. João veio sem comer nem beber, e disseram que ele tinha um demônio. O Filho do Homem vem comendo e bebendo, e estas mesmas pessoas dizem: ‘Eis um homem glutão e bebedor de vinho, um amigo de publicanos e pecadores!’ Verdadeiramente, a sabedoria é justificada pelos filhos dela.

144:8.8 (1627.5) “Parece que o Pai no céu escondeu algumas destas verdades dos sábios e arrogantes, enquanto as revelou aos pequeninos. Mas o Pai faz bem todas as coisas; o Pai se revela ao universo pelos métodos de Sua própria escolha. Venham, portanto, todos vocês que trabalham e estão sobrecarregados, e encontrarão descanso para suas almas. Tomem sobre vocês o jugo divino e experimentarão a paz de Deus, a qual excede todo o entendimento”.

 

9. Morte de João Batista

 

144:9.1 (1627.6) João Batista foi executado por ordem de Herodes Antipas, na noite de 10 de janeiro do ano 28 d.C. No dia seguinte, alguns dos discípulos de João que tinham ido a Maquero ouviram falar de sua execução e, indo até Herodes, requisitaram o seu corpo, que colocaram numa tumba, posteriormente sepultando-o em Sebaste, lar de Abner. No dia seguinte, 12 de janeiro, partiram rumo ao norte para o acampamento dos apóstolos de João e de Jesus perto de Pela, e contaram a Jesus sobre a morte de João. Quando Jesus ouviu o relato deles, despediu a multidão e, reunindo os vinte e quatro, disse: “João está morto. Herodes o decapitou. Esta noite entrem em conselho conjunto e organizem seus assuntos concomitantemente. Não haverá mais demora. Chegou a hora de proclamar o reino abertamente e com poder. Amanhã vamos para a Galileia”.

144:9.2 (1627.7) Assim, cedo na manhã do dia 13 de janeiro do ano 28 d.C., Jesus e os apóstolos, acompanhados por uns vinte e cinco discípulos, dirigiram-se para Cafarnaum e se alojaram naquela noite na casa de Zebedeu.

 

Paper 144

At Gilboa and in the Decapolis

144:0.1 (1617.1) SEPTEMBER and October were spent in retirement at a secluded camp upon the slopes of Mount Gilboa. The month of September Jesus spent here alone with his apostles, teaching and instructing them in the truths of the kingdom.

144:0.2 (1617.2) There were a number of reasons why Jesus and his apostles were in retirement at this time on the borders of Samaria and the Decapolis. The Jerusalem religious rulers were very antagonistic; Herod Antipas still held John in prison, fearing either to release or execute him, while he continued to entertain suspicions that John and Jesus were in some way associated. These conditions made it unwise to plan for aggressive work in either Judea or Galilee. There was a third reason: the slowly augmenting tension between the leaders of John’s disciples and the apostles of Jesus, which grew worse with the increasing number of believers.

144:0.3 (1617.3) Jesus knew that the days of the preliminary work of teaching and preaching were about over, that the next move involved the beginning of the full and final effort of his life on earth, and he did not wish the launching of this undertaking to be in any manner either trying or embarrassing to John the Baptist. Jesus had therefore decided to spend some time in retirement rehearsing his apostles and then to do some quiet work in the cities of the Decapolis until John should be either executed or released to join them in a united effort.


1. The Gilboa Encampment


144:1.1 (1617.4) As time passed, the twelve became more devoted to Jesus and increasingly committed to the work of the kingdom. Their devotion was in large part a matter of personal loyalty. They did not grasp his many-sided teaching; they did not fully comprehend the nature of Jesus or the significance of his bestowal on earth.

144:1.2 (1617.5) Jesus made it plain to his apostles that they were in retirement for three reasons:

144:1.3 (1617.6) 1. To confirm their understanding of, and faith in, the gospel of the kingdom.

144:1.4 (1617.7) 2. To allow opposition to their work in both Judea and Galilee to quiet down.

144:1.5 (1617.8) 3. To await the fate of John the Baptist.

144:1.6 (1617.9) While tarrying on Gilboa, Jesus told the twelve much about his early life and his experiences on Mount Hermon; he also revealed something of what happened in the hills during the forty days immediately after his baptism. And he directly charged them that they should tell no man about these experiences until after he had returned to the Father.

144:1.7 (1618.1) During these September weeks they rested, visited, recounted their experiences since Jesus first called them to service, and engaged in an earnest effort to co-ordinate what the Master had so far taught them. In a measure they all sensed that this would be their last opportunity for prolonged rest. They realized that their next public effort in either Judea or Galilee would mark the beginning of the final proclamation of the coming kingdom, but they had little or no settled idea as to what the kingdom would be when it came. John and Andrew thought the kingdom had already come; Peter and James believed that it was yet to come; Nathaniel and Thomas frankly confessed they were puzzled; Matthew, Philip, and Simon Zelotes were uncertain and confused; the twins were blissfully ignorant of the controversy; and Judas Iscariot was silent, noncommittal.

144:1.8 (1618.2) Much of this time Jesus was alone on the mountain near the camp. Occasionally he took with him Peter, James, or John, but more often he went off to pray or commune alone. Subsequent to the baptism of Jesus and the forty days in the Perean hills, it is hardly proper to speak of these seasons of communion with his Father as prayer, nor is it consistent to speak of Jesus as worshiping, but it is altogether correct to allude to these seasons as personal communion with his Father.

144:1.9 (1618.3) The central theme of the discussions throughout the entire month of September was prayer and worship. After they had discussed worship for some days, Jesus finally delivered his memorable discourse on prayer in answer to Thomas’s request: “Master, teach us how to pray.”

144:1.10 (1618.4) John had taught his disciples a prayer, a prayer for salvation in the coming kingdom. Although Jesus never forbade his followers to use John’s form of prayer, the apostles very early perceived that their Master did not fully approve of the practice of uttering set and formal prayers. Nevertheless, believers constantly requested to be taught how to pray. The twelve longed to know what form of petition Jesus would approve. And it was chiefly because of this need for some simple petition for the common people that Jesus at this time consented, in answer to Thomas’s request, to teach them a suggestive form of prayer. Jesus gave this lesson one afternoon in the third week of their sojourn on Mount Gilboa.


2. The Discourse on Prayer


144:2.1 (1618.5) “John indeed taught you a simple form of prayer: ‘O Father, cleanse us from sin, show us your glory, reveal your love, and let your spirit sanctify our hearts forevermore, Amen!’ He taught this prayer that you might have something to teach the multitude. He did not intend that you should use such a set and formal petition as the expression of your own souls in prayer.

144:2.2 (1618.6) “Prayer is entirely a personal and spontaneous expression of the attitude of the soul toward the spirit; prayer should be the communion of sonship and the expression of fellowship. Prayer, when indited by the spirit, leads to co-operative spiritual progress. The ideal prayer is a form of spiritual communion which leads to intelligent worship. True praying is the sincere attitude of reaching heavenward for the attainment of your ideals.

144:2.3 (1619.1) “Prayer is the breath of the soul and should lead you to be persistent in your attempt to ascertain the Father’s will. If any one of you has a neighbor, and you go to him at midnight and say: ‘Friend, lend me three loaves, for a friend of mine on a journey has come to see me, and I have nothing to set before him’; and if your neighbor answers, ‘Trouble me not, for the door is now shut and the children and I are in bed; therefore I cannot rise and give you bread,’ you will persist, explaining that your friend hungers, and that you have no food to offer him. I say to you, though your neighbor will not rise and give you bread because he is your friend, yet because of your importunity he will get up and give you as many loaves as you need. If, then, persistence will win favors even from mortal man, how much more will your persistence in the spirit win the bread of life for you from the willing hands of the Father in heaven. Again I say to you: Ask and it shall be given you; seek and you shall find; knock and it shall be opened to you. For every one who asks receives; he who seeks finds; and to him who knocks the door of salvation will be opened.

144:2.4 (1619.2) “Which of you who is a father, if his son asks unwisely, would hesitate to give in accordance with parental wisdom rather than in the terms of the son’s faulty petition? If the child needs a loaf, will you give him a stone just because he unwisely asks for it? If your son needs a fish, will you give him a watersnake just because it may chance to come up in the net with the fish and the child foolishly asks for the serpent? If you, then, being mortal and finite, know how to answer prayer and give good and appropriate gifts to your children, how much more shall your heavenly Father give the spirit and many additional blessings to those who ask him? Men ought always to pray and not become discouraged.

144:2.5 (1619.3) “Let me tell you the story of a certain judge who lived in a wicked city. This judge feared not God nor had respect for man. Now there was a needy widow in that city who came repeatedly to this unjust judge, saying, ‘Protect me from my adversary.’ For some time he would not give ear to her, but presently he said to himself: ‘Though I fear not God nor have regard for man, yet because this widow ceases not to trouble me, I will vindicate her lest she wear me out by her continual coming.’ These stories I tell you to encourage you to persist in praying and not to intimate that your petitions will change the just and righteous Father above. Your persistence, however, is not to win favor with God but to change your earth attitude and to enlarge your soul’s capacity for spirit receptivity.

144:2.6 (1619.4) “But when you pray, you exercise so little faith. Genuine faith will remove mountains of material difficulty which may chance to lie in the path of soul expansion and spiritual progress.”


3. The Believer’s Prayer


144:3.1 (1619.5) But the apostles were not yet satisfied; they desired Jesus to give them a model prayer which they could teach the new disciples. After listening to this discourse on prayer, James Zebedee said: “Very good, Master, but we do not desire a form of prayer for ourselves so much as for the newer believers who so frequently beseech us, ‘Teach us how acceptably to pray to the Father in heaven.’”

144:3.2 (1619.6) When James had finished speaking, Jesus said: “If, then, you still desire such a prayer, I would present the one which I taught my brothers and sisters in Nazareth”:


144:3.3 (1620.1) Our Father who is in heaven,

144:3.4 (1620.2) Hallowed be your name.

144:3.5 (1620.3) Your kingdom come; your will be done

144:3.6 (1620.4) On earth as it is in heaven.

144:3.7 (1620.5) Give us this day our bread for tomorrow;

144:3.8 (1620.6) Refresh our souls with the water of life.

144:3.9 (1620.7) And forgive us every one our debts

144:3.10 (1620.8) As we also have forgiven our debtors.

144:3.11 (1620.9) Save us in temptation, deliver us from evil,

144:3.12 (1620.10) And increasingly make us perfect like yourself.


144:3.13 (1620.11) It is not strange that the apostles desired Jesus to teach them a model prayer for believers. John the Baptist had taught his followers several prayers; all great teachers had formulated prayers for their pupils. The religious teachers of the Jews had some twenty-five or thirty set prayers which they recited in the synagogues and even on the street corners. Jesus was particularly averse to praying in public. Up to this time the twelve had heard him pray only a few times. They observed him spending entire nights at prayer or worship, and they were very curious to know the manner or form of his petitions. They were really hard pressed to know what to answer the multitudes when they asked to be taught how to pray as John had taught his disciples.

144:3.14 (1620.12) Jesus taught the twelve always to pray in secret; to go off by themselves amidst the quiet surroundings of nature or to go in their rooms and shut the doors when they engaged in prayer.

144:3.15 (1620.13) After Jesus’ death and ascension to the Father it became the practice of many believers to finish this so-called Lord’s prayer by the addition of—“In the name of the Lord Jesus Christ.” Still later on, two lines were lost in copying, and there was added to this prayer an extra clause, reading: “For yours is the kingdom and the power and the glory, forevermore.”

144:3.16 (1620.14) Jesus gave the apostles the prayer in collective form as they had prayed it in the Nazareth home. He never taught a formal personal prayer, only group, family, or social petitions. And he never volunteered to do that.

144:3.17 (1620.15) Jesus taught that effective prayer must be:


144:3.18 (1620.16) 1. Unselfish—not alone for oneself.

144:3.19 (1620.17) 2. Believing—according to faith.

144:3.20 (1620.18) 3. Sincere—honest of heart.

144:3.21 (1620.19) 4. Intelligent—according to light.

144:3.22 (1620.20) 5. Trustful—in submission to the Father’s all-wise will.


144:3.23 (1620.21) When Jesus spent whole nights on the mountain in prayer, it was mainly for his disciples, particularly for the twelve. The Master prayed very little for himself, although he engaged in much worship of the nature of understanding communion with his Paradise Father.


4. More About Prayer


144:4.1 (1620.22) For days after the discourse on prayer the apostles continued to ask the Master questions regarding this all-important and worshipful practice. Jesus’ instruction to the apostles during these days, regarding prayer and worship, may be summarized and restated in modern phraseology as follows:

144:4.2 (1621.1) The earnest and longing repetition of any petition, when such a prayer is the sincere expression of a child of God and is uttered in faith, no matter how ill-advised or impossible of direct answer, never fails to expand the soul’s capacity for spiritual receptivity.

144:4.3 (1621.2) In all praying, remember that sonship is a gift. No child has aught to do with earning the status of son or daughter. The earth child comes into being by the will of its parents. Even so, the child of God comes into grace and the new life of the spirit by the will of the Father in heaven. Therefore must the kingdom of heaven—divine sonship—be received as by a little child. You earn righteousness—progressive character development—but you receive sonship by grace and through faith.

144:4.4 (1621.3) Prayer led Jesus up to the supercommunion of his soul with the Supreme Rulers of the universe of universes. Prayer will lead the mortals of earth up to the communion of true worship. The soul’s spiritual capacity for receptivity determines the quantity of heavenly blessings which can be personally appropriated and consciously realized as an answer to prayer.

144:4.5 (1621.4) Prayer and its associated worship is a technique of detachment from the daily routine of life, from the monotonous grind of material existence. It is an avenue of approach to spiritualized self-realization and individuality of intellectual and religious attainment.

144:4.6 (1621.5) Prayer is an antidote for harmful introspection. At least, prayer as the Master taught it is such a beneficent ministry to the soul. Jesus consistently employed the beneficial influence of praying for one’s fellows. The Master usually prayed in the plural, not in the singular. Only in the great crises of his earth life did Jesus ever pray for himself.

144:4.7 (1621.6) Prayer is the breath of the spirit life in the midst of the material civilization of the races of mankind. Worship is salvation for the pleasure-seeking generations of mortals.

144:4.8 (1621.7) As prayer may be likened to recharging the spiritual batteries of the soul, so worship may be compared to the act of tuning in the soul to catch the universe broadcasts of the infinite spirit of the Universal Father.

144:4.9 (1621.8) Prayer is the sincere and longing look of the child to its spirit Father; it is a psychologic process of exchanging the human will for the divine will. Prayer is a part of the divine plan for making over that which is into that which ought to be.

144:4.10 (1621.9) One of the reasons why Peter, James, and John, who so often accompanied Jesus on his long night vigils, never heard Jesus pray, was because their Master so rarely uttered his prayers as spoken words. Practically all of Jesus’ praying was done in the spirit and in the heart—silently.

144:4.11 (1621.10) Of all the apostles, Peter and James came the nearest to comprehending the Master’s teaching about prayer and worship.


5. Other Forms of Prayer


144:5.1 (1621.11) From time to time, during the remainder of Jesus’ sojourn on earth, he brought to the notice of the apostles several additional forms of prayer, but he did this only in illustration of other matters, and he enjoined that these “parable prayers” should not be taught to the multitudes. Many of them were from other inhabited planets, but this fact Jesus did not reveal to the twelve. Among these prayers were the following:


144:5.2 (1622.1) Our Father in whom consist the universe realms,

144:5.3 (1622.2) Uplifted be your name and all-glorious your character.

144:5.4 (1622.3) Your presence encompasses us, and your glory is manifested

144:5.5 (1622.4) Imperfectly through us as it is in perfection shown on high.

144:5.6 (1622.5) Give us this day the vivifying forces of light,

144:5.7 (1622.6) And let us not stray into the evil bypaths of our imagination,

144:5.8 (1622.7) For yours is the glorious indwelling, the everlasting power,

144:5.9 (1622.8) And to us, the eternal gift of the infinite love of your Son.

144:5.10 (1622.9) Even so, and everlastingly true.


* * *


144:5.12 (1622.10) Our creative Parent, who is in the center of the universe,

144:5.13 (1622.11) Bestow upon us your nature and give to us your character.

144:5.14 (1622.12) Make us sons and daughters of yours by grace

144:5.15 (1622.13) And glorify your name through our eternal achievement.

144:5.16 (1622.14) Your adjusting and controlling spirit give to live and dwell within us

144:5.17 (1622.15) That we may do your will on this sphere as angels do your bidding in light.

144:5.18 (1622.16) Sustain us this day in our progress along the path of truth.

144:5.19 (1622.17) Deliver us from inertia, evil, and all sinful transgression.

144:5.20 (1622.18) Be patient with us as we show loving-kindness to our fellows.

144:5.21 (1622.19) Shed abroad the spirit of your mercy in our creature hearts.

144:5.22 (1622.20) Lead us by your own hand, step by step, through the uncertain maze of life,

144:5.23 (1622.21) And when our end shall come, receive into your own bosom our faithful spirits.

144:5.24 (1622.22) Even so, not our desires but your will be done.


* * *


144:5.26 (1622.23) Our perfect and righteous heavenly Father,

144:5.27 (1622.24) This day guide and direct our journey.

144:5.28 (1622.25) Sanctify our steps and co-ordinate our thoughts.

144:5.29 (1622.26) Ever lead us in the ways of eternal progress.

144:5.30 (1622.27) Fill us with wisdom to the fullness of power

144:5.31 (1622.28) And vitalize us with your infinite energy.

144:5.32 (1622.29) Inspire us with the divine consciousness of

144:5.33 (1622.30) The presence and guidance of the seraphic hosts.

144:5.34 (1622.31) Guide us ever upward in the pathway of light;

144:5.35 (1622.32) Justify us fully in the day of the great judgment.

144:5.36 (1622.33) Make us like yourself in eternal glory

144:5.37 (1622.34) And receive us into your endless service on high.


* * *


144:5.39 (1622.35) Our Father who is in the mystery,

144:5.40 (1622.36) Reveal to us your holy character.

144:5.41 (1622.37) Give your children on earth this day

144:5.42 (1622.38) To see the way, the light, and the truth.

144:5.43 (1622.39) Show us the pathway of eternal progress

144:5.44 (1622.40) And give us the will to walk therein.

144:5.45 (1622.41) Establish within us your divine kingship

144:5.46 (1622.42) And thereby bestow upon us the full mastery of self.

144:5.47 (1622.43) Let us not stray into paths of darkness and death;

144:5.48 (1622.44) Lead us everlastingly beside the waters of life.

144:5.49 (1622.45) Hear these our prayers for your own sake;

144:5.50 (1622.46) Be pleased to make us more and more like yourself.

144:5.51 (1623.1) At the end, for the sake of the divine Son,

144:5.52 (1623.2) Receive us into the eternal arms.

144:5.53 (1623.3) Even so, not our will but yours be done.


* * *


144:5.55 (1623.4) Glorious Father and Mother, in one parent combined,

144:5.56 (1623.5) Loyal would we be to your divine nature.

144:5.57 (1623.6) Your own self to live again in and through us

144:5.58 (1623.7) By the gift and bestowal of your divine spirit,

144:5.59 (1623.8) Thus reproducing you imperfectly in this sphere

144:5.60 (1623.9) As you are perfectly and majestically shown on high.

144:5.61 (1623.10) Give us day by day your sweet ministry of brotherhood

144:5.62 (1623.11) And lead us moment by moment in the pathway of loving service.

144:5.63 (1623.12) Be you ever and unfailingly patient with us

144:5.64 (1623.13) Even as we show forth your patience to our children.

144:5.65 (1623.14) Give us the divine wisdom that does all things well

144:5.66 (1623.15) And the infinite love that is gracious to every creature.

144:5.67 (1623.16) Bestow upon us your patience and loving-kindness

144:5.68 (1623.17) That our charity may enfold the weak of the realm.

144:5.69 (1623.18) And when our career is finished, make it an honor to your name,

144:5.70 (1623.19) A pleasure to your good spirit, and a satisfaction to our soul helpers.

144:5.71 (1623.20) Not as we wish, our loving Father, but as you desire the eternal good of your mortal children,

144:5.72 (1623.21) Even so may it be.


* * *


144:5.74 (1623.22) Our all-faithful Source and all-powerful Center,

144:5.75 (1623.23) Reverent and holy be the name of your all-gracious Son.

144:5.76 (1623.24) Your bounties and your blessings have descended upon us,

144:5.77 (1623.25) Thus empowering us to perform your will and execute your bidding.

144:5.78 (1623.26) Give us moment by moment the sustenance of the tree of life;

144:5.79 (1623.27) Refresh us day by day with the living waters of the river thereof.

144:5.80 (1623.28) Step by step lead us out of darkness and into the divine light.

144:5.81 (1623.29) Renew our minds by the transformations of the indwelling spirit,

144:5.82 (1623.30) And when the mortal end shall finally come upon us,

144:5.83 (1623.31) Receive us to yourself and send us forth in eternity.

144:5.84 (1623.32) Crown us with celestial diadems of fruitful service,

144:5.85 (1623.33) And we shall glorify the Father, the Son, and the Holy Influence.

144:5.86 (1623.34) Even so, throughout a universe without end.


* * *


144:5.88 (1623.35) Our Father who dwells in the secret places of the universe,

144:5.89 (1623.36) Honored be your name, reverenced your mercy, and respected your judgment.

144:5.90 (1623.37) Let the sun of righteousness shine upon us at noontime,

144:5.91 (1623.38) While we beseech you to guide our wayward steps in the twilight.

144:5.92 (1623.39) Lead us by the hand in the ways of your own choosing

144:5.93 (1623.40) And forsake us not when the path is hard and the hours are dark.

144:5.94 (1623.41) Forget us not as we so often neglect and forget you.

144:5.95 (1623.42) But be you merciful and love us as we desire to love you.

144:5.96 (1623.43) Look down upon us in kindness and forgive us in mercy

144:5.97 (1623.44) As we in justice forgive those who distress and injure us.

144:5.98 (1624.1) May the love, devotion, and bestowal of the majestic Son

144:5.99 (1624.2) Make available life everlasting with your endless mercy and love.

144:5.100 (1624.3) May the God of universes bestow upon us the full measure of his spirit;

144:5.101 (1624.4) Give us grace to yield to the leading of this spirit.

144:5.102 (1624.5) By the loving ministry of devoted seraphic hosts

144:5.103 (1624.6) May the Son guide and lead us to the end of the age.

144:5.104 (1624.7) Make us ever and increasingly like yourself

144:5.105 (1624.8) And at our end receive us into the eternal Paradise embrace.

144:5.106 (1624.9) Even so, in the name of the bestowal Son

144:5.107 (1624.10) And for the honor and glory of the Supreme Father.


144:5.108 (1624.11) Though the apostles were not at liberty to present these prayer lessons in their public teachings, they profited much from all of these revelations in their personal religious experiences. Jesus utilized these and other prayer models as illustrations in connection with the intimate instruction of the twelve, and specific permission has been granted for transcribing these seven specimen prayers into this record.


6. Conference with John’s Apostles


144:6.1 (1624.12) Around the first of October, Philip and some of his fellow apostles were in a near-by village buying food when they met some of the apostles of John the Baptist. As a result of this chance meeting in the market place there came about a three weeks’ conference at the Gilboa camp between the apostles of Jesus and the apostles of John, for John had recently appointed twelve of his leaders to be apostles, following the precedent of Jesus. John had done this in response to the urging of Abner, the chief of his loyal supporters. Jesus was present at the Gilboa camp throughout the first week of this joint conference but absented himself the last two weeks.

144:6.2 (1624.13) By the beginning of the second week of this month, Abner had assembled all of his associates at the Gilboa camp and was prepared to go into council with the apostles of Jesus. For three weeks these twenty-four men were in session three times a day and for six days each week. The first week Jesus mingled with them between their forenoon, afternoon, and evening sessions. They wanted the Master to meet with them and preside over their joint deliberations, but he steadfastly refused to participate in their discussions, though he did consent to speak to them on three occasions. These talks by Jesus to the twenty-four were on sympathy, co-operation, and tolerance.

144:6.3 (1624.14) Andrew and Abner alternated in presiding over these joint meetings of the two apostolic groups. These men had many difficulties to discuss and numerous problems to solve. Again and again would they take their troubles to Jesus, only to hear him say: “I am concerned only with your personal and purely religious problems. I am the representative of the Father to the individual, not to the group. If you are in personal difficulty in your relations with God, come to me, and I will hear you and counsel you in the solution of your problem. But when you enter upon the co-ordination of divergent human interpretations of religious questions and upon the socialization of religion, you are destined to solve all such problems by your own decisions. Albeit, I am ever sympathetic and always interested, and when you arrive at your conclusions touching these matters of nonspiritual import, provided you are all agreed, then I pledge in advance my full approval and hearty co-operation. And now, in order to leave you unhampered in your deliberations, I am leaving you for two weeks. Be not anxious about me, for I will return to you. I will be about my Father’s business, for we have other realms besides this one.”

144:6.4 (1625.1) After thus speaking, Jesus went down the mountainside, and they saw him no more for two full weeks. And they never knew where he went or what he did during these days. It was some time before the twenty-four could settle down to the serious consideration of their problems, they were so disconcerted by the absence of the Master. However, within a week they were again in the heart of their discussions, and they could not go to Jesus for help.

144:6.5 (1625.2) The first item the group agreed upon was the adoption of the prayer which Jesus had so recently taught them. It was unanimously voted to accept this prayer as the one to be taught believers by both groups of apostles.

144:6.6 (1625.3) They next decided that, as long as John lived, whether in prison or out, both groups of twelve apostles would go on with their work, and that joint meetings for one week would be held every three months at places to be agreed upon from time to time.

144:6.7 (1625.4) But the most serious of all their problems was the question of baptism. Their difficulties were all the more aggravated because Jesus had refused to make any pronouncement upon the subject. They finally agreed: As long as John lived, or until they might jointly modify this decision, only the apostles of John would baptize believers, and only the apostles of Jesus would finally instruct the new disciples. Accordingly, from that time until after the death of John, two of the apostles of John accompanied Jesus and his apostles to baptize believers, for the joint council had unanimously voted that baptism was to become the initial step in the outward alliance with the affairs of the kingdom.

144:6.8 (1625.5) It was next agreed, in case of the death of John, that the apostles of John would present themselves to Jesus and become subject to his direction, and that they would baptize no more unless authorized by Jesus or his apostles.

144:6.9 (1625.6) And then was it voted that, in case of John’s death, the apostles of Jesus would begin to baptize with water as the emblem of the baptism of the divine Spirit. As to whether or not repentance should be attached to the preaching of baptism was left optional; no decision was made binding upon the group. John’s apostles preached, “Repent and be baptized.” Jesus’ apostles proclaimed, “Believe and be baptized.”

144:6.10 (1625.7) And this is the story of the first attempt of Jesus’ followers to co-ordinate divergent efforts, compose differences of opinion, organize group undertakings, legislate on outward observances, and socialize personal religious practices.

144:6.11 (1625.8) Many other minor matters were considered and their solutions unanimously agreed upon. These twenty-four men had a truly remarkable experience these two weeks when they were compelled to face problems and compose difficulties without Jesus. They learned to differ, to debate, to contend, to pray, and to compromise, and throughout it all to remain sympathetic with the other person’s viewpoint and to maintain at least some degree of tolerance for his honest opinions.

144:6.12 (1625.9) On the afternoon of their final discussion of financial questions, Jesus returned, heard of their deliberations, listened to their decisions, and said: “These, then, are your conclusions, and I shall help you each to carry out the spirit of your united decisions.”

144:6.13 (1626.1) Two months and a half from this time John was executed, and throughout this period the apostles of John remained with Jesus and the twelve. They all worked together and baptized believers during this season of labor in the cities of the Decapolis. The Gilboa camp was broken up on November 2, a.d. 27.


7. In the Decapolis Cities


144:7.1 (1626.2) Throughout the months of November and December, Jesus and the twenty-four worked quietly in the Greek cities of the Decapolis, chiefly in Scythopolis, Gerasa, Abila, and Gadara. This was really the end of that preliminary period of taking over John’s work and organization. Always does the socialized religion of a new revelation pay the price of compromise with the established forms and usages of the preceding religion which it seeks to salvage. Baptism was the price which the followers of Jesus paid in order to carry with them, as a socialized religious group, the followers of John the Baptist. John’s followers, in joining Jesus’ followers, gave up just about everything except water baptism.

144:7.2 (1626.3) Jesus did little public teaching on this mission to the cities of the Decapolis. He spent considerable time teaching the twenty-four and had many special sessions with John’s twelve apostles. In time they became more understanding as to why Jesus did not go to visit John in prison, and why he made no effort to secure his release. But they never could understand why Jesus did no marvelous works, why he refused to produce outward signs of his divine authority. Before coming to the Gilboa camp, they had believed in Jesus mostly because of John’s testimony, but soon they were beginning to believe as a result of their own contact with the Master and his teachings.

144:7.3 (1626.4) For these two months the group worked most of the time in pairs, one of Jesus’ apostles going out with one of John’s. The apostle of John baptized, the apostle of Jesus instructed, while they both preached the gospel of the kingdom as they understood it. And they won many souls among these gentiles and apostate Jews.

144:7.4 (1626.5) Abner, the chief of John’s apostles, became a devout believer in Jesus and was later on made the head of a group of seventy teachers whom the Master commissioned to preach the gospel.


8. In Camp Near Pella


144:8.1 (1626.6) The latter part of December they all went over near the Jordan, close by Pella, where they again began to teach and preach. Both Jews and gentiles came to this camp to hear the gospel. It was while Jesus was teaching the multitude one afternoon that some of John’s special friends brought the Master the last message which he ever had from the Baptist.

144:8.2 (1626.7) John had now been in prison a year and a half, and most of this time Jesus had labored very quietly; so it was not strange that John should be led to wonder about the kingdom. John’s friends interrupted Jesus’ teaching to say to him: “John the Baptist has sent us to ask—are you truly the Deliverer, or shall we look for another?”

144:8.3 (1626.8) Jesus paused to say to John’s friends: “Go back and tell John that he is not forgotten. Tell him what you have seen and heard, that the poor have good tidings preached to them.” And when Jesus had spoken further to the messengers of John, he turned again to the multitude and said: “Do not think that John doubts the gospel of the kingdom. He makes inquiry only to assure his disciples who are also my disciples. John is no weakling. Let me ask you who heard John preach before Herod put him in prison: What did you behold in John—a reed shaken with the wind? A man of changeable moods and clothed in soft raiment? As a rule they who are gorgeously appareled and who live delicately are in kings’ courts and in the mansions of the rich. But what did you see when you beheld John? A prophet? Yes, I say to you, and much more than a prophet. Of John it was written: ‘Behold, I send my messenger before your face; he shall prepare the way before you.’

144:8.4 (1627.1) “Verily, verily, I say to you, among those born of women there has not arisen a greater than John the Baptist; yet he who is but small in the kingdom of heaven is greater because he has been born of the spirit and knows that he has become a son of God.”

144:8.5 (1627.2) Many who heard Jesus that day submitted themselves to John’s baptism, thereby publicly professing entrance into the kingdom. And the apostles of John were firmly knit to Jesus from that day forward. This occurrence marked the real union of John’s and Jesus’ followers.

144:8.6 (1627.3) After the messengers had conversed with Abner, they departed for Machaerus to tell all this to John. He was greatly comforted, and his faith was strengthened by the words of Jesus and the message of Abner.

144:8.7 (1627.4) On this afternoon Jesus continued to teach, saying: “But to what shall I liken this generation? Many of you will receive neither John’s message nor my teaching. You are like the children playing in the market place who call to their fellows and say: ‘We piped for you and you did not dance; we wailed and you did not mourn.’ And so with some of you. John came neither eating nor drinking, and they said he had a devil. The Son of Man comes eating and drinking, and these same people say: ‘Behold, a gluttonous man and a winebibber, a friend of publicans and sinners!’ Truly, wisdom is justified by her children.

144:8.8 (1627.5) “It would appear that the Father in heaven has hidden some of these truths from the wise and haughty, while he has revealed them to babes. But the Father does all things well; the Father reveals himself to the universe by the methods of his own choosing. Come, therefore, all you who labor and are heavy laden, and you shall find rest for your souls. Take upon you the divine yoke, and you will experience the peace of God, which passes all understanding.”


9. Death of John the Baptist


144:9.1 (1627.6) John the Baptist was executed by order of Herod Antipas on the evening of January 10, a.d. 28. The next day a few of John’s disciples who had gone to Machaerus heard of his execution and, going to Herod, made request for his body, which they put in a tomb, later giving it burial at Sebaste, the home of Abner. The following day, January 12, they started north to the camp of John’s and Jesus’ apostles near Pella, and they told Jesus about the death of John. When Jesus heard their report, he dismissed the multitude and, calling the twenty-four together, said: “John is dead. Herod has beheaded him. Tonight go into joint council and arrange your affairs accordingly. There shall be delay no longer. The hour has come to proclaim the kingdom openly and with power. Tomorrow we go into Galilee.”

144:9.2 (1627.7) Accordingly, early on the morning of January 13, a.d. 28, Jesus and the apostles, accompanied by some twenty-five disciples, made their way to Capernaum and lodged that night in Zebedee’s house.

 

Documento 144

Em Gilboa e na Decápolis

144:0.1 (1617.1) SETEMBRO e outubro foram passados em retiro num acampamento isolado, nos declives do monte Gilboa. O mês de setembro Jesus passou-o lá, a sós com os seus apóstolos, ensinando-lhes e instruindo-os sobre as verdades do Reino.

144:0.2 (1617.2) Havia uma série de razões para que Jesus e os seus apóstolos se mantivessem retirados nas fronteiras de Samaria e da Decápolis, durante esse período. Os dirigentes religiosos de Jerusalém estavam bastante hostis para com eles; Herodes Antipas ainda mantinha João na prisão, temendo libertá-lo, tanto quanto executá-lo; e havia suspeitas de que João e Jesus mantivessem ainda alguma forma de ligação. Essas condições tornaram contra-indicado planejar qualquer trabalho mais intenso, tanto na Judéia quanto na Galiléia. Havia uma terceira razão: a tensão, que aumentava pouco a pouco, entre os líderes dos discípulos de João e os apóstolos de Jesus; e que ficou agravada com o número cada vez maior de crentes.

144:0.3 (1617.3) Jesus sabia que os dias de trabalhos preliminares, de ensinamento e de pregação, estavam quase terminados, que o próximo passo envolvia o começo do esforço maior e final da sua vida na Terra, e não queria que o deslanchar desse empreendimento fosse, de nenhum modo, penoso nem embaraçoso para João Batista. Jesus, portanto, havia decidido passar algum tempo em retiro, repassando tudo com os seus apóstolos, para depois, então, fazer reservadamente algum trabalho, nas cidades da Decápolis, até que João fosse executado ou libertado para juntar-se a eles, com vistas a um esfoço unificado.

 

1. O Acampamento de Gilboa

 

144:1.1 (1617.4) Com o passar do tempo, o grupo dos doze tornou-se mais devotado a Jesus e mais profundamente compromissados com o trabalho do Reino. A devoção deles era, em grande parte, uma questão de lealdade pessoal. Eles não captavam o ensinamento multifacetado de Jesus; eles não compreendiam plenamente a natureza nem o significado da sua auto-outorga na Terra.

144:1.2 (1617.5) Jesus deixou claro, para os seus apóstolos, que estavam todos em retiro por três razões:

144:1.3 (1617.6) 1. Confirmar o entendimento e a fé, que deviam ter no evangelho do Reino.

144:1.4 (1617.7) 2. Dar tempo para que a oposição ao trabalho deles, na Judéia e na Galiléia, se acalmasse.

144:1.5 (1617.8) 3. E aguardar o destino de João Batista.

144:1.6 (1617.9) Enquanto permaneceram em Gilboa, Jesus contou aos doze muitas coisas sobre a primeira parte da sua vida e das suas experiências no monte Hermom; revelou também algo do que acontecera nas colinas, durante os quarenta dias imediatamente após o seu batismo. E ordenou diretamente a eles que não contassem a nenhum homem sobre essas experiências, antes que ele voltasse para o Pai.

144:1.7 (1618.1) Durante essas semanas do mês de setembro, eles descansaram, conversaram, rememoraram as próprias experiências desde que Jesus os chamara para o serviço e empenharam-se em um esforço sério para coordenar tudo o que o Mestre lhes havia ensinado até então. Até um certo ponto, todos sentiam que essa seria a última oportunidade para um descanso prolongado. Compreenderam que o seu próximo esforço público, tanto na Judéia quanto na Galiléia, marcaria o começo da proclamação final do Reino vindouro, mas não tinham uma idéia formada sobre o que o Reino seria, quando viesse. João e André julgavam que o Reino já tinha vindo; Pedro e Tiago acreditavam que estava ainda para vir; Natanael e Tomé confessavam francamente estar perplexos; Mateus, Filipe e Simão zelote viam-se incertos e confusos; os gêmeos mantinham-se em uma ignorância abençoada sobre a controvérsia; e Judas Iscariotes permanecia silencioso, desligado de comprometimentos.

144:1.8 (1618.2) Durante grande parte desse período, Jesus permaneceu a sós na montanha perto do acampamento. Ocasionalmente levava Pedro, Tiago ou João junto consigo, mas, mais freqüentemente, distanciava-se para orar ou comungar a sós. Depois do batismo de Jesus, e dos quarenta dias nas colinas pereianas, não é próprio falar desses períodos de comunhão com o seu Pai como sendo de preces, nem é compatível falar de Jesus adorando, mas é inteiramente correto fazer alusão a esses períodos como sendo de uma comunhão pessoal com o seu Pai.

144:1.9 (1618.3) O tema central das conversas durante todo o mês de setembro foi a prece e a adoração. Depois de haverem discutido sobre a adoração, por alguns dias, Jesus finalmente pronunciou o seu memorável discurso sobre a oração, em resposta ao pedido de Tomé: “Mestre, ensina-nos como orar”.

144:1.10 (1618.4) João havia ensinado aos seus discípulos uma prece, uma prece para a salvação no Reino vindouro. Embora Jesus nunca tenha proibido os seus seguidores de usar a forma de oração ensinada por João, os apóstolos perceberam logo que o Mestre não aprovava totalmente a prática de utilizar orações formalmente estabelecidas. Entretanto, os crentes solicitavam constantemente que se lhes fosse ensinado como fazer as preces. Os doze almejavam saber qual a forma de súplica que Jesus aprovaria. E foi principalmente por causa da necessidade de uma prece simples, para a gente comum, que Jesus consentiu, nessa época, em responder ao pedido de Tomé, de ensinar-lhes uma forma sugestiva de prece. Jesus deu essa lição em uma tarde, na terceira semana da permanência deles no monte Gilboa.

 

2. O Discurso sobre a Prece

 

144:2.1 (1618.5) “De fato, João ensinou-vos uma forma simples de prece: ‘Ó Pai, purifica-nos do pecado, mostra-nos Tua glória, revela-nos Teu amor e deixa que Teu espírito santifique nossos corações, para todo o sempre. Amém!’ Ele ensinou essa prece para que tivésseis alguma coisa a ensinar à multidão. Mas não teve a intenção de que usásseis essa súplica de modo fixo e formal como expressão da oração das vossas próprias almas.

144:2.2 (1618.6) “A prece é uma expressão inteiramente pessoal e espontânea da atitude da alma com o espírito; a prece deveria ser a comunhão da filiação e a expressão da fraternidade. A prece, quando ditada pelo espírito, conduz ao progresso espiritual cooperador. A prece ideal é uma forma de comunhão espiritual, que conduz à adoração inteligente. A verdadeira oração é uma forma sincera de estender a mão na direção do céu para alcançar os vossos ideais.

144:2.3 (1619.1) “A prece é o respirar da alma e deveria levar-vos à persistência na tentativa de melhor conhecerdes sobre a vontade do Pai. Se, dentre vós, houver um que tenha um vizinho e se este for a ele à meia-noite e disser: ‘Amigo, empresta-me três pães, pois um amigo chegou de viagem para ver-me e nada eu tenho para oferecer-lhe’; e se o vizinho responder: ‘Não me incomodes, pois a porta agora está fechada, as crianças e eu estamos na cama, e eu não posso levantar-me e dar-te pão’; ele persistirá, explicando-lhe que o amigo tem fome e que ele não tem nenhuma comida para oferecer. Eu vos digo, embora o vizinho não vá se levantar para dar-lhe o pão, só porque é um amigo; mas que, em vista do inoportunismo, ele poderá acabar levantando-se e dando-lhe tantos pães quantos forem necessários. E então, se a persistência consegue favores até do homem mortal, quão mais a vossa persistência conseguirá, em espírito, do pão da vida, das mãos dispostas do Pai nos céus. E, de novo, vos digo: Pedi e vos será dado; buscai e encontrareis; batei e a porta abrir-se-á para vós. Pois todos aqueles que pedem, recebem; e aquele que busca, encontra; e, para quem bate, a porta da salvação será aberta.

144:2.4 (1619.2) “Qual de vós, sendo pai, se o vosso filho fizer um pedido tolo, hesitaria em dar-lhe, preferivelmente, mais de acordo com a vossa sabedoria de pai, do que nos termos do pedido errado do filho? Porque, caso a criança necessite de um pão, dar-lhe-ias uma pedra, apenas porque tolamente ela pediu a pedra? Se o filho necessita de um peixe, dareis a ele uma cobra d’água, apenas porque ela veio na rede com os peixes e porque a criança imprudentemente pede a serpente? Se, pois, sendo mortais e finitos, sabeis como corresponder a um pedido e como fazer a dádiva boa e apropriada às vossas crianças, quão mais não dará em espírito, o Pai celeste, e de bênçãos adicionais àqueles que pedem? Os homens deveriam sempre orar e não se deixar desencorajar.

144:2.5 (1619.3) “Deixai que eu vos conte a história de um certo juiz que vivia em uma cidade perversa. Esse juiz não temia a Deus, nem tinha respeito pelos homens. Ora, nessa cidade havia uma viúva em necessidade e, repetidamente, ela vinha a esse juiz injusto dizendo: ‘proteja-me do meu adversário’. Por algum tempo ele não quis dar-lhe ouvidos, mas em breve ele disse a si próprio: ‘Ora, mesmo não temendo a Deus nem tendo consideração pelos homens, pelo fato dessa viúva não parar de me incomodar, eu farei jus à reivindicação dela, para que deixe de me cansar com as suas contínuas vindas’. Essas histórias eu as conto a vós para encorajar-vos a persistir na prece e não pensem que os vossos pedidos possam modificar o Pai justo e reto lá no alto. A vossa persistência, contudo, não serve para ganhar favores junto a Deus, mas para modificar a vossa atitude terrena e ampliar a capacidade de receptividade da vossa alma para com o espírito.

144:2.6 (1619.4) “No entanto, quando orais, colocais tão pouca fé. A fé verdadeira removerá montanhas de dificuldades materiais que podem estar colocadas no meio do caminho da expansão da alma e do progresso espiritual”.

 

3. A Prece Daquele que Crê

 

144:3.1 (1619.5) Todavia, os apóstolos não estavam ainda satisfeitos, desejavam que Jesus lhes desse um modelo de prece, o qual pudesse ser ensinado aos novos discípulos. Depois de ouvir esse discurso sobre a prece, Tiago Zebedeu disse: “Muito bom, Mestre, mas nós não desejamos uma forma de prece para nós próprios, tanto quanto para os crentes mais recentes, que tão freqüentemente nos pedem: ‘Ensinai-nos como orar de um modo aceitável, para o Pai no céu’”.

144:3.2 (1619.6) Quando Tiago terminou de falar, Jesus disse: “Nesse caso, então, como ainda aguardais uma prece, eu gostaria de apresentar-vos aquela que ensinei aos meus irmãos e irmãs, na minha casa em Nazaré:

 

144:3.3 (1620.1) “Pai nosso que estais no céu

144:3.4 (1620.2) Santificado seja o vosso nome.

144:3.5 (1620.3) Vinde a nós o vosso Reino; a vossa vontade seja feita

144:3.6 (1620.4) na Terra, assim como no céu.

144:3.7 (1620.5) O pão nosso de amanhã, dai-nos neste dia;

144:3.8 (1620.6) Refrescai as nossas almas com a água da vida.

144:3.9 (1620.7) E perdoai-nos de todas as nossas dívidas

144:3.10 (1620.8) Como nós perdoamos também aos nossos devedores.

144:3.11 (1620.9) Salvai-nos da tentação, e livrai-nos do mal,

144:3.12 (1620.10) E fazei-nos sempre mais perfeitos, como Vós o sois”.

 

144:3.13 (1620.11) Não é de se estranhar que os apóstolos desejassem que Jesus lhes ensinasse uma prece como modelo para os crentes. João Batista havia ensinado várias preces aos seus seguidores; todos os grandes instrutores formularam preces para os seus alunos. Os instrutores religiosos dos judeus possuíam umas vinte e cinco ou trinta preces prontas, que recitavam nas sinagogas e mesmo nas esquinas. Jesus era particularmente avesso a orar em público. Até esse momento, os doze haviam-no ouvido orar apenas umas poucas vezes. Eles viram-no passando noites inteiras em prece ou em adoração; e estavam muito curiosos para conhecer o modo ou a forma dos seus pedidos. Sentiam-se realmente muito pressionados a saber qual resposta dar às multidões quando pedissem que lhes fosse ensinado como orar, como João havia ensinado aos seus discípulos.

144:3.14 (1620.12) Jesus ensinou aos doze que orassem sempre reservadamente; e pediu-lhes que ficassem a sós, em meio a redondezas silenciosas, junto à natureza, ou que fossem aos seus quartos e fechassem as portas, quando estivessem fazendo as preces.

144:3.15 (1620.13) Depois da morte e da ascensão de Jesus ao Pai, entre muitos crentes, tornou- se prática terminar esta que é chamada a oração do Senhor, acrescentando: “Em nome do Senhor Jesus Cristo”. E, ainda mais tarde, duas linhas foram perdidas na transcrição, e, a essa prece, foi acrescentada uma afirmação suplementar que dizia: “Pois a vós pertence o Reino, e o poder e a glória, para todo o sempre”.

144:3.16 (1620.14) Jesus deu aos apóstolos a prece em forma coletiva, como eles haviam orado no lar em Nazaré. Ele nunca ensinou uma prece formal, pessoal, apenas preces grupais, familiares ou sociais. E nunca se dispôs a fazer isso.

144:3.17 (1620.15) Jesus ensinou que a prece eficiente deve ser:

144:3.18 (1620.16) 1. Não-egoísta — não apenas para si próprio.

144:3.19 (1620.17) 2. Crente — de acordo com a fé.

144:3.20 (1620.18) 3. Sincera — honesta de coração.

144:3.21 (1620.19) 4. Inteligente — de acordo com a luz.

144:3.22 (1620.20) 5. Confiante — em submissão à vontade totalmente sábia do Pai.

144:3.23 (1620.21) Quando Jesus passou noites inteiras na montanha, em prece, ele o fez principalmente pelos seus discípulos, e particularmente pelos doze. Pouquíssimas preces do Mestre eram feitas para si próprio; embora praticasse bastante a adoração, aquela adoração cuja natureza é a comunhão de compreensão com seu Pai do Paraíso.

 

4. Mais sobre a Prece

 

144:4.1 (1620.22) Dias depois do discurso sobre a prece, os apóstolos ainda continuavam a fazer perguntas ao Mestre a respeito desta prática de suma importância: a da adoração. A instrução de Jesus aos apóstolos, durante esses dias, a respeito da prece e da adoração, pode ser restabelecida na forma moderna, do modo como a seguir está resumido:

144:4.2 (1621.1) A repetição sincera e veemente de qualquer prece, quando esta é a expressão sincera de um filho de Deus e é feita com fé, não importando o quanto seja improvável ou impossível que se obtenha uma resposta direta a ela, servirá sempre para expandir a capacidade de receptividade espiritual da alma.

144:4.3 (1621.2) Em todas as preces, lembrai que a filiação é uma dádiva. Nenhum filho nada tem a ver quanto a ganhar a posição de filho ou de filha. O filho da Terra nasce pela vontade dos seus pais. E também assim, o filho de Deus recebe essa graça, e a nova vida do espírito, pela vontade do Pai no céu. E, por isso, o Reino do céu — a filiação divina — deve ser recebido como se fôssemos criancinhas. A retidão vós a conquistais — o desenvolvimento progressivo do caráter — , mas a filiação vós a recebeis como uma graça e por meio da fé.

144:4.4 (1621.3) A prece conduziu Jesus à supercomunhão de alma com os Dirigentes Supremos do universo dos universos. A prece conduzirá os mortais da Terra à comunhão da verdadeira adoração. A capacidade espiritual de receptividade da alma determina a quantidade das bênçãos celestes que podem ser pessoalmente apropriadas e conscientemente realizadas, em resposta à prece.

144:4.5 (1621.4) A prece, e a adoração associada a ela, é como a prática de um distanciamento da rotina diária da vida, do desgaste monótono da existência material. É um amplo caminho de aproximação da auto-realização espiritualizada e de aquisição da individualidade intelectual e religiosa.

144:4.6 (1621.5) A prece é um antídoto para a introspecção perniciosa. A prece, ao menos como ensinada pelo Mestre, é uma ministração bastante benéfica à alma. Jesus empregou com consistência a influência benéfica da prece junto aos seus semelhantes. O Mestre, em geral, orava no plural, não no singular. Apenas durante a grande crise da sua vida terrena Jesus orou para si próprio.

144:4.7 (1621.6) A prece é o fôlego da vida espiritual, em meio à civilização material das raças da humanidade. A adoração é a salvação indicada às gerações de mortais que estão na busca do prazer.

144:4.8 (1621.7) Do mesmo modo que a prece assemelha-se a um recarregar das baterias espirituais da alma, a adoração pode ser comparada ao ato de sintonizar a alma para captar as emissões universais vindas do espírito infinito do Pai Universal.

144:4.9 (1621.8) A prece é o olhar sincero e ardente do filho para o seu Pai espiritual; é um processo psicológico de substituir a vontade humana pela vontade divina. A prece é uma parte do plano divino, para transformar aquilo que está sendo, naquilo que deveria ser.

144:4.10 (1621.9) Uma das razões pelas quais Pedro, Tiago e João, que freqüentemente acompanhavam Jesus nas suas longas vigílias noturnas, nunca ouviram Jesus orando, estava no fato de que o seu Mestre, só muito raramente, fazia as suas preces em palavras pronunciadas. Praticamente todas as preces de Jesus eram feitas no espírito e no coração — silenciosamente.

144:4.11 (1621.10) De todos os apóstolos, Pedro e Tiago estiveram mais próximos de compreender os ensinamentos do Mestre sobre a prece e a adoração.

 

5. Outras Formas de Prece

 

144:5.1 (1621.11) De quando em quando, durante o restante da sua permanência na Terra, Jesus trazia ao conhecimento dos apóstolos várias outras formas de prece, mas o fez apenas como uma ilustração para outras questões, e determinou que essas “preces em forma de parábola” não deveriam ser ensinadas às multidões. Muitas delas eram de outros planetas habitados, mas Jesus não revelou esse fato aos doze. Entre essas preces estavam as seguintes:

 

144:5.2 (1622.1) Pai nosso, em Quem consistem todos os reinos do universo,

144:5.3 (1622.2) Que o Teu nome seja exaltado e Todo-glorioso seja o Teu caráter.

144:5.4 (1622.3) A Tua presença nos engloba, e a Tua glória manifesta-se

144:5.5 (1622.4) De modo imperfeito, por nosso intermédio, mas, no alto, é mostrada em perfeição.

144:5.6 (1622.5) Conceda-nos, neste dia, as forças vivificadoras da luz,

144:5.7 (1622.6) E não nos deixes errar pelos desvios malignos da nossa imaginação,

144:5.8 (1622.7) Pois Teu é o Residente glorioso, o poder eterno,

144:5.9 (1622.8) E nossa é a dádiva eterna do amor infinito do Teu Filho.

144:5.10 (1622.9) Assim seja, na verdade eterna.

 

* * *

 

144:5.12 (1622.10) Pai nosso criador, que estás no centro do universo,

144:5.13 (1622.11) Outorga a nós a Tua natureza e dá-nos o Teu caráter.

144:5.14 (1622.12) Faz de nós os Teus filhos e filhas, por meio da graça,

144:5.15 (1622.13) Que o Teu nome seja glorificado por meio da nossa eterna realização.

144:5.16 (1622.14) Dá o Teu espírito Ajustador e controlador, para viver e residir dentro de nós.

144:5.17 (1622.15) E que possamos fazer a Tua vontade nesta esfera, como os anjos cumprem os Teus comandos na luz.

144:5.18 (1622.16) Sustenta-nos neste dia, no nosso progresso dentro do caminho da verdade.

144:5.19 (1622.17) Livra-nos da inércia, do mal e de todas as transgressões pecaminosas.

144:5.20 (1622.18) Sê paciente conosco, assim como nós mostramos bondade e amor aos nossos semelhantes.

144:5.21 (1622.19) Derrama o espírito da Tua misericórdia nos nossos corações de criaturas.

144:5.22 (1622.20) Conduze-nos pela Tua própria mão, passo a passo, nos labirintos incertos da vida,

144:5.23 (1622.21) E, quando vier o nosso fim, recebe os nossos espíritos fiéis no Teu próprio seio.

144:5.24 (1622.22) E que seja assim feito o Teu desejo, não o nosso.

 

* * *

 

144:5.26 (1622.23) Pai nosso celeste, perfeito e reto,

144:5.27 (1622.24) Guia e dirige a nossa jornada deste dia.

144:5.28 (1622.25) Santifica os nossos passos e coordena os nossos pensamentos.

144:5.29 (1622.26) Conduze-nos sempre nos caminhos do progresso eterno.

144:5.30 (1622.27) Sacia-nos de sabedoria, à plenitude do poder,

144:5.31 (1622.28) Revitalizando-nos com a Tua energia infinita.

144:5.32 (1622.29) Inspira-nos com a consciência divina

144:5.33 (1622.30) Da presença e da orientação das hostes seráficas.

144:5.34 (1622.31) Guia-nos sempre para cima, na senda da luz;

144:5.35 (1622.32) Inocenta-nos plenamente no dia do grande julgamento.

144:5.36 (1622.33) Faze-nos à Tua semelhança, na glória eterna

144:5.37 (1622.34) E recebe-nos, no alto, para o Teu serviço perpétuo.

 

* * *

 

144:5.39 (1622.35) Pai nosso, que Te manténs em mistério,

144:5.40 (1622.36) Revela-nos o Teu caráter santo.

144:5.41 (1622.37) Faz, neste dia, com que os Teus filhos na Terra

144:5.42 (1622.38) Vejam o caminho, a luz e a verdade.

144:5.43 (1622.39) Mostra-nos a direção do progresso eterno

144:5.44 (1622.40) E dá-nos vontade para caminhar dentro dele.

144:5.45 (1622.41) Estabelece, dentro de nós, a Tua soberania divina

144:5.46 (1622.42) E concede-nos o domínio pleno do ego.

144:5.47 (1622.43) Não nos deixe enveredar pelos caminhos das trevas e da morte;

144:5.48 (1622.44) Conduze-nos eternamente nas águas da vida.

144:5.49 (1622.45) Ouve esta nossa prece, por amor da Tua própria causa;

144:5.50 (1622.46) Contenta-te em fazer-nos cada vez mais semelhantes a Ti.

144:5.51 (1623.1) E afinal, pelo Filho divino,

144:5.52 (1623.2) Nos receba em Teus braços eternos.

144:5.53 (1623.3) E assim, seja feita a Tua vontade, não a nossa.

 

* * *

 

144:5.55 (1623.4) Glorioso Pai e gloriosa Mãe, unificados em um Progenitor único,

144:5.56 (1623.5) Gostaríamos de ser leais à Vossa natureza divina.

144:5.57 (1623.6) Que viva de novo em nós a vossa Pessoa

144:5.58 (1623.7) Por meio do dom e da dádiva do Vosso espírito divino,

144:5.59 (1623.8) Que, nesta esfera e em nós, só imperfeitamente imita a Vós,

144:5.60 (1623.9) Tal como Vos mostrais em perfeição e em majestade, no alto.

144:5.61 (1623.10) A cada dia, dai-nos a Vossa doce ministração de fraternidade

144:5.62 (1623.11) E conduzi-nos, todo momento, na direção do serviço ao amor.

144:5.63 (1623.12) Sede sem pre e firmemente paciente conosco

144:5.64 (1623.13) Assim como nós somos pacientes com os nossos filhos.

144:5.65 (1623.14) Dai-nos a sabedoria divina de fazer bem todas as coisas,

144:5.66 (1623.15) Dai-nos o amor infinito, que é a graça de toda a criatura.

144:5.67 (1623.16) E concedei-nos a Vossa paciência e a Vossa bondade amorosa

144:5.68 (1623.17) Que a nossa caridade possa envolver os fracos deste reino.

144:5.69 (1623.18) E, quando a nossa carreira acabar, fazei dela uma honra ao Vosso nome,

144:5.70 (1623.19) Um prazer para o Vosso espírito de bondade, e uma satisfação Para aque les que ajudam a nossa alma

144:5.71 (1623.20) Não como desejamos nós, nosso Pai de amor, mas assim como Vós dese jardes, para o eterno bem dos vossos filhos mortais,

144:5.72 (1623.21) Que assim possa ser.

 

* * *

 

144:5.74 (1623.22) Ó Fonte nossa Todo-fiel e Centro nosso Todo-Poderoso,

144:5.75 (1623.23) Reverenciado e santo seja o nome do vosso Filho tão cheio de graça.

144:5.76 (1623.24) As Vossas bondades e as Vossas bênçãos têm descido sobre nós,

144:5.77 (1623.25) Dando-nos poder para fazer a Vossa vontade e para executar a Vossa ordem.

144:5.78 (1623.26) Dai-nos, a cada momento, a sustentação da árvore da vida;

144:5.79 (1623.27) A cada dia, refrescai-nos, com as águas da vida do Vosso rio.

144:5.80 (1623.28) A cada passo, conduzi-nos para fora das trevas e para a luz divina.

144:5.81 (1623.29) Renovai as nossas mentes, por meio das transformações do espírito residente,

144:5.82 (1623.30) E, quando o fim mortal finalmente vier sobre nós,

144:5.83 (1623.31) Recebei-nos junto a Vós e enviai-nos à eternidade.

144:5.84 (1623.32) Coroai-nos com os atributos celestes do serviço fecundo,

144:5.85 (1623.33) E nós glorificaremos o Pai, o Filho e a Santa Influência.

144:5.86 (1623.34) E que assim seja, em um universo sem fim.

 

* * *

 

144:5.88 (1623.35) Pai nosso que habitas em locais secretos do universo,

144:5.89 (1623.36) Honrado seja o Teu nome, reverenciada seja a Tua misericórdia e respei tado seja o Teu julgamento.

144:5.90 (1623.37) Que o sol da retidão brilhe sobre nós ao meio-dia,

144:5.91 (1623.38) Enquanto nós Te suplicamos que guies os nossos passos incertos sob o crepúsculo.

144:5.92 (1623.39) Conduze-nos com a Tua mão, nos caminhos da Tua escolha

144:5.93 (1623.40) E, quando o caminho for duro e as horas forem de trevas, não nos abandones.

144:5.94 (1623.41) Não nos esqueças, assim como nós muitas vezes Te esquecemos e Te negli genciamos.

144:5.95 (1623.42) Mas sê misericordioso e ama-nos como nós Te desejamos amar.

144:5.96 (1623.43) Do alto, olha-nos com bondade e perdoa-nos com misericórdia

144:5.97 (1623.44) Como nós perdoamos, com justiça, àqueles que nos magoam e que nos ofendem.

144:5.98 (1624.1) E possam o amor, a devoção e o dom do Filho excelso

144:5.99 (1624.2) Tornar disponível a vida eterna, com a Tua misericórdia sem fim e com o Teu amor.

144:5.100 (1624.3) Que o Deus dos universos possa conceder-nos a medida plena do Seu espírito;

144:5.101 (1624.4) Dá-nos a graça de submeter-nos à condução desse espírito.

144:5.102 (1624.5) Pela ministração de amor das Tuas devotadas hostes seráficas

144:5.103 (1624.6) Que possa o Filho guiar-nos até o fim da idade.

144:5.104 (1624.7) Faze-nos sempre, e cada vez mais, semelhantes a Ti

144:5.105 (1624.8) E, quando do nosso fim, recebe-nos no abraço eterno do Paraíso.

144:5.106 (1624.9) Assim seja, em nome do Filho a nós enviado

144:5.107 (1624.10) E para a honra e glória de Ti, Pai Supremo.

 

144:5.108 (1624.11) Embora os apóstolos não fossem livres para apresentar essas lições sobre a prece nos seus ensinamentos públicos, eles aproveitaram muito de todas essas revelações para as suas experiências religiosas pessoais. Jesus utilizou esses e outros modelos de preces, como ilustrações, nas instruções íntimas dadas aos doze. E uma permissão específica nos foi concedida, para que transcrevêssemos essas sete amostras de orações neste registro.

 

6. A Conferência com os Apóstolos de João

 

144:6.1 (1624.12) Por volta de primeiro de outubro, Filipe e alguns dos seus amigos apóstolos estavam em uma aldeia próxima comprando alimentos, quando encontraram alguns dos apóstolos de João Batista. Nesse encontro casual, na praça do mercado, programou-se uma conferência de três semanas, no acampamento de Gilboa, entre os apóstolos de Jesus e os apóstolos de João; pois recentemente havia apontado doze dos seus líderes como apóstolos, seguindo o precedente de Jesus. João havia feito isso em resposta à solicitação de Abner, líder dos seus leais apoiadores. Jesus esteve presente, no acampamento de Gilboa, durante a primeira semana dessa conferência conjunta, mas ausentou-se nas duas últimas semanas.

144:6.2 (1624.13) No começo da segunda semana desse mês, Abner havia reunido todos os seus condiscípulos no acampamento em Gilboa, e estavam todos preparados para o conselho com os apóstolos de Jesus. Durante três semanas, esses vinte e quatro homens entraram em sessões, três vezes ao dia e seis dias a cada semana. Na primeira semana, Jesus esteve com eles entre as sessões da manhã, da tarde e da noite. Todos queriam que o Mestre se reunisse com eles e que presidisse as suas deliberações conjuntas, mas ele recusou-se firmemente a participar de suas discussões; embora consentisse em falar-lhes em três ocasiões; e essas palestras, de Jesus, para os vinte e quatro, foram sobre compaixão, cooperação e tolerância.

144:6.3 (1624.14) André e Abner alternavam-se na presidência desses encontros conjuntos entre os dois grupos apostólicos. Esses homens tinham muitas dificuldades a serem discutidas e muitos problemas para resolver. Muitas vezes eles levavam os seus problemas a Jesus, para apenas ouvi-lo dizer: “Eu me ocupo apenas dos vossos problemas pessoais e puramente religiosos. Sou o representante do Pai para o indivíduo, não para o grupo. Se tiverdes dificuldades pessoais nas vossas relações com Deus, vinde a mim que ouvirei e aconselharei na solução do problema. Mas, quando estiverdes tratando da coordenação de interpretações humanas divergentes para as questões religiosas e para a socialização da religião, cabe a vós mesmos cuidar de todos esses problemas, por meio das vossas próprias decisões. Não obstante isso, eu vos acompanharei sempre compassiva e interessadamente; e, quando chegardes às conclusões, no que toca a essas questões de importância não-espiritual, já que todos vós estais de acordo, então, prometo adiantadamente dar a minha aprovação total e a minha cooperação sincera. E, agora, com a finalidade de deixar-vos desimpedidos para as vossas deliberações, estarei distante por duas semanas. Não vos preocupeis comigo, pois voltarei para vós. Eu estarei cuidando dos assuntos do meu Pai, pois temos outros Reinos além deste aqui”.

144:6.4 (1625.1) Depois de falar assim, Jesus desceu a encosta da montanha e eles não mais o viram por duas semanas inteiras. E nunca souberam para onde foi, nem o que fez durante esses dias. Demorou algum tempo para que os vinte e quatro pudessem ater-se às considerações sérias dos seus problemas, tão desconcertados ficaram com a ausência do Mestre. Dentro de uma semana, contudo, estavam de novo no cerne das suas discussões, sem poder apelar para a ajuda de Jesus.

144:6.5 (1625.2) O primeiro item sobre o qual o grupo concordou foi o da adoção da prece que, tão recentemente, Jesus havia ensinado a eles. Essa prece, aceita em votação unânime, era aquela que seria ensinada aos crentes pelos dois grupos de apóstolos.

144:6.6 (1625.3) Em seguida decidiram que, enquanto João vivesse, fosse na prisão ou fora dela, ambos os grupos de doze apóstolos continuariam com os seus trabalhos; e também que encontros conjuntos de uma semana aconteceriam, a cada três meses, em locais a serem determinados.

144:6.7 (1625.4) O mais sério de todos os problemas, contudo, tornou-se a questão do batismo. As dificuldades todas ficaram ainda mais agravadas, porque Jesus havia-se recusado a fazer qualquer pronunciamento sobre esse tema. Finalmente, eles concordaram: enquanto João vivesse, ou até o momento em que eles pudessem modificar em conjunto essa decisão, apenas os apóstolos de João batizariam os crentes, e apenas os apóstolos de Jesus instruiriam finalmente os novos discípulos. Sendo assim, desde aquele momento, até depois da morte de João, dois dos apóstolos de João acompanhavam Jesus e os seus apóstolos para batizar os crentes, pois aquele conselho conjunto de apóstolos havia decidido, por unanimidade, que o batismo devia tornar-se o passo inicial e o sinal exterior na aliança com os assuntos do Reino.

144:6.8 (1625.5) Em seguida, ficou decidido que, no caso da morte de João, os apóstolos dele apresentar-se-iam a Jesus e submeter-se-iam à direção dele, e que não mais batizariam, a menos que fossem autorizados por Jesus ou pelos seus apóstolos.

144:6.9 (1625.6) E então foi votado que, no caso da morte de João, os apóstolos de Jesus começariam a batizar com água como símbolo do batismo do Espírito divino. Quanto à questão de o arrependimento estar ligado ou não à pregação do batismo, isso ficou entregue à opção de cada um; nenhuma decisão foi tomada, como obrigatória, pelo grupo. Os apóstolos de João pregavam: “Arrependei-vos e sereis batizados”. Os apóstolos de Jesus proclamavam: “Acreditai e sede batizados”.

144:6.10 (1625.7) E essa é a história da primeira tentativa, dos seguidores de Jesus, de coordenar esforços divergentes, de compor diferenças de opinião, de organizar empreendimentos grupais, de legislar sobre ritos exteriores e de socializar práticas religiosas pessoais.

144:6.11 (1625.8) Muitas outras questões menores foram consideradas; e a solução delas foi tomada em unanimidade. Esses vinte e quatro homens tiveram uma experiência verdadeiramente notável durante essas duas semanas em que foram levados a enfrentar os problemas e a decidir conjuntamente em caso de impasses, sem Jesus. Eles aprenderam a divergir, debater, lutar, orar e transigir e, durante todo esse tempo, a conservar-se em toda a simpatia para com os pontos de vista das outras pessoas e também a manter ao menos um certo nível de tolerância para com as opiniões alheias sinceras.

144:6.12 (1625.9) Na tarde da sua discussão final sobre as questões financeiras, Jesus retornou; e ouviu sobre as deliberações deles, escutou as decisões e disse: “Essas, então, são as vossas conclusões; e eu vos ajudarei, a cada um, a pôr em prática o espírito das vossas decisões unidas”.

144:6.13 (1626.1) Dois meses e meio depois dessa época João foi executado e, durante esse período, os apóstolos de João permaneceram com Jesus e os doze. Trabalharam juntos e batizaram os crentes, durante esse período de trabalho, nas cidades da Decápolis. O acampamento de Gilboa foi levantado aos 2 de novembro de 27 d.C.

 

7. Nas Cidades da Decápolis

 

144:7.1 (1626.2) Durante os meses de novembro e de dezembro, Jesus e os vinte e quatro trabalharam silenciosamente nas cidades gregas da Decápolis, principalmente em Citópolis, Gerasa, Abila e Gadara. Esse foi realmente o fim daquela época preliminar de absorver o trabalho e a organização de João. Sempre a religião socializada de uma nova revelação paga o preço do comprometimento e de concessões com as formas e os usos estabelecidos da religião precedente, que ela procura salvaguardar. O batismo foi o preço que os seguidores de Jesus pagaram, para levar com eles, enquanto grupo religioso socializado, os seguidores de João Batista. Os seguidores de João, ao juntarem-se aos seguidores de Jesus, cederam em quase tudo, exceto no batismo pela água.

144:7.2 (1626.3) Jesus promoveu poucos ensinamentos públicos, nessa missão nas cidades da Decápolis. Passou um tempo considerável ensinando aos vinte e quatro e teve muitas sessões especiais com os doze apóstolos de João. Com o tempo, eles tornaram- se mais compreensivos, quanto ao porquê de Jesus não ter ido visitar João na prisão, e quanto à causa de nenhum esforço haver sido feito para assegurar a libertação de João. Nunca puderam, entretanto, compreender por que Jesus não fazia nenhuma obra miraculosa, por que ele recusava-se a dar sinais externos da sua autoridade divina. Antes de vir para o acampamento de Gilboa, eles já criam em Jesus, sobretudo por causa do testemunho de João, mas logo eles estavam já começando a crer em resultado do seu próprio contato com o Mestre e os seus ensinamentos.

144:7.3 (1626.4) A maior parte do tempo, nesses dois meses, o grupo trabalhou aos pares; um dos apóstolos de Jesus saindo com um dos de João. O apóstolo de João batizava, o apóstolo de Jesus instruía; enquanto ambos pregavam o evangelho do Reino, como cada um o entendia. E eles ganharam muitas almas, entre os gentios e os judeus apóstatas.

144:7.4 (1626.5) Abner, o dirigente dos apóstolos de João, tornou-se um devoto firme de Jesus e, mais tarde, foi feito o superior de um grupo de setenta instrutores a quem o Mestre encarregou com a missão de pregar o evangelho.

 

8. No Acampamento perto de Pela

 

144:8.1 (1626.6) No final de dezembro todos foram para perto do Jordão, junto a Pela, onde, novamente, começaram a ensinar e a pregar. Vinham a esse acampamento tanto judeus quanto gentios para ouvir as boas-novas. Foi enquanto Jesus ensinava à multidão, uma tarde, que alguns amigos especiais de João trouxeram ao Mestre a última mensagem que ele receberia do Batista.

144:8.2 (1626.7) João, a essa altura, tinha estado já durante um ano e meio na prisão e, na maior parte desse tempo, Jesus havia trabalhado muito silenciosamente; e assim não era estranho que João fosse levado a indagar sobre o Reino. Os amigos de João interromperam os ensinamentos de Jesus para dizer-lhe: “João Batista nos enviou para perguntar — tu és realmente o Libertador, ou devemos procurar por algum outro?”

144:8.3 (1626.8) Jesus parou para dizer aos amigos de João: “Voltai e dizei a João que ele não foi esquecido. Dizei a ele sobre o que vistes e ouvistes, que as boas-novas foram pregadas aos pobres”. E, depois de Jesus ter falado aos mensageiros de João, ele voltou à multidão e disse: “Não penseis que João duvida do evangelho do Reino. Ele faz perguntas apenas para deixar os seus discípulos, que são também meus discípulos, bem seguros. João não é um fraco. Deixai-me perguntar a vós, que ouvistes João pregando, antes de Herodes colocá-lo na prisão: O que vistes em João — uma palha balançando ao vento? Um homem de humor variável e vestido em roupas macias? Em geral aqueles que se vestem suntuosamente e que vivem delicadamente estão nas cortes dos reis e nas mansões dos ricos. Mas o que vistes, quando contemplastes João? Um profeta? Eu vos digo que sim; e muito mais do que um profeta. Foi escrito sobre João: ‘Bem, eu coloco o meu mensageiro para que vós o vejais diante de vós; ele irá preparar o caminho’.

144:8.4 (1627.1) “Em verdade, em verdade, eu vos digo, entre aqueles nascidos de mulheres não nasceu ninguém maior do que João Batista; no entanto, aquele que não é senão pequeno ainda no Reino do céu, é ainda maior, porque nasceu do espírito e sabe que se tornou um filho de Deus”.

144:8.5 (1627.2) Muitos dos que ouviram Jesus, naquele dia, submeteram-se ao batismo de João e, assim, proclamaram publicamente a entrada no Reino. E os apóstolos de João ficaram firmemente ligados a Jesus, daquele dia em diante. Esse acontecimento marcou a união real dos seguidores de João e de Jesus.

144:8.6 (1627.3) Depois de conversarem com Abner, os mensageiros partiram para Macaeros, com o objetivo de dizer tudo isso a João. E ele ficou muito confortado, e a sua fé fortaleceu-se com as palavras de Jesus e a mensagem de Abner.

144:8.7 (1627.4) Nessa tarde, Jesus continuou a ensinar, dizendo: “A que compararei esta geração? Muitos de vós não aceitais a mensagem de João nem o meu ensinamento. Sois como crianças brincando na praça do mercado, que chamam os seus amigos para dizer: ‘Nós tocamos flauta para vós e não dançastes; gememos e não vos afligistes’. E assim acontece com alguns de vós. João chegou fazendo jejum de alimentos e bebidas e eles disseram que estava possuído por um demônio. O Filho do Homem vem, comendo e bebendo, e essa mesma gente diz: ‘Vede, é um homem glutão e um bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores!’ Na verdade, a sabedoria justifica-se pelos frutos dela.

144:8.8 (1627.5) “Pareceria que o Pai no céu escondeu, dos sábios e dos arrogantes, algumas dessas verdades, ao passo que as revelou aos bebês pequeninos. Mas, o Pai, a todas as coisas faz bem; o Pai revela-Se ao universo pelos métodos da sua própria escolha. Vinde, pois, todos de vós que penais e que tendes fardos pesados, e encontrareis o descanso para as vossas almas. Tomai sobre vós o jugo divino e experimentareis a paz de Deus que transcende a todo o entendimento.”

 

9. A Morte de João Batista

 

144:9.1 (1627.6) João Batista foi executado, por ordem de Herodes Antipas, na tarde de 10 de janeiro, do ano 28 d.C. No dia seguinte, uns poucos entre os discípulos de João, que tinham ido a Macaeros, souberam da sua execução e foram até Herodes e requisitaram o corpo dele, e puseram-no em uma tumba; mais tarde lhe deram uma sepultura em Sebaste, a cidade de Abner. Aos 12 de janeiro, dois dias depois, partiram para o acampamento dos apóstolos de João e de Jesus, perto de Pela, e contaram a Jesus sobre a morte de João. Ao ouvir o relato deles, Jesus dispersou a multidão e, reunindo os vinte e quatro, disse-lhes: “João está morto. Herodes mandou decapitá-lo. Hoje à noite, fazei uma reunião de conselho e colocai os vossos assuntos em ordem, como deve ser feito. Não haverá muita demora mais. É chegada a hora de proclamarmos o Reino abertamente e com toda a força. Amanhã iremos para a Galiléia”.

144:9.2 (1627.7) Conseqüentemente, na manhã de 13 de janeiro, do ano 28 d.C., bem cedo, Jesus e os apóstolos, acompanhados de uns vinte e cinco discípulos, rumaram para Cafarnaum e se alojaram, nessa noite, na casa de Zebedeu.