OS DOCUMENTOS DE URÂNTIA
- A REVELAÇÃO DO TERCEIRO MILÊNIO -
INDICE
Documento 191
Aparições aos Apóstolos e Outros Líderes
191:0.1 (2037.1) O domingo da Ressurreição foi um dia terrível na vida dos apóstolos; dez deles passaram a maior parte do dia no cenáculo atrás de portas gradeadas. Eles poderiam ter fugido de Jerusalém, mas tinham medo de serem aprisionados pelos agentes do Sinédrio caso fossem encontrados no exterior. Tomé estava meditando a sós sobre seus problemas em Betfagé. Ele teria se saído melhor se tivesse permanecido com seus companheiros apóstolos, e os teria ajudado a direcionar suas discussões em linhas mais úteis.
191:0.2 (2037.2) Durante todo o dia João sustentou a ideia de que Jesus havia ressuscitado dentre os mortos. Ele contou nada menos que cinco vezes diferentes em que o Mestre tinha afirmado que ressuscitaria e pelo menos três vezes em que aludiu ao terceiro dia. A atitude de João teve considerável influência sobre eles, especialmente sobre seu irmão Tiago e sobre Natanael. João os teria influenciado mais se não fosse o membro mais jovem do grupo.
191:0.3 (2037.3) O isolamento deles tinha muito a ver com os seus problemas. João Marcos manteve-os em contato com os desenvolvimentos no templo e os informava sobre os muitos rumores conquistando terreno pela cidade, mas não lhe ocorreu reunir notícias dos diferentes grupos de crentes aos quais Jesus já havia aparecido. Esse era o tipo de serviço que até então havia sido prestado pelos mensageiros de Davi, mas todos eles estavam ausentes em sua última missão como arautos da ressurreição para aqueles grupos de crentes que viviam longe de Jerusalém. Pela primeira vez em todos estes anos os apóstolos perceberam o quanto haviam sido dependentes dos mensageiros de Davi para obterem informações diárias sobre os assuntos do reino.
191:0.4 (2037.4) Durante todo este dia, como era típico dele, Pedro vacilou emocionalmente entre a fé e a dúvida a respeito da ressurreição do Mestre. Pedro não conseguia fugir da visão das mortalhas repousando ali na tumba como se o corpo de Jesus tivesse acabado de evaporar de dentro. “Mas”, raciocinou Pedro, “se ele ressuscitou e pode mostrar-se às mulheres, por que não se mostra a nós, seus apóstolos?” Pedro ficava cada vez mais triste ao pensar que talvez Jesus não tivesse vindo até eles por causa da sua presença entre os apóstolos, porque o havia negado naquela noite no pátio de Anás. E então ele se animava com a palavra trazida pelas mulheres: “Vão dizer aos meus apóstolos – e a Pedro”. Mas derivar encorajamento desta mensagem implicava que ele teria que acreditar que as mulheres realmente tinham visto e ouvido o Mestre ressuscitado. Assim Pedro alternou entre fé e dúvida durante todo o dia, até pouco depois das oito horas, quando se aventurou a sair para o pátio. Pedro pensou em retirar-se do meio dos apóstolos para não impedir que Jesus viesse até eles por causa da sua negação do Mestre.
191:0.5 (2037.5) Tiago Zebedeu primeiro defendeu que todos fossem à tumba; ele era fortemente a favor de fazer algo para desvendar o mistério. Foi Natanael quem os impediu de sair em público em resposta à insistência de Tiago, e fez isto os lembrando da advertência de Jesus contra arriscar indevidamente suas vidas neste momento. Ao meio-dia Tiago já havia se acomodado com os outros para aguardar em vigília. Ele falou pouco; estava tremendamente desapontado porque Jesus não aparecia a eles e não sabia das muitas aparições do Mestre a outros grupos e indivíduos.
191:0.6 (2038.1) André ouviu muito neste dia. Ele estava extremamente perplexo com a situação e tinha mais do que a sua parcela de dúvidas, mas pelo menos desfrutava de um certo senso de liberdade da responsabilidade pela orientação de seus companheiros apóstolos. Ele estava realmente grato pelo Mestre tê-lo libertado dos fardos da liderança antes que estes tempos perturbadores viessem sobre eles.
191:0.7 (2038.2) Mais de uma vez durante as longas e exaustivas horas deste dia trágico, a única influência sustentadora do grupo foi a contribuição frequente do conselho filosófico característico de Natanael. Ele foi realmente a influência controladora entre os dez ao longo do dia inteiro. Nunca uma vez ele se expressou a respeito de crença ou descrença na ressurreição do Mestre. Mas à medida que o dia passava, ele tornou-se cada vez mais inclinado a acreditar que Jesus tinha cumprido a sua promessa de ressuscitar.
191:0.8 (2038.3) Simão Zelote estava demasiado arrasado para participar das discussões. Na maior parte do tempo ele ficou estendido num sofá num canto da sala com o rosto voltado para a parede; não falou meia dúzia de vezes durante todo o dia. Seu conceito do reino havia desmoronado e ele não conseguia discernir que a ressurreição do Mestre poderia mudar materialmente a situação. Seu desapontamento era muito pessoal e no geral intenso demais para ser recuperado num curto espaço de tempo, mesmo diante de um fato tão estupendo quanto a ressurreição.
191:0.9 (2038.4) É estranho registrar que o geralmente inexpressivo Filipe muito falou durante a tarde deste dia. Durante a manhã ele tivera pouco a dizer, mas durante toda a tarde fez perguntas aos outros apóstolos. Pedro ficou muitas vezes irritado com as perguntas de Filipe, mas os outros aceitavam suas perguntas de bom humor. Filipe estava particularmente desejoso de saber, caso Jesus tivesse realmente ressuscitado da sepultura, se o corpo dele apresentaria as marcas físicas da crucificação.
191:0.10 (2038.5) Mateus estava extremamente confuso; ele ouvia as discussões de seus companheiros, mas passava a maior parte do tempo refletindo sobre o problema de suas finanças futuras. Independentemente da suposta ressurreição de Jesus, Judas havia partido, Davi tinha lhe entregado os fundos sem cerimônia e eles ficaram sem um líder com autoridade. Antes de considerar seriamente os argumentos deles sobre a ressurreição, Mateus já teria visto o Mestre cara a cara.
191:0.11 (2038.6) Os gêmeos Alfeu tiveram pouca participação nestas discussões sérias; estavam bastante atarefados com suas ministrações costumeiras. Um deles expressou a atitude de ambos ao dizer, em resposta a uma pergunta feita por Filipe: “Não entendemos sobre a ressurreição, mas nossa mãe diz que conversou com o Mestre, e nós acreditamos nela”.
191:0.12 (2038.7) Tomé estava no meio de um dos seus típicos acessos de depressão desesperadora. Ele dormia uma parte do dia e caminhava pelas colinas no resto do tempo. Ele sentia a pulsão de se juntar aos seus companheiros apóstolos, mas o desejo de ficar sozinho era mais forte.
191:0.13 (2038.8) O Mestre adiou a primeira aparição da morôncia aos apóstolos por uma série de razões. Primeiro, ele queria que eles tivessem tempo, depois de ouvirem sobre sua ressurreição, para pensarem bem sobre o que ele lhes havia contado sobre sua morte e ressurreição quando ainda estava com eles na carne. O Mestre queria que Pedro enfrentasse algumas de suas dificuldades peculiares antes de se manifestar a todos eles. Em segundo lugar, ele desejava que Tomé estivesse com eles no momento de sua primeira aparição. João Marcos localizou Tomé na casa de Simão em Betfagé na manhã deste domingo, trazendo uma mensagem nesse sentido aos apóstolos por volta das onze horas. A qualquer momento durante este dia Tomé teria voltado para eles se Natanael ou quaisquer outros dois apóstolos tivessem ido buscá-lo. Ele realmente queria voltar, mas tendo partido como fizera na noite anterior, era orgulhoso demais para voltar por vontade própria tão cedo. No dia seguinte, ele estava tão deprimido que levou quase uma semana para decidir voltar. Os apóstolos esperavam por ele, e ele esperava que seus irmãos o procurassem e pedissem que voltasse para eles. Tomé, portanto, permaneceu longe de seus companheiros até a noite do sábado seguinte, quando, depois de escurecer, Pedro e João foram até Betfagé e o trouxeram de volta com eles. E esta é também a razão pela qual eles não foram imediatamente para a Galileia depois que Jesus lhes apareceu pela primeira vez; eles não iriam sem Tomé.
1. A Aparição a Pedro
191:1.1 (2039.1) Eram quase oito e meia da noite deste domingo quando Jesus apareceu a Simão Pedro no jardim da casa de Marcos. Esta era a sua oitava manifestação da morôncia. Pedro vivera sob um pesado fardo de dúvida e culpa desde a sua negação ao Mestre. Durante todo o dia de sábado e deste domingo ele havia lutado contra o medo de que talvez não fosse mais um apóstolo. Estremeceu com o destino de Judas e até pensou que também ele havia traído seu Mestre. Durante toda esta tarde ele pensou que poderia ser a sua presença com os apóstolos que impedia que Jesus lhes aparecesse, desde que, é claro, ele realmente tivesse ressuscitado dos mortos. E foi a Pedro, com tal estado de espírito e com tal estado de alma, que Jesus apareceu enquanto o abatido apóstolo perambulava entre as flores e os arbustos.
191:1.2 (2039.2) Quando Pedro pensava no olhar amoroso do Mestre ao passar pelo pórtico de Anás, e ao relembrar em sua mente aquela mensagem maravilhosa trazida a ele naquela manhã pelas mulheres que vieram da tumba vazia, “Vão dizer aos meus apóstolos – e a Pedro” – enquanto ele contemplava estes sinais de misericórdia, sua fé começou a superar suas dúvidas, e ele ficou parado, cerrando os punhos, enquanto falava em voz alta: “Eu acredito que ele ressuscitou dos mortos; eu irei e contarei aos meus irmãos”. E ao dizer isto, subitamente apareceu diante dele a forma de um homem, que lhe falou em tons familiares, dizendo: “Pedro, o inimigo desejava ter você, mas eu não desistiria de você. Eu sabia que não foi de coração que você me renegou; portanto, eu lhe perdoei antes mesmo de você pedir; mas agora você tem que parar de pensar em si mesmo e nos problemas do momento enquanto se prepara para levar as boas novas do evangelho àqueles que estão parados nas trevas. Você não deve mais se preocupar com o que pode obter do reino, mas sim se preocupar com o que pode dar àqueles que vivem em calamitosa pobreza espiritual. Cinja-se, Simão, para a batalha de um novo dia, a luta contra as trevas espirituais e as dúvidas malignas das mentes naturais dos homens”.
191:1.3 (2039.3) Pedro e o Jesus da morôncia caminharam pelo jardim e conversaram sobre coisas passadas, presentes e futuras durante quase cinco minutos. Então o Mestre desapareceu de seu olhar, dizendo: “Adeus, Pedro, até que eu o veja com seus irmãos”.
191:1.4 (2039.4) Por um momento, Pedro foi dominado pela compreensão de que havia conversado com o Mestre ressuscitado e de que podia ter certeza de que ainda era um embaixador do reino. Ele acabara de ouvir o Mestre glorificado exortá-lo a continuar pregando o evangelho. E com tudo isto brotando em seu coração, ele correu para o cenáculo e para a presença de seus companheiros apóstolos, exclamando com uma excitação ofegante: “Eu vi o Mestre; ele estava no jardim. Conversei com ele e ele me perdoou”.
191:1.5 (2040.1) A declaração de Pedro de que ele tinha visto Jesus no jardim causou uma profunda impressão nos seus companheiros apóstolos, e eles estavam prestes a abandonar as suas dúvidas quando André se levantou e os advertiu para não serem muito influenciados pelas palavras do relato do seu irmão. André deu a entender que Pedro tinha visto coisas que não eram reais antes. Embora André não tenha feito alusão direta à visão da noite no Mar da Galileia, em que Pedro afirmou ter visto o Mestre vindo até eles andando sobre as águas, ele disse o suficiente para denunciar a todos os presentes que tinha este incidente em mente. Simão Pedro ficou muito magoado com as insinuações do irmão e imediatamente caiu num silêncio desconsolado. Os gêmeos sentiram muita pena de Pedro e ambos foram até lá para expressar sua solidariedade e dizer que acreditavam nele e para reafirmar que a própria mãe deles também tinha visto o Mestre.
2. Primeira Aparição aos Apóstolos
191:2.1 (2040.2) Pouco depois das nove horas daquela noite, após a partida de Cleopas e Jacó, enquanto os gêmeos Alfeu consolavam Pedro, e enquanto Natanael protestava com André, e conforme os dez apóstolos estavam ali congregados no cenáculo com todas as portas trancadas com medo de serem presos, o Mestre, na forma da morôncia, apareceu subitamente no meio deles, dizendo: “A paz esteja com vocês. Por que ficam tão assustados quando eu apareço, como se tivessem visto um espírito? Não lhes contei sobre estas coisas quando estive presente entre vocês na carne? Não lhes disse eu que os principais sacerdotes e as autoridades me entregariam para ser morto, que um entre vocês me trairia e que ao terceiro dia eu ressuscitaria? Por que todas as suas dúvidas e toda esta discussão sobre os relatos das mulheres, de Cleopas e Jacó, e até mesmo de Pedro? Até quando duvidarão das minhas palavras e se recusarão a acreditar nas minhas promessas? E agora que realmente me veem, vocês vão acreditar? Mesmo agora um de vocês está ausente. Quando estiverem reunidos mais uma vez, e depois de todos vocês terem certeza de que o Filho do Homem ressuscitou da sepultura, vão para a Galileia. Tenham fé em Deus; tenham fé uns nos outros; e assim entrarão no novo serviço do reino do céu. Ficarei com vocês em Jerusalém até que estejam prontos para partir para a Galileia. Minha paz deixo com vocês”.
191:2.2 (2040.3) Quando o Jesus da morôncia lhes havia falado, desapareceu num instante da vista deles. E todos caíram de rosto no chão, louvando a Deus e venerando seu Mestre desaparecido. Esta foi a nona aparição da morôncia do Mestre.
3. Com as Criaturas da Morôncia
191:3.1 (2040.4) O dia seguinte, segunda-feira, foi passado integralmente com as criaturas da morôncia então presentes em Urântia. Como participantes da experiência de transição da morôncia do Mestre, tinham vindo para Urântia mais de um milhão de diretores da morôncia e associados, juntamente com mortais de transição de várias ordens provenientes dos sete mundos de mansões de Satânia. O Jesus da morôncia permaneceu com estas inteligências esplêndidas durante quarenta dias. Ele as instruiu e aprendeu com seus diretores sobre a vida da transição da morôncia tal como é atravessada pelos mortais dos mundos habitados de Satânia conforme passam pelas esferas da morôncia do sistema.
191:3.2 (2041.1) Por volta da meia-noite desta segunda-feira, a forma da morôncia do Mestre foi ajustada para a transição para o segundo estágio da progressão na morôncia. Quando ele apareceu novamente aos seus filhos mortais na Terra, foi como um ser da morôncia do segundo estágio. À medida que o Mestre progredia na carreira da morôncia, tornava-se, tecnicamente, cada vez mais difícil para as inteligências da morôncia e seus associados transformadores tornarem o Mestre visível aos olhos mortais e materiais.
191:3.3 (2041.2) Jesus fez o trânsito para o terceiro estágio da morôncia na sexta-feira, 14 de abril; para o quarto estágio na segunda-feira, dia 17; para o quinto estágio no sábado, dia 22; para o sexto estágio na quinta-feira, dia 27; para o sétimo estágio na terça-feira, 2 de maio; para a cidadania de Jerusém no domingo, dia 7; e entrou no abraço dos Altíssimos de Edêntia no domingo, dia 14.
191:3.4 (2041.3) Desta maneira Micael de Nébadon completou o seu serviço de experiência no universo, uma vez que ele já havia, em conexão com as suas consagrações anteriores, experienciado à plenitude a vida dos mortais ascendentes do tempo e do espaço, desde a permanência na sede da constelação até mesmo, e através, do serviço da sede do superuniverso. E foi por estas mesmas experiências da morôncia que o Filho Criador de Nébadon realmente terminou e encerrou aceitavelmente a sua sétima e última consagração no universo.
4. A Décima Aparição (em Filadélfia)
191:4.1 (2041.4) A décima manifestação da morôncia de Jesus ao reconhecimento mortal ocorreu pouco tempo depois das oito horas na terça-feira, 11 de abril, em Filadélfia, onde ele se mostrou a Abner e Lázaro e a cerca de cento e cinquenta dos seus companheiros, incluindo mais de cinquenta do corpo evangelístico dos setenta. Esta aparição ocorreu logo após a abertura de uma reunião especial na sinagoga que havia sido convocada por Abner para discutir a crucificação de Jesus e o relato mais recente da ressurreição trazido pelo mensageiro de Davi. Visto que o ressuscitado Lázaro era agora um membro deste grupo de crentes, não foi difícil para eles acreditarem no relato de que Jesus havia ressuscitado dentre os mortos.
191:4.2 (2041.5) A reunião na sinagoga estava precisamente sendo inaugurada por Abner e Lázaro, que estavam juntos no púlpito, quando a audiência inteira de crentes viu a forma do Mestre aparecer subitamente. Ele deu um passo à frente de onde havia aparecido entre Abner e Lázaro, sem que nenhum deles o tivesse notado, e saudando o grupo, disse:
191:4.3 (2041.6) “A paz esteja com vocês. Todos vocês sabem que temos um Pai no céu e que existe apenas um evangelho do reino – as boas novas da dádiva da vida eterna que os homens recebem pela fé. Ao regozijar-se em sua lealdade ao evangelho, orem ao Pai da verdade para que espalhe em seus corações um amor novo e maior por seus irmãos. Vocês devem amar todos os homens como eu lhes amei; vocês devem servir a todos os homens como eu lhes servi. Com compaixão compreensiva e afeto fraterno, comunguem com todos os seus irmãos que se dedicam à proclamação das boas novas, sejam eles judeus ou gentios, gregos ou romanos, persas ou etíopes. João proclamou o reino antecipadamente; vocês têm pregado o evangelho em poder; os gregos já ensinam as boas novas; e em breve enviarei o Espírito da Verdade às almas de todos estes, meus irmãos, que dedicaram tão abnegadamente suas vidas à iluminação de seus companheiros que se encontram em trevas espirituais. Todos vocês são filhos da luz; portanto, não tropecem nos emaranhados dos mal-entendidos da suspeição mortal e da intolerância humana. Se vocês forem enobrecidos, pela graça da fé, para amar os descrentes, não deveriam também amar igualmente aqueles que são seus semelhantes crentes na família da fé se espalhando por toda parte? Lembrem-se, ao amar uns aos outros, todos os homens saberão que vocês são meus discípulos.
191:4.4 (2042.1) “Vão, então, por todo o mundo proclamando este evangelho da paternidade de Deus e da irmandade dos homens a todas as nações e raças e sejam sempre sábios na sua escolha de métodos para apresentar as boas novas às diferentes raças e tribos da humanidade. De graça vocês receberam este evangelho do reino e de graça darão as boas novas a todas as nações. Não temam a resistência do mal, pois estarei sempre com vocês, mesmo até o fim das eras. E minha paz deixo com vocês.”
191:4.5 (2042.2) Quando ele disse: “minha paz deixo com vocês”, desapareceu da vista deles. Com exceção de uma de suas aparições na Galileia, onde mais de quinhentos crentes o viram ao mesmo tempo, este grupo em Filadélfia abrangeu o maior número de mortais que o viram em uma única ocasião.
191:4.6 (2042.3) Cedo na manhã seguinte, mesmo enquanto os apóstolos permaneciam em Jerusalém aguardando a recuperação emocional de Tomé, estes crentes em Filadélfia saíram proclamando que Jesus de Nazaré havia ressuscitado dos mortos.
191:4.7 (2042.4) No dia seguinte, quarta-feira, Jesus passou sem interrupção na sociedade dos seus companheiros da morôncia e, durante as horas do meio da tarde, recebeu delegados da morôncia visitantes dos mundos das mansões de todos os sistemas locais de esferas habitadas em toda a constelação de Norlatiadeque. E todos eles se regozijaram em conhecer seu Criador como alguém de sua própria ordem de inteligência do universo.
5. Segunda Aparição aos Apóstolos
191:5.1 (2042.5) Tomé passou uma solitária semana consigo mesmo nas colinas em redor do Monte das Oliveiras. Durante este tempo ele viu apenas João Marcos e aqueles que estavam na casa de Simão. Eram cerca de nove horas do sábado, 15 de abril, quando os dois apóstolos o encontraram e o levaram de volta para o encontro na casa de Marcos. No dia seguinte, Tomé ouviu as histórias das várias aparições do Mestre, mas recusou-se firmemente a acreditar. Ele sustentava que Pedro os havia levado a pensar que tinham visto o Mestre. Natanael argumentou com ele, mas de nada adiantou. Havia uma teimosia emocional associada à sua dúvida costumeira, e este estado de espírito, juntamente com o seu desgosto por ter fugido deles, conspiraram para criar uma situação de isolamento que nem o próprio Tomé compreendeu plenamente. Ele havia se afastado de seus companheiros, seguido seu próprio caminho, e agora, mesmo quando estava de volta entre eles, tendia inconscientemente a assumir uma atitude de desacordo. Demorou a se render; não gostava de ceder. Sem querer, ele realmente gostava da atenção que lhe era dada; ele obtinha satisfação inconsciente com os esforços de todos os seus companheiros para convencê-lo e convertê-lo. Ele sentira falta deles durante uma semana inteira e obtinha considerável prazer com suas atenções persistentes.
191:5.2 (2042.6) Eles estavam jantando pouco depois das seis horas, com Pedro sentado de um lado de Tomé e Natanael do outro, quando o desconfiado apóstolo disse: “Não acreditarei a menos que veja o Mestre com meus próprios olhos e coloque meu dedo na marca dos pregos”. Enquanto assim se sentavam para jantar, e enquanto as portas estavam firmemente fechadas e trancadas, o Mestre da morôncia apareceu subitamente dentro da curvatura da mesa e, colocando-se diretamente diante de Tomé, disse:
191:5.3 (2043.1) “A paz esteja com vocês. Por uma semana inteira esperei para poder aparecer novamente quando todos vocês estivessem presentes para ouvir mais uma vez a comissão de ir por todo o mundo e pregar este evangelho do reino. Novamente lhes digo: assim como o Pai me enviou ao mundo, também eu os envio. Assim como eu revelei o Pai, vocês também revelarão o amor divino, não meramente com palavras, mas em sua vida diária. Eu os envio, não para amar as almas dos homens, mas sim para amar os homens. Vocês não devem meramente proclamar as alegrias do céu, mas também exibir em sua experiência diária estas realidades do espírito da vida divina, uma vez que vocês já têm a vida eterna, como a dádiva de Deus, por meio da fé. Quando vocês têm fé, quando o poder do alto, o Espírito da Verdade, tiver vindo sobre vocês, não esconderão sua luz aqui atrás de portas fechadas; vocês darão a conhecer o amor e a misericórdia de Deus a toda a humanidade. Pelo medo vocês agora fogem dos fatos de uma experiência desagradável, mas quando tiverem sido batizados com o Espírito da Verdade, vocês sairão corajosa e alegremente para enfrentar as novas experiências de proclamação das boas novas da vida eterna no reino de Deus. Vocês podem permanecer aqui e na Galileia por um curto período enquanto se recuperam do choque da transição da falsa segurança da autoridade do tradicionalismo para a nova ordem da autoridade dos fatos, da verdade e da fé nas realidades supremas da experiência viva. A sua missão no mundo baseia-se no fato de eu ter vivido uma vida reveladora de Deus entre vocês; na verdade de que vocês e todos os outros homens são filhos de Deus; e consistirá na vida que vocês viverão entre os homens – a experiência real e viva de amar os homens e servi-los, assim como eu amei e servi a vocês. Deixem a fé revelar sua luz ao mundo; deixem a revelação da verdade abrir os olhos cegos pela tradição; deixem que seu serviço amoroso destrua efetivamente o preconceito gerado pela ignorância. Ao se aproximarem assim dos seus semelhantes com compaixão compreensiva e devoção altruísta, vocês os conduzirão ao conhecimento salvador do amor do Pai. Os judeus louvaram a bondade; os gregos exaltaram a beleza; os hindus pregam a devoção; os ascetas distantes ensinam reverência; os romanos exigem lealdade; mas eu demando dos meus discípulos vida, uma vida mesma de serviço amoroso aos seus irmãos na carne.”
191:5.4 (2043.2) Depois de falar assim, o Mestre olhou Tomé no rosto e disse: “E você, Tomé, que disse que não acreditaria a menos que pudesse me ver e colocar seu dedo nas marcas dos pregos em minhas mãos, agora me viu e ouviu minhas palavras; e embora você não veja marcas de pregos em minhas mãos, já que fui ressuscitado na forma que você também terá quando partir deste mundo, o que você dirá a seus irmãos? Você reconhecerá a verdade, pois já em seu coração você havia começado a acreditar, mesmo quando declarou tão firmemente sua descrença. Suas dúvidas, Tomé, sempre se afirmam teimosamente ao extremo quando estão prestes a desmoronar. Tomé, peço-lhe que não seja descrente, mas que acredite – e eu sei que você acreditará, até mesmo de todo o coração.”
191:5.5 (2043.3) Quando ouviu estas palavras, Tomé caiu de joelhos diante do Mestre da morôncia e exclamou: “Eu acredito! Meu Senhor e meu Mestre!” Então disse Jesus a Tomé: “Você acreditou, Tomé, porque realmente me viu e ouviu. Abençoados aqueles que nos séculos vindouros acreditarão mesmo que não tenham visto com os olhos da carne nem escutado com os ouvidos mortais”.
191:5.6 (2043.4) E então, enquanto a forma do Mestre se aproximava da cabeceira da mesa, ele se dirigiu a todos eles, dizendo: “E agora vão todos para a Galileia, onde em breve aparecerei a vocês”. Depois que disse isto, ele desapareceu da vista deles.
191:5.7 (2044.1) Os onze apóstolos estavam agora plenamente convencidos de que Jesus havia ressuscitado dos mortos e, bem cedo na manhã seguinte, antes do raiar do dia, partiram para a Galileia.
6. A Aparição Alexandrina
191:6.1 (2044.2) Enquanto os onze apóstolos estavam a caminho da Galileia, aproximando-se do fim de sua jornada, na noite de terça-feira, 18 de abril, por volta das oito e meia, Jesus apareceu a Rodan e a cerca de oitenta outros crentes, em Alexandria. Esta foi a décima segunda aparição do Mestre na forma da morôncia. Jesus apareceu diante destes gregos e judeus na conclusão do relato do mensageiro de Davi a respeito da crucificação. Este mensageiro, sendo o quinto no revezamento de estafetas Jerusalém-Alexandria, havia chegado a Alexandria no final daquela tarde e, quando entregou sua mensagem a Rodan, foi decidido reunir os crentes para receberem esta palavra trágica do próprio mensageiro. Por volta das oito horas, o mensageiro, Natã de Busiris, apresentou-se a este grupo e contou-lhes em detalhes tudo o que lhe havia sido dito pelo estafeta anterior. Natã terminou seu comovente relato com estas palavras: “Mas Davi, que nos envia esta palavra, relata que o Mestre, ao predizer sua morte, declarou que ele ressuscitaria”. Enquanto Natã falava, o Mestre da morôncia apareceu ali à plena vista de todos. E quando Natã se sentou, Jesus disse:
191:6.2 (2044.3) “A paz esteja com vocês. Aquilo que meu Pai me enviou ao mundo para estabelecer não pertence a uma raça, a uma nação, nem a um grupo especial de instrutores ou pregadores. Este evangelho do reino pertence tanto aos judeus como aos gentios, aos ricos e aos pobres, aos livres e aos escravos, aos homens e às mulheres, até mesmo às crianças pequenas. E todos vocês devem proclamar este evangelho de amor e verdade pelas vidas que vivem na carne. Vocês amarão uns aos outros com um afeto novo e surpreendente, assim como eu os amei. Vocês servirão a humanidade com uma devoção nova e maravilhosa, assim como eu os servi. E quando os homens virem que vocês os amam tanto, e quando contemplarem quão fervorosamente vocês os servem, eles perceberão que vocês se tornaram companheiros de fé do reino do céu, e seguirão o Espírito da Verdade que eles veem nas vidas de vocês, para a descoberta da salvação eterna.
191:6.3 (2044.4) “Assim como o Pai me enviou a este mundo, também agora eu os envio. Todos vocês são chamados a levar as boas novas àqueles que se encontram nas trevas. Este evangelho do reino pertence a todos os que nele creem; não será entregue à custódia de meros sacerdotes. Em breve o Espírito da Verdade virá sobre vocês e ele os conduzirá a toda a verdade. Vão, portanto, por todo o mundo pregando este evangelho, e eis que estarei sempre com vocês, até mesmo o fim das eras.”
191:6.4 (2044.5) Quando falou assim, o Mestre desapareceu da vista deles. Durante toda aquela noite estes crentes permaneceram ali juntos contando suas experiências como crentes do reino e ouvindo as muitas palavras de Rodan e seus companheiros. E todos eles acreditaram que Jesus havia ressuscitado dos mortos. Imagine a surpresa do arauto da ressurreição de Davi, que chegou no segundo dia depois disto, quando responderam ao seu anúncio, dizendo: “Sim, nós sabemos, porque o vimos. Ele apareceu a nós anteontem”.
Paper 191
Appearances to the Apostles and Other Leaders
191:0.1 (2037.1) RESURRECTION Sunday was a terrible day in the lives of the apostles; ten of them spent the larger part of the day in the upper chamber behind barred doors. They might have fled from Jerusalem, but they were afraid of being arrested by the agents of the Sanhedrin if they were found abroad. Thomas was brooding over his troubles alone at Bethpage. He would have fared better had he remained with his fellow apostles, and he would have aided them to direct their discussions along more helpful lines.
191:0.2 (2037.2) All day long John upheld the idea that Jesus had risen from the dead. He recounted no less than five different times when the Master had affirmed he would rise again and at least three times when he alluded to the third day. John’s attitude had considerable influence on them, especially on his brother James and on Nathaniel. John would have influenced them more if he had not been the youngest member of the group.
191:0.3 (2037.3) Their isolation had much to do with their troubles. John Mark kept them in touch with developments about the temple and informed them as to the many rumors gaining headway in the city, but it did not occur to him to gather up news from the different groups of believers to whom Jesus had already appeared. That was the kind of service which had heretofore been rendered by the messengers of David, but they were all absent on their last assignment as heralds of the resurrection to those groups of believers who dwelt remote from Jerusalem. For the first time in all these years the apostles realized how much they had been dependent on David’s messengers for their daily information regarding the affairs of the kingdom.
191:0.4 (2037.4) All this day Peter characteristically vacillated emotionally between faith and doubt concerning the Master’s resurrection. Peter could not get away from the sight of the grave cloths resting there in the tomb as if the body of Jesus had just evaporated from within. “But,” reasoned Peter, “if he has risen and can show himself to the women, why does he not show himself to us, his apostles?” Peter would grow sorrowful when he thought that maybe Jesus did not come to them on account of his presence among the apostles, because he had denied him that night in Annas’s courtyard. And then would he cheer himself with the word brought by the women, “Go tell my apostles—and Peter.” But to derive encouragement from this message implied that he must believe that the women had really seen and heard the risen Master. Thus Peter alternated between faith and doubt throughout the whole day, until a little after eight o’clock, when he ventured out into the courtyard. Peter thought to remove himself from among the apostles so that he might not prevent Jesus’ coming to them because of his denial of the Master.
191:0.5 (2037.5) James Zebedee at first advocated that they all go to the tomb; he was strongly in favor of doing something to get to the bottom of the mystery. It was Nathaniel who prevented them from going out in public in response to James’s urging, and he did this by reminding them of Jesus’ warning against unduly jeopardizing their lives at this time. By noontime James had settled down with the others to watchful waiting. He said little; he was tremendously disappointed because Jesus did not appear to them, and he did not know of the Master’s many appearances to other groups and individuals.
191:0.6 (2038.1) Andrew did much listening this day. He was exceedingly perplexed by the situation and had more than his share of doubts, but he at least enjoyed a certain sense of freedom from responsibility for the guidance of his fellow apostles. He was indeed grateful that the Master had released him from the burdens of leadership before they fell upon these distracting times.
191:0.7 (2038.2) More than once during the long and weary hours of this tragic day, the only sustaining influence of the group was the frequent contribution of Nathaniel’s characteristic philosophic counsel. He was really the controlling influence among the ten throughout the entire day. Never once did he express himself concerning either belief or disbelief in the Master’s resurrection. But as the day wore on, he became increasingly inclined toward believing that Jesus had fulfilled his promise to rise again.
191:0.8 (2038.3) Simon Zelotes was too much crushed to participate in the discussions. Most of the time he reclined on a couch in a corner of the room with his face to the wall; he did not speak half a dozen times throughout the whole day. His concept of the kingdom had crashed, and he could not discern that the Master’s resurrection could materially change the situation. His disappointment was very personal and altogether too keen to be recovered from on short notice, even in the face of such a stupendous fact as the resurrection.
191:0.9 (2038.4) Strange to record, the usually inexpressive Philip did much talking throughout the afternoon of this day. During the forenoon he had little to say, but all afternoon he asked questions of the other apostles. Peter was often annoyed by Philip’s questions, but the others took his inquiries good-naturedly. Philip was particularly desirous of knowing, provided Jesus had really risen from the grave, whether his body would bear the physical marks of the crucifixion.
191:0.10 (2038.5) Matthew was highly confused; he listened to the discussions of his fellows but spent most of the time turning over in his mind the problem of their future finances. Regardless of Jesus’ supposed resurrection, Judas was gone, David had unceremoniously turned the funds over to him, and they were without an authoritative leader. Before Matthew got around to giving serious consideration to their arguments about the resurrection, he had already seen the Master face to face.
191:0.11 (2038.6) The Alpheus twins took little part in these serious discussions; they were fairly busy with their customary ministrations. One of them expressed the attitude of both when he said, in reply to a question asked by Philip: “We do not understand about the resurrection, but our mother says she talked with the Master, and we believe her.”
191:0.12 (2038.7) Thomas was in the midst of one of his typical spells of despairing depression. He slept a portion of the day and walked over the hills the rest of the time. He felt the urge to rejoin his fellow apostles, but the desire to be by himself was the stronger.
191:0.13 (2038.8) The Master put off the first morontia appearance to the apostles for a number of reasons. First, he wanted them to have time, after they heard of his resurrection, to think well over what he had told them about his death and resurrection when he was still with them in the flesh. The Master wanted Peter to wrestle through with some of his peculiar difficulties before he manifested himself to them all. In the second place, he desired that Thomas should be with them at the time of his first appearance. John Mark located Thomas at the home of Simon in Bethpage early this Sunday morning, bringing word to that effect to the apostles about eleven o’clock. Any time during this day Thomas would have gone back to them if Nathaniel or any two of the other apostles had gone for him. He really wanted to return, but having left as he did the evening before, he was too proud to go back of his own accord so soon. By the next day he was so depressed that it required almost a week for him to make up his mind to return. The apostles waited for him, and he waited for his brethren to seek him out and ask him to come back to them. Thomas thus remained away from his associates until the next Saturday evening, when, after darkness had come on, Peter and John went over to Bethpage and brought him back with them. And this is also the reason why they did not go at once to Galilee after Jesus first appeared to them; they would not go without Thomas.
1. The Appearance to Peter
191:1.1 (2039.1) It was near half past eight o’clock this Sunday evening when Jesus appeared to Simon Peter in the garden of the Mark home. This was his eighth morontia manifestation. Peter had lived under a heavy burden of doubt and guilt ever since his denial of the Master. All day Saturday and this Sunday he had fought the fear that, perhaps, he was no longer an apostle. He had shuddered at the fate of Judas and even thought that he, too, had betrayed his Master. All this afternoon he thought that it might be his presence with the apostles that prevented Jesus’ appearing to them, provided, of course, he had really risen from the dead. And it was to Peter, in such a frame of mind and in such a state of soul, that Jesus appeared as the dejected apostle strolled among the flowers and shrubs.
191:1.2 (2039.2) When Peter thought of the loving look of the Master as he passed by on Annas’s porch, and as he turned over in his mind that wonderful message brought him early that morning by the women who came from the empty tomb, “Go tell my apostles—and Peter”—as he contemplated these tokens of mercy, his faith began to surmount his doubts, and he stood still, clenching his fists, while he spoke aloud: “I believe he has risen from the dead; I will go and tell my brethren.” And as he said this, there suddenly appeared in front of him the form of a man, who spoke to him in familiar tones, saying: “Peter, the enemy desired to have you, but I would not give you up. I knew it was not from the heart that you disowned me; therefore I forgave you even before you asked; but now must you cease to think about yourself and the troubles of the hour while you prepare to carry the good news of the gospel to those who sit in darkness. No longer should you be concerned with what you may obtain from the kingdom but rather be exercised about what you can give to those who live in dire spiritual poverty. Gird yourself, Simon, for the battle of a new day, the struggle with spiritual darkness and the evil doubtings of the natural minds of men.”
191:1.3 (2039.3) Peter and the morontia Jesus walked through the garden and talked of things past, present, and future for almost five minutes. Then the Master vanished from his gaze, saying, “Farewell, Peter, until I see you with your brethren.”
191:1.4 (2039.4) For a moment, Peter was overcome by the realization that he had talked with the risen Master, and that he could be sure he was still an ambassador of the kingdom. He had just heard the glorified Master exhort him to go on preaching the gospel. And with all this welling up within his heart, he rushed to the upper chamber and into the presence of his fellow apostles, exclaiming in breathless excitement: “I have seen the Master; he was in the garden. I talked with him, and he has forgiven me.”
191:1.5 (2040.1) Peter’s declaration that he had seen Jesus in the garden made a profound impression upon his fellow apostles, and they were about ready to surrender their doubts when Andrew got up and warned them not to be too much influenced by his brother’s report. Andrew intimated that Peter had seen things which were not real before. Although Andrew did not directly allude to the vision of the night on the Sea of Galilee wherein Peter claimed to have seen the Master coming to them walking on the water, he said enough to betray to all present that he had this incident in mind. Simon Peter was very much hurt by his brother’s insinuations and immediately lapsed into crestfallen silence. The twins felt very sorry for Peter, and they both went over to express their sympathy and to say that they believed him and to reassert that their own mother had also seen the Master.
2. First Appearance to the Apostles
191:2.1 (2040.2) Shortly after nine o’clock that evening, after the departure of Cleopas and Jacob, while the Alpheus twins comforted Peter, and while Nathaniel remonstrated with Andrew, and as the ten apostles were there assembled in the upper chamber with all the doors bolted for fear of arrest, the Master, in morontia form, suddenly appeared in the midst of them, saying: “Peace be upon you. Why are you so frightened when I appear, as though you had seen a spirit? Did I not tell you about these things when I was present with you in the flesh? Did I not say to you that the chief priests and the rulers would deliver me up to be killed, that one of your own number would betray me, and that on the third day I would rise? Wherefore all your doubtings and all this discussion about the reports of the women, Cleopas and Jacob, and even Peter? How long will you doubt my words and refuse to believe my promises? And now that you actually see me, will you believe? Even now one of you is absent. When you are gathered together once more, and after all of you know of a certainty that the Son of Man has risen from the grave, go hence into Galilee. Have faith in God; have faith in one another; and so shall you enter into the new service of the kingdom of heaven. I will tarry in Jerusalem with you until you are ready to go into Galilee. My peace I leave with you.”
191:2.2 (2040.3) When the morontia Jesus had spoken to them, he vanished in an instant from their sight. And they all fell on their faces, praising God and venerating their vanished Master. This was the Master’s ninth morontia appearance.
3. With the Morontia Creatures
191:3.1 (2040.4) The next day, Monday, was spent wholly with the morontia creatures then present on Urantia. As participants in the Master’s morontia-transition experience, there had come to Urantia more than one million morontia directors and associates, together with transition mortals of various orders from the seven mansion worlds of Satania. The morontia Jesus sojourned with these splendid intelligences for forty days. He instructed them and learned from their directors the life of morontia transition as it is traversed by the mortals of the inhabited worlds of Satania as they pass through the system morontia spheres.
191:3.2 (2041.1) About midnight of this Monday the Master’s morontia form was adjusted for transition to the second stage of morontia progression. When he next appeared to his mortal children on earth, it was as a second-stage morontia being. As the Master progressed in the morontia career, it became, technically, more and more difficult for the morontia intelligences and their transforming associates to visualize the Master to mortal and material eyes.
191:3.3 (2041.2) Jesus made the transit to the third stage of morontia on Friday, April 14; to the fourth stage on Monday, the 17th; to the fifth stage on Saturday, the 22nd; to the sixth stage on Thursday, the 27th; to the seventh stage on Tuesday, May 2; to Jerusem citizenship on Sunday, the 7th; and he entered the embrace of the Most Highs of Edentia on Sunday, the 14th.
191:3.4 (2041.3) In this manner did Michael of Nebadon complete his service of universe experience since he had already, in connection with his previous bestowals, experienced to the full the life of the ascendant mortals of time and space from the sojourn on the headquarters of the constellation even on to, and through, the service of the headquarters of the superuniverse. And it was by these very morontia experiences that the Creator Son of Nebadon really finished and acceptably terminated his seventh and final universe bestowal.
4. The Tenth Appearance (At Philadelphia)
191:4.1 (2041.4) The tenth morontia manifestation of Jesus to mortal recognition occurred a short time after eight o’clock on Tuesday, April 11, at Philadelphia, where he showed himself to Abner and Lazarus and some one hundred and fifty of their associates, including more than fifty of the evangelistic corps of the seventy. This appearance occurred just after the opening of a special meeting in the synagogue which had been called by Abner to discuss the crucifixion of Jesus and the more recent report of the resurrection which had been brought by David’s messenger. Inasmuch as the resurrected Lazarus was now a member of this group of believers, it was not difficult for them to believe the report that Jesus had risen from the dead.
191:4.2 (2041.5) The meeting in the synagogue was just being opened by Abner and Lazarus, who were standing together in the pulpit, when the entire audience of believers saw the form of the Master appear suddenly. He stepped forward from where he had appeared between Abner and Lazarus, neither of whom had observed him, and saluting the company, said:
191:4.3 (2041.6) “Peace be upon you. You all know that we have one Father in heaven, and that there is but one gospel of the kingdom—the good news of the gift of eternal life which men receive by faith. As you rejoice in your loyalty to the gospel, pray the Father of truth to shed abroad in your hearts a new and greater love for your brethren. You are to love all men as I have loved you; you are to serve all men as I have served you. With understanding sympathy and brotherly affection, fellowship all your brethren who are dedicated to the proclamation of the good news, whether they be Jew or gentile, Greek or Roman, Persian or Ethiopian. John proclaimed the kingdom in advance; you have preached the gospel in power; the Greeks already teach the good news; and I am soon to send forth the Spirit of Truth into the souls of all these, my brethren, who have so unselfishly dedicated their lives to the enlightenment of their fellows who sit in spiritual darkness. You are all the children of light; therefore stumble not into the misunderstanding entanglements of mortal suspicion and human intolerance. If you are ennobled, by the grace of faith, to love unbelievers, should you not also equally love those who are your fellow believers in the far-spreading household of faith? Remember, as you love one another, all men will know that you are my disciples.
191:4.4 (2042.1) “Go, then, into all the world proclaiming this gospel of the fatherhood of God and the brotherhood of men to all nations and races and ever be wise in your choice of methods for presenting the good news to the different races and tribes of mankind. Freely you have received this gospel of the kingdom, and you will freely give the good news to all nations. Fear not the resistance of evil, for I am with you always, even to the end of the ages. And my peace I leave with you.”
191:4.5 (2042.2) When he had said, “My peace I leave with you,” he vanished from their sight. With the exception of one of his appearances in Galilee, where upward of five hundred believers saw him at one time, this group in Philadelphia embraced the largest number of mortals who saw him on any single occasion.
191:4.6 (2042.3) Early the next morning, even while the apostles tarried in Jerusalem awaiting the emotional recovery of Thomas, these believers at Philadelphia went forth proclaiming that Jesus of Nazareth had risen from the dead.
191:4.7 (2042.4) The next day, Wednesday, Jesus spent without interruption in the society of his morontia associates, and during the midafternoon hours he received visiting morontia delegates from the mansion worlds of every local system of inhabited spheres throughout the constellation of Norlatiadek. And they all rejoiced to know their Creator as one of their own order of universe intelligence.
5. Second Appearance to the Apostles
191:5.1 (2042.5) Thomas spent a lonesome week alone with himself in the hills around about Olivet. During this time he saw only those at Simon’s house and John Mark. It was about nine o’clock on Saturday, April 15, when the two apostles found him and took him back with them to their rendezvous at the Mark home. The next day Thomas listened to the telling of the stories of the Master’s various appearances, but he steadfastly refused to believe. He maintained that Peter had enthused them into thinking they had seen the Master. Nathaniel reasoned with him, but it did no good. There was an emotional stubbornness associated with his customary doubtfulness, and this state of mind, coupled with his chagrin at having run away from them, conspired to create a situation of isolation which even Thomas himself did not fully understand. He had withdrawn from his fellows, he had gone his own way, and now, even when he was back among them, he unconsciously tended to assume an attitude of disagreement. He was slow to surrender; he disliked to give in. Without intending it, he really enjoyed the attention paid him; he derived unconscious satisfaction from the efforts of all his fellows to convince and convert him. He had missed them for a full week, and he obtained considerable pleasure from their persistent attentions.
191:5.2 (2042.6) They were having their evening meal a little after six o’clock, with Peter sitting on one side of Thomas and Nathaniel on the other, when the doubting apostle said: “I will not believe unless I see the Master with my own eyes and put my finger in the mark of the nails.” As they thus sat at supper, and while the doors were securely shut and barred, the morontia Master suddenly appeared inside the curvature of the table and, standing directly in front of Thomas, said:
191:5.3 (2043.1) “Peace be upon you. For a full week have I tarried that I might appear again when you were all present to hear once more the commission to go into all the world and preach this gospel of the kingdom. Again I tell you: As the Father sent me into the world, so send I you. As I have revealed the Father, so shall you reveal the divine love, not merely with words, but in your daily living. I send you forth, not to love the souls of men, but rather to love men. You are not merely to proclaim the joys of heaven but also to exhibit in your daily experience these spirit realities of the divine life since you already have eternal life, as the gift of God, through faith. When you have faith, when power from on high, the Spirit of Truth, has come upon you, you will not hide your light here behind closed doors; you will make known the love and the mercy of God to all mankind. Through fear you now flee from the facts of a disagreeable experience, but when you shall have been baptized with the Spirit of Truth, you will bravely and joyously go forth to meet the new experiences of proclaiming the good news of eternal life in the kingdom of God. You may tarry here and in Galilee for a short season while you recover from the shock of the transition from the false security of the authority of traditionalism to the new order of the authority of facts, truth, and faith in the supreme realities of living experience. Your mission to the world is founded on the fact that I lived a God-revealing life among you; on the truth that you and all other men are the sons of God; and it shall consist in the life which you will live among men—the actual and living experience of loving men and serving them, even as I have loved and served you. Let faith reveal your light to the world; let the revelation of truth open the eyes blinded by tradition; let your loving service effectually destroy the prejudice engendered by ignorance. By so drawing close to your fellow men in understanding sympathy and with unselfish devotion, you will lead them into a saving knowledge of the Father’s love. The Jews have extolled goodness; the Greeks have exalted beauty; the Hindus preach devotion; the faraway ascetics teach reverence; the Romans demand loyalty; but I require of my disciples life, even a life of loving service for your brothers in the flesh.”
191:5.4 (2043.2) When the Master had so spoken, he looked down into the face of Thomas and said: “And you, Thomas, who said you would not believe unless you could see me and put your finger in the nail marks of my hands, have now beheld me and heard my words; and though you see no nail marks on my hands, since I am raised in the form that you also shall have when you depart from this world, what will you say to your brethren? You will acknowledge the truth, for already in your heart you had begun to believe even when you so stoutly asserted your unbelief. Your doubts, Thomas, always most stubbornly assert themselves just as they are about to crumble. Thomas, I bid you be not faithless but believing—and I know you will believe, even with a whole heart.”
191:5.5 (2043.3) When Thomas heard these words, he fell on his knees before the morontia Master and exclaimed, “I believe! My Lord and my Master!” Then said Jesus to Thomas: “You have believed, Thomas, because you have really seen and heard me. Blessed are those in the ages to come who will believe even though they have not seen with the eye of flesh nor heard with the mortal ear.”
191:5.6 (2043.4) And then, as the Master’s form moved over near the head of the table, he addressed them all, saying: “And now go all of you to Galilee, where I will presently appear to you.” After he said this, he vanished from their sight.
191:5.7 (2044.1) The eleven apostles were now fully convinced that Jesus had risen from the dead, and very early the next morning, before the break of day, they started out for Galilee.
6. The Alexandrian Appearance
191:6.1 (2044.2) While the eleven apostles were on the way to Galilee, drawing near their journey’s end, on Tuesday evening, April 18, at about half past eight o’clock, Jesus appeared to Rodan and some eighty other believers, in Alexandria. This was the Master’s twelfth appearance in morontia form. Jesus appeared before these Greeks and Jews at the conclusion of the report of David’s messenger regarding the crucifixion. This messenger, being the fifth in the Jerusalem-Alexandria relay of runners, had arrived in Alexandria late that afternoon, and when he had delivered his message to Rodan, it was decided to call the believers together to receive this tragic word from the messenger himself. At about eight o’clock, the messenger, Nathan of Busiris, came before this group and told them in detail all that had been told him by the preceding runner. Nathan ended his touching recital with these words: “But David, who sends us this word, reports that the Master, in foretelling his death, declared that he would rise again.” Even as Nathan spoke, the morontia Master appeared there in full view of all. And when Nathan sat down, Jesus said:
191:6.2 (2044.3) “Peace be upon you. That which my Father sent me into the world to establish belongs not to a race, a nation, nor to a special group of teachers or preachers. This gospel of the kingdom belongs to both Jew and gentile, to rich and poor, to free and bond, to male and female, even to the little children. And you are all to proclaim this gospel of love and truth by the lives which you live in the flesh. You shall love one another with a new and startling affection, even as I have loved you. You will serve mankind with a new and amazing devotion, even as I have served you. And when men see you so love them, and when they behold how fervently you serve them, they will perceive that you have become faith-fellows of the kingdom of heaven, and they will follow after the Spirit of Truth which they see in your lives, to the finding of eternal salvation.
191:6.3 (2044.4) “As the Father sent me into this world, even so now send I you. You are all called to carry the good news to those who sit in darkness. This gospel of the kingdom belongs to all who believe it; it shall not be committed to the custody of mere priests. Soon will the Spirit of Truth come upon you, and he shall lead you into all truth. Go you, therefore, into all the world preaching this gospel, and lo, I am with you always, even to the end of the ages.”
191:6.4 (2044.5) When the Master had so spoken, he vanished from their sight. All that night these believers remained there together recounting their experiences as kingdom believers and listening to the many words of Rodan and his associates. And they all believed that Jesus had risen from the dead. Imagine the surprise of David’s herald of the resurrection, who arrived the second day after this, when they replied to his announcement, saying: “Yes, we know, for we have seen him. He appeared to us day before yesterday.”
Documento 191
Aparições aos Apóstolos e Outros Líderes
191:0,1 (2037,1) O Domingo da Ressurreição foi um dia terrível na vida dos apóstolos; dez deles passaram a maior parte do dia no cenáculo, atrás de portas gradeadas. Eles podem ter fugido de Jerusalém, mas tinham medo de serem presos pelos agentes do Sinédrio se fossem encontrados no exterior. Tomé estava meditando sobre seus problemas sozinho em Betfagé. Ele teria se saído melhor se tivesse permanecido com seus companheiros apóstolos, e os teria ajudado a direcionar suas discussões ao longo de linhas mais úteis.
191:0,2 (2037,2) Durante todo o dia, João sustentou a ideia de que Jesus havia ressuscitado dos mortos. Ele relatou nada menos que cinco vezes diferentes em que o Mestre afirmou que ele ressuscitaria e pelo menos três vezes em que ele aludiu ao terceiro dia. A atitude de João teve considerável influência sobre eles, especialmente sobre seu irmão Tiago e sobre Natanael. João os teria influenciado mais se não fosse o membro mais jovem do grupo.
191:0,3 (2037,3) O isolamento deles tinha muito a ver com seus problemas. João Marcos os mantinha em contato com os acontecimentos sobre o templo e os informava sobre os muitos rumores que estavam ganhando força na cidade, mas não lhe ocorreu reunir notícias dos diferentes grupos de crentes a quem Jesus já havia aparecido. Esse era o tipo de serviço que até então havia sido prestado pelos mensageiros de Davi, mas todos eles estavam ausentes em sua última tarefa como arautos da ressurreição para aqueles grupos de crentes que moravam longe de Jerusalém. Pela primeira vez em todos esses anos, os apóstolos perceberam o quanto tinham sido dependentes dos mensageiros de Davi para suas informações diárias sobre os assuntos do reino.
191:0,4 (2037,4) Durante todo esse dia, Pedro caracteristicamente vacilou emocionalmente entre a fé e a dúvida a respeito da ressurreição do Mestre. Pedro não conseguia se afastar da visão dos panos de sepultura descansando ali no túmulo como se o corpo de Jesus tivesse evaporado de dentro. “Mas”, raciocinou Pedro, “se ele ressuscitou e pode se mostrar às mulheres, por que não se mostra a nós, seus apóstolos?” Pedro ficava triste quando pensava que talvez Jesus não tivesse vindo a eles por conta de sua presença entre os apóstolos, porque ele o havia negado naquela noite no pátio de Anás. E então ele se animava com a palavra trazida pelas mulheres: “Vá e diga aos meus apóstolos — e a Pedro.” Mas derivar encorajamento dessa mensagem implicava que ele deveria acreditar que as mulheres realmente tinham visto e ouvido o Mestre ressuscitado. Assim, Pedro alternou entre fé e dúvida durante todo o dia, até pouco depois das oito horas, quando se aventurou a sair para o pátio. Pedro pensou em se retirar do meio dos apóstolos para não impedir que Jesus viesse a eles por causa de sua negação do Mestre.
191:0,5 (2037,5) Tiago Zebedeu a princípio defendeu que todos fossem ao túmulo; ele era fortemente a favor de fazer algo para chegar ao fundo do mistério. Foi Natanael quem os impediu de sair em público em resposta à insistência de Tiago, e ele fez isso lembrando-os do aviso de Jesus contra arriscar indevidamente suas vidas neste momento. Ao meio-dia, Tiago havia se acomodado com os outros para uma espera vigilante. Ele falou pouco; ele estava tremendamente desapontado porque Jesus não apareceu a eles, e ele não sabia das muitas aparições do Mestre a outros grupos e indivíduos.
191:0,6 (2038,1) Andrew ouviu muito neste dia. Ele estava extremamente perplexo com a situação e tinha mais do que sua cota de dúvidas, mas ele pelo menos desfrutava de uma certa sensação de liberdade da responsabilidade pela orientação de seus companheiros apóstolos. Ele estava realmente grato que o Mestre o havia libertado dos fardos da liderança antes que eles caíssem sobre esses tempos de distração.
191:0,7 (2038,2) Mais de uma vez durante as longas e cansativas horas deste dia trágico, a única influência sustentadora do grupo foi a contribuição frequente do conselho filosófico característico de Nathaniel. Ele foi realmente a influência controladora entre os dez durante todo o dia. Em nenhum momento ele se expressou sobre crença ou descrença na ressurreição do Mestre. Mas, à medida que o dia passava, ele se tornou cada vez mais inclinado a acreditar que Jesus havia cumprido sua promessa de ressuscitar.
191:0,8 (2038,3) Simão Zelote estava muito abalado para participar das discussões. Na maior parte do tempo, ele se reclinou em um sofá em um canto da sala com o rosto voltado para a parede; ele não falou meia dúzia de vezes durante todo o dia. Seu conceito do reino havia desmoronado, e ele não conseguia discernir que a ressurreição do Mestre poderia mudar materialmente a situação. Sua decepção era muito pessoal e, no geral, muito ansiosa para ser recuperada em pouco tempo, mesmo diante de um fato tão estupendo quanto a ressurreição.
191:0,9 (2038,4) Estranho registrar, o geralmente inexpressivo Filipe falou muito durante a tarde deste dia. Durante a manhã, ele teve pouco a dizer, mas durante toda a tarde ele fez perguntas aos outros apóstolos. Pedro ficava frequentemente irritado com as perguntas de Filipe, mas os outros levavam suas perguntas de bom humor. Filipe estava particularmente desejoso de saber, caso Jesus tivesse realmente ressuscitado do túmulo, se seu corpo carregaria as marcas físicas da crucificação.
191:0,10 (2038,5) Mateus ficou muito confuso; ele ouviu as discussões de seus companheiros, mas passou a maior parte do tempo remoendo em sua mente o problema de suas finanças futuras. Independentemente da suposta ressurreição de Jesus, Judas tinha ido embora, Davi havia entregado os fundos a ele sem cerimônia, e eles estavam sem um líder autoritário. Antes que Mateus começasse a considerar seriamente seus argumentos sobre a ressurreição, ele já tinha visto o Mestre face a face.
191:0,11 (2038,6) Os gêmeos Alfeu tomaram pouca parte nessas discussões sérias; eles estavam bastante ocupados com suas ministrações costumeiras. Um deles expressou a atitude de ambos quando disse, em resposta a uma pergunta feita por Filipe: “Não entendemos sobre a ressurreição, mas nossa mãe diz que conversou com o Mestre, e nós acreditamos nela.”
191:0,12 (2038,7) Thomas estava no meio de um de seus períodos típicos de depressão desesperadora. Ele dormia uma parte do dia e andava pelas colinas o resto do tempo. Ele sentiu o desejo de se juntar aos seus companheiros apóstolos, mas o desejo de ficar sozinho era mais forte.
191:0,13 (2038,8) O Mestre adiou a primeira aparição moroncial aos apóstolos por uma série de razões. Primeiro, ele queria que eles tivessem tempo, depois de ouvirem sobre sua ressurreição, para pensar bem sobre o que ele havia dito a eles sobre sua morte e ressurreição quando ele ainda estava com eles na carne. O Mestre queria que Pedro lutasse com algumas de suas dificuldades peculiares antes de se manifestar a todos eles. Em segundo lugar, ele desejava que Tomé estivesse com eles no momento de sua primeira aparição. João Marcos localizou Tomé na casa de Simão em Betfagé no início desta manhã de domingo, trazendo a notícia para os apóstolos por volta das onze horas. A qualquer hora durante este dia, Tomé teria voltado para eles se Natanael ou quaisquer dois dos outros apóstolos tivessem ido buscá-lo. Ele realmente queria retornar, mas tendo partido como fez na noite anterior, ele estava orgulhoso demais para voltar por conta própria tão cedo. No dia seguinte, ele estava tão deprimido que levou quase uma semana para ele se decidir a retornar. Os apóstolos esperaram por ele, e ele esperou que seus irmãos o procurassem e pedissem que ele voltasse para eles. Tomé, portanto, permaneceu longe de seus associados até a noite do sábado seguinte, quando, depois que a escuridão caiu, Pedro e João foram até Betfagé e o trouxeram de volta com eles. E esta é também a razão pela qual eles não foram imediatamente para a Galileia depois que Jesus apareceu pela primeira vez a eles; eles não iriam sem Tomé.
1. A Aparição a Pedro
191:1.1 (2039.1)Eram quase oito e meia da noite deste domingo quando Jesus apareceu a Simão Pedro no jardim da casa de Marcos. Esta foi sua oitava manifestação moroncial. Pedro vivia sob um pesado fardo de dúvida e culpa desde sua negação do Mestre. Durante todo o sábado e este domingo ele lutou contra o medo de que, talvez, ele não fosse mais um apóstolo. Ele estremeceu com o destino de Judas e até pensou que ele também havia traído seu Mestre. Durante toda esta tarde ele pensou que poderia ser sua presença com os apóstolos que impedia Jesus de aparecer a eles, desde que, é claro, ele realmente tivesse ressuscitado dos mortos. E foi a Pedro, em tal estado de espírito e em tal estado de alma, que Jesus apareceu enquanto o apóstolo abatido passeava entre as flores e arbustos.
191:1.2 (2039.2) Quando Pedro pensou no olhar amoroso do Mestre ao passar pelo pórtico de Anás, e ao repassar em sua mente aquela mensagem maravilhosa que lhe foi trazida naquela manhã pelas mulheres que saíram do túmulo vazio: “Vá e diga aos meus apóstolos — e a Pedro” — ao contemplar esses sinais de misericórdia, sua fé começou a superar suas dúvidas, e ele ficou parado, cerrando os punhos, enquanto falava em voz alta: “Eu creio que ele ressuscitou dos mortos; irei e contarei aos meus irmãos.” E ao dizer isso, de repente apareceu diante dele a forma de um homem, que lhe falou em tons familiares, dizendo: “Pedro, o inimigo desejou ter você, mas eu não desistiria de você. Eu sabia que não era do coração que você me renegava; portanto, eu o perdoei antes mesmo de você pedir; mas agora você deve parar de pensar em si mesmo e nos problemas da hora enquanto se prepara para levar as boas novas do evangelho àqueles que estão nas trevas. Não mais você deve se preocupar com o que pode obter do reino, mas sim se exercitar sobre o que pode dar àqueles que vivem em terrível pobreza espiritual. Cinge-te, Simão, para a batalha de um novo dia, a luta contra a escuridão espiritual e as dúvidas malignas das mentes naturais dos homens.”
191:1.3 (2039.3) Pedro e o Jesus moroncial caminharam pelo jardim e conversaram sobre coisas passadas, presentes e futuras por quase cinco minutos. Então o Mestre desapareceu de seu olhar, dizendo: “Adeus, Pedro, até que eu o veja com seus irmãos.”
191:1.4 (2039.4) Por um momento, Pedro foi dominado pela percepção de que havia falado com o Mestre ressuscitado, e que ele podia ter certeza de que ainda era um embaixador do reino. Ele tinha acabado de ouvir o Mestre glorificado exortá-lo a continuar pregando o evangelho. E com tudo isso brotando em seu coração, ele correu para o cenáculo e para a presença de seus companheiros apóstolos, exclamando em excitação ofegante: “Eu vi o Mestre; ele estava no jardim. Eu falei com ele, e ele me perdoou.”
191:1.5 (2040.1) A declaração de Pedro de que ele tinha visto Jesus no jardim causou uma profunda impressão em seus companheiros apóstolos, e eles estavam prestes a desistir de suas dúvidas quando André se levantou e os alertou para não serem muito influenciados pelo relato de seu irmão. André deu a entender que Pedro tinha visto coisas que não eram reais antes. Embora André não tenha aludido diretamente à visão da noite no Mar da Galileia, na qual Pedro alegou ter visto o Mestre vindo até eles andando sobre as águas, ele disse o suficiente para trair a todos os presentes que ele tinha esse incidente em mente. Simão Pedro ficou muito magoado com as insinuações de seu irmão e imediatamente caiu em um silêncio desanimado. Os gêmeos sentiram muita pena de Pedro, e ambos foram até lá para expressar sua simpatia e dizer que acreditavam nele e reafirmar que sua própria mãe também tinha visto o Mestre.
2. Primeira Aparição aos Apóstolos
191:2.1 (2040.2)Pouco depois das nove horas daquela noite, após a partida de Cleofas e Jacó, enquanto os gêmeos Alfeu confortavam Pedro, e enquanto Natanael protestava com André, e enquanto os dez apóstolos estavam reunidos no cenáculo com todas as portas trancadas por medo de prisão, o Mestre, em forma moroncial, apareceu de repente no meio deles, dizendo: “A paz esteja convosco. Por que estais tão assustados quando apareço, como se tivésseis visto um espírito? Não vos contei estas coisas quando estive presente convosco em carne? Não vos disse que os principais sacerdotes e os príncipes me entregariam para ser morto, que um dos vossos me trairia, e que ao terceiro dia eu ressuscitaria? Por que todas as vossas dúvidas e toda esta discussão sobre os relatos das mulheres, Cleofas e Jacó, e até mesmo Pedro? Até quando duvidareis das minhas palavras e vos recusareis a acreditar nas minhas promessas? E agora que realmente me vedes, acreditareis? Mesmo agora um de vós está ausente. Quando vocês estiverem reunidos mais uma vez, e depois que todos vocês tiverem certeza de que o Filho do Homem ressuscitou do túmulo, vão para a Galileia. Tenham fé em Deus; tenham fé uns nos outros; e assim vocês entrarão no novo serviço do reino dos céus. Eu ficarei em Jerusalém com vocês até que estejam prontos para ir para a Galileia. Minha paz eu deixo com vocês.”
191:2.2 (2040.3) Quando o Jesus moroncial falou com eles, ele desapareceu em um instante de suas vistas. E todos eles caíram sobre seus rostos, louvando a Deus e venerando seu Mestre desaparecido. Esta foi a nona aparição moroncial do Mestre.
3. Com as criaturas moronciais
191:3.1 (2040.4)O dia seguinte, segunda-feira, foi passado inteiramente com as criaturas moronciais então presentes em Urântia. Como participantes da experiência de transição moroncial do Mestre, tinham chegado a Urântia mais de um milhão de diretores moronciais e associados, junto com mortais de transição de várias ordens, dos sete mundos das mansões de Satânia. O Jesus moroncial permaneceu com essas inteligências esplêndidas por quarenta dias. Ele as instruiu e aprendeu com os seus diretores sobre a vida de transição moroncial, como ela é atravessada pelos mortais dos mundos habitados de Satânia, à medida que eles passam pelas esferas moronciais do sistema.
191:3.2 (2041.1) Por volta da meia-noite desta segunda-feira, a forma moroncial do Mestre foi ajustada para a transição para o segundo estágio da progressão moroncial. Quando ele apareceu novamente para seus filhos mortais na Terra, foi como um ser moroncial de segundo estágio. À medida que o Mestre progredia na carreira moroncial, tornou-se, tecnicamente, mais e mais difícil para as inteligências moronciais e seus associados transformadores visualizarem o Mestre aos olhos mortais e materiais.
191:3.3 (2041.2) Jesus fez o trânsito para o terceiro estágio da morôncia na sexta-feira, 14 de abril; para o quarto estágio na segunda-feira, dia 17 ; para o quinto estágio no sábado, dia 22 ; para o sexto estágio na quinta-feira, dia 27 ; para o sétimo estágio na terça-feira, dia 2 de maio; para a cidadania de Jerusém no domingo, dia 7 ; e ele entrou no abraço dos Altíssimos de Edêntia no domingo, dia 14 .
191:3.4 (2041.3) Dessa maneira Michael de Nébadon completou o seu serviço de experiência no universo, pois ele já havia, em conexão com as suas auto-outorgas anteriores, experimentado plenamente a vida dos mortais ascendentes do tempo e do espaço, desde a permanência na sede da constelação até, e através, do serviço da sede do superuniverso. E foi por meio dessas mesmas experiências moronciais que o Filho Criador de Nébadon realmente terminou e terminou aceitavelmente a sua sétima e última auto-outorga no universo.
4. A Décima Aparição (Na Filadélfia)
191:4.1 (2041.4) A décima manifestação moroncial de Jesus ao reconhecimento mortal ocorreu pouco depois das oito horas da terça-feira, 11 de abril, na Filadélfia, onde ele se mostrou a Abner e Lázaro e cerca de cento e cinquenta de seus associados, incluindo mais de cinquenta do corpo evangelístico dos setenta. Essa aparição ocorreu logo após a abertura de uma reunião especial na sinagoga que havia sido convocada por Abner para discutir a crucificação de Jesus e o relato mais recente da ressurreição que havia sido trazido pelo mensageiro de Davi. Na medida em que o ressuscitado Lázaro era agora um membro desse grupo de crentes, não foi difícil para eles acreditarem no relato de que Jesus havia ressuscitado dos mortos.
191:4.2 (2041.5) A reunião na sinagoga estava sendo aberta por Abner e Lázaro, que estavam juntos no púlpito, quando toda a audiência de crentes viu a forma do Mestre aparecer de repente. Ele deu um passo à frente de onde tinha aparecido entre Abner e Lázaro, nenhum dos quais o tinha observado, e saudando a companhia, disse:
191:4.3 (2041.6) “A paz esteja convosco. Todos vocês sabem que temos um Pai no céu e que há apenas um evangelho do reino — as boas novas do dom da vida eterna que os homens recebem pela fé. Ao se alegrarem em sua lealdade ao evangelho, orem ao Pai da verdade para derramar em seus corações um amor novo e maior por seus irmãos. Vocês devem amar todos os homens como eu os amei; vocês devem servir a todos os homens como eu os servi. Com compreensão, simpatia e afeição fraternal, comunguem todos os seus irmãos que se dedicam à proclamação das boas novas, sejam eles judeus ou gentios, gregos ou romanos, persas ou etíopes. João proclamou o reino com antecedência; vocês pregaram o evangelho com poder; os gregos já ensinam as boas novas; e em breve enviarei o Espírito da Verdade às almas de todos esses, meus irmãos, que tão abnegadamente dedicaram suas vidas à iluminação de seus companheiros que se encontram na escuridão espiritual. Vocês são todos filhos da luz; portanto, não tropece nos emaranhados de mal-entendidos da suspeita mortal e da intolerância humana. Se vocês são enobrecidos, pela graça da fé, para amar os descrentes, vocês não deveriam amar igualmente aqueles que são seus companheiros crentes na vasta família da fé? Lembrem-se, assim como vocês se amam, todos os homens saberão que vocês são meus discípulos.
191:4.4 (2042.1) “Ide, então, por todo o mundo proclamando este evangelho da paternidade de Deus e da irmandade dos homens a todas as nações e raças e sempre sejais sábios em vossa escolha de métodos para apresentar as boas novas às diferentes raças e tribos da humanidade. Gratuitamente recebestes este evangelho do reino, e gratuitamente dareis as boas novas a todas as nações. Não temais a resistência do mal, pois estou convosco sempre, até o fim dos tempos. E a minha paz vos deixo.”
191:4.5 (2042.2) Quando ele disse: “Deixo-vos a minha paz”, ele desapareceu da vista deles. Com exceção de uma de suas aparições na Galileia, onde mais de quinhentos crentes o viram de uma só vez, esse grupo na Filadélfia abrangia o maior número de mortais que o viram em qualquer ocasião.
191:4.6 (2042.3) Cedo na manhã seguinte, enquanto os apóstolos permaneciam em Jerusalém aguardando a recuperação emocional de Tomé, esses crentes em Filadélfia saíram proclamando que Jesus de Nazaré havia ressuscitado dos mortos.
191:4.7 (2042.4) No dia seguinte, quarta-feira, Jesus passou sem interrupção na sociedade de seus associados moronciais, e durante as horas do meio da tarde ele recebeu delegados moronciais visitantes dos mundos das mansões de cada sistema local de esferas habitadas por toda a constelação de Norlatiadek. E todos eles se regozijaram em conhecer seu Criador como alguém de sua própria ordem de inteligência universal.
5. Segunda Aparição aos Apóstolos
191:5.1 (2042.5) Thomas passou uma semana solitária sozinho consigo mesmo nas colinas ao redor do Monte das Oliveiras. Durante esse tempo, ele viu apenas aqueles na casa de Simão e João Marcos. Eram cerca de nove horas no sábado, 15 de abril, quando os dois apóstolos o encontraram e o levaram de volta com eles para seu encontro na casa de Marcos. No dia seguinte, Thomas ouviu a narração das histórias das várias aparições do Mestre, mas ele se recusou firmemente a acreditar. Ele sustentou que Pedro os havia entusiasmado a pensar que tinham visto o Mestre. Nathaniel argumentou com ele, mas não adiantou. Havia uma teimosia emocional associada à sua dúvida habitual, e esse estado de espírito, juntamente com seu desgosto por ter fugido deles, conspirou para criar uma situação de isolamento que nem mesmo o próprio Thomas entendia completamente. Ele havia se afastado de seus companheiros, ele havia seguido seu próprio caminho, e agora, mesmo quando estava de volta entre eles, ele inconscientemente tendia a assumir uma atitude de desacordo. Ele demorou a se render; ele não gostava de ceder. Sem querer, ele realmente gostava da atenção que lhe era dada; ele derivava satisfação inconsciente dos esforços de todos os seus companheiros para convencê-lo e convertê-lo. Ele sentia falta deles há uma semana inteira, e ele obtinha considerável prazer com suas atenções persistentes.
191:5.2 (2042.6) Eles estavam jantando um pouco depois das seis horas, com Pedro sentado de um lado de Tomé e Natanael do outro, quando o apóstolo duvidoso disse: “Não acreditarei a menos que veja o Mestre com meus próprios olhos e coloque meu dedo na marca dos pregos.” Enquanto estavam sentados para jantar, e enquanto as portas estavam firmemente fechadas e trancadas, o Mestre moroncial apareceu de repente dentro da curvatura da mesa e, parando diretamente na frente de Tomé, disse:
191:5.3 (2043.1) “A paz esteja convosco. Por uma semana inteira eu esperei para que eu pudesse aparecer novamente quando todos vocês estivessem presentes para ouvir mais uma vez a comissão de ir por todo o mundo e pregar este evangelho do reino. Novamente eu vos digo: Assim como o Pai me enviou ao mundo, eu também vos envio. Assim como eu revelei o Pai, assim vocês revelarão o amor divino, não meramente com palavras, mas em sua vida diária. Eu os envio, não para amar as almas dos homens, mas sim para amar os homens. Vocês não devem meramente proclamar as alegrias do céu, mas também exibir em sua experiência diária essas realidades espirituais da vida divina, uma vez que vocês já têm a vida eterna, como o dom de Deus, através da fé. Quando vocês têm fé, quando o poder do alto, o Espírito da Verdade, veio sobre vocês, vocês não esconderão sua luz aqui atrás de portas fechadas; vocês farão conhecido o amor e a misericórdia de Deus para toda a humanidade. Por medo, agora você foge dos fatos de uma experiência desagradável, mas quando tiver sido batizado com o Espírito da Verdade, você corajosamente e alegremente irá ao encontro das novas experiências de proclamar as boas novas da vida eterna no reino de Deus. Você pode permanecer aqui e na Galileia por um curto período enquanto se recupera do choque da transição da falsa segurança da autoridade do tradicionalismo para a nova ordem da autoridade dos fatos, da verdade e da fé nas realidades supremas da experiência viva. Sua missão para o mundo é fundada no fato de que eu vivi uma vida reveladora de Deus entre vocês; na verdade de que vocês e todos os outros homens são filhos de Deus; e consistirá na vida que vocês viverão entre os homens — a experiência real e viva de amar os homens e servi-los, assim como eu os amei e servi. Que a fé revele sua luz ao mundo; que a revelação da verdade abra os olhos cegos pela tradição; que seu serviço amoroso destrua efetivamente o preconceito gerado pela ignorância. Ao se aproximar assim de seus semelhantes em simpatia compreensiva e com devoção altruísta, você os levará a um conhecimento salvador do amor do Pai. Os judeus exaltaram a bondade; os gregos exaltaram a beleza; os hindus pregam a devoção; os ascetas distantes ensinam a reverência; os romanos exigem lealdade; mas eu exijo de meus discípulos vida, mesmo uma vida de serviço amoroso para seus irmãos na carne.”
191:5.4 (2043.2) Quando o Mestre assim falou, ele olhou para o rosto de Tomé e disse: “E tu, Tomé, que disseste que não acreditarias a menos que pudesses me ver e colocar teu dedo nas marcas de pregos de minhas mãos, agora me viste e ouviste minhas palavras; e embora não vejas marcas de pregos em minhas mãos, já que eu ressuscitei na forma que tu também terás quando partires deste mundo, o que dirás a teus irmãos? Tu reconhecerás a verdade, pois já em teu coração tinhas começado a acreditar, mesmo quando tão firmemente afirmavas tua descrença. Tuas dúvidas, Tomé, sempre se afirmam com a maior teimosia quando estão prestes a ruir. Tomé, eu te ordeno que não sejas infiel, mas crente — e eu sei que você acreditará, mesmo de todo o coração.”
191:5.5 (2043.3) Quando Tomé ouviu essas palavras, ele caiu de joelhos diante do Mestre moroncial e exclamou: “Eu creio! Meu Senhor e meu Mestre!” Então Jesus disse a Tomé: “Você acreditou, Tomé, porque realmente me viu e ouviu. Abençoados são aqueles nas eras vindouras que acreditarão, mesmo que não tenham visto com os olhos da carne nem ouvido com os ouvidos mortais.”
191:5.6 (2043.4) E então, quando a figura do Mestre se moveu para perto da cabeceira da mesa, ele se dirigiu a todos eles, dizendo: “E agora ide todos para a Galileia, onde eu logo aparecerei a vocês.” Depois de dizer isso, ele desapareceu da vista deles.
191:5.7 (2044.1) Os onze apóstolos estavam agora totalmente convencidos de que Jesus havia ressuscitado dos mortos e, bem cedo na manhã seguinte, antes do amanhecer, partiram para a Galileia.
6. A aparência alexandrina
191:6.1 (2044.2) Enquanto os onze apóstolos estavam a caminho da Galileia, aproximando-se do fim de sua jornada, na noite de terça-feira, 18 de abril, por volta das oito e meia da noite, Jesus apareceu a Rodan e a cerca de oitenta outros crentes, em Alexandria. Esta foi a décima segunda aparição do Mestre na forma moroncial. Jesus apareceu diante desses gregos e judeus na conclusão do relato do mensageiro de Davi sobre a crucificação. Este mensageiro, sendo o quinto no revezamento de corredores Jerusalém-Alexandria, havia chegado a Alexandria no final daquela tarde, e quando ele entregou sua mensagem a Rodan, foi decidido reunir os crentes para receber esta trágica palavra do próprio mensageiro. Por volta das oito horas, o mensageiro, Nathan de Busiris, veio diante deste grupo e contou-lhes em detalhes tudo o que lhe havia sido dito pelo corredor anterior. Nathan encerrou seu relato tocante com estas palavras: “Mas Davi, que nos envia esta palavra, relata que o Mestre, ao predizer sua morte, declarou que ele ressuscitaria.” Enquanto Nathan falava, o Mestre moroncial apareceu ali, à vista de todos. E quando Nathan se sentou, Jesus disse:
191:6.2 (2044.3) “A paz esteja convosco. Aquilo que meu Pai me enviou ao mundo para estabelecer não pertence a uma raça, uma nação, nem a um grupo especial de professores ou pregadores. Este evangelho do reino pertence tanto a judeus como a gentios, a ricos e pobres, a livres e escravos, a homens e mulheres, até mesmo às crianças pequenas. E todos vocês devem proclamar este evangelho de amor e verdade pelas vidas que vocês vivem na carne. Vocês amarão uns aos outros com uma afeição nova e surpreendente, assim como eu os amei. Vocês servirão a humanidade com uma devoção nova e surpreendente, assim como eu os servi. E quando os homens virem que vocês os amam tanto, e quando eles contemplarem quão fervorosamente vocês os servem, eles perceberão que vocês se tornaram companheiros de fé do reino dos céus, e eles seguirão o Espírito da Verdade que eles veem em suas vidas, para a descoberta da salvação eterna.
191:6.3 (2044.4) “Assim como o Pai me enviou a este mundo, também agora eu os envio. Vocês todos são chamados para levar as boas novas aos que se encontram nas trevas. Este evangelho do reino pertence a todos os que creem nele; não será confiado à custódia de meros sacerdotes. Em breve o Espírito da Verdade virá sobre vocês, e ele os guiará a toda a verdade. Ide, portanto, por todo o mundo pregando este evangelho, e eis que eu estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos.”
191:6.4 (2044.5) Quando o Mestre assim falou, ele desapareceu da vista deles. Durante toda aquela noite, esses crentes permaneceram ali juntos, contando suas experiências como crentes do reino e ouvindo as muitas palavras de Rodan e seus associados. E todos eles acreditaram que Jesus havia ressuscitado dos mortos. Imagine a surpresa do arauto da ressurreição de Davi, que chegou no segundo dia depois disso, quando eles responderam ao seu anúncio, dizendo: “Sim, nós sabemos, pois o vimos. Ele nos apareceu anteontem.”